Em todos esses acompanhando debates políticos, desde a eleição de 1989, quando o autor deste blog tinha 15 anos e queria ficar por dentro do processo de redemocratização do Brasil, nunca havia visto um candidato agredir outro com uma cadeirada, como se estivesse numa baiúca qualquer, e não num lugar para discutir propostas de governo.
Baixaria já é tradicional nesta não tão incipiente - está mais para insipiente - democracia brasileira, mas não a ponto de um insultar o outro com tamanha desfaçatez, insinuando que ele é um estuprador ("jack", na gíria carcerária), e receber um golpe de cadeira como resposta. Tudo isso aconteceu no debate da TV Cultura, uma emissora onde a violência e a bandalheira não aparecem tanto quanto nas outras.
Estamos em tempos onde a liberdade de expressão ou é ameaçada pelos donos do poder, ou é mal utilizada por quem é formador de opinião. Já se começa a temer, ou até mesmo louvar, a dissolução de nações e instituições.
Pablo Marçal (PRTB), o candidato considerado antissistema, está se comportando como um candidato anti-civilização, sendo comparado a um sociopata pelos detratores. Nada, porém, justifica ser agredido com tanta violência pelo rival, o apresentador José Luís Datena (PSDB), que mostrou também não ter condições para administrar uma cidade como São Paulo. Aliás, cresce a impressão segundo a qual nenhum deles está à altura do cargo, nem mesmo o atual mandatário, Ricardo Nunes (MDB). Guilherme Boulos (PSOL) até posa de bom moço, mas não consegue esconder o passado de líder do movimento sem-teto. Tábata Amaral (PSB) parece querer colocar uma agenda "politicamente correta" e não consegue convencer quando fala em combater a violência e o crime organizado que assolam São Paulo. Maria Helena (Novo) não parece muito à vontade na política, pela postura adotada no debate, sendo o primeiro onde ela aparece.
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