quinta-feira, 28 de julho de 2022

Plantas alimentícias não convencionais - PANCs

Em tempos de alimentos caros, muita gente está procurando alternativas, e algumas plantas consideradas antigamente como apenas "mato" foram pesquisadas e revelaram ter valor nutricional bastante expressivo. 

No Brasil existem milhares de espécies comestíveis, mas a maioria é pouco conhecida. Entre os vegetais citados, existem aqueles que crescem espontaneamente e são consideradas resistentes às pragas, dispensando o uso de defensivos agrícolas, sendo potencialmente viáveis para as famílias de baixa renda. 


Ora pro nobis (Pereskea aculeata)

Às vezes a televisão mostra esta planta como medicinal, mas ela é consumida normalmente em partes de Minas Gerais e São Paulo. Possui alta concentração de proteínas, a ponto de ser considerada "carne verde" em alguns locais. Possui muitas vitaminas, fibras e minerais como magnésio e cálcio. 


Peixinho da horta (Stachys bizantina)

Cresce espontaneamente no Brasil, apesar de não ser nativa (veio da Ásia Menor) e suas folhas "peludas" e verde-escuras são ocasionalmente consumidas fritas e empanadas, tendo um curioso gosto de peixe, embora a maioria das pessoas não ache esse vegetal atraente. É apreciada por algumas pessoas, principalmente no interior de São Paulo e no Paraná. 


Bredo (Amaranthus, principalmente o A. viridis)

Cresce em vários locais do Brasil e é considerada erva daninha por crescer e espalhar-se muito depressa, invadindo outras plantações, mas no Nordeste é apreciada como alimento, inclusive como ingrediente do chamado "bredo da semana santa", cozido com leite de coco. É também conhecido como caruru. 


Azedinha (Rumex acetosa)

Planta às vezes apreciada por seu sabor ligeiramente ácido, devido à concentração de ácido oxálico, também é conhecida como erva-vinagreira; é preparada em refogados ou em forma de chás. Deve ser consumida com certa moderação, pois o ácido oxálico dificulta a absorção do cálcio no organismo. 


Espinafre amazônico (Alternanthera sessilis)

Planta também considerada, por vezes, uma erva daninha, é também conhecida como orelha-de-macaco. Os indígenas apreciam as folhas, com sabor parecido com o do espinafre, mas não é parente próximo deste famoso vegetal; é pesquisado por seu alto teor de proteínas. 


Serralha (Sonchus oleraceus)

Encontrada nas regiões tropicais do mundo, é parente da alface e da escarola, tendo um sabor entre esta última e o espinafre. Suas folhas espinhosas são usadas para problemas gástricos, ou comidas em saladas, sopas e bolinhos. Possui alto teor de vitamina A, segundo estudos da Universidade Federal de Viçosa. 


Beldroega (Portulaca olereacea)

Planta invasora vinda da Ásia, aclimatou-se muito bem no Brasil, a ponto de ser também considerada erva daninha, e é usada para fins medicinais, além de apreciada em sopas, fritadas, saladas e refogados. 


Taioba (Xanthosoma sagittifolium)

Este vegetal da família Araceae já foi mais consumido antigamente, no interior da Região Sudeste, como refogado para suprir as necessidades de fibras e vitaminas, principalmente as do complexo B, A, C e K. As grandes folhas são aproveitadas, mas o rizoma, que lembra o inhame, é considerado tóxico. 



Baru (Dipterix alata)

Ao contrário das plantas precedentes, consideradas como "verduras" por quem as aprecia, a parte comestível do baruzeiro é sua fruta em forma de castanha, o baru. Frutifica no Cerrado brasileiro, e é consumido cru ou torrado, empregado como substituto do amendoim. O baruzeiro é uma árvore imensa, com até 25 m de altura.


Além disso, existem também flores comestíveis, como a begônia (Begonia cinnabarina), o dente de leão (Taraxacum offinale) e a abóbora (sim, a conhecida Cucurbita spp, cujas partes aproveitáveis são geralmente os frutos). 

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