segunda-feira, 11 de maio de 2020

Anomia em tempos de COVID-19

Começa mais uma medida desesperada (e improvisada) do prefeito Bruno Covas, para tentar forçar o povo a cumprir o distanciamento social sem recorrer ao temido lockdown: o rodízio "dia sim, dia não", permitindo apenas a circulação de carros com placas ímpares para dias ímpares (como hoje), placas pares para dias pares (como amanhã), e assim por diante. Isso vale para toda a cidade, e não só para o centro expandido. 

Muitos não entenderam e donos de carros com placas pares continuaram a circular fora do centro expandido. Até aprenderem, muitas multas serão cobradas. 

Enquanto isso, a frota de ônibus cresceu de forma pífia, insuficiente para atender a demanda. Nada de fiscalização para proibir os ônibus lotados, um paraíso para o coronavírus. Outro absurdo do decreto é incluir motoristas de aplicativos no rodízio. 

Brasília também não ajuda em nada. Continua a querer mais confusão, colocando academias e salões de beleza entre os serviços essenciais. Boa parte dos governadores e prefeitos não obedecerá a isso. 

Notando o tamanho da barafunda causada pelos governos, caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro fizeram mais carretas. A de maior repercussão foi em São Paulo, onde eles ocuparam duas faixas da Av. Paulista, pedindo o fim da quarentena, do rodízio imposto na cidade, e o impeachment do governador João Doria. Tiveram a insolência de buzinarem perto do Hospital das Clínicas, e mostrarem caixões com os nomes do governador e do prefeito. Quinze foram multados por este ato. Depois, os manifestantes foram para a Marginal Tietê contribuir para provocarem congestionamento - coisa que ocorre mesmo na quarentena paulistana. 

Caminhoneiros se aproveitam da desídia das autoridades e fazem protestos contra a quarentena e o rodízio, desfilando com um caixão para afrontar o governador João Dória e o prefeito Bruno Covas (do canal "Brasil do Trecho", Youtube)

O poder público e os caminhoneiros, que acenam com uma possível greve, estão se lixando com a legislação e a população, que não consegue voltar a ter uma vida normal com a pandemia. E o Brasil continua a enterrar mortos pela COVID-19. 

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