Nelson Teich não é mais ministro da Saúde. Sua gestão durou pouco menos de um mês, sendo até agora a mais efêmera do governo Bolsonaro. Ele foi contra a permissão dos médicos receitarem em casos iniciais da COVID-19 a cloroquina (muito tóxica e sem efeitos comprovados) e a hidroxicloroquina (menos tóxica e com estudos promissores se usada com o sulfato de zinco), enquanto o governo parece discursar pelo uso indiscriminado desses medicamentos. Na decisão de Teich, também colaborou a mudança feita pelo presidente, sem ao menos avisar Teich, na lista de categorias que poderiam trabalhar livremente, tirando a autoridade do ministro.
Esta é apenas um episódio nesta verdadeira opera buffa protagonizada pelo governo, tendo como antagonistas o Congresso, o STF, os governadores, os prefeitos e os especialistas em saúde. O final dessa ópera, porém, pode fazer qualquer tragédia escrita por Verdi ou Wagner parecer uma comédia de Rossini, devido ao cenário assustador da pandemia de COVID-19 somada à depressão econômica já em curso.
Outros assuntos também se destacaram nesta semana.
Esta é apenas um episódio nesta verdadeira opera buffa protagonizada pelo governo, tendo como antagonistas o Congresso, o STF, os governadores, os prefeitos e os especialistas em saúde. O final dessa ópera, porém, pode fazer qualquer tragédia escrita por Verdi ou Wagner parecer uma comédia de Rossini, devido ao cenário assustador da pandemia de COVID-19 somada à depressão econômica já em curso.
Jair Bolsonaro escolheu Nelson Teich, mas ele não se adaptou às diretrizes do governo (Pedro Ladeira/Folhapress) |
Outros assuntos também se destacaram nesta semana.
Chamou a atenção o uso de nomes falsos por parte do presidente para divulgar os seus exames, que deram negativo para o coronavírus. Em dois dos três documentos, os outros dados estavam corretos. Críticos do presidente já falam até em falsidade ideológica, mas não se chega a tanto: parece que o presidente está só brincando com coisa séria, como se não estivéssemos numa situação onde ele não assume seu papel de líder, deixando um vácuo de poder preenchido pelos outros dois poderes, pelos governadores e pelos prefeitos.
Por falar nestes dois últimos, os contratos emergenciais feitos a mando deles em nome do combate à pandemia geram suspeita, porque muitos deles estão irregulares e servem de pretexto para desvios do NOSSO DINHEIRO, em troca da compra de respiradores e máscaras vindos da China, superfaturados e que não funcionam. As tungas são tão grandes que já se fala em "covidão", para fazer eco às torpes palavras "mensalão", "petrolão" e "quadrilhão". Não chega a ser um assalto sistemático, como os outros malfeitos na era petista, mas as acusações são graves. Isso será abordado melhor brevemente.
São estes agentes públicos que acabarão saindo impunes graças à MP 966/2010, emitida pelo presidente, na tentativa de regulamentar o combate à pandemia e tentar escapar das acusações de irresponsabilidade administrativa. Os envolvidos no "covidão" também escapariam, assim como os governantes tão criticados pelo Planalto, acusados de arruinarem a economia com suas medidas de isolamento.
Contra esses "impatriotas", o presidente exortou grandes empresários a "jogarem pesado" com eles durante uma live, porque é uma "guerra". Como se o confronto perpétuo entre autoridades eleitas pelo povo resolvesse algo, usando como soldados os responsáveis por uma parte do PIB nacional e dos empregos. Só uma parte, porque a maioria dos empregos nos setores de indústria e serviços é gerada por empresários menores, sem poder nem influência. Não há mocinhos nesta "guerra", e, como ninguém confessa interesses particulares e disposição de brigar querendo ter razão enquanto toma medidas que os desmentem de forma escandalosa, o vírus é o governante do Brasil de facto. Nem o general Braga Netto, da Casa Civil, e nem o general Mourão, vice-presidente, que fez um recente discurso em sintonia com o titular do cargo máximo do Brasil, mandam tanto como esse minúsculo tirano genocida.
E o ministro da Economia acabou de fazer um duro discurso, também acusando os governadores, a imprensa (a Geni deste governo) e os críticos de "fazerem discurso em cima de cadáveres", e cobrou maior sacrifício dos agentes públicos, inclusive policiais e médicos, dizendo: "Queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora, e não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra.". Alegou que o governo não tem recursos para dar aumento nenhum (na verdade, não consegue nem pagar o auxílio emergencial direito, enquanto golpistas e ladrões conseguem surrupiar parte dos recursos). Paulo Guedes estava com Braga Netto (Casa Civil), Luís Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Previdência) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), originalmente para comemorar os 500 dias de governo Bolsonaro.
Na próxima semana, este blog vai tentar diversificar os assuntos, porque não vale a pena tratar sobre o inimigo invisível neste espaço quando todos falam dele. Ainda há outros temas a serem explorados, dedicando apenas um artigo referente à praga, para falar sobre o tal "covidão".
São estes agentes públicos que acabarão saindo impunes graças à MP 966/2010, emitida pelo presidente, na tentativa de regulamentar o combate à pandemia e tentar escapar das acusações de irresponsabilidade administrativa. Os envolvidos no "covidão" também escapariam, assim como os governantes tão criticados pelo Planalto, acusados de arruinarem a economia com suas medidas de isolamento.
Contra esses "impatriotas", o presidente exortou grandes empresários a "jogarem pesado" com eles durante uma live, porque é uma "guerra". Como se o confronto perpétuo entre autoridades eleitas pelo povo resolvesse algo, usando como soldados os responsáveis por uma parte do PIB nacional e dos empregos. Só uma parte, porque a maioria dos empregos nos setores de indústria e serviços é gerada por empresários menores, sem poder nem influência. Não há mocinhos nesta "guerra", e, como ninguém confessa interesses particulares e disposição de brigar querendo ter razão enquanto toma medidas que os desmentem de forma escandalosa, o vírus é o governante do Brasil de facto. Nem o general Braga Netto, da Casa Civil, e nem o general Mourão, vice-presidente, que fez um recente discurso em sintonia com o titular do cargo máximo do Brasil, mandam tanto como esse minúsculo tirano genocida.
E o ministro da Economia acabou de fazer um duro discurso, também acusando os governadores, a imprensa (a Geni deste governo) e os críticos de "fazerem discurso em cima de cadáveres", e cobrou maior sacrifício dos agentes públicos, inclusive policiais e médicos, dizendo: "Queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora, e não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra.". Alegou que o governo não tem recursos para dar aumento nenhum (na verdade, não consegue nem pagar o auxílio emergencial direito, enquanto golpistas e ladrões conseguem surrupiar parte dos recursos). Paulo Guedes estava com Braga Netto (Casa Civil), Luís Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Previdência) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), originalmente para comemorar os 500 dias de governo Bolsonaro.
Na próxima semana, este blog vai tentar diversificar os assuntos, porque não vale a pena tratar sobre o inimigo invisível neste espaço quando todos falam dele. Ainda há outros temas a serem explorados, dedicando apenas um artigo referente à praga, para falar sobre o tal "covidão".
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