terça-feira, 19 de julho de 2022

Um assunto que até os oitentólatras acham antiquado

Uma das atrações mais comentadas até o final dos anos 1970 era o concurso de Miss Brasil, atualmente chamado Miss Universo Brasil, onde beldades vestidas em trajes de banho tinham o sonho de serem coroadas e poderem representar o país na cerimônia de Miss Universo. 

Mia Mamede representou o Espírito Santo no concurso deste ano (Reprodução/Youtube)

O gênero começou a perder o interesse com o avanço das conquistas femininas (e do feminismo) a partir da década de 1970, e também com a perda do protagonismo do Brasil no concurso de Miss Universo para outros países, como a Venezuela. As tevês deixaram de ver os programas de Miss como lucrativos. A TV Tupi, antes de fechar as portas em 1980, vendeu os direitos para Sílvio Santos, e o SBT passou a transmitir os concursos, mas sem muito destaque. Neste tempo, Deise Nunes, em 1986, quebrou a hegemonia das modelos brancas ao ser coroada Miss Brasil, como representante afrodescendente do Rio Grande do Sul. Mas o gênero estava decadente. 

Neste ano, Mia Mamede representou o Espírito Santo, e ganhou a coroa, premiando uma capixaba pela primeira vez. Também é o primeiro concurso realizado plenamente após a pandemia de COVID-19. Não despertará a mesma empolgação de outros tempos, como fizeram Martha Rocha (1954), Vera Fischer (1969) e as duas coroadas Miss Universo, Ieda Maria Vargas (1963) e Martha Vasconcelos (1968). Porém, vai tentar disputar a coroa "universal" em outubro deste ano (e não em dezembro, devido às transmissões da Copa do Catar). 

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