Setembro está terminando e outubro promete, com as eleições municipais e a reta final da campanha presidencial nos Estados Unidos.
Muitos estão preocupados com os acontecimentos sobre os quais eles não possuem controle algum, como a guerra encarniçada entre a Rússia e a Ucrânia ou Israel ter, usando uma gíria dos anos 1980, "estourado a boca do balão", no mau sentido, dos grupos terroristas Hamas e Hizbollah, com seus ataques ferozes no Líbano, em Gaza, na Síria e até no Iêmen dos houthis, visando neutralizá-los definitivamente. As queimadas continuam, afetando a qualidade do ar e pressionando o preço dos produtos agricolas, além de devastarem o meio ambiente. Faz um calor atípico para o início da primavera, e a estiagem já afeta bastante o nível dos reservatórios para a produção de eletricidade e o fornecimento de água. E as decisões do governo, do Congresso e do STF?
Em tese, outros acontecimentos estariam sob o nosso controle, como as eleições municipais. A campanha para a prefeitura está ainda frenética em São Paulo, e isso repercute no Brasil todo. As cidades brasileiras em geral não apresentam campanhas políticas tão acirradas, e isso, até certo ponto, é bom, mas lembram alguns casos de assassinatos de candidatos pelos rivais, pessoalmente ou por meio dos "jagunços".
Mas no cotidiano, onde se reúnem os acontecimentos mais controláveis, ainda há muita dificuldade. O trabalho de cada um, a administração do orçamento doméstico para pagar as contas e as compras do mês, o lazer nas horas de folga, acabam dependendo do imponderável, ainda mais em tempos tão incertos e aparentemente ameaçadores.
Não falta quem faça a pergunta a cada fim de mês: sobreviveremos ao mês seguinte? Os mais pessimistas fazem a pergunta a cada dia, referindo-se ao amanhã.