quarta-feira, 30 de setembro de 2020

terça-feira, 29 de setembro de 2020

Notícias para encher página de portal da web", parte 3

Vários portais de notícias falam do humorista Marcelo Adnet virar tema para QUATRO escolas de samba: Gaviões da Fiel, Dragões da Real, Rosas de Ouro e Leandro de Itaquera. 

Sabe-se lá como as escolas vão explorar esse tema. Aliás, qual é o motivo plausível para isso? Os autores de sambas-enredo já foram bem mais criativos, e as cúpulas, mais criteriosas. E qual é a importância de destacar algo tão pouco informativo, e ainda por cima passível de suspensão ou cancelamento por causa da pandemia, como é o Carnaval de São Paulo?

Em tempo: as agremiações do Carnaval do Rio concordaram em adiar os desfiles para o meio de 2021. Esqueceram de combinar isso com boa parte do povo carioca, que não deixará de ir para a folia em fevereiro, mesmo na ausência de uma vacina para a COVID-19. 


N. do A.: Parte dos jornalistas prefere divulgar isso a uma notícia boa vinda do governo, frequentemente alvo das piadas de Adnet. Em meio às decisões polêmicas sobre os manguezais e as discussões sobre o uso de precatórios para custear o Renda Cidadã (novo nome para o substituto do Bolsa Família), o presidente sancionou lei para punir com mais rigor quem maltrata cães ou gatos. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Começou a campanha!

Periodicamente, este blog vai abordar as eleições mais estranhas da história do Brasil, marcadas por uma série de restrições, que esperamos serem temporárias. Nada de aglomerações, nem cumprimento de candidatos aos eleitores. O calendário eleitoral também está totalmente modificado, e as datas para votar são em novembro. Não muda a obrigatoriedade de voto, e isso é lamentável, mas faz parte das regras do jogo. 

Não anima nem um pouco ter uma porção de candidatos à prefeitura, aparentemente não à altura da enorme responsabilidade de governar a maior cidade do país. Este não é um feudo, como alguns políticos teimam em tratar as cidades menores. 

O atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), está disputando, mas há dúvidas se a saúde deteriorada pelo câncer irá resistir a mais um mandato. Ele está em segundo na pesquisa Datafolha, com 20%, atrás do candidato do Republicanos, Celso Russomanno, com 29%. 

Russomanno tem a seu favor o apelo popular e está atrelado ao presidente Jair Bolsonaro, que também está em alta nas pesquisas, inclusive a Datafolha, devido ao auxílio emergencial contra a COVID-19 e às constantes viagens para inauguração de obras. Os adversários já estão fazendo ataques a ele, mas não há garantias de sucesso, como nas outras vezes. Agora acusam a filha e o genro dele de explorarem pirâmides financeiras. Russomanno perdeu várias eleições após estar em primeiro nas pesquisas. 

 

Bruno Covas tenta a reeleição e tem o apoio do governador João Dória, mas vai enfrentar o favorito Celso Russomanno (Divulgação/Revista Exame)

Guilherme Boulos (PSOL) está em terceiro no Datafolha, com 9%, e promete seguir o caminho de atacar os outros candidatos. Ele falou dos 50 tons de Temer em 2018 e decerto vai acusar seus oponentes de serem mais ou menos bolsonaristas, ao mesmo tempo que vai tentar falar dos problemas da cidade com o seu estilo combativo, e explorar o eleitorado anti-Bolsonaro.

O ex-governador Márcio França (PSB) está logo atrás, com 8%, e seu eleitorado é "progressista", embora em 2018, na campanha para a reeleição, França tivesse apoio de alguns políticos "conservadores", como o Major Olímpio (PSL). 

Arthur do Val, o "Mamãe Falei" (Patriota), é conhecido por sua militância no MBL e seu combate contra a "esquerda" e, também, contra os bolsonaristas e olavistas, considerados "seitas"; "Mamãe Falei" tem somente 2% das intenções de voto e é conhecido apenas pelos simpatizantes do MBL. 

Jilmar Tatto (PT) tem também apenas 2% e reflete o desprestígio dos petistas na capital paulista, principalmente nos últimos anos, quando o partido foi associado ao Petrolão e à roubalheira sistematizada. Ele tem o desafio de apagar essa imagem ruim, mas será difícil. 

Andrea Matarazzo (PSD) também conta com uma porcentagem relativamente baixa nas intenções de voto, mas deve atrair o eleitorado considerado de "centro", que não suporta a ideia de ver Russomanno ou Boulos na prefeitura. O PSD faz parte do "centrão", o bloco de partidos que antes apoiava o governo Lula e agora está com Bolsonaro. 

Vera Lúcia (PSTU) é mais uma candidata que abraça o socialismo; ela é a mulher com mais intenções de votos (2%) e certamente vai abordar a questão do racismo, por ser negra, e tentará atacar o capitalismo de forma mais dogmática do que Boulos. 

Joice Hasselmann (PSL) só tem 1% das intenções de votos e, como Arthur do Val, quer explorar o nicho dos conservadores que não confiam no presidente Jair Bolsonaro, e apoiam a Lava Jato. Curiosamente, o filho "03" do presidente, Eduardo Bolsonaro, ainda está no PSL. 

Levy Fidelix (PRTB) está se candidatando de novo e não vai falar do "aerotrem", como no passado, mas quer crescer nas pesquisas como defensor do conservadorismo e das privatizações. 

Filipe Sabará (Novo) consta na pesquisa do Datafolha, mas está suspenso pelo próprio partido, por motivo ainda incerto. Sabará, recentemente, elogiou o ex-governador e ex-deputado Paulo Maluf, malvisto pela cúpula do partido. 

Marina Helou (Rede) é outra candidata para disputar o voto "progressista", mas praticamente ninguém a conhece. Isso pode mudar durante a campanha. 

Por outro lado, o ex-ministro do Esporte no governo Dilma Rousseff, Orlando Silva (PCdoB), também está na briga, mas enfrenta rejeição dos poucos que o conhecem, devido às acusações de corrupção - apesar de não haver investigação em curso - e à má fama dos partidos-satélites do PT na cidade.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Duralex quebrou!

Adeus, Duralex? A tradicional fábrica de louças inquebráveis está perto de fechar as portas (Simone Viegas)

A tradicional fábrica de produtos de vidro Duralex, situada na França, está praticamente falida. 

Já havia problemas desde antes de 2008, com a crise mundial, quando quase entrou em recuperação judicial. A situação ficou pior em 2017, quando foi preciso trocar um alto-forno e a produção ficou comprometida, gerando uma reação em cadeia que afetou a logística e a administração da empresa. Com a pandemia de COVID-19, tudo piorou: houve queda de 60% nas exportações do produto, em relação a 2019. Foi o golpe que deixou a famosa fábrica de vidros, usando um trocadilho infame, perto da quebradeira. Ela ficou em observação por seis meses, até o lançamento do novo plano de recuperação nesta semana, mas o risco de haver um fechamento definitivo é considerável. 

Responsável pela fabricação dos célebres "pratos inquebráveis", a Duralex teve seu auge nos anos 1970 e 1980, quando ainda pertencia à Saint-Gobain. Fundada em 1945, a empresa passou para um grupo italiano em 1997, e depois para um empresário turco, Sinan Solmaz, em 2005. Após a crise de 2008, a empresa, fragilizada, passou para mãos de Antoine Ioannides. 

No Brasil, a Nadir Figueiredo é a representante da marca francesa, e por enquanto garante que vai manter a produção. 

É mais uma péssima notícia para os franceses, que ainda presenciaram mais um ataque terrorista, contra a antiga sede do Charlie Hebdo, agora abrigando a Premières Lignes, produtora de vídeos. Dois funcionários foram atacados com uma arma branca, e precisaram ser atendidos com urgência no hospital. Eles não correm mais risco de morrer, enquanto o principal suspeito pelo ataque, um paquistanês de 18 anos, foi detido. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Da série 'Noventolatria', parte 24 - Vão fazer um 'remake' da novela Pantanal?

A Rede Globo não vai abandonar as telenovelas tão cedo, e aos poucos está voltando às atividades com a pandemia em queda. Uma das futuras produções vai ser um remake, mostrando que a criatividade já teve mais prestígio. E não será de uma novela da própria emissora, e sim da falecida Rede Manchete. 

Foi o maior sucesso do ano de 1990, Pantanal, de Benedito Ruy Barbosa. Uma mescla do melodrama com "realismo fantástico" (muito mais fantástico do que realismo), belas paisagens naturais e muita sensualidade. 

Capa dos discos (a maioria era aqueles enormes LPs, mas também já havia CDs) com a trilha sonora da novela Pantanal, da saudosa Rede Manchete

Na época, a própria Globo tratou de desdenhar a produção, atribuindo o sucesso apenas à Cristiana Oliveira (a protagonista Juma Marruá, uma mulher que virava onça e era mesmo uma "gata", segundo o público masculino da época) e às outras atrizes nadando sem roupa e fazendo cenas de sexo dentro da água. Colocou a novela Rainha da Sucata e minisséries com apelo erótico como Desejo, Boca do Lixo e AEIOUrca, todas sem conseguir deter o sucesso da Manchete. 

A abertura era marcante, com a trilha de Marcus Viana, animais típicos como a sucuri e a onça-pintada, e a modelo Nani Venâncio, para deleite do público masculino naquela época. 

Fazer o remake de uma das maiores novelas dos últimos anos parece ser um bom apelo pela causa ambiental, pois o Pantanal é vítima de incêndios causados pela seca e pelo descaso. Não faltarão oportunidades para alfinetar o governo de Jair Bolsonaro, inimigo declarado da Globo. 

Ela precisava reagir, pois está em crise por causa da pandemia, sem a audiência de antes, com menos verbas de patrocínio, e sempre em conflito com o governo. Por sua vez, a família Bolsonaro apoia todos os esforços para acusar os Marinho de envolvimento com Dario Messer, o "doleiro dos doleiros" acusado de lucrar com o "quadrilhão do PT", e também com a JBS, uma das maiores patrocinadoras da emissora e também implicada na grande roubalheira contra o nosso país. 


N. do A.: Por enquanto, um dos programas mais comentados é o seriado Cobra Kai, da Netflix, continuação da história de Daniel-San e seu ex-rival, mas sem o Senhor Miyagi (Pat Morita, o intérprete do irreverente mestre lutador, faleceu em 2005). Está atendendo o público saudosista, mas não os noventólatras, e sim os oitentólatras, pois o filme Karate Kid foi lançado em 1984, e fez estrondoso sucesso no mundo. 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Suicídios incomuns

Suicídio é considerado um tema tabu em várias pessoas, por causa dos estigmas sociais. Quem tenta tirar a própria vida é visto como portador de transtornos mentais, usuário de drogas, fracassado na vida ou afastado da religião, causando traumas a familiares e amigos. Em todo caso, é uma causa importante de mortes violentas, principalmente em países desenvolvidos. 

 

Este mês é dedicado à prevenção deste mal, cujas causas são muito debatidas. Será que pais relapsos ou excessivamente rígidos podem enfraquecer a mentalidade de um jovem a ponto dele, ou dela, pensar em se matar? Ou a ausência de pais, constituindo famílias desestruturadas? Como minimizar os efeitos das drogas, do álcool, do isolamento social e da depressão, fatores importantes para o suicídio? 

O atual período de quarentena por causa da COVID-19 é visto como um agravante, e usado como argumento para acabarem com o distanciamento e os lockdowns em vários países. 

Contudo, este blog não vai se estender muito sobre o assunto, limitando-se a citar alguns casos de gente tomando essa decisão tão drástica.

Existem vários métodos para alguém se autodestruir. Alguns casos célebres são realmente incomuns e estranhos. 

Em 430 a.C., o filósofo e mistico grego Empédocles, autor de estudos sobre o amor e o ódio como motores da vida, jogou-se no monte Etna para ser venerado como um deus. 

Em 1671, o cozinheiro francês François Vatel matou-se com uma espada ao perceber que não havia peixes para o banquete da Sexta-Feira Santa, para Sua Majestade, o rei Luís XIV (o "rei-sol"). 

Em 1813, o general Androche Junot ficou transtornado após presenciar as derrotas do imperador Napoleão Bonaparte, e acabou se jogando da janela ao se hospedar na casa de seu pai; feriu-se, pulou um muro para tentar se matar de novo e quebrou a perna; ao ser resgatado, pegou uma tesoura e se desferiu vários golpes antes de ser contido e levado a um hospital, para morrer vários dias depois. 

Em 1932, a atriz galesa Peg Entwhistle morreu após subir na letra "H" do famoso letreiro de Hollywood e se jogar de uma altura de 14 metros.

Em 1958, o famoso músico baiano Assis Valente, deprimido, misturou formicida no guaraná e bebeu a mistura sentado numa praça.  

Em 1978, o matemático austríaco Kurt Godel se deixou morrer de fome por não aceitar qualquer comida, após perder a mulher, que lhe preparava as refeições. Godel tinha medo de comer outras comidas, por medo de se envenenar. 

Em 1997, o roqueiro australiano Michael Hutchence se enforcou em sua casa; como estava nu, pensava-se que ele tinha usado uma técnica de masturbação chamada de "asfixia auto-erótica". O ator David Carradine, em 2009, morreu em decorrência disso, embora ele não quisesse tirar a própria vida. 

Atualmente, existem outros tipos bizarros de se matar, como saltar do Empire State Building (um dos prédios mais altos do mundo) ou gravar um vídeo no TikTok para registrar seus últimos momentos. 

Existiu a história de Li Bau, ou Li T'ae Po, poeta chinês do século VIII que, bêbado, se atirou no rio para alcançar o reflexo da Lua. Mas isso tecnicamente não é um suicídio. 


N. do A. 1: Ontem o famoso criminoso Elias Maluco, traficante de drogas e responsável pela morte do jornalista Tim Lopes, foi encontrado enforcado em sua cela no presídio de Catanduvas, interior paranaense, supostamente engrossando a lista de suicidas famosos do Brasil (o país tem uma taxa relativamente baixa de suicídios).

N. do A. 2: Felipe Neto sendo um dos dois únicos brasileiros influentes pela revista TIME - o outro é Jair Bolsonaro - não é motivo para ninguém se matar; o youtuber é conhecido por seus vídeos sem noção e seu posicionamento crítico em relação ao governo, sendo lembrado inclusive pelo polemista Olavo de Carvalho, que o chama de "Felipe Feto" por seu comportamento supostamente imaturo; os olavistas gostam de mostrar o influenciador imitando uma foca, após o irmão mais novo Lucas Netto fazer uma imitação semelhante num shopping center.

terça-feira, 22 de setembro de 2020

Íntegra do discurso do presidente na ONU

Durante a reunião virtual dos líderes mundiais na ONU, o presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro a discursar. Nada há de muito novo no conteúdo, onde ele dá a sua versão sobre os incêndios na Amazônia e no Pantanal, voltando a falar da prática indígena para limpar o terreno por meio das queimadas (como se só eles e os caboclos fossem os responsáveis pelos incêndios) e também falou sobre a pandemia e a hidroxicloroquina. Por outro lado, algumas passagens chamaram a atenção. 


Senhor presidente, da Assembleia Geral, Volkan Bozkir;
Senhor secretário-geral da ONU, António Guterres, a quem tenho a satisfação de cumprimentar em nossa língua-mãe;
Chefes de Estado, de governo e de delegação; Senhoras e senhores,
É uma honra abrir esta assembleia com os representantes de nações soberanas, num momento em que o mundo necessita da verdade para superar seus desafios.
A COVID-19 ganhou o centro de todas as atenções ao longo deste ano e, em primeiro lugar, quero lamentar cada morte ocorrida.
Desde o princípio, alertei, em meu país, que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade.
Por decisão judicial, todas as medidas de isolamento e restrições de liberdade foram delegadas a cada um dos 27 governadores das unidades da Federação. Ao presidente, coube o envio de recursos e meios a todo o país.
Como aconteceu em grande parte do mundo, parcela da imprensa brasileira também politizou o vírus, disseminando o pânico entre a população. Sob o lema “fique em casa” e “a economia a gente vê depois”, quase trouxeram o caos social ao país.
Nosso governo, de forma arrojada, implementou várias medidas econômicas que evitaram o mal maior:
– Concedeu auxílio emergencial em parcelas que somam aproximadamente US$ 1.000 para 65 milhões de pessoas, o maior programa de assistência aos mais pobres no Brasil e talvez um dos maiores do mundo;
– Destinou mais de US$ 100 bilhões para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou a perda de arrecadação dos estados e municípios;
– Assistiu a mais de 200 mil famílias indígenas com produtos alimentícios e prevenção à COVID;
– Estimulou, ouvindo profissionais de saúde, o tratamento precoce da doença;
– Destinou 400 milhões de dólares para pesquisa, desenvolvimento e produção da vacina de Oxford no Brasil;
Não faltaram, nos hospitais, os meios para atender aos pacientes de COVID    .
A pandemia deixa a grande lição de que não podemos depender apenas de umas poucas nações para produção de insumos e meios essenciais para nossa sobrevivência. Somente o insumo da produção de hidroxicloriquina sofreu um reajuste de 500% no início da pandemia. Nesta linha, o Brasil está aberto para o desenvolvimento de tecnologia de ponta e inovação, a exemplo da indústria 4.0, da inteligência artificial, nanotecnologia e da tecnologia 5G, com quaisquer parceiros que respeitem nossa soberania, prezem pela liberdade e pela proteção de dados.
No Brasil, apesar da crise mundial, a produção rural não parou. O homem do campo trabalhou como nunca, produziu, como sempre, alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas.
O Brasil contribuiu para que o mundo continuasse alimentado.
Nossos caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários mantiveram ativo todo o fluxo logístico para distribuição interna e exportação.
Nosso agronegócio continua pujante e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta.
Mesmo assim, somos vítimas de uma das mais brutais campanhas de desinformação sobre a Amazônia e o Pantanal.
A Amazônia brasileira é sabidamente riquíssima. Isso explica o apoio de instituições internacionais a essa campanha escorada em interesses escusos que se unem a associações brasileiras, aproveitadoras e impatrióticas, com o objetivo de prejudicar o governo e o próprio Brasil.
Somos líderes em conservação de florestas tropicais. Temos a matriz energética mais limpa e diversificada do mundo.
Mesmo sendo uma das 10 maiores economias do mundo, somos responsáveis por apenas 3% da emissão de carbono.
Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66% de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura, números que nenhum outro país possui.
O Brasil desponta como o maior produtor mundial de alimentos.
E, por isso, há tanto interesse em propagar desinformações sobre o nosso meio ambiente.
Estamos abertos para o mundo naquilo que melhor temos para oferecer, nossos produtos do campo. Nunca exportamos tanto. O mundo cada vez mais depende do Brasil para se alimentar.
Nossa floresta é úmida e não permite a propagação do fogo em seu interior. Os incêndios acontecem praticamente, nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas.
Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes.
Lembro que a Região Amazônica é maior que toda a Europa Ocidental. Daí, a dificuldade em combater, não só os focos de incêndio, mas também, a extração ilegal de madeira e a biopirataria. Por isso, estamos ampliando e aperfeiçoando o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com a participação das Forças Armadas.
O nosso Pantanal, com área maior que muitos países europeus, assim como a Califórnia, sofre dos mesmos problemas. As grandes queimadas são consequências inevitáveis da alta temperatura local, somada ao acúmulo de massa orgânica em decomposição.
A nossa preocupação com o meio ambiente vai além das nossas florestas. Nosso Programa Nacional de Combate ao Lixo no Mar, um dos primeiros a serem lançados no mundo, cria uma estratégia para os nossos 8.500 km de costa.
Nessa linha, o Brasil se esforçou na COP25 em Madri para regulamentar os artigos do Acordo de Paris que permitiriam o estabelecimento efetivo do mercado de carbono internacional. Infelizmente fomos vencidos pelo protecionismo.
Em 2019, o Brasil foi vítima de um criminoso derramamento de óleo venezuelano, vendido sem controle, acarretando severos danos ao meio ambiente e sérios prejuízos nas atividades de pesca e turismo.
O Brasil considera importante respeitar a liberdade de navegação estabelecida na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
Entretanto, as regras de proteção ambiental devem ser respeitadas e os crimes devem ser apurados com agilidade, para que agressões como a ocorrida contra o Brasil não venham a atingir outros países.
*
Não é só na preservação ambiental que o país se destaca. No campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima.
A Operação Acolhida, encabeçada pelo Ministério da Defesa, recebeu quase 400 mil venezuelanos deslocados devido a grave crise político- econômica gerada pela ditadura bolivariana.
Com a participação de mais de 4.000 militares, a Força Tarefa Logística- Humanitária busca acolher, abrigar e interiorizar as famílias que chegam à fronteira.
Como um membro fundador da ONU, o Brasil está comprometido com os princípios basilares da Carta das Nações Unidas: paz e segurança internacional, cooperação entre as nações, respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais de todos. Neste momento em que a organização completa 75 anos temos a oportunidade de renovar nosso compromisso e fidelidade a esses ideais. A paz não pode estar dissociada da segurança.
A cooperação entre os povos não pode estar dissociada da liberdade. O Brasil tem os princípios da paz, cooperação e prevalência dos direitos humanos inscritos em sua própria Constituição, e tradicionalmente contribui, na prática, para a consecução desses objetivos.
O Brasil já participou de mais de 50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor Leste, Haiti, Líbano e Congo.
O Brasil teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da Republica Centro-Africana pelo trabalho contra violência sexual.
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Seguimos comprometidos com a conclusão dos acordos comerciais firmados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio. Esses acordos possuem importantes cláusulas que reforçam nossos compromissos com a proteção ambiental.
Em meu governo, o Brasil, finalmente, abandona uma tradição protecionista e passa a ter na abertura comercial a ferramenta indispensável de crescimento e transformação.
Reafirmo nosso apoio à reforma da Organização Mundial do Comércio que deve prover disciplinas adaptadas às novas realidades internacionais.
Estamos igualmente próximos do início do processo oficial de acessão do Brasil à OCDE. Por isso, já adotamos as práticas mundiais mais elevadas em todas as áreas, desde a regulação financeira até os domínios da segurança digital e da proteção ambiental.
No meu primeiro ano de governo, concluímos a reforma da previdência e, recentemente, apresentamos ao Congresso Nacional duas novas reformas: a do sistema tributário e a administrativa.
Novos marcos regulatórios em setores-chave, como o saneamento e o gás natural, também estão sendo implementados. Eles atrairão novos investimentos, estimularão a economia e gerarão renda e emprego.
O Brasil foi, em 2019, o quarto maior destino de investimentos diretos em todo o mundo. E, no primeiro semestre de 2020, apesar da pandemia, verificamos um aumento do ingresso de investimentos, em comparação com o mesmo período do ano passado. Isso comprova a confiança do mundo em nosso governo.
O Brasil tem trabalhado para, em coordenação com seus parceiros sul-atlânticos, revitalizar a Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul.
O Brasil está preocupado e repudia o terrorismo em todo o mundo.
Na América Latina, continuamos trabalhando pela preservação e promoção da ordem democrática como base de sustentação indispensável para o progresso econômico que desejamos.
A liberdade é o bem maior da humanidade.
Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia.
Também quero reafirmar minha solidariedade e apoio ao povo do Líbano pelas recentes adversidades sofridas.
Cremos que o momento é propício para trabalharmos pela abertura de novos horizontes, muito mais otimistas para o futuro do Oriente Médio.
Os acordos de paz entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, e entre Israel e o Bahrein, três países amigos do Brasil, com os quais ampliamos imensamente nossas relações durante o meu governo, constitui excelente notícia.
O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino.
A nova política do Brasil de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região.
O Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base. Deus abençoe a todos!


No discurso, ele falou sobre os tais US$ 1.000 como auxílio para o combate à COVID-19, o que induz os ouvintes a erro. A soma das nove parcelas do auxílio emergencial (5 x R$ 600,00 + 4 x R$ 300,00) ficam ainda muito abaixo dessa cifra. Já era esperado culpar a imprensa pela desinformação a respeito da pandemia, mas estes dados não possuem lastro algum e, por isso, viraram motivo de deboche. Para muitos, Bolsonaro quer fazer os outros líderes de idiotas. Por aqui, ficou clara a hesitação do governo em pagar os R$ 600,00 do auxílio emergencial, enquanto o Congresso se empenhou em aprovar este valor. 

Embora não seja surpresa a sua versão das queimadas, ele trata de suas opiniões como fatos consumados. Não passa pela cabeça dele considerar outras possibilidades, a serem investigadas pelas autoridades ambientais, que sofrem com faltas de recursos e pessoal. Voltou a denunciar as ONGs, mas não apontou o dedo para os europeus pelo suposto descaso deles com suas próprias florestas, ou os americanos pelos incêndios na costa oeste. 

Não se limitou apenas a se defender dos críticos que o apontam como leviano no combate ao vírus, e indiferente à causa ambiental. Também fez fortes críticas à tirania venezuelana, inclusive no obscuro caso das manchas de petróleo, dizendo com convicção que o derramamento foi criminoso, embora as investigações estejam ainda em andamento. 

Ele elogiou as medidas de Donald Trump para os acordos de paz entre Israel e algumas ditaduras islâmicas, como Bahrein e Emirados Árabes Unidos, e falou sobre a "cristofobia", chavão para a denúncia contra a violência contra cristãos em alguns países (principalmente na China). Por fim, disse que o "Brasil é um país cristão e conservador". Muitos se incomodaram com esta frase, inclusive quem se considera cristão e conservador, porque essas qualidades são atribuídas a povos, e não a lugares. 

No final, o discurso de Bolsonaro vai render muitas conversas e comentários entre os apoiadores e os críticos (a maior parte da imprensa entre estes últimos), por bastante tempo. Não mudará os conceitos que ambos os grupos fazem dele. 



N. do A.: Depois da fala inaugural do presidente brasileiro, Donald Trump e Xi Jinpíng, os governantes mais poderosos do mundo, deixaram bem claro: estamos num conflito velado, entre Estados Unidos e China, cujo estopim foi a pandemia, chamada de "vírus chinês" por Trump, que acusou o governo chinês de negligência, infectando o resto do mundo. O dirigente chinês, em seu discurso, defendeu a vacina feita por laboratórios de seu país, a OMS (cujo presidente, o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesys, é acusado de ser um "vassalo" de Jinping) e fez questão de querer dividir a liderança global com Trump. 

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Como estão os competidores da corrida pela vacina

Existem muitas dúvidas a respeito das vacinas fabricadas por empresas britânicas, americanas e chinesas, e por laboratórios russos, não só quanto à sua eficácia - o item mais importante - mas pela segurança de uso e métodos empregados. 

Os pesquisadores envolvidos alegam ter publicado artigos científicos comprovando a utilidade de seus produtos para combater o flagelo mundial, responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas e uma soma vultosa de prejuízos financeiros. Não faltam outros pesquisadores para contestarem os resultados. A priori, artigos científicos podem e devem ser contestados pela comunidade científica, mas muitos "especialistas" versados menos em ciência e mais em mídias sociais e vídeos para ganharem likes se dão ao direito de opinar, com a convicção típica de quem está a falar de uma partida de futebol. 

Infelizmente, isso parece outro tipo de jogo, e também movimenta bilhões de dólares, euros, rublos e yuans. Quem terminar as candidatas a vacina primeiro ganha dinheiro primeiro, das pessoas dispostas a correr riscos para conseguirem uma imunidade contra o vírus, dos governos dispostos a comprá-la e de outras empresas e instituições envolvidas nos projetos. 

Devemos temer a vacina? Será que ela vai criar mais um problema no lugar de se tornar uma solução para a pandemia?

O governador de São Paulo João Dória anunciou a vinda de cinco milhões de doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, para outubro, após a verificação dos efeitos do produto nos voluntários, todos profissionais de saúde, durante a fase 3. A Sinovac usa o método mais arriscado: vírus mortos ou atenuados do próprio coronavírus. 

Dificilmente a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, considerada a mais confiável pelo Ocidente, ficará pronta antes, pois está terminando a fase 2, após atrasos provocados por uma reação não desejada em uma única pessoa. Serão distribuídas 100 milhões de doses até dezembro deste ano ou início de 2021. Usa como antígeno, agente provocador das reações imunológicas no organismo, vírus mortos causadores de gripe comum em chimpanzés, modificados com o RNA do causador da COVID-19. 

A BNT162, da BioNTech e da Pfizer, também está na fase 3 e promete produzir 100 milhões de doses até dezembro. Usa o RNA mensageiro, ou seja, fragmentos do código genético retirado do agente infeccioso em questão. 

A mais polêmica de todas é a Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, já em processo de produção em maior escala. A revista britânica The Lancet aceitou publicar o artigo científico atestando a eficácia do produto, baseado no adenovírus humano modificado com espículas do coronavírus. 

Por fim, a última candidata a ficar disponível no Brasil algum dia, a ADS26.CoV2.S, da Janssen-Cilag (divisão farmacêutica da Johnson & Johnson), também está na fase 3, mas não há prazo para ser distribuída. Usa o RNA mensageiro como indutor para a produção de anticorpos no organismo. 

Enquanto elas não ficarem prontas, muitos as questionarão, apontando suposto uso de fetos abortados ou chips para implantação em pessoas, com o intuito de controlar suas vidas. Ou simplesmente um meio de provocar o extermínio das "cobaias", para a implantação da Nova Ordem. Ou qualquer outra ideia criativa,  com grau maior ou menor de veracidade e/ou paranoia, formulada por teóricos de conspiração. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Dois brasileiros ganham prêmios...

 ... IGNOBEL!

Um dos ganhadores pelo prêmio de Economia da "Academia" foi o brasileiro Marco Antônio Correa Varella, por contribuir para os estudos sobre a relação entre a média anual de beijos na boca e a distribuição de renda. Felizmente, o nome foi bem pouco destacado, porque o outro brasileiro teve repercussão muito maior. 

Foi nada menos que o nosso presidente da República, ao lado de figuras como Donald Trump, Daniel Ortega, Manuel Lopez Obrador, Narendra Modi, Boris Johnson e os ditadores da Bielorrússia e do Turcomenistão. O motivo? Suas gestões na pandemia de COVID-19, mostrando que políticos podem decidir mais a respeito da saúde da população do que médicos e profissionais de saúde. 

Muitos questionaram a ausência de Xi Jinping na lista dos "agraciados", pois os primeiros casos de coronavírus surgiram na China e não houve empenho o bastante do governo chinês para evitar a propagação para outros países. Isso na visão benevolente, porque não faltam acusações de dolo, visando um projeto maquiavélico para a dominação mundial pelo Partido Comunista Chinês!

Aliás, os chineses foram lembrados, também, como exemplo de administração: um atirador subcontratou outro para fazer um servicinho sujo (um assassinato qualquer), mas no lugar disso o contratado foi convocar outro, e este foi delegar o "trabalho" para outro, e assim foi, e no final ninguém fez o combinado. 

O prêmio foi muito comentado na UOL, na Folha, no Estadão, no Globo, e em outras mídias que um dos premiados adora falar (mal)...

Não houve só isso: tentaram estudar o efeito do gás hélio num jacaré, entomologistas com medo de aranhas, uso de altas frequências para fazerem vibrar uma minhoca, análise de sobrancelhas para verificar se uma pessoa é narcisista, faca feita de fezes congeladas e a incrível ciência da misofonia, para o nobre estudo da aversão ao barulho de pessoas mastigando (realmente, não é muito agradável, principalmente se forem mastigar de boca aberta)... e a contribuição dos governos da Índia e do Paquistão para a paz mundial ao permitirem que seus diplomatas toquem a campainha e saiam correndo. 

Mas voltemos ao caso dos brasileiros ganhadores. Bolsonaro e o pesquisador dos beijos na boca contribuíram para o incremento do PIB brasileiro com dois trilhões de dólares... zimbabuanos. Nem mesmo economistas renomados saberiam o valor dessa fortuna, pois o Zimbábue passa por um processo ultrainflacionário. Em agosto último, a taxa de desvalorização era de 761,02% (*). Na prática, desde 2009 essa moeda não circula mais.  

Até agora, foram quatro prêmios IgNobel dados a alguma pessoa ou equipe brasileiras. Primeiro, em 2008, foram os estudos de Astolfo Gomes de Mello Araújo, arqueólogo da USP, sobre estragos de tesouros arqueológicos por tatus. Nove anos depois, biólogos da UFPE pesquisaram sobre morcegos que deixaram de sugar sangue de aves para literalmente vampirizar seres humanos. 

Mais dois prêmios por "feitos que nos fazem rir e depois pensar" e o Brasil já será hexacampeão em IgNobel. Pode acontecer isso antes do hexacampeonato numa Copa do Mundo. Ou antes de algum brasileiro ganhar o Nobel. 


N. do A.: Poe falar em hexacampeonato, o técnico Tite convocou os jogadores para as Eliminatórias da Copa de 2022. Os jogos acontecerão em outubro, contra Bolívia e Peru. Todos têm certeza que o Brasil vai se classificar para a Copa, mas quando se fala em hexacampeonato agora, a história é totalmente diferente. 


(*) Fonte: Tradingeconomics.com / Reserve Bank of Zimbabwe

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Coisas duras de engolir

 

 - Infestação de mosquitos em pleno inverno, devido às temperaturas anormalmente altas.

- Pacote-bomba explodir em São Paulo, lembrando os ataques terroristas; a vítima sofreu queimaduras nos braços e no tórax, mas não corre risco de morrer. 

- Aglomerações em bares, restaurantes, locais públicos e festas privadas, enquanto escolas permanecem fechadas: será que estamos sabendo lidar com o coronavírus?

- Autoridades brasileiras não se previnem e contraem a COVID-19, incluindo o presidente da República, governadores como João Dória, e, mais recentemente, Rodrigo Maia e o presidente do STF, Luiz Fux. 

- Conivência criminosa do governo federal e omissão dos governos estaduais com as queimadas no Pantanal e na Amazônia, enquanto animais são resgatados feridos.

- Ativistas ambientais só falarem desses incêndios, mas não os da Califórnia, onde houve mais mortes humanas, além de vários animais também serem vitimados.

- Certas coisas que passam na televisão, inclusive um seriado na Netflix, Lindinhas, que tentou denunciar a pedofilia mas é acusado de fomentá-la.

- O SBT transmitindo jogos da Libertadores, com direito a sorteio de perfumes Jequiti no intevalo. Argh!

terça-feira, 15 de setembro de 2020

O difícil equilíbrio entre política e economia

Num país com limitações de recursos financeiros como o nosso, é uma arte complicada tentar conciliar os interesses políticos com os econômicos. 

Economistas dignos de crédito tentam explicam recursos finitos em teorias mais ou menos plausíveis. Políticos, mesmo os dignos de crédito, nem tentam explicar os recursos que eles julgam ser infinitos, não se prendendo a teorias - eles querem usá-las para agradarem o seu eleitorado, ou o seu círculo pessoal. 

Primeiro, os políticos, principalmente os evangélicos, contavam com a sanção do presidente Bolsonaro para anistiar as multas e os débitos fiscais das igrejas, como parte do projeto de lei 1581/2020, que tratava de precatórios. Faz parte da tradição colocar "jabutis", isto é, textos incluídos por parlamentares (como David Soares, do DEM, filho do pastor R. R. Soares), não necessariamente coerentes com o contexto das leis. O presidente, porém, vetou parte desses "jabutis", diminuindo os estragos. Se fossem aprovados na íntegra, seria menos R$ 1 bilhão para os cofres do governo. Chefiada pelo ministro Paulo Guedes, a equipe econômica, interessada neste bilhão e em vários outros sob forma de impostos existentes e futuros, não gostou desse perdão às igrejas, mas não tentou algo mais contundente para evitar isso, em nome da harmonia entre os Poderes. 

Depois, o programa Renda Brasil foi sustado por Bolsonaro, por incluir formas de arrochar os vencimentos de aposentados e pensionistas, como parte da compensação pelo aumento do valor do Bolsa Família (que continuará a ser chamado assim). Paulo Guedes e sua equipe queriam tornar viável este programa, usando o NOSSO DINHEIRO, que não nasce em árvores (ainda bem, em se tratando deste governo...) e está exaurido por causa do brutal impacto causado pela pandemia de COVID-19. Os congressistas trataram de se mexer para desarquivar algumas propostas visando ampliar o Bolsa Família, como garantia de renda mínima para parte da população. Como de costume, não estão muito preocupados em explicar como vão custear estes projetos potencialmente vultosos, para atender a milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. 

Para a equipe de Paulo Guedes, é necessário fazer uma reforma tributária para minimizar os problemas crônicos de má gestão do dinheiro público, que, repetindo, é NOSSO. Isso inclui a criação de novos impostos com retorno certo e difíceis de serem sonegados - como a tal contribuição sobre o comércio eletrônico e outras transações financeiras, uma CPMF permanente e ainda mais agressiva. Por outro lado, os ocupantes do Congresso não querem nem ouvir falar disso, mas por outro lado não se preocupam o suficiente em fazer contrapropostas. Eles querem usar o dinheiro pago pelo contribuinte, de preferência sem muito trabalho para administrá-lo, como tentam fazer os economistas que obedecem ao "Posto Ipiranga" do atual presidente. 

"A política é a arte do possível", como disse o ex-chanceler alemão Otto von Bismarck, consagrado como o unificador da Alemanha em 1871. Sem a economia, porém, ela se torna inviável. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Estamos avançando no conhecimento

Embora estejamos sofrendo por causa de uma pandemia excessivamente prolongada, capaz de gerar questionamentos sobre a capacidade de sobrevivência da civilização, dois trabalhos exemplificam a capacidade humana de expandir o conhecimento. 

Vênus voltou a chamar a atenção dos "terráqueos" devido à concentração de fosfina em sua atmosfera - indício de vida extraterrena baseada em DNA (JAXA / ISAS / AKATSUKI PROJECT TEAM)

Comecemos pelo trabalho de alcance mundial: astrônomos e geoquímicos concluíram anos de estudo, utilizando o telescópio James C. Maxwell, no Havaí, e o Observatório Europeu do Sul, localizado no Chile. Por meio de análises por espectrofotometria, descobriram um gás aparentemente estranho para a atmosfera de Vênus, o planeta mais próximo da Terra e onde não se cogitava haver forma de vida alguma devido à atmosfera mortífera. O gás em questão é a fosfina (PH3), produto da decomposição de alguns fertilizantes à base de fósforo, e também usado na dopagem do silício para a produção de semicondutores. É incrivelmente instável, mortífero e explosivo. 

Foram encontradas concentrações da ordem de 20 partes de fosfina por bilhão (ppb), algo impossível de ser obtido por meios não biológicos. Altas concentrações de fosfina são encontradas, aqui, em lugares onde há micro-organismos anaeróbios (cuja vida não depende do oxigênio). 

O trabalho foi publicado na revista Nature Astronomy (Phosphine gas in the cloud decks of Venus), e deve despertar novas missões espaciais no planeta conhecido como "estrela d'alva". Missões americanas e soviéticas de curta duração foram feitas nas décadas de 1960 e 1970, e houve poucos trabalhos feitos por europeus (Venus Express) e japoneses (missão Akatsuki). 

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Outro trabalho chamou a atenção por aqui, e tem aplicação mais prática a curto prazo, pois envolve o famigerado coronavírus: químicos da UFMG desenvolveram um gel contendo INNIB-41, espécie de polioxoniobato, ou seja, um sal de nióbio. Testes mostraram eficácia do produto para desinfetar ambientes por 24 horas, destruindo ou inativando bactérias, vírus e outros micro-organismos. O nióbio é um metal muito estimado pelo presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores, mas para outros fins, como ligas metálicas para a indústria aeroespacial. O solo brasileiro possui algumas das maiores reservas desse mineral. 

Utilizado em pequenas concentrações, diluído em água, seu custo de fabricação é considerado baixo, e será usado como higienizador de mãos e de máscaras (enquanto elas forem necessárias). 


N. do A.: Nossa capacidade científica e tecnológica ainda é limitada em muitos aspectos, principalmente no Brasil, onde há ainda frequentes quedas de sinal oferecidas pelas operadoras de banda larga. Na sexta-feira e hoje, houve instabilidades na banda larga fixa da Claro (NET), em São Paulo. Houve outros casos envolvendo também a Vivo, neste ano, em outros locais. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

Animais virtuais em sua casa

Muita gente possui crianças em casa, ainda impedidas de irem para a escola, por culpa da epidemia de coronavírus, responsável pela maior crise econômica e social no mundo desde a II Guerra. Quais são os paliativos para distrair a gurizada?

A Google desenvolveu um serviço de realidade aumentada, para a geração de imagens 3D, ou ARCore. Graças a isso, é possível projetar em qualquer lugar figuras animadas de animais, como ursos, serpentes, araras, leões, jacarés, águias e, até, algumas raças de cães. Também é possível projetar certas espécies de dinossauros, como os tiranossauros, tricerátopes e velociraptores.

Com um celular compatível, é possível distrair as crianças projetando animais em 3D, capazes de se movimentarem e soltarem suas vocalizações típicas (Justin Duino/How-to-Geek)
 

Periodicamente, a gigante da tecnologia lança novos animais virtuais. Hoje, foram lançados novas criaturas, algumas delas inexistentes, como os unicórnios. Boa parte são raças caninas, como o Akita, o Beagle e o Pastor Alemão. Outros são principalmente mamíferos, como a girafa e o hipopótamo. 

Nem todos os celulares podem projetar essas imagens: somente os aparelhos com Android 7 (Nougat) ou mais recentes, ou com iOS 11 no caso de iPhones. E, infelizmente, quanto mais caro, maior a possibilidade de ser compatível com o ARCore. Para donos de aparelhos antigos ou pouco potentes, há o recurso de fazer o root, sob conta e risco. 

Assim, esse passatempo é um privilégio no Brasil. Somente filhos de pais com bom poder aquisitivo podem brincar com estes "animais".

 

N. do A.: Ainda não existe a possibilidade de projetar alguma espécie de macaco, ainda mais um mico-leão dourado. Só é possível ver essa espécie na Amazônia se houvesse como usar o ARCode. Mesmo assim, continuaria a parecer um vídeo falso, como o divulgado por pecuaristas do Pará, em resposta às acusações de fazerem queimadas na mata. Esse vídeo foi divulgado até pelo ministro Ricardo Salles e pelo vice-presidente Hamilton Mourão. Por serem altas autoridades, não serão lembrados no início do mês neste blog, quando há a divulgação do selo "Vergonha Nacional", mesmo porque há gente pior para ser "premiada" com isso, mas os dois acabaram pagando um mico do tamanho de um leão. 


quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Enquete: o que você achou de Dias Toffoli na presidência do STF?

Antônio Dias Toffoli terminará o mandato na quinta-feira para dar lugar a Luiz Fux. Para participar, basta comentar indicando a alternativa. 

A liberdade de opinião é prerrogativa da Constituição! (Nelson Jr./STF)

a) Toffoli cumpriu seu papel como chefe de um dos Três Poderes! Boa sorte a Luiz Fux!

b) Toffoli? Ele foi uma mãe para os corruptos! Ex-advogado do PT!

c) Nada disso! Toffoli foi um passador de pano para o Bozo! Fora, golpistas!

d) Dias Toffoli vai sair? Ele devia estar na cadeia junto com os outros canalhas do STF! Bolsonaro MITO!

e) O que é o STF?

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Calma! Não é o fim do mundo!

O pacote de arroz está beirando os R$ 40,00, mas não é sinal do fim dos tempos, e sim porque houve problemas na safra e o dólar alto estimulou as exportações do cereal, enquanto a demanda não diminuiu mesmo com a pandemia. De qualquer forma, é mais uma péssima notícia para o novo povo, que vê os preços dos alimentos em geral dispararem. 

Para muitos, existem sinais do Apocalipse, vindo de eventos graves, inaceitáveis ou simplesmente estranhos. Acalmem-se! O mundo não acabará em 2020!

Bolsonaro e Lula adiantaram a campanha de 2022 para agora, não porque estejam trabalhando para o anticristo, mas porque são políticos acostumados a andarem com as massas, o que certos membros da elite não afeita ao povão chamam de demagogos, oportunistas e populistas, adeptos do "nós contra eles".

Nada de achar que estamos indo para o abismo por causa de algumas aglomerações nas praias durante o feriado. Isso está longe de ser um comportamento aberrante típico de pessoas possuídas por entidades malignas, sendo apenas mostras de negligência e imaturidade durante a pandemia de COVID-19 - algo perfeitamente dentro dos padrões humanos. 

Precisamos manter a calma diante de anúncios sobre revezes de testes para a vacina contra a COVID-19. Houve uma "reação adversa séria" em paciente testado com a candidata à imunização fabricada em Oxford. Será uma sabotagem feita pelos chineses ou pelos russos? Ou são acidentes de percurso típicos de uma corrida para imunizar as pessoas do vírus. As pesquisas só têm poucos meses. Normalmente, o desenvolvimento de uma vacina leva anos. 

Nowak Djokovic foi desclassificado por ter se irritado quando estava perdendo o primeiro set para o espanhol Pablo Carreño Busta na US Open, e jogado uma bola que acabou acertando uma juiza. Não foi influência de nenhuma força demoníaca, mas instabilidades emocionais podem ocorrer até com o número 1 do tênis mundial. 

O GP de Monza terminou com três azarões no pódio (Pierre Gasly, Carlos Sainz Jr. e Lance Stroll) por uma série de fatores, como o erro estratégico da Mercedes e de Lewis Hamilton ao pararem antes da abertura para o pit stop, após o acidente com Kevin Magnussen, e o forte acidente envolvendo Charles Leclerc, provocando uma bandeira vermelha, além do abandono de Sebastian Vettel e Max Verstappen. Hamilton foi punido com um stop and go e acabou terminando a corrida apenas em sétimo. Até evidências em contrário, não se pode apontar a influência das casas de apostas, dos Illuminati ou das legiões de Satanás.


segunda-feira, 7 de setembro de 2020

A versão desconhecida do Hino da Independência

Existiu uma versão do Hino da Independência musicado por Marcos Portugal, compositor português que veio ao Brasil quando a família real portuguesa estava estabelecida no Brasil, fugindo das forças napoleônicas e seguindo o plano estabelecido pela Corte com a colaboração britânica. 

Inicialmente, ele serviu como professor de música para o jovem príncipe D. Pedro, além de compositor oficial do príncipe regente D. João, mais tarde D. João VI. Depois, com a partida deste para Portugal, pressionado pelo Parlamento que exigia a volta de Sua Majestade, Marcos Portugal passou a servir ao príncipe D. Pedro, que não aceitava a imposição das Cortes de Lisboa. 

Marcos Portugal (1762-1830) musicou a primeira versão do Hino da Independência, logo esquecida em favor da obra feita pelo seu discípulo, o príncipe D. Pedro, antes de ser coroado como D. Pedro I.

Em 1822, durante o processo de Independência do Brasil, o compositor português musicou a letra de Evaristo da Veiga. Sendo um representante tardio da música do século XVIII, não conseguiu popularidade. A seguir, uma interpretação do pianista Alfredo Duarte, tocando em um piano moderno, e do barítono Luiz Carlos Rodrigues de Almeida (canal IME_ EXÉRCITO).

 

D. Pedro, seu aluno, compôs uma melodia bem mais simples e não tão elaborada, porém de grande apelo, passando a ser usada no Hino da Independência a partir de 1824. O príncipe teve contato com outros compositores, como o austríaco Sigismund von Neukomm (discípulo do grande Joseph Haydn), e os brasileiros José Maurício Nunes Garcia e Francisco Manuel da Silva (sua música seria usada para o Hino Nacional Brasileiro, elaborado muito mais tarde, em 1909 por Osório Duque Estrada e oficializado em 1922, no centenário da Independência). 

Curiosamente, tanto Marcos Portugal quanto D. Pedro usaram, além do piano da época, um instrumento de teclado chamado espineta, presente ainda na corte brasileira, mas em desuso na Europa. A espineta era uma espécie de versão menor do antigo cravo, visto como ultrapassado por sua dinâmica ser considerada muito limitada, ou seja, não tocar notas fortes ou fracas, ao contrário do piano.

Com o trabalho feito por D. Pedro, a melodia rebuscada de Marcos Portugal logo ficou esquecida, e em 1830, o mestre do primeiro imperador brasileiro faleceu, no Rio de Janeiro, e também teve o mesmo destino de sua obra. 

 

N. do A.: Este blog, em nome de uma diversificação maior dos assuntos, não escreveu sobre a notícia avidamente comentada hoje: o presidente Jair Bolsonaro mais uma vez ignorou a pandemia e compareceu à cerimônia do 7 de setembro sem máscara, induzindo os presentes em Brasília a fazerem aglomerações, condição propícia para a contaminação pelo coronavírus, ainda não devidamente controlado em nossa terra.

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Outra vez? Respostas cretinas (mesmo?) para perguntas imbecis (mesmo!)

O presidente Bolsonaro enviou a reforma administrativa para ser avaliada no Congresso. Como ele vai incluir, numa segunda etapa, as categorias que ficaram de fora, como parlamentares, militares, juízes e procuradores?

a) Vai é incluir mais água para cozinhar a salsicha que vai ficar este projeto de reforma. Você sabe como são feitas as salsichas?

b) Vai incluir no dia em que galinhas parirem algum dinossauro.

c) Sei lá. Pergunte para o posto Ipiranga, isto é, para o Paulo Guedes, mas vá logo antes que ele se torne ex-ministro. 

d) Com a sua mãe no meio!

e) KKKKK! Hehehe! Hihihi! LOL! 

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

Relação entre personalidades e transtornos psíquicos

Em mais uma postagem sobre os transtornos de personalidade, causadores de muito sofrimento para os portadores e/ou as pessoas que os cercam, o autor deste blog procura, informalmente, fazer uma correlação com os tipos jungianos, já abordados em outros artigos. 

Como já se sabe, não existe uma personalidade melhor ou pior, apenas diferente, em termos de comportamento. Boa parte das postagens com o marcador "psicologia" estão dedicadas às explicações sobre os tipos, identificados por quatro letras, de acordo com a classificação jungiana e suas variantes, principalmente a MBTI (Myers-Briggs Typology Indicator). Eles utilizam os oito tipos de funções cognitivas, que definem a tendência a um comportamento sensorial (Se ou Si), intuitivo (Ne ou Ni), racional (Te ou Ti) e emotivo (Fe ou Fi). 

Por outro lado, pessoas dotadas de comportamento não saudável foram abordadas em outras duas postagens, feitas em 2014 e 2018, abordados de forma mais leve e humorística. 

Antissociais ou pessoas pouco afeitas às regras sociais, tendo o prazer de violá-las por meio de violência ou comportamento hostil, e não levam em consideração os sentimentos alheios; são muitas vezes associados aos tipos artesãos (SP) e pensadores (T), ou seja, os ESTP e ISTP, mas existem também outros tipos de personalidade com este desvio de comportamento. 

Borderlines apresentam variações de comportamento, com humor muito instável e imprevisível; são em geral extrovertidos e emotivos, sendo os perceptivos bem mais suscetíveis do que os julgadores. São mais comuns entre os tipos ESFP e ENFP, portanto. 

Dependentes são pessoas inseguras, em geral introvertidas, emotivas e pouco espontâneas, com comportamento servil em relação às suas companhias. São mais comuns entre tipos ISFJ, INFJ, INFP e ISFP. 

Esquivos são os dotados de fobia social, ansiosos, emocionalmente instáveis, tímidos e quietos; mais encontrados entre os tipos IF: INFP, INFJ, ISFJ e ISFP, estes últimos com menor tendência, por serem artesãos e terem gosto pela experimentação. 

Esquizóides muitas vezes se confundem com os esquizofrênicos e os esquivos, apresentam grande desconforto na hora de demonstrar emoções ou habilidades sociais; são introvertidos, solitários e, em geral, racionais, do tipo IT: INTP, INTJ, ISTJ e ISTP, estes últimos com uma frequência menor, por terem sensação extrovertida como função auxiliar e, como os ISFP, gostarem de desfrutar o que a vida oferece. 

Esquizotípicos podem ser confundidos com os anteriores, devido à falta de traquejo social e hábitos excêntricos, mas com maior tendência ao misticismo, imaginando terem poderes paranormais, característicos de pessoas com intuição introvertida dominante: os INTJ e os INFJ. 

Histriônicos possuem tendência a dramatizar a vida, possuindo comportamento exagerado e provocativo, com a intenção de seduzir ou manipular; são em geral extrovertidos e emotivos, como os ESFP, ESFJ, ENFJ e ENFP. Alguns tipos introvertidos, também emotivos (INFP, ISFP), apresentam esse distúrbio.

Narcisistas também possuem tendência à manipular pessoas para atingirem objetivos pessoais, são carismáticos, frios, racionais e, em geral, extrovertidos, usando armas como a capacidade de persuasão para usarem os outros; encontrados em tipos como ESTP, ENTP e ENTJ. 

Obsessivos-compulsivos gostam de seguir e impor regras aos outros, sendo vistos ora como "certinhos", ora como viciados em trabalho, ora simplesmente como "chatos"; quase sempre julgadores (J), em geral são extrovertidos - ESTJ, ESFJ, ENFJ e ENTJ - mas é possível encontrar alguns com tendências mais introvertidas: INTJ, ISTJ, ISFJ e INFJ. 

Paranóides apresentam comportamento hostil, pensando que todos estão contra ele, e em geral são muito reservados, possessivos e observadores, sendo mais comuns em tipos INTJ e ISTJ, embora haja tipos extrovertidos com essas características (principalmente ENTJ e ESTJ). 

Existem alguns outros transtornos de personalidade não tratados neste blog, anteriormente, por não estarem suficientemente catalogados em livros de psicologia: 

- Indivíduos negativistas, que apresentam comportamento ora muito passivo e reservado, ora agressivo e beligerante; geralmente são indisciplinados e rebeldes; é mais comum serem dos tipos ISTP, ISFP e INFP; 

- Indivíduos sádicos, caracterizados pelo prazer de dominar e humilhar os outros, apresentando traços combinados de sociopatia, narcisismo e comportamento compulsivo; são geralmente extrovertidos e pensativos, como os ENTJ, ESTJ e ESTP; 

- Indivíduos masoquistas, frequentes parceiros dos precedentes, por gostarem de ser humilhados e maltratados; parece ser um caso extremo de transtorno de personalidade dependente; são em geral obedientes às regras alheias e emotivos; tipos mais comuns são o ISFJ e, curiosamente, o ESFJ. 

Estas são meras impressões, não tendo valor científico, pois o autor do blog não é formado na área. Há várias exceções aos casos expostos, e de forma alguma há intenção de formar juízos de valor contra qualquer tipo de personalidade. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Com a saída de Deltan Dallagnol, o que será da Lava Jato?

Graças ao midiático procurador, até há pouco coordenador da Polícia Federal em Curitiba, a Lava Jato passou todos esses anos - seis! - nos holofotes, ajudando a combater o maior atentado ao NOSSO DINHEIRO na história recente do Brasil, envolvendo políticos de vários partidos (principalmente os do PT e seus aliados, mas também o MDB e os partidos do chamado "Centrão" como o PP), empreiteiras poderosas como a Odebrecht, a OAS e a Camargo Corrêa, empresas como a JBS e a EDX, e a Petrobras, outrora uma gigante e que ficou bem perto de ser dissolvida no caldo da roubalheira. 

Sua atuação conseguiu transformar seu trabalho num grande aparato vistoso, fazendo boa parte da imprensa e das redes sociais divulgarem seus feitos, muitas vezes ultrapassando o limite da mesmerização. 

Deltan tentou explicar quem era o maior beneficiário desse mega-escândalo, isto é, o ex-presidente Lula, de acordo com as convicções dos acólitos da Força Tarefa, mas o fez com aquele famigerado "Power Point" que lançou muitas acusações e não conseguiu provar nenhuma delas. Se conseguisse as provas, a explicação não viraria motivo de "meme" e Lula estaria sentenciado a uma pena muito maior do que aquelas sentenças recebidas pelo sítio de Atibaia e pelo apartamento no Guarujá. 

Ele também não conseguiu explicar a tentativa de criar uma fundação com o dinheiro recuperado da Petrobras graças a um acordo firmado com o Departamento de Justiça norte-americano. Por falar nisso, há histórias sobre informações fornecidas a empresas americanas, como aquelas divulgadas pelo site The Intercept Brasil, notório opositor da Lava Jato e aliado do PT. E ainda há as acusações de haver uma colaboração exagerada, além do que permite a lei, entre Deltan e o então juiz Sérgio Moro, visto como implacável contra os corruptos. Essa mesma colaboração ajudou Moro a ser aclamado como paladino da moralidade, ao julgar muitos casos relacionados à Operação. ´

Deltan Dallagnol foi o grande propagandista da Lava Jato, que ajudou a consagrar o juiz Sérgio Moro. Agora, ambos se retiraram de cena (Jorge Araújo/Folhapress)


Por outro lado, houve a prisão de vários executivos das empresas envolvidas, políticos como Eduardo Cunha e doleiros, graças à política de favorecer as delações premiadas. 

Há a sensação incômoda de não terem conseguido fazer tudo o que podiam, e ainda por cima se deixaram levar pelas vaidades pessoais e certo afã "justiceiro", fazendo a Operação ser combatida por todos os flancos, desde o início. O governo de Dilma Roussef, diretamente atingido pelo começo dos trabalhos, tentou neutralizá-los desesperadamente, mas não conseguiu. Após o impeachment, também houve tentativas de domar a Força Tarefa pelo governo Temer, que tinha muitos ministros investigados. Também houve resistência por parte do STF, dividido entre os favoráveis ao movimento (Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luís Fux, Carmen Lúcia), os ambíguos (Celso de Mello, Teori Zavascki, Rosa Weber) e os refratários (Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio, Dias Toffoli). 

Com a prisão de Lula, houve arrefecimento dos trabalhos, e Jair Bolsonaro, prometendo dar prosseguimento ao combate à corrupção, foi eleito presidente da República, colocando Moro como ministro da Justiça. Mas a Lava Jato, já desgastada pelos ataques adversários e pelos seus próprios erros, foi minada pelas acusações do The Intercept e o episódio dos hackers, e a progressiva aproximação de Bolsonaro com o Centrão, facilitada pela saída de Sérgio Moro, que não foi tão brilhante como ministro em relação ao seu trabalho de juiz. 

Augusto Aras, o atual procurador-geral da República nomeado por Bolsonaro, revelou ser um oponente da Lava Jato, ao contrário dos antecessores, Rodrigo Janot e Raquel Dodge. E contribuiu para enfraquecer o movimento, forçando os procuradores de Curitiba a entregarem documentos relacionados à Força Tarefa, além de tentar centralizar os trabalhos da Polícia Federal e limitar as delações premiadas. 

Alessandro Oliveira, sucessor de Deltan Dallagnol (Reprodução)


Deltan Dallagnol estava ameaçado de perder o cargo de procurador e sofrer outras punições por causa das acusações envolvendo o "Power Point", a fundação suspeita e as supostas colaborações com os americanos. Aproveitou o mau momento para sair, alegando a má saúde da sua filha de apenas 1 ano e 10 meses. Ele deixou Alessandro Oliveira, outro "linha dura" contra o crime organizado e a corrupção, como sucessor na coordenação do movimento. Oliveira trabalhava junto à subprocuradora-geral Lindora Maria Araújo, colaboradora de Augusto Aras, que ainda vai decidir se prorroga os trabalhos da Operação por mais um ano. 


N. do A.: Enquanto isso, hoje foi lançada a cédula de R$ 200,00, e as más línguas dizem que isso facilitará o trabalho de gente que enche os fundos falsos das malas, as meias e até as cuecas com dinheiro. 

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Quem recebeu o selo do "Orgulho Nacional" (e o da "Vergonha") de agosto?

Começamos o mês de setembro, e portanto teremos mais quatro meses para enfrentar os desafios de um ano atípico. 

Todo começo de mês, há uma pessoa ou uma instituição para receber o selo de "Orgulho Nacional". Neste caso, é o Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsável pela produção de um soro para o tratamento da COVID-19, esta pandemia que alterou o curso da humanidade. Este produto, com até cem vezes mais potência para neutralizar o vírus em relação aos anticorpos humanos, demonstra a capacidade de muitos brasileiros em fazer algo construtivo, pelo bem do país. Os cavalos sofrem um pouco na hora de extrair o plasma, mas eles são bem tratados e o procedimento não tem questionamentos por nenhum defensor do direito animal. 

O Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ está produzindo soro a partir de anticorpos retirados do plasma de cavalos, para o combate à COVID-19. 

Enquanto isso, temos também muitos outros capazes de prejudicar o Brasil, entre eles alguns dos nossos representantes públicos que usam seus cargos para enriquecimento próprio, fomentar o crime ou um projeto de poder à custa da sociedade. Governadores e prefeitos, como é o caso de Wilson Witzel e Marcelo Crivella, são acusados de cometer atos que os tornariam indignos de seus cargos. Witzel é visto como beneficiário de um grande esquema de corrupção durante a pandemia, o chamado "Covidão" nos Estados. Crivella estaria se beneficiando do "trabalho" de alguns funcionários públicos chamados de "guardiões do Crivella", usados para dificultar o trabalho de órgãos da imprensa (principalmente a Rede Globo, adversária do prefeito) nas portas dos hospitais públicos. 

Por ser um ano eleitoral, é preciso ter cautela ao selar alguém eleito, a não ser quando o crime é muito grave, envolvendo a morte violenta de alguém, ou as acusações são tão escandalosas que ganham as manchetes dos jornais e a atenção das redes sociais. O caso da deputada Flordelis (PSD), mulher do pastor Anderson da Silva, assassinado em junho de 2019, parece se encaixar bem. Ela vai enfrentar um processo de cassação de mandato por causa do crime. Ela é acusada de mandar matar o marido durante disputa por poder político. Há outras acusações medonhas, como exploração sexual de vários dos seus 55 filhos, 4 naturais e 51 adotivos. É o suficiente para ela ganhar o selo de agosto. 

O assassinato do pastor Anderson aconteceu em 2019, mas só agora a deputada Flordelis, do Rio de Janeiro, vai enfrentar um processo de cassação