Durante a votação dos deputados sobre a maioridade penal, manifestantes contrários à mudança protestaram e gritaram palavras de ordem, e foram expulsos do plenário da Câmara inclusive com o uso de gás de pimenta.
A maioria dos manifestantes é pertencente ao movimento estudantil, que representa uma parte do pensamento dos jovens, os mais alinhados com as ideias do PT e dos partidos ditos "de esquerda", que veem na redução da maioridade penal para 16 anos como um ato anti-democrático, de acordo com a visão deles sobre a democracia.
Foram, de certa forma, estimulados a agir por alguns parlamentares. Muitos defensores da mudança, entre os quais o relator da proposta, deputado Laerte Bessa (PR-DF), perderam a paciência e chamaram a polícia.
Bessa defende a punição para todos os crimes cometidos por maiores de 16 anos, e não só os mais graves, como assassinato, latrocínio e sequestro. Muitos querem a punição apenas para estes casos, por temerem que, sem reformas no sistema carcerário, os menores infratores acabem tendo ainda mais oportunidades para aprender com os mais velhos nos presídios.
Trata-se de um assunto delicado que acaba despertando reações emocionais tanto dos contrários à mudança quanto os favoráveis a ela. Por isso, a presença de manifestantes no plenário, e não do lado de fora do Congresso, foi uma temeridade. O uso de gás de pimenta pelos policiais também foi um excesso condenável, ainda mais porque esse tipo de arma tem o potencial de prejudicar a todos dentro do recinto, e não só os responsáveis pelo tumulto de hoje. Isso acabou por atrapalhar a sessão, que teve de ser interrompida. A votação irá continuar apenas na próxima quarta, dia 17.
Nenhum comentário:
Postar um comentário