quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Por que gostar de carros antigos?

Carros novos possuem muita tecnologia embarcada, ajustes elétricos, motores bem mais potentes e eficientes. Ainda assim, os antigos ainda têm muitos adeptos no Brasil. 

Fala-se muito nos Fuscas, Opalas e até nos Mavericks, que não fizeram tanto sucesso quanto os outros dois. A "zoeira" por causa dos Unos com escada no teto não consegue esconder a admiração por este carrinho. Todos eles nunca tiveram a tecnologia dos carros atuais. 

Diz-se que um carro antigo tem "alma", sendo uma típica fala desses aficcionados, pois carros nunca deixaram de ser máquinas e nem os mais avançados (pelo menos não os produzidos em larga escala) possuem algum traço de inteligência artificial. Mas os carros do século passado eram diferentes entre si, enquanto agora tudo é muito igual. 

Embora as mudanças no estilo sejam frequentes nos automóveis atuais, é raro alguém falar em alguma coisa de destaque, tendo dificuldade para diferenciar um carro 2023 de um 2024. Enquanto isso, quem cresceu há mais tempo podia reparar, por exemplo, na mudança de para-choque ou na implantação das "virgulinhas" próximas às janelas traseiras dos Fuscas (foi em 1974, ano do nascimento do autor deste blog). E os "bizorros" foram dos carros que menos mudaram. 

Eram barulhentos, poluíam muito mais, bebiam mais gasolina e andavam menos, mas era possível sentir melhor o "comportamento" do carro antigo em certas situações, como nas curvas. E o refinamento dos revestimentos, em certos casos, era inigualável, não podendo comparar o estofamento de um Civic ou Corolla com o de um Del Rey, Diplomata ou Santana.

Por outro lado, os antigos eram inegavelmente mais resistentes e com mecânica mais simples, embora com um detalhe: numa colisão, o carro podia até sofrer bem menos danos, mas os ocupantes pagavam caro por isso. 

Faz sentido comparar um carro velho, como o campeão de vendas Gol, e um carro novo como o Golf? (Divulgação)

Isso pode ter a ver com o saudosismo de muita gente, relembrando fatos da infância ou da juventude. A nostalgia de relembrar uma viagem no banco de trás de uma Brasília não necessariamente amarela, ou aquele carro que o pai tinha antes de ter o seu próprio. 

Será que veremos algum fã clube dos carros de hoje, daqui a 20 ou 30 anos?


quarta-feira, 18 de setembro de 2024

BC cumpre a promessa...

 ... e os juros voltaram a subir!

Roberto Campos Neto, o presidente do BC

O BC não se deixou pressionar pelo governo e aplicou o remédio amargo do aumento nos juros básicos. A taxa de 10,5% foi para 10,75% e contrastou fortemente com a diminuição dos juros americanos imposta pelo Fed em 0,5%. 

Muitos vão reclamar da inversão no comportamento dos bancos centrais americano e brasileiro, mas por aqui o descontrole nos gastos públicos é apontado como o culpado. O governo federal pode apontar as queimadas generalizadas que causam devastação no meio ambiente e nas lavouras, aumentando o preço dos produtos agrícolas, mas nem sequer disfarça o rombo e a diferença gritante nos números do estrago no Orçamento: R$ 39,7 bilhões, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. O BC não levou em consideração os R$ 4,1 bilhões ociosos deixados pelos contribuintes (e cobiçados pelo governo) e as cotas do PIS/Pasep "esquecidas" pelos trabalhadores, avaliadas em R$ 26 bilhões, autorizadas pelo Congresso para serem incorporadas pelo Tesouro. 

Ou seja, dinheiro em tese do contribuinte e do trabalhador sendo confiscado, e ainda teremos de aturar juros mais altos. Não se pode garantir que Lula e sua equipe vão ser esquecidos em futuras manifestações, e nem descartar aqueles coros pedindo a tal "intervenção militar", apesar do temor de prisões a mando do STF. Por outro lado, o governo vai pressionar ainda mais pela cabeça de Roberto Campos Neto.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Tupperware vai falir

A empresa fabricante das populares e duráveis vasilhas de plástico, muito vendidas principalmente aqui no Brasil, logo não vai existir mais. 

Tupperware virou sinônimo de vasilha plástica no Brasil

Encerra-se uma história marcada pelas "festas Tupperware" na década de 1950 nos Estados Unidos, onde foram criadas anos atrás pelo químico Emil Tupper, e também pelas vendas em vários países do mundo. No Brasil, as vasilhas de policarbonato, duráveis e leves, foram tão populares que se tornaram sinônimo de utensílio de cozinha para guardar a comida e conservá-la por dias. 

Ela não conseguiu resistir à concorrência dos produtos chineses, principalmente em tempos de grande popularidade mundial da Shopee, Shein, Aliexpress e outras. Ironicamente, quando esses marketplaces estão a ser punidos com taxas de importação pesadas no Ocidente, a Tupperware estava atolada em dívida bilionária. Ela não soube aproveitar a época da pandemia de COVID-19, quando ela voltou a ser requisitada apesar da dificuldade na obtenção das matérias-primas, e acumulou dívidas. Suas ações despencaram em 2023, em 70%, e o anúncio de uma possível falência cortou o valor já baixo dos papeis pela metade. 

Consultores culpam a durabilidade dos produtos Tupperware. Aqui no Brasil, existem casas com potes durando 30, 40 anos, As concorrentes chinesas não possuem essa durabilidade toda, mas são bem mais baratas e atraentes para os mais jovens, e assim a grande vantagem se converteu num desafio, que a fabricante não consegue resolver. 


N. do A.: Assunto ameno, para fugir um pouco das manchetes, entre as quais novos debates para candidatos às prefeituras, inclusive aqui em São Paulo, apenas dois dias depois do anterior transmitido pela TV Cultura. Desta vez o Datena não deu cadeirada, mesmo porque as banquetas estavam parafusadas, mas o Marçal brigou feio com o prefeito Ricardo Nunes e a apresentadora Amanda Klein foi obrigada a intervir, no estilo "Super Nanny", para conter os ânimos. Outro assunto foi a explosão dos pagers em Beirute supostamente por obra do Mossad, matando e ferindo membros do grupo Hizbollah e também muitos inocentes; a agência de espionagem israelense não hesita em combater o terrorismo por todos os meios, inclusive usando as mesma táticas traiçoeiras e sanguinárias dos inimigos, tudo em nome da segurança do povo hebreu. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Eleições ao nível da cadeirada

Em todos esses acompanhando debates políticos, desde a eleição de 1989, quando o autor deste blog tinha 15 anos e queria ficar por dentro do processo de redemocratização do Brasil, nunca havia visto um candidato agredir outro com uma cadeirada, como se estivesse numa baiúca qualquer, e não num lugar para discutir propostas de governo. 

Baixaria já é tradicional nesta não tão incipiente - está mais para insipiente - democracia brasileira, mas não a ponto de um insultar o outro com tamanha desfaçatez, insinuando que ele é um estuprador ("jack", na gíria carcerária), e receber um golpe de cadeira como resposta. Tudo isso aconteceu no debate da TV Cultura, uma emissora onde a violência e a bandalheira não aparecem tanto quanto nas outras. 

Estamos em tempos onde a liberdade de expressão ou é ameaçada pelos donos do poder, ou é mal utilizada por quem é formador de opinião. Já se começa a temer, ou até mesmo louvar, a dissolução de nações e instituições. 

Pablo Marçal (PRTB), o candidato considerado antissistema, está se comportando como um candidato anti-civilização, sendo comparado a um sociopata pelos detratores. Nada, porém, justifica ser agredido com tanta violência pelo rival, o apresentador José Luís Datena (PSDB), que mostrou também não ter condições para administrar uma cidade como São Paulo. Aliás, cresce a impressão segundo a qual nenhum deles está à altura do cargo, nem mesmo o atual mandatário, Ricardo Nunes (MDB). Guilherme Boulos (PSOL) até posa de bom moço, mas não consegue esconder o passado de líder do movimento sem-teto. Tábata Amaral (PSB) parece querer colocar uma agenda "politicamente correta" e não consegue convencer quando fala em combater a violência e o crime organizado que assolam São Paulo. Maria Helena (Novo) não parece muito à vontade na política, pela postura adotada no debate, sendo o primeiro onde ela aparece. 


sexta-feira, 13 de setembro de 2024

A estranha comparação entre um compositor nascido há exatos 200 anos e o 'rock'

A mais nova edição do Rock in Rio começa hoje, como sempre com muito pouco de rock e tendo como destaque, neste primeiro dia, a Ludmilla, afastada deste gênero como a Cidade Maravalhosa está de Woodstock. 

Um compositor, nascido há 200 anos, a 4 de setembro de 1824, numa cidadezinha austríaca, é muitas vezes comparado aos roqueiros e mesmo aos metaleiros pela sua música. Anton Bruckner, organista, católico devoto e admirador de Johann Sebastian Bach e Richard Wagner, compôs sinfonias consideradas muito dissonantes, verdadeiros "blocos" musicais não lapidados no lugar de "frases" concatenadas, como a forma sonata constituída de exposição do tema, desenvolvimento e recaptulação. Alguns músicos eram mestres no desenvolvimento formal, como Mozart, Haydn e Schubert, para citar apenas os mestres austríacos. 

Este pacato senhor do século XIX não lembra nem um pouco os roqueiros do século seguinte

Bruckner era considerado rude e inculto, visto como um camponês ignorante e relapso, e tinha alguns hábitos esquisitos, como acompanhar enterros e olhar para cadáveres, principalmente de mulheres, o que só lhe pioravam a fama. Suas sinfonias monumentais eram consideradas, pelos críticos, como "monstruosidades". Ele tratava os instrumentos da orquestra como tubos de um órgão, e a sonoridade ora era suave, ora bastante agressiva. Sua orquestração exigia numerosos músicos, e ele muitas vezes empregava instrumentos de sonoridade muito pesada, como as "tubas de Wagner" usadas em nada menos que a tetralogia do Anel dos Nibelungos. O uso intenso de cromatismos e variações bruscas de andamentos o fez não ser apreciado em vida, mas louvado pelos críticos modernos. 

No rock, e principalmente no metal, as dissonâncias eram propositais, para agradar a quem dançava sacudindo as cabeleiras. (*)

Alguns trechos de suas sinfonias parecem mais "heavy metal" do que a quase totalidade das músicas apresentadas nas edições do Rock in Rio, como o scherzo da sua última sinfonia, coincidentemente a de número 9, e também em ré menor, como a Nona de Beethoven: 


Para muitos, a sua maior sinfonia era a anterior, cujo apelido era "a Apocalíptica", e tinha a mesma tonalidade da Quinta Sinfonia de Beethoven, em dó menor. 


Muitos, porém, preferem a grandiosa Te Deum, uma obra religiosa de louvor a Deus, elogiada até por seus mais ferozes críticos, como Eduard Hanslick, amigo de um dos maiores compositores da época, Johannes Brahms. 


Hanslick deplorava Richard Wagner e Franz Liszt, representantes considerados mais "modernos" para aquela época, pelo uso mais livre das melodias e menos observância às regras de composição; os adeptos desses compositores adotam os "motivos" musicais, espécie de descrição de personagens, como se faz hoje para musicar os filmes de Hollywood. Brahms era mais obediente às regras, suas inovações eram mais sutis, e sua música não sugeria cenários ou personagens, ou seja, era "absoluta". Bruckner também só fez música "absoluta", mas era colocado entre os "modernos" pelos motivos já citados. 

Anton Bruckner morreu sem ver o talento reconhecido, mas foi admirado por um verdadeiro gênio da música clássica, Gustav Mahler, autor de sinfonias ainda mais colossais e que viveu em tempos mais abertos para as inovações. 


(*) Curiosamente, muitas frases musicais das composições de rock e mesmo do metal eram extraídas, às vezes de forma descarada, de músicos eruditos. Bach e Beethoven eram as maiores fontes do que poderia ser considerado "plágio", se as obras deles não estivessem em domínio público. 

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Peruanos se despedem (ou não) de Alberto Fujimori

Ontem, faleceu o político mais contravertido da história recente do Peru, Alberto Fujimori, aos 86 anos, adorado por uns e execrado por outros, na casa de sua filha, a também política Keiko Fujimori, candidata derrotada às eleições presidenciais de 2011, 2016 e 2021. 

Fujimori é considerado um dos expoentes da chamada "extrema direita", um termo impreciso ainda mais na América Latina. Foi engenheiro agrônomo e reitor da Faculdad Nacional Agraria La Molina, em Lima, antes de se candidatar como um outsider à Presidência da República, em 1990. Tinha um perfil considerado "antissistema", uma mescla do estilo de Collor com o de Enéas ou de Bolsonaro. E venceu o bem mais conhecido oponente, o escritor Mário Vargas Llosa. 

Governou constitucionalmente pelos primeiros dois anos, implantando medidas para conter a hiperinflação aplicando medidas "neoliberais", mas depois deu um autogolpe alegando querer combater p crime organizado e o narcotráfico, verdadeiros flagelos no continente. Dissolveu o Congresso, fechou o Judiciário e o Ministério Público e se tornou um verdadeiro ditador. Mandou capturar o líder do grupo terrorista Sendero Luminoso, Alberto Guzmán, que passou o resto da vida na prisão, até sua morte em 2021. Por outro lado, seus métodos considerados tirânicos levaram à morte de centenas de inocentes. Impõs a formação de um novo Congresso, para uma nova Assembleia Consitutinte, responsável pela redação da Carta Magna de 1993, que respaldava suas ações e lhe permitiu concorrer a um segundo mandato. "El Chino", como era conhecido, liberalizou o regime após uma eleição polêmica, vencendo o pleito contra o ex-secretário geral da ONU Javier Pérez de Cuellar. 

Alberto Fujimori (1937-2024), ex-presidente do Peru entre 1990 e 2000 (Handour/Prensa Fujimori/AFP)


O então ditador posava de moralizador, mas foi acusado de corrupção e foi flagrado dando uma caixa de diamantes à cantora russa Raisa Vasilieva, paga com dinheiro público. Isso o levou a ser processado por um Congresso que deixou de temê-lo e ele foi punido com o impeachment em 2000. Logo, as acusações de abusos contra os direitos humanos chegaram aos borbotões. Mas ele foi preso em 2009 unicamente por acusações de ter se apropriado do dinheiro público, dando US$ 15 milhões a seu chefe de segurança, Vladimiro Montesinos, além das condenações por assassinatos políticos. Recebeu uma pena de 25 anos, e no Peru não há os benefícios pelos quais os brasileiros condenados podem usufruir, como progressão da pena. 

Anistiado pelo então presidente Pedro Paulo Kuczinski, o PPK, outro nome execrado pelos "progressistas" da América Latina, e que também viria a perder o mandato após impeachment, conseguiu se livrar da prisão, mas não por muito tempo: a anistia foi anulada em 2019, e ele passou a cumprir o resto da pena na casa de sua filha, Keiko. Além disso, a doença, um câncer na boca, viria a martirizá-lo e provocou sua morte. 

"El Chino" foi velado na casa de Keiko e será enterrado com honras de chefe de Estado. Muitos compareceram ao velório, mostrando a sua popularidade considerável mesmo agora, mas outros relembram os abusos contra a democracia promovidos pelo ex-ditador. 

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Adeus, SSD barato (por enquanto)

Conforme ameaçaram os fabricantes de SSD, os preços dessas mídias de armazenamento ficaram mais altos, fazendo-os deixarem de ser os queridinhos dos compradores, sobretudo os acostumados a importar da China. 

Um SSD do tipo M.2 nVME da Crucial (Divulgação/Crucial)

Já há muito tempo isso foi anunciado, em abril, devido ao aumento da demanda, somada aos problemas na fabricação dos componentes, como as memórias NAND e os controladores. A escassez nos dispositivos eletrônicos continua mesmo com o fim da pandemia de COVID-19. 

Durante a pandemia, também houve um impacto, mas ele serviu para frear as quedas de preço. Na China, onde existem dezenas de fabricantes, algumas de "fundo de quintal", a produção continuou por imposição da ditadura local, enquanto nos países vizinhos houve uma quebra por causa dos lockdowns e das exigências impostas pelo distanciamento social vigente. Além disso, houve uma disseminação no emprego das tecnologias SLC, mais baratas do que as TLC, porém menos confiáveis. 

Agora, até mesmo as fabricantes chinesas estão obrigadas a aumentar os preços, para não venderem seus produtos com prejuízo. Acabou aquelas ofertas de SSD de 256 Gb, por exemplo, custando R$ 70, desconsiderando taxas alfandegárias e impostos. 

No Brasil, com as taxas e impostos altíssimos, comprar um SSD deixou de ser um bom negócio, mesmo importando. E a tendência é a dificuldade continuar grande, pois ninguém quer voltar a usar os ultrapassados discos rígidos mecânicos, os quais ainda apresentam alguns avanços nas tecnologias, como a HAMR (Heat-Assisted Magnetic Recording, ou Gravação Magnética Auxiliada pelo Calor), destinadas quase exclusivamente a grandes empresas de manipulação de dados, devido ao alto custo, proporcional à grande capacidade, entre dezenas e centenas de Tb. 

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Diolane na cadeia. E...

 ... quem estará mais encrencado (a) do que a influenciadora pega por exploração ilegal de jogos?

a) A Seleção Brasileira depois de perder do Paraguai nas Eliminatórias. 

b) O Brasil todo, com a perseguição às redes sociais. 

c) A Venezuela, com Maduro cada vez mais ditador e líder da oposição exilado. 

d) O bolso do maluco que comprar um iPhone 16. 

e) Este blog por fazer enquetes chatos!

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O novo recado da Paulista

Milhares de pessoas voltaram a encher a Avenida Paulista contra as atuações do ministro Alexandre de Moraes e também o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, por não autorizar um processo de impeachment contra ele. 

Novamente, Jair Bolsonaro apareceu, apesar dos problemas de saúde. Ele voltou ao clima de palanque, protestando contra a cassação de seus direitos políticos em um rumoroso e questionável processo, e chamou Moraes de ditador. 

Pablo Marçal também apareceu, mas não foi bem recebido pela organização do evento, mostrando divergências notáveis entre o ex-presidente e o seu aparente "discípulo", e sensação na corrida à Prefeitura paulistana. 

Os veículos de imprensa em geral trataram de destacar essas rusgas, e também divulgaram números mais baixos do que os registrados em fevereiro: o Poder360 fala em 58.000 pessoas e o Globo, apenas 45.000. Quem foi diz ter visto muito mais. 

Manifestantes encheram de novo a Av. Paulista no Dia da Independência (Poder360)

Estas manifestações irão continuar enquanto persistirem as práticas antirrepublicanas adotadas em Brasília. Isso se a situação política não degenerar numa verdadeira ditadura, algo não desejado por ninguém em sã consciência. 

A melhor campanha paralímpica da História

Os atletas paralímpicos brasileiros fizeram por merecer em Paris e ganharam recorde de medalhas, com 25 medalhas de ouro, 26 de prata e 38 de bronze, ficando finalmente entre as cinco melhores delegações. 

Independente disso, todos mostraram sua vontade de vencer. Espera-se que o legado permaneça, não ficando apenas em alguns atletas, como costuma ocorrer. 

A delegação paralímpica brasileira (Alessandra Cabral/CPB

O feito é notável por não haver a presença dos veteranos Daniel Dias da natação ou Clodoaldo Silva do atletismo. Boa parte dos medalhistas é de pessoas jovens e/ou estreantes em Paralimpíadas. 

Tivemos o caso de Rayane Soares, prata e ouro no atletismo, categoria T13, atletas com deficiência visual severa. Ela completou a prova dos 400 m em 53s55, recorde mundial. As mulheres foram as responsáveis pelo maior número de pódios, mas Igor Tofalini, com sequelas de um grave acidente quando era peão de rodeios, dividiu o pódio na canoagem VL2 com o compatriota e bicampeão paralímpico Fernando Rufino. 

Um apeuqna amostra das conquistas paralímpicas até ontem, dia 8 de setembro, quando as competições terminaram para deixar saudade. 

sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Governo se livra de um problema

Silvio Almeida, o agora ex-ministro dos Direitos Humanos, foi demitido por acusações de assédio sexual, não poupando nem mesmo a colega Anielle Franco, da Igualdade Racial.

Não se pode dizer que o governo errou, desta vez. Mas o que não faltam são problemas. E sempre há a impressão de algum escândalo maior ainda para ser revelado.


O ex-ministro Silvio Almeida, demitido por assediar a ministra Anielle Franco e outras mulheres (Filipe Araújo/MINC)


Temos o caso de Juscelino Filho, o ministro das Comunicações indiciado por desvios de verbas para emendas parlamentares, formação de quadrilha e outros crimes. Não se cogita demiti-lo, dando muito espaço para os críticos do governo cogitaram o nível de cumplicidade com as práticas políticas mais sórdidas, como no passado.

Embora haja recordes de arrecadação, o rombo fiscal só aumenta. Isso é uma concupiscência com o NOSSO DINHEIRO. O ministério da Fazenda Fernando Haddad e a ministra do Planejamento Simone Tebrt têm culpa nisso, mas não são os únicos responsáveis pela esbórnia. O próprio Lula não se importa em esbanjar o suado dinheiro dos contribuintes, com gastos supérfluos, e nem escondem isso. Para saúde, educação, infraestrutura e outros investimentos, o dinheiro não chega a quem precisa.

Os manifestantes do dia 7 de Setembro não vão esquecer do Executivo, apesar do alvo ser o Judiciário e o ministro Alexandre de Moraes.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Candidatos a vereadores ainda sem holofote

Ainda existe a crença segundo a qual os vereadores teriam pouca importância, sendo perfeitamente dispensáveis, servindo mais como um estágio para políticos novatos e/ou protegidos de algum cacique. Ou aqueles sem ambição ou talento para cargos de maior prestígio, mas favorecidos pelos mesmos caciques. 

Isso não é a essência da função. Vereadores servem para criar as leis municipais e defender os interesses de alguma região da cidade.

Eles são os legisladores do município, assim como os congressistas legislam para o Brasil. A importância desses senhores é grande, ou pelo menos deveria ser, principalmente nas cidades grandes como a metrópole paulistana. Não precisaria repetir isso.

Mesmo assim, a mídia insiste em não dar importância aos vereadores, destacando apenas uns candidatos folclóricos para puxar votos.

Uma nação é politicamente madura quando os legisladores serem dignos de respeito, cientes de seu poder, preocupados com seus eleitores e não apenas com seus votos ou nas benesses do cargo, vigilantes contra os abusos dos outros dois Poderes, Executivo e Judiciário, e vigiados pelo povo.

Quem os leitores do blog gostariam de destacar como candidato a vereador?

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Será a hora de Vini Jr.!

Vinícius Jr. foi indicado à Bola de Ouro pelo periódico France Football, na primeira edição sem Messi e Cristiano Ronaldo.

Seus maiores rivais são Erling Haaland e Lyllan Mbappé, apenas para citar os mais jovens. 


É hora de Vinícius Jr, ganhar? Não exatamente. A hora é de começar a mostrar protagonismo, como já faz Mbappé. O francês colega do brasileiro no Real Madrid após se destacar no PSG é o mais cotado, mesmo porque a revista esportista é também francesa. Mas uma surpresa pode acontecer, como a escolha de um veterano como Carvajal ou Toni Kroos. Ou Vini Jr.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

A Justiça no Brasil é mais do que cega

Enquanto os atletas paralímpicos enchem o Brasil de orgulho, conquistando pódios e lutando por medalhas em Paris, a Justiça no país, por outro lado, enche-nos de vergonha. 

Diz-se que a Justiça deve ser cega, mas não se fazer de surda e louca. Isso sempre foi assim em nossas plagas, mas ultimamente a atuação do STF e, principalmente, de Alexandre de Moraes, está conseguindo piorar muito a situação. 

Com Moraes agindo como juiz, chefe de júri e executor, ao estilo do juiz Dredd dos quadrinhos (EU SOU A LEI!), não é possível ver melhorias no quadro. 

A Justiça brasileira tem um olfato apurado para o dinheiro, com a avidez dos magistrados por benesses para complementar seus "ridículos" salários, compensando assim a falta de visão. Ela faz ouvidos moucos para quem aponta as irregularidades jurídicas em certos atos, como manter inocentes presos irregularmente, sem o direito a defesa, incluindo os manifestantes não diretamente ligados aos baderneiros do 8/1. E a recente perseguição e proibição ao X, acusado de espalhar fake news, privando milhões de usuários de usarem esta rede social, mostra o nível de loucura dos responsáveis pela execução das leis. Ou, mais precisamente, um misto de transtornos psicológicos. Zelo excessivo para defender o Brasil da "extrema direita", representada pelos seguidores de Jair Bolsonaro e simpatizantes de Donald Trump, parece coisa de compulsivos e paranoicos, com a arrogância típica dos narcisistas. E fazem isso ignorando as leis existentes, ou imaginando cumprir as não existentes (onde está o Congresso, responsável pela elaboração delas?), aparentando esquizotipia. 

Por isso, essas atitudes dão motivos para se fazer uma grande manifestação no dia 7 de setembro, o dia da Pátria, contra os abusos, exigindo um processo de impeachment de Alexandre de Moraes, ao lado de outras pautas, como frear as decisões monocráticas e o espírito corporativo do nosso Supremo. 

As pessoas deficientes, como os atletas paralímpicos, devem ser respeitadas. Uma Justiça deficiente no nível da brasileira dificilmente consegue respeito. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

A democracia venezuelana atua

Mais uma vez este blog aborda o assunto política internacional, uma arena onde as liberdades e a pluridade de opiniões parecem entregues às feras representadas pelo arbítrio e pelo espírito beligerante do "nós contra eles".

Agora, o governo venezuelano, auro-intitulado democrático por julgar que está defendendo o povo da tirania imperialista, está à caça do principal opositor, Edmundo González, justamente aquele apontado pelo "império ianque" como o vencedor das eleições. Ele é acusado de sabotagem e conspiração. 

Caso for preso, González vai ser tratado de acordo com a justiça "bolivariana": um inimigo do povo, não "merecendo" as garantias legais, como acesso aos autos do processo para poder se defender, juntamente com seu advogado. Para a democracia venezuelana, os inimigos dela são dignos de serem apagados da existência.

Edmundo González disputou a Presidência da Venezuela com Nicolas Maduro (Leonardo Fernández Viloria/Reuters)

Os brasileiros e outros povos devem rejeitar esse caminho, pois as autoridades escolhidas pelo voto ou pela lei não podem se julgar mais capazes do que seus compatriotas na tarefa de zelarem pelos direitos de todos, ainda mais quando os negam a determinados indivíduos. E isso vale, inclusive, aos senhores ministros do STF.