segunda-feira, 15 de junho de 2015

Faz dois meses que o povo foi à rua

No dia 15 de março de 2015, milhares de pessoas protestaram contra a corrupção e os desmandos do governo. Eram cidadãos exercendo seu direito de se manifestar, por mais ética na política. 

Aconteceu há dois meses. Logicamente, é um tempo muito curto para se mudar algo. 

Não houve quebra da normalidade institucional, como alguns queriam: nada de intervenção militar ou prisão para Dilma. Por outro lado, as reformas políticas exigidas pelo povo na rua parecem não atender aos anseios de muita gente: o voto permanece obrigatório e o sistema de eleições continua a ser proporcional. 

Há fortes indícios de retrocesso, como a volta da CPMF, que não cumpriu sua função de ajudar a custear a saúde pública. Pessoas morrem nos corredores dos hospitais não por causa do fim do tal "imposto do cheque", mesmo porque durante a vigência do tributo as condições não eram nada melhores, mas devido à crônica incapacidade de destinar as verbas da saúde ao atendimento da população. O governo ainda será objeto de escândalo e a ser alvo da justa ira popular enquanto não tratar do assunto com mais seriedade. 

Uma das causas do descontentamento, o mau desempenho da economia, está longe de ser resolvida, embora o governo tenha lançado um ambicioso pacote para modernizar os portos, as rodovias e as ferrovias. Tudo isso tem potencial, mas só merecerá elogios quando as intenções se transformarem em realizações. Uma dessas obras tem mais valor político para os ideais do PT e seus aliados bolivarianos do que benefício para a nação: a ferrovia que liga o Atlântico e o Pacífico, com capital chinês. 

Pelo menos houve maior resistência às vontades do governo, por parte do Legislativo, mas não vem da oposição (PSDB, DEM), mas de parte do PMDB, liderada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha. Eles aproveitaram o descrédito do governo para se imporem, bloqueando boa parte dos projetos petistas. Estão criando mais dificuldade agora do que os tucanos e os "democratas" durante toda a gestão da estrela vermelha. 

Por enquanto, nem o governo, nem a oposição, e muito menos o PMDB, estão agradando a quem saiu às ruas naquele dia 15 de março. Novos protestos ainda virão, e eles terão de continuar até o país retomar o caminho do desenvolvimento social e econômico, e um controle bem mais eficaz do que se faz com o NOSSO DINHEIRO, arrecadado por meio de impostos gastos de forma atroz, desde o tempo das caravelas. 

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