segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dilma vai aos Estados Unidos

Nossa presidente foi aos Estados Unidos para, oficialmente, tentar ampliar os investimentos da grande potência ocidental no Brasil, e negociar acordos comerciais que compensem os atos protecionistas dos dois países. 

Segundo o Estadão, ela, Joaquim Levy, Nelson Barbosa (ministro do Planejamento) e Jacques Wagner (ministro da Defesa), irão participar de acordos envolvendo meio ambiente, ensino profissionalizante e abertura do mercado americano à carne bovina. No ano passado, míseros US$ 95 mil foram para os cofres dos pecuaristas devido às vendas para os americanos. 

Aparentemente o episódio da NSA e Edward Snowden, que abalou as relações bilaterais em 2013, parece superado. Ela vai se encontrar com o seu colega, Barack Obama, amanhã, durante um jantar. Hoje, chegou a ter um rápido encontro com nada menos que Henry Kissinger, o ex-secretário de Estado, atualmente com 91 anos, e o magnata Robert Murdoch, dono da Fox. Esses dois nomes são considerados "direitistas" demais para o gosto dos petistas (e mesmo de muitos "progressistas" brasileiros que não flertam com as ideias de Marx). 

Parece um surto de liberalismo, mas ela mostrou seu lado ex-guerrilheiro ao falar sobre Ricardo Pessoa, da UTC, e sua delação feita há alguns anos, denunciando Lula e Dilma por receberem caixa-dois da empreiteira. Chegou a comparar o executivo com Joaquim Silvério dos Reis. "Eu não respeito delator", teria dito a presidente. Nem Pessoa é Silvério, e nem Dilma pode ser comparada a Tiradentes. O "mártir da Inconfidência" protestou contra os impostos excessivos na capitania de Minas Gerais, no fim do século XVIII, gastos por uma corte corrupta e perdulária em Lisboa. No começo do século XXI, Dilma é responsável justamente por impor tributos que fariam a Coroa portuguesa parecer uma "santa mãe" para o Brasil colonial. E os corruptos nobres portugueses do passado, ávidos por influência e luxo, seriam monges diante da "corte" petista.

Espera-se que a visita aos Estados Unidos não seja lembrada apenas por este pronunciamento, e sim pelos acordos comerciais que significariam investimentos e quebra da resistência americana aos produtos brasileiros, além de relações econômicas mais maduras e mais justas. 

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