sexta-feira, 31 de julho de 2020

Cogitações

Este blog cogita fazer algo semelhante a uma série de crônicas no estilo de Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta, autor de Febeapá (O Festival de Besteira que Assola o País), porque é incrível a capacidade dos cidadãos deste país de fazerem asneiras.

Essa capacidade parece ter aumentado bastante com a pandemia, somada com as paixões e crispações políticas em tempos de presidente chamado de "mito" pelos apoiadores e "minto" por quem tem saudades do Lula. Por isso, o Brasil é visto como uma Botocúndia qualquer e não como o grande país que ele é (e será maior, apesar de tudo). Temos desde ministros do STF fazendo, monocraticamente, o papel de "Juíz Dredd" (EU SOU A LEI !!!), até procuradores tratando a Lava Jato como se fossem Deus ou o diabo, enquanto ainda há muita gente graúda tentando escapar da Justiça.

Sem mais.


N. do A.: Juiz Dredd é o personagem dos quadrinhos que age também como júri, polícia e executor num futuro distópico.

Fim do Chaves no SBT?

Depois da Globo parar de passar novelas, por culpa da famigerada pandemia que insiste em permanecer no Brasil e matar mais de mil por dia, o SBT anunciou a não renovação do contrato para exibir os episódios do seriado Chaves.

O humorístico infantil era repetido até a exaustão, mas não deixava de fazer sucesso. As redes sociais estão cheias de postagens lamentando.

No lugar do seriado estrelado pelo falecido Roberto Bolaños, a emissora do Sílvio Santos vai exibir episódios de Patrulha Salvadora e The Big Bang Theory. Mas não se irritem, fâs do atrapalhado "menino" de rua que faz tudo "sem querer querendo", pois sempre há o recurso do Youtube para assistir os episódios.

Reação de muitos fãs com o fim da exibição de El Chavo del Ocho (Chaves) no SBT

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Sobre o novo "layout" do Blogger

Este blog utiliza as ferramentas do Blogger, que nesta semana mudou o layout para a visualização e geração de postagens. 

Isso não muda o formato para os leitores, mas obriga os responsáveis pelos espaços na Internet a se adaptarem com as modificações, principalmente quando precisam criar novas postagens. Antes havia um botão chamado "nova postagem", que se reduziu para um simples "+" no canto da tela, como acontece com certos programas, como o Dropbox. Outra mudança neste sentido é o uso dos marcadores. Antes, era necessário escrever uma palavra, completada pelo sistema se ela já foi usada como marcador. Agora, cada uma delas precisa ser adicionada preenchendo os quadradinhos ao lado de cada item. Quem usa muitos marcadores, vai ter mais trabalho se quiser empregar um deles no final da lista. 

É questão de costume, mas eu confesso não apreciar muito esta nova aparência. Parece que é chegado o momento de aprender web design e criar um layout personalizado, ou um site independente do Blogger. Mas isso não é prioridade no momento. 

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Vem aí uma nova cédula

O Banco Central vai lançar uma cédula com novo valor pela primeira vez em 18 anos. Séra o maior valor em circulação: 200 reais. 

Ou seja, três notas dessas equivalem ao auxílio emergencial. Cinco notas e mais uma de cinquenta reais valem mais que o salário mínimo. 

Escolheram o lobo-guará como animal para ilustrar a valiosa cédula. Ainda não há uma imagem oficial. 

O lobo-guará, animal símbolo de Brasília, vai estampar a nova cédula


Podemos imaginar qual o próximo espécime da nossa fauna a ser escolhido, para uma possível nota de 500 reais, caso a inflação aumentar ou por critério da equipe econômica (ou do presidente). Podemos já descartar a ema, a maior ave da nossa fauna que virou sinônimo de "esquerdista" ao bicar a mão da nossa autoridade máxima.

Tamanduá, o animal que já fica com a boca cheia de formigas
Sabiá-laranjeira, para homenagear o dinheiro na mão do brasileiro, pois voa rápido

Anta, para representar o povo que acredita em políticos

Carcará, o que pega, mata e come; impiedoso como a bandidagem

Piranha, cuja voracidade é igual ao de alguns políticos ávidos por dinheiro

Canarinho Pistola, veste camisa amarela e mal humorado como muitos bolsonaristas que não aguentam conviver com a "esquerdalha" (ou seja, todos os não-bolsonaristas)

O presidente Bolsonaro, que não é nenhum animal irracional, embora muitos duvidem disso

terça-feira, 28 de julho de 2020

Eufemismos e disfemismos de uma certa palavra

Em tempos de pandemia, é comum falar de uma certa palavra desagradável. Um verbo intransitivo, para ser mais específico: 

MORRER

É este fenômeno do qual ninguém escapa, mas poucos querem que ela aconteça, sobretudo pela ação do coronavirus. Poucos querem, é verdade, mas não muito mais acham que irão pegar a doença e...

... expirar
... partir
... ir-se
... dormir o sono eterno
... adormecer com seus pais (Bíblia)
... deixar os entes queridos
... dar seu último suspiro
... entregar a alma a Deus
... passar dessa para melhor
... vestir o paletó de madeira
... abotoar o paletó
... esticar as canelas
... visitar os campos santos (Machado de Assis)
... ao firmamento voar (Álvares de Azevedo)
... desencarnar
... visitar os antepassados
... etc.

ou então

... sucumbir
... perecer
... desviver
... apodrecer
... se foder
... ir para o cemitério
... retornar ao pó (Bíblia)
... ir para sete palmos debaixo da terra
... ser comida dos vermes
... virar presunto
... virar defunto
... ficar no bico do corvo
... passar desta para pior
... peidar pra muzenga (Alborghetti)
... sentar no colo do capeta (idem)
... mijar pelo dedão do pé (idem)
... etc

Os primeiros termos são chamados de eufemismos, uma figura de linguagem para suavizar um termo. Os últimos são os disfemismos, quando a intenção é usar termos mais duros ou sarcásticos. 

Vamos nos cuidar e evitar as formas de contágio do coronavírus, para nunca "dormir o sono eterno" ou "virar defunto" por causa de uma minúscula praga.



N. do A.: \Na live de ontem, o procurador-geral da República Augusto Aras condenou o que ele enxerga como "ações ocultas" da Lava Jato e fez críticas aos acólitos da operação. Aras defendeu a revisão dos procedimentos, o que, para os lavajatistas mais exaltados, seria decretar a "certa palavra" a que esta postagem se refere. 

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Presidente denunciado em Haia

Este blog pretendia dedicar a semana a abordar assuntos fora da política, mas não pode deixar de registrar a denúncia feita por dezenas de instituições, como o sindicato de profissionais de saúde UNI Américas, contra o presidente Jair Bolsonaro. 

Não bastasse ser um dos poucos governantes a terem a COVID-19, da qual se recuperou aparentemente, ele também é um dos raros chefes de Estado a serem alvo de investigação do Tribunal Internacional de Haia, para o qual muitos recorrem em caso de denúncias de genocídio e crimes contra a humanidade. Na verdade, foi devido à sua omissão diante da pandemia, dizendo que nada pode fazer pois governadores e prefeitos decidem como enfrentar este problema gigantesco - e também fracassaram, conforme os números de casos e mortes no país. 

O Palácio da Paz de Haia, Países Baixos, onde o Tribunal Internacional está instalado (Divulgação)

Na prática, no que isso vai dar? Muito provavelmente em nada.

O tribunal analisa centenas de processos, e para o julgamento ser levado adiante a acusação deve estar de acordo com a tipificação. Condenações por genocídio são raras, pois na maior parte das vezes o acusado não se encaixa na figura de alguém que persegue sistematicamente etnias ou grupos. O mesmo acontece para o caso dos crimes contra a humanidade, que incluem escravidão, tortura, deportações, estupros e outros delitos apoiados oficialmente. Os processos não podem entrar em choque com as legislações locais, e portanto há mais chance das Cortes Supremas dos países conseguirem algo do que entidades não ligadas ao meio jurídico. 

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Respostas cretinas para perguntas imbecis (De novo??? Não é possível!!)

Pergunta: 

O ministro do STF Alexandre de Moraes vai acabar com a farra dos bolsonaristas que divulgam fake news com a decisão de bloquear as contas deles no Twitter?


Respostas: 

a) Lógico! Esses bolsominions só mentem! Por isso que o Bozo ganhou a eleição!

b) STF ditador! Cadeia neles!

c) Fake news é o que escreve a imprensa podre!

d) Eu adoro esse cara! Ele é o Lex Luthor do bem! Agora só vamos ter verdade nas redes sociais! Ebaaaa!

e) Tudo é fake news. Tudo é mentira! A COVID-19 é uma mentira! 

f) O Brasil é uma mentira! Você é uma mentira! Eu sou uma mentira! 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Quem sabe os nomes dos pré-candidatos à prefeitura?

Por causa do coronavírus, as eleições municipais foram seriamente afetadas. 

No último dia primeiro, o Congresso aprovou uma PEC que adiou os pleitos para 15 e 29 de novembro. As convenções partidárias ficaram adiadas para o fim de agosto. Registros de candidaturas serão aceitos até o dia 26 de setembro. 

Eventos que geram aglomerações, como comícios, foram proibidos. Isso pode dificultar a ação dos candidatos, sobretudo aqueles mais chegados às práticas populistas, muito em voga no nosso século. 

Enquanto isso, quase ninguém sabe quem pretende concorrer à Prefeitura de São Paulo. Celso Russomanno (Republicanos) é um deles, assim como o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), e o psolista Guilherme Boulos. O ex-vice-governador Márcio França (PSB) também concorre, junto com Arthur do Val, o "Mamãe Falei" (Patriota), Joice Hasselmann (PSL) e Jilmar Tatto (PT).

Celso Russomanno, Guilherme Boulos, Arthur do Val e Joice Hasselmann, da esquerda para a direita, querem disputar a prefeitura de São Paulo, ocupada por Bruno Covas (Reprodução)

Além da COVID-19, outro fator de desinteresse do povo é o descrédito pela política - ainda infestada de motivos para a execração graças às denúncias de roubalheira contra NOSSO DINHEIRO, como as feitas contra o senador José Serra e o empresário Júnior, da empresa Qualicorp, acusada de pagar propina ao "tucano" durante a campanha eleitoral de 2014.


N. do A.: O presidente Jair Bolsonaro, ainda parasitado pelo coronavírus, fez uma live onde lamenta o isolamento e diz temer pelo Brasil, aludindo ao risco de aumentar a pobreza e a busca por soluções simples para problemas complexos, como o socialismo. Ele teria ainda desobedecido novamente às normas sanitárias ao passear de moto sem máscaras em Brasília. 

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Voltou o futebol em São Paulo e no Rio Grande do Sul

A epidemia de COVID-19 não se dissipou. Pior, está no chamado "platô", onde o número de mortes e casos fica estacionado em um patamar aterrorizante. É possível que isso melhore em uma semana, ou duas. 

Por outro lado, o futebol não pôde esperar. Os campeonatos regionais foram interrompidos, e cancelá-los representaria prejuízo ainda maior. Por isso, foram tomadas medidas para minimizar o recrudescimento da pandemia, como os portões fechados e o monitoramento dos atletas e dos técnicos. 

Dessa forma, o Paulistão voltou com o clássico "dérbi paulista", e o gol isolado do zagueiro Gil, com atuação decisiva de Cássio, ao anular pelo menos três ataques alviverdes. O Palmeiras ainda mostra não estar recuperado da perda de Dudu, o principal jogador do time, que praticamente fugiu do país para não enfrentar um processo por supostos maus tratos à ex-mulher.

No Rio Grande do Sul, houve um meio para "driblar" a falta de público, colocando imagens de torcedores e cinco telões, no clássico Grenal, com um único gol de Jean Pyerre cobrando falta. Everton Cebolinha, o astro do tricolor gaúcho, perdeu um pênalti. 

terça-feira, 21 de julho de 2020

Mistério na Austrália

Enquanto por aqui o governo faz mistério sobre a implementação ou não do imposto sobre as transações eletrônicas, como parte da reforma tributária enviada ao Congresso hoje, na Austrália existe outro fato intrigante, embora não tão importante para o destino dos cidadãos. 

Um BMW cinza foi abandonado no estacionamento do aeroporto de Adelaide e, segundo um dos funcionários do lugar, Steven Spry, o veículo de luxo estaria desde fevereiro, e desde então ninguém reclamou a sua posse, nem foi ao local para resgatá-lo. 

O que mais intriga é a placa do carrão: 

(Divulgação)

Sabe-se que a pandemia foi chamada assim em fevereiro, pela OMS. O mesmo funcionário, segundo o Daily Mail, disse que talvez o carro estivesse lá antes, quando nem se cogitava a implantação da quarentena na Austrália. 

Quem seria o dono dessa preciosidade? A identificação da placa seria uma mera coincidência? Quais os motivos para deixar largado um BMW?

Existem algumas especulações, como o dono ser de outro país, ou o carro ter sido roubado e abandonado no lugar onde se encontra. Muitos podem imaginar se toda essa história é um hoax, ou seja, ter sido inventada. 

Tentar decifrar o mistério seria um passatempo para quem quiser bancar o Sherlock Holmes. Se o ilustre detetive inglês fosse da nossa época, talvez iria se ocupar com coisas mais sérias, como a origem da pandemia em Wuhan. 

segunda-feira, 20 de julho de 2020

O efeito Dunning-Kruger

Existe um curioso comportamento humano estudado por Justin Kruger e David Dunning, psicólogos da Cornell University. Segundo eles, há uma tendência a superestimar o próprio conhecimento, o que pode levar a resultados desastrosos. 

A dupla realizou testes com alunos, de gramática e matemática. No primeiro teste, muitos superestimavam o próprio conhecimento, e foram mal. Depois de um período de treinamento, durante o qual eles adquiriram maior conhecimento, houve um efeito contrário: as pessoas acharam que sabiam menos. Com mais experiência, porém, eles passaram a ter mais confiança, embora não chegassem a ter a mesma presunção de antes. 

Esse efeito pode ser descrito na imagem abaixo: 

Gráfico do conhecimento em função da confiança, segundo o estudo Dunning-Kruger, explicado de maneira humorística (Reddit - r/Brasil)


Dessa forma, eles conseguiram colocar mais fundamentação à tendência de se achar mais habilidoso e capaz do que os outros, questionando inclusive quem realmente tem mais conhecimento. Acabam utilizando argumentos questionáveis, e muitas vezes rebatem os interlocutores de forma inadequada. 

Por outro lado, quem tem um pouco mais de conhecimento de determinado assunto tende a ser mais cauteloso, muitas vezes desanimando quando a temática estudada é mais complexa do que lhe parece. Vencida esta etapa, quem se dedica a estudar e praticar acaba acumulando ao mesmo tempo experiência e confiança. 

Nem todos possuem interesse em se aprofundarem, contentando-se com o pouco que sabem. É o que acontece em vários aspectos do cotidiano, inclusive na atual epidemia. Pessoas não especializadas em infectologia utilizam seu escasso conhecimento para questionarem as autoridades sanitárias ou sustentarem opiniões equivocadas, a favor ou contra o isolamento social e o tratamento da doença enquanto não há a vacina. 

Por isso surgem comportamentos lamentáveis, como o do desembargador que humilhou um guarda civil em Santos, para não usar máscara, chegando até a falar em francês ("Vouz parlez français, monsieur?"), parecendo encarnar o personagem Jourdain da peça Le Bourgeois Gentilhomme (O Burguês Fidalgo), de Molière, o consagrado dramaturgo do século XVII, exibindo toda a sua pretensa "superioridade".

O efeito Dunning-Kruger também ajuda a compreender por que o Brasil está com 80 mil óbitos, enquanto muita gente, ignorando os riscos, sai em máscara e se aglomera, correndo o risco de contrair o coronavírus. Por outro lado, outros se apressam em lançar teorias sobre o futuro da humanidade após a pandemia, falando em tiranias, ou na "Nova Ordem Mundial", ou em uma espécie de paraíso terrestre, usando menos o que sabem sobre a dinâmica da pandemia e mais em conhecimentos, mais ou menos digeridos, sobre ideologias e políticas. 


N. do A.: A maior candidata à vacina, produzida em Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, obteve resultados promissores, segundo os testes, de acordo com a revista The Lancet. A aplicação da vacina conseguiu induzir os pacientes a desenvolverem certa imunidade, produzindo anticorpos e maior quantidade de linfócitos T, responsáveis pelo combate aos parasitas. 

sexta-feira, 17 de julho de 2020

Bovespa acima dos 100 mil pontos

Aparentemente, os investidores perderam o medo de depositar seu dinheiro no Brasil, e isso tem suas razões: a reforma tributária está avançando (lentamente) no Congresso e a epidemia de coronavírus parou de piorar, chegando a um platô de casos e de mortes. 

No mundo, existe a constatação segundo a qual a pandemia não foi tão atroz a ponto de causar danos irreversíveis às economias, embora eles sejam grandes e requeiram altos investimentos para fazer os empregos voltarem. Setores industriais, como os de alta tecnologia, muitos deles na Ásia, onde a epidemia não foi tão severa, estão voltando a produzir. 

Isto explica, em parte, por que a Bovespa está atingindo mais de 100.000 pontos, retomando uma trajetória interrompida logo após o carnaval, quando houve um dos maiores tombos da História recente. 

Entretanto, o cenário ainda é incerto. Já se fala numa "guerra fria" entre os Estados Unidos, a China e a Rússia, com tensões militares e acusações de espionagem e uso de hackers. O cenário político e econômico no Brasil ainda é ruim, e a ligeira melhora em indicadores sociais, como o analfabetismo, pode estar comprometida pela ação do coronavírus. E, a médio prazo, a economia brasileira irá sofrer severamente pelas deficiências educacionais causadas pela pandemia, que levou à paralisação das escolas e universidades. 

Esta situação de aparente otimismo, portanto, tem forte tendência a não durar muito. Neste caso, informação, senso de oportunidade, busca por conhecimento, aprimoramento individual, inteligência emocional (inclui aí a empatia e a capacidade de cooperar e solidarizar-se) e resiliência podem ser úteis. 


N. do A.: A situação econômica do Brasil pode não ser tão ruim, mas a política do Brasil ainda está bem longe do aceitável. O PSDB está se corroendo graças às denúncias contra o ex-governador Geraldo Alckmin, por obtenção de recursos ilegais da Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014; não estão incluídas aí as acusações referentes à "máfia da merenda" e os superfaturamentos nas obras do Metrô e do Rodoanel. 

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Pequeno herói recebe homenagem dos "Vingadores"

Em Wyoming, nos Estados Unidos, um acidente potencialmente terrível acabou da melhor maneira possível. Dois irmãos pequenos foram brincar na casa de um amiguinho quando foram atacados pelo cão, um pastor alemão. Bridget Walker, de apenas 6 anos, foi proteger a irmã mais nova, de 4, e acabou sendo mordido, levando 90 pontos no rosto. 

Ele ainda teve forças para afastar a menina do perigo, e a tia, Nicole, escreveu no Instagram para relatar o acidente, que aconteceu no inicio do mês. 

Atores como Mark Ruffalo, o "Hulk" do filme dos Vingadores, Tom Holland, o "Homem Aranha", Chris Evans, o "Capitão América", e Hugh Jackman, o "Wolverine", ficaram sabendo. Ruffalo disse que o garotinho era "mais homem do que muitos (marmanjos)", e Evans prometeu arranjar uma réplica do escudo do Capitão América. 

Outros astros de Hollywood, como Anne Hathaway, Brie Larson e Vanessa Morgan, também se comoveram com a história. 

O pequeno Bridget agora está bem melhor, mas ele ficou bastante machucado por causa das mordidas (Instagram/nicolenoelwalker)

quarta-feira, 15 de julho de 2020

Coisas bizarras no Covidistão

1. Houve jogo da final do Campeonato Carioca, vencido pelo Flamengo (o que parece lógico num esporte onde a lógica não costuma funcionar), TRANSMITIDO PELO SBT. O rubro-negro venceu as duas partidas contra o Fluminense por 2 a 1 e 1 a 0, e a última delas terminou agora. 

2. Continuam as agressões a motoristas porque eles obrigaram gente sem máscara a usá-la. 

3. Ainda há gente que defende aquele policial responsável por pisar no pescoço de uma comerciante em Parelheiros?

4. E gente que comemorou o assassinato brutal dos pais de um deputado do Maranhão?

5. E gente que ainda considera o coronavírus uma farsa, enquanto o presidente está parasitado pela criatura?

6. E gente que ainda pensa no Carnaval de 2021, querendo a folia mesmo se a pandemia continuar?

7. E gente que acredita no "poder" do "cancelamento" como reação às opiniões contrárias nas mídias?

8. Só agora o frio chegou no Sul do Brasil?

terça-feira, 14 de julho de 2020

Tensão institucional e liberdade de opinião

As desavenças entre o ministro Gilmar Mendes e os militares são mais um motivo para preocupação em torno da nossa frágil democracia. 

Serve para se pensar: até que ponto um ministro do STF pode ir ao exercer a liberdade de opinião, utilizando palavras fortes e agressivas contra a atuação do Exército em uma pasta estranha às suas atribuições constitucionais, ou seja, a defesa da Pátria e a manutenção da lei e da ordem por determinação de um dos Poderes? 

Gilmar Mendes criticou duramente a presença de militares no Ministério da Saúde e recebeu resposta à altura vinda do vice-presidente Hamílton Mourão e dos generais (Carlos Moura/STF) 

O termo "genocídio" foi usado de forma infeliz pelo ministro, que nunca foi bem visto pelos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, mas ele tocou num ponto sensível do governo, acusado de fazer a pior gestão possível na área da Saúde e manter um general da ativa como ministro interino da Saúde, algo nunca visto nos últimos anos, nem no regime militar, enquanto a pandemia destrói vidas e requer a ação de profissionais da saúde treinados e dedicados, e não de soldados acostumados a combaterem inimigos com canhões, fuzis e metralhadoras e não com remédios (incluindo a polêmica hidroxicloroquina, da qual o presidente, ainda parasitado pela COVID-19, faz loas, apesar de ainda haver muita discussão, nem sempre baseada em fundamentos científicos, a respeito de sua eficácia). 

Acionaram até a Lei de Segurança Nacional, o Código Penal Militar (usado exclusivamente contra militares, em países com maior apego às instituições democráticas) e a Procuradoria Geral da República para mostrarem sua fúria por serem acusados de suposto "genocídio". E isso contra uma das mais altas autoridades do Poder Judiciário. Ambos os envolvidos são chamados por termos ainda mais pesados e indecorosos, e se os excelentíssimos senhores lançarem mão de recursos semelhantes contra os críticos, este país seria uma tirania sufocante. 

Gilmar Mendes se explicou em termos menos contundentes e mais adequados, mas continuou a falar sobre a falta de um titular para a pasta da Saúde, enquanto a COVID-19 afeta os brasileiros, inclusive os índios, mortos sem assistência adequada e cuja população está em declínio, motivo pelo qual se usa o termo falado pelo magistrado do STF entre os críticos do governo, ambientalistas e militantes. Enquanto isso, a PGR analisa o assunto e há movimentos nos bastidores para amenizar mais este mal estar. 

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Notícias boas vindas do governo? Existe uma

O governo Bolsonaro é conhecido por ser fonte de dores de cabeça para quem espera alguma concessão aos auto-intitulados "defensores de causas", tanto os frequentemente acusados, pelos apoiadores do presidente, de serem "esquerdistas" e "comunistas", quanto os mais moderados, que ficam mais longe das paixões políticas e mais perto da ciência e da urbanidade, sendo, por sua vez, taxados de "tucanos" e "progressistas". 

Há uma verdadeira torrente de notícias envolvendo a prisão domiciliar do Fabrício Queiroz, os desmatamentos ilegais, a indiferença para com os indígenas expostos à violência e à COVID-19, a aparente despreocupação de Bolsonaro com a pandemia até mesmo pessoalmente (pois ele ainda é uma das vítimas do parasita), a verdadeira propaganda oficial a favor da hidroxicloroquina e as relações desarmônicas do governo com o Congresso e o STF. 

Por outro lado, existe uma boa notícia: a gasolina vai melhorar de qualidade. Foram determinados níveis mínimos de densidade, massa específica e octanagem (RON - Research Octane Number - número de octanas pesquisa, índice adotado na Europa). Para este último parâmetro, que avalia a resistência da mistura ar-combustível à compressão antes de haver a detonação (ou "batida de pino"), a gasolina só pode ter um valor superior a 92 RON, a partir de 3 de agosto. Em janeiro de 2022, o valor mínimo passará para 93. Para isso, a Petrobras vai melhorar a capacidade do refino e deixar de importar gasolinas mais leves e de procedência inferior. 

No Brasil, ainda temos combustível de baixa qualidade, com perigo de haver o fenômeno da detonação nos cilindros do motor, condição perigosa para a durabilidade do mesmo (do site Flatout). 
A gasolina premium só poderá ser considerada digna deste título se tiver uma octanagem superior a 97 RON. 

Isto representará maior rendimento dos motores, menor consumo de combustível, menos resíduos e poluição. Na teoria, porque na prática tudo depende de uma adequada fiscalização para coibir a venda de combustível adulterado, um dos problemas mais frequentes para os donos de veículos, mas pelo menos a adulteração, usando materiais nocivos como o aguarrás e a benzina, será mais difícil e custosa. 

Muitos podem temer por um aumento de preço, mas o valor do combustível nas refinarias só representa 28% do custo total - o resto são, principalmente, impostos (PIS, COFINS, CIDE, ICMS), havendo também certa margem de lucro adotada por cada posto. 


N. do A.: O método RON é o mais adotado porque avalia o menor risco de detonação em baixa rotação (até 3.000 rpm), reproduzindo o funcionamento mais comum. Existe ainda o método MON (Motor Octane Number), para motores que trabalham em alta rotação (até 6.000 rpm), como os de carros esportivos. 

sexta-feira, 10 de julho de 2020

Edmar Santos pode arruinar Witzel

Investigado por fraude nos contratos de compra dos respiradores, o ex-secretário da Saúde do Rio de Janeiro Edmar Santos foi preso na Operação Mercadores do Caos, da Polícia Federal. 

Edmar Santos foi preso preventivamente a mando do Ministério Público do Rio, após colaboradores sofrerem o mesmo tratamento por suspeitas de desviarem recursos para o combate à COVID-19 no Estado (R7)

Em uma de suas propriedades na cidade de Itaipava, encontraram cerca de R$ 6 milhões em espécie, episódio semelhante ao caso do ex-ministro de Lula e Temer, Geddel Vieira Lima, atualmente preso (e contaminado pela COVID-19), mas em escala menor. 

Os R$ 6 milhões encontrados em propriedade do ex-secretário do governo do Rio Edmar Santos (Reprodução/MP-RJ)

Santos disse "não saber de nada" dos desvios de verbas, e ainda não explicou sobre como o dinheiro foi parar em sua propriedade. 

Wilson Witzel, o governador do Rio, chegou a tentar o foro privilegiado para proteger seu ex-secretário, mas isso poderá comprometer sua imagem já seriamente desgastada pelas denúncias de má administração. Ele está enfrentando um processo de impeachment aberto pela Assembléia Legislativa (Alerj), e seu nome está cada vez mais associado à rapinagem contra NOSSO DINHEIRO, desviando preciosos recursos para o combate à pandemia - o chamado "Covidão". 


N. do A.: Finalmente foi anunciado o nome do ministro da Educação: Mílton Ribeiro, professor do Mackensie. formado em teologia e em direito, com doutorado em Educação pela USP; ele é pastor da Igreja Presbiteriana, ex-membro da Santa Casa de Santos e integrou o Conselho de Ética Pública. O presidente Jair Bolsonaro, ao anunciá-lo como chefe do MEC, disse que queria ter alguém com capacidade para o diálogo. Ribeiro defendeu um grande "pacto nacional" para a melhoria da qualidade de ensino, atualmente abaixo de qualquer crítica. Como presbiteriano e especialista no Antigo Testamento, defende o modo tradicional de educação, com base no rigor e na disciplina, algo mal visto pelos defensores das tendências mais contemporâneas de pedagogia. Isso começa a ficar bastante explorado por setores da mídia, em detrimento das suas credenciais e propostas para assumir uma pasta tão problemática e, ao mesmo tempo, tão fundamental para o Brasil. 

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Mais um celular na "prole" da Samsung

O autor deste blog estava pensando em postar sobre mais um artigo da série "Mondo Cane", mesclado com o "Mondo Brasile", para abordar os dois casos envolvendo criadores de serpentes peçonhentas, um em Mogi das Cruzes, onde o sujeito foi preso por criar duas cascavéis e uma urutu, e outro em Brasília, onde um estudante foi picado por uma naja de estimação. 

Outra alternativa seria abordar as decepções de muita gente com a nossa Justiça, que mandou Fabrício Queiroz para cumprir prisão domiciliar, e a decisão do presidente do STF em obrigar a Lava Jato a fornecer documentos para a PGR, acusada de querer "quebrar a espinha" da operação, para o aparente júbilo dos corruptos. 

Pensando melhor, chega de assuntos deprimentes. Outro assunto intrigante, porém longe de ser horrível, é a incrível disposição da Samsung de lançar celulares. 

Isso já foi abordado meses atrás, em abril, quando por aqui se expôs a situação da Motorola e seu principal produto, o Moto G. A empresa que já foi americana e agora é subsidiária da chinesa Lenovo é acusada de "samsunguização" por lançar tantos modelos, em tempos recentes.

Agora, a empresa coreana, motivo de piada entre os entusiastas de tecnologia por praticamente "desovar" aparelhos no mercado, alguns deles a preços abusivos, prática agravada nestes tempos de pandemia e balbúrdia econômica, lança mais um modelo, o Samsung Galaxy M31. Seria mais um entre as dezenas, talvez centenas de modelos intermediários, entre R$ 1.200,00 e R$ 2.000,00, se não fosse a bateria de 6.000 mAh. Um verdadeiro atrativo para aqueles que odeiam ficar carregando seus telefones com "mil e uma utilidades" (até telefonar).

Para situar este aparelho no portfólio da líder no mercado de smartphones no Brasil, é preciso entender melhor a sopa de letras. Os modelos "M" são os herdeiros da antiga linha "J" de aparelhos básicos e intermediários, conhecidos como budget. Havia os M10, M20 e M30, atualmente fora de produção. Ainda há a linha "A", verdadeiro balaio de gatos, ou melhor, de gadgets, misturando maquininhas de baixo custo como o A01, o A10 e o A10s, até produtos quase premium como o enorme e caro A71. Grosso modo, quanto maior a numeração, tanto nas linhas "M" quanto na "A", mais caro e melhor ele é, pelo menos no Brasil. Isso sem falar nas séries dos chamados flagships (celulares sofisticados), a "S" e a "Note", onde se pode encontrar verdadeiras maravilhas tecnológicas, mas bastante inacessíveis para o bolso dos brasileiros. Por aqui temos a linha S20 e o Note 10, com nomenclatura menos confusa e relativamente "poucas" versões.

Os "A" e "M" são aproximadamente equivalentes, e a maior diferença é a disponibilidade apenas on-line dessa última série, mas o M31 parece não ter nada a ver com o A31, sendo mais parecido com o A51, usando mesmo processador (o Exynos 9611) e aquele monte de câmeras que as fabricantes adoram enfiar nos últimos anos. A câmera principal de 64 megapixels, a memória de 6 Gb e o espaço interno de 128 Gb foram herdados do A71. Ou seja, este aparelho, pelo menos, está bem longe de ser ruim, destacando-se entre as dezenas de modelos da faixa média já lançadas pela Samsung.

O Samsung Galaxy M31 foi lançado nesta semana, sendo mais um para lotar o mercado de celulares da marca no Brasil (Divulgação)

quarta-feira, 8 de julho de 2020

Repetindo o bordão dos últimos anos

É aquele mesmo, desde o fatídico dia, conhecido como o 8/7 neste blog em alusão ao 11/9 dos americanos (a data do ataque da al-Qaeda às Torres Gêmeas): 

7 A 1 FOI POUCO !

Agora vivemos catástrofes piores, como a COVID-19 causada pelo coronavírus, a depressão econômica, o recorde em desmatamentos ilegais, a corrupção gigantesca e ainda não devidamente controlada. Conseguimos a proeza de piorar ainda mais a situação educacional do país, e de sermos governados por um dos poucos líderes de nações a estar com a COVID-19. 

A pandemia conseguiu paralisar o futebol, aliás, mas muitos nem parecem preocupados com isso, devido à deterioração política causada pela roubalheira sistêmica e outros males do governo petista, causando a Operação Lava Jato, o recrudescimento dos conflitos ideológicos e a vitória de Jair Bolsonaro. 

No meio futebolístico, só há emoção quando se fala nos clubes, principalmente o Flamengo e os europeus. Mesmo assim, eles não são unanimidade. O rubro-negro é elogiado pelos resultados obtidos em 2019, sendo campeão brasileiro e da Libertadores, mas a gestão, excelente no retorno financeiro, se mostrou hedionda na administração do incêndio que matou boa parte da base do clube no "Ninho do Urubu", e na condução da volta do futebol com a pandemia ainda em curso. Os bilionários clubes europeus nem sempre conseguem bons resultados, principalmente os "novos ricos" como o Manchester City e o PSG, regados a petrodólares vindos de magnatas vivendo em países islâmicos. Até mesmo clubes mais tradicionais não livram os torcedores de presenciarem vexames e atuações pífias. 

Mas, e a Seleção Canarinho de futebol, vítima imediata daquele placar ridículo há seis anos atrás, durante a "Copa da Vergonha"?

Ela não melhorou sua imagem e chegou até a piorar com os escândalos envolvendo a corrupção na CBF e os fracassos nos torneios (Copa América 2015 e 2016, Copa do Mundo de 2018), algo não compensado pela conquista da Copa América em 2019. Tivemos, após a demissão de Luiz Felipe Scolari, um dos principais culpados pelo vexame, os comandos irregulares de Dunga e Tite, que não poderiam mesmo resgatar a imagem da equipe, cuja camisa amarela é lembrada mais para ser usada em manifestações ocasionais, agora problemáticas devido ao risco do coronavírus. 

O Brasil deixou de ser a chamada "pátria de chuteiras" e sua equipe nacional de futebol já não inspirava tanto temor desde o fracasso dos veteranos Ronaldo, Ronaldinho, Cafu e Roberto Carlos na Copa de 2006, jogada na Alemanha (sim, aquele país!). Com a substituição destes por novos jogadores, sem o mesmo talento, e isso incluindo o astro Neymar, houve retrocesso, enquanto outras equipes evoluíam. E a dignidade se perdeu de vez com o 8/7, talvez para não mais voltar. 

Só realimentamos a velha "síndrome de vira-lata", termo usado por Nelson Rodrigues, popular quando o Brasil perdeu sua primeira Copa em solo pátrio (1950) e Martha Rocha (*) ficou sem o título de Miss Universo (1954). Mas, naqueles tempos, não havia nem coronavírus, nem preocupação com a roubalheira e nem temor por um futuro sombrio. 


(*) N. do A.: Há pouco tempo, estamos sem a eterna Miss Brasil, Martha Rocha, morta no início deste mês aos 83 anos. 

terça-feira, 7 de julho de 2020

O vírus controla o Brasil

Estava pensando em dar continuidade a um artigo da série "Todos contra o vírus", apesar de haver uma torrente de comportamentos erráticos que dificultam o controle da COVID-19. 

Pois bem, o presidente Jair Bolsonaro tanto se expôs em seus frequentes encontros com correligionários e aliados que ele acabou conseguindo contrair o vírus. O presidente revelou sua condição em entrevista coletiva, mostrando os resultados do exame. 

Bolsonaro ganhou o privilégio de ser um dos poucos chefes de governo a se contaminarem com o coronavírus! (Divulgação)


Não há garantias para fazer o pessoal parar de adotar comportamentos de risco, mesmo porque há casos como o da engenheira que afrontou um fiscal da Vigilância Sanitária no Rio de Janeiro ao ser abordada sem máscara, insinuando ser melhor do que os outros porque ela e o marido, também sem máscara e brigando com o agente de saúde, se formaram. Só conseguiu provar o contrário, e a situação dela piorou ao ser demitida pela empresa Taesa. 

A confusão só piora porque as autoridades do Brasil estão atarantadas, explicitando o seu fracasso. E eles não estão sozinhos. Até os representantes da OMS escancaram sua falta de conhecimento sobre o inimigo invisível, ao insistirem em considerar os objetos mais perigosos para o contágio do que o ar circulante. Artigos científicos refutam essa hipótese e falam nos perigos de ambientes fechados, principalmente onde há circulação forçada do ar, levando o vírus a se propagar e infectar os ocupantes. Isso reforça o menor perigo dos ambientes abertos.

O desconhecimento, a falta de rumo de nossos representantes públicos, a ausência de seriedade nas discussões sobre a pandemia entre os "çabiuz" formadores de opinião, e a predisposição de muitos brasileiros em fugirem do distanciamento social por não suportarem a longa e até agora perdida luta contra o coronavírus, deram ao vírus mais poder para dirigir o futuro do Brasil do que o próprio presidente da República, agora mais uma vítima da ação dos microscópicos tiranos. 


N. do A. 1: As próximas postagens abordarão temas mais diversos, porque a finalidade do blog não é a divulgação de algo do tipo "Plantão da Globo" para reproduzir más notícias de grande repercussão, como hoje, ou a morte de alguém famoso, como ontem.

N. do A. 2: Ainda não temos ministro da Educação!

segunda-feira, 6 de julho de 2020

Ennio Morricone (1928-2020)

Ennio Morricone foi um dos representantes de uma era onde os filmes, para serem relevantes, precisam de uma trilha sonora à altura. 

Este italiano, apesar de raramente ter visitado os Estados Unidos, musicou muitos trabalhos de Hollywood, como Os Intocáveis, Bastardos Inglórios, Django Livre e o recente Os Oito Odiados, único trabalho que lhe valeu o Oscar, em 2016, além de um prêmio honorário da Academia para reparar décadas de injustiça. Também dedicou o início da sua carreira a homenagear o Velho Oeste americano, nos western spaghetti de Sérgio Leone, como Um Punhado de Dólares e Três Homens em Conflito (cujo título em inglês é bem mais interessante e condizente com o original em italiano: The Good, the Bad and the Ugly). Neste último filme, houve a trilha sonora que virou sinônimo dos filmes do tipo "bangue bangue à italiana". 

Morricone foi muito aclamado na Europa, recebendo vários prêmios por musicar obras primas do cinema europeu, como Cinema Paradiso (1988), de Giuseppe Tornatore. 

Ennio Morricone partiu deste mundo infeliz (Reprodução/Facebook - conta do autor)

Quis o destino que a COVID-19 não o afetasse, e sim uma prosaica queda que lhe fraturou o fêmur e causou complicações que logo o matariam numa clínica em Roma. Ele ainda teria tempo de escrever um obituário enquanto estava internado (clique AQUI). Mas sua fama vai perdurar no futuro. Sua conta no Youtube tem o acervo de suas músicas, que podem ficar disponíveis enquanto seus familiares permitirem. 


sábado, 4 de julho de 2020

Novo ministro da Educação ainda não está definido

Este blog ficou esperando a confirmação de Ricardo Feder como novo ministro da Educação, mas isso ainda não houve. 

A mídia já explora o passado do ex-executivo da Multilaser - empresa de eletrônicos de baixo custo e, ultimamente, smartphones - e autor do livro Carregando o elefante, criticando o gigantismo estatal brasileiro, sendo ele bastante habilidoso em gestão, mas com conhecimento acadêmico duvidoso, a não ser uma relativamente curta passagem pela Secretaria de Educação e Esporte do governo paranaense, cargo ainda ocupado por ele, enquanto não há a nomeação oficial para o ministério. 

Renato Feder irá ser o quarto ministro da Educação do governo Bolsonaro? (Danilo Verpa/Folhapress, pelo canal R7)

Muito de desabonador foi exposto pela imprensa em termos de educação, como a defesa da privatização total do ensino e a contratação sem licitação de uma filiada da TV Record para ministrar video-aulas durante sua gestão no Paraná. Entretanto, ele foi professor de Matemática e lecionou no EJA (Educação de Jovens e Adultos), e seu currículo não foi posto em questão, ao contrário do antecessor Carlos Alberto Decotelli, o ministro que foi sem ter sido. 

Pior do que a desaprovação da inteligentsia é a pressão de olavistas e militares para ele não ser efetivado. Por enquanto, predomina a decisão do presidente Jair Bolsonaro, mas ele ainda está à espera de uma posição oficial do próprio Feder. 


N. do A. 1: Ainda há chance de outro nome ser escolhido. Este blog já citou o Tiririca...

N. do A. 2: O governo precisou dividir os holofotes com José Serra, denunciado pela Lava Jato por irregularidades na construção do Rodoanel Sul, parte de uma obra inacabada e superfaturada. 

quinta-feira, 2 de julho de 2020

Enquete: o que acontecerá no segundo semestre?

a) Jair Bolsonaro vai colocar o Tiririca como ministro da Educação para agradar o Centrão (o PL, do qual o palhaço faz parte, integra este grupo) e garantir maioria no Congresso. 

b) Deltan Dallagnol vai ser preso, as forças-tarefas serão proibidas e a Operação Lava Jato vai ser dissolvida a mando de Augusto Aras. 

c) Fabrício Queiroz vai ser solto e virar ministro do presidente por indicação do filho, o senador Flávio Bolsonaro.

d) O Monte Fuji vai entrar em erupção, para fazer o Krakatoa parecer um vulcãozinho havaiano. 

e) Os gafanhotos invadirão o Brasil pelo sul e as vespas mandarinas, pelo norte. 

f) Haverá a final da Champions League entre o Manchester City e o Paris Saint-Germain. 

g) Palmeiras vai ganhar a Libertadores e o Mundial de Clubes derrotando um dos times acima. 

h) COVID-19 vai matar o Lula, o José Sarney, o Fernando Collor e o Fernando Henrique Cardoso, todos em grupo de risco (o Bolsonaro, não, porque ele tem "físico de atleta"). 

i) COVID-19 vai matar o Donald Trump ou o Xi Jinping ou o papa Francisco. 

j) Uma explosão nuclear.


Mantenham a calma e sorriam porque o segundo semestre está apenas começando. 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Orgulho e Vergonha de junho

Com o início deste mês, começa a metade final deste amaldiçoado ano. E julho começou com vendaval no sul do Brasil matando e causando prejuízos enormes, greves e manifestações de entregadores de aplicativos contra as más condições de trabalho, ameaça de gafanhotos na Argentina e no Uruguai, tempestade de areia do Saara atingindo a América, e a COVID-19 fazendo sua sexagésima milésima morte no Brasil. 

O início do mês também vai mostrar quem ganhou o selo de "Orgulho Nacional" e "Vergonha Nacional". Por razões exibidas na postagem anterior, não haverá os selos "Relevância Mundial" e "Vergonha Mundial".

De certa forma, quem recebeu o selo do "Orgulho" não deixa de ter relevância para o mundo, pois foi a primeira voluntária a receber a vacina-teste desenvolvida em Oxford, em colaboração com a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde. Denise Abranches é coordenadora de odontologia do Hospital São Paulo, localizado na Vila Clementino (Zona Sul de São Paulo) e filiado à Unifesp.

Denise Caluta Abranches é a primeira brasileira a testar a vacina a ser desenvolvida em Oxford contra a COVID-19

Por outro lado, temos o caso de Sara Winter, a extremista representante dos "300 pelo Brasil". Seu mau exemplo não pode torná-la um símbolo da liberdade de expressão, mesmo porque o seu grupo representou perigo às instituições. Não se pode confundir fogos de artifício jogados em direção ao STF com o direito de opinar sobre equívocos e absurdos que os ministros do Supremo cometem em nome da interpretação das leis, interesses pessoais ou de terceiros, prejudicando a harmonia entre os Três Poderes e a reputação do Judiciário. Deve-se pressupor que os 11 membros da Corte, assim como o Presidente da República, ministros, deputados e senadores, sejam seres humanos e não deuses infalíveis e oniscientes, assim como ninguém neste mundo é.

Sara Winter exercendo o jus sperniandi e olhando orgulhosa para o seu prêmio