quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Da série "Filósofos estudam o Brasil", parte 13

Immanuel Kant viveu entre 1724 e 1804, durante a época chamada de "Iluminismo". Ao contrário de outros filósofos, quase nunca saiu de Königsberg, atual Kaliningrad, na então Prússia, sendo professor da universidade local por mais de 50 anos. Sua produção mais importante concentrou-se nos últimos 30 anos, sob influência de David Hume, um dos maiores intelectuais ingleses do século XVIII e mestre da escola empírica, e também das ciências, como a física de Isaac Newton e a matemática de Gottlieb Leibniz. 

Publicou obras como Crítica da Razão Pura, em 1781, onde abordou a estrutura do pensamento. Ele defende as leis naturais como uma série de fenômenos físicos e matemáticis, mas o pensamento humano é o responsável por sua concepção, não se limitando a meramente submeter-se a elas. Para ele, o conhecimento das coisas depende da percepção e da intuição de quem as observa. Há uma distinção entre os princípios empíricos, baseados na experiência, e os concebidos pela razão pura. Estes últimos são regidos pelos conceitos científicos ou por ideias a partir de elementos suprassensíveis, como a ideia acerca de Deus ou do Cosmos. 

Immanuel Kant (1724-1804)

Ele também defende a liberdade de pensamento, não se submetendo aos dogmas, pois a razão deve nortear a existência humana. A forma de governo mais adequada para isso é a República, com a separação de Poderes e a igualdade jurídica entre os cidadãos. Portanto, condenaria o atual desgaste institucional em vários países, principalmente a desarmonia entre os Poderes, e o engajamento irracional das pessoas a certas ideias ou líderes, como ocorre com frequência em países onde o pensamento político é insuficientemente elaborado, como infelizmente é o caso do Brasil. 

Se estivesse a observar o nosso país, Kant não o veria como um exemplo a seguir. 

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