segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ataque de passadismo

Já fiz várias postagens sobre a "oitentolatria", ao fazer alusões a uma época onde o Brasil foi golpeado pela hiperinflação, corrupção, isolamento no mundo e uma abertura política "lenta, gradual e segura" que acabou descambando nos governos Sarney e Collor. 

Agora estou pensando em escrever algo sobre os anos 1990, quando o Brasil experimentou um momento de recuperação, com o fim da loucura nos preços, para depois sofrer fortemente a crise financeira mundial de 1997-1998, como parte integrante da chamada "globalização". Aparentemente o povo começou a aprender a exercer sua cidadania, protestando contra Collor, e votando em pessoas com propostas de governo. Só aparentemente, porque ainda apresenta sequelas de um passado paternalista e autoritário, ainda mais porque elegeu Antônio Carlos Magalhães e Jader Barbalho, entre outros caciques políticos. 

Muita gente tem saudades daquele tempo. Foram adolescentes naquela época (como eu). Era o tempo da abertura para os importados e passamos a ter contato maior com tecnologia vinda de fora. A Internet começou a surgir. Surgiram modinhas quase tão duvidosas quanto as da década anterior, como os tais "bichinhos virtuais". O rock nacional, predominante na década de 1980, dividiu espaço com o sertanejo e o axé, sem falar em bandas como o Skank, os Mamonas Assassinas e o Nação Zumbi. 

O problema não é só pensar na "noventolatria", mas em outros aspectos de um passado ainda mais distante, os agridoces anos 1970. Há um punhado de pessoas que são adeptas da "setentolatria" (e não são aqueles lunáticos defensores da ditadura militar, que mandava e desmandava no Brasil naquela época). Tudo era ainda mais tosco do que na década de 1980 (como era esperado) e mais politizado, também, entre os "alienados" e os que queriam a volta da democracia. Havia desde os ideais "hippies" do "paz e amor", herdados da década de 1960, até as discotecas, passando pelo sucesso do Tropicalismo, Novos Baianos e a Jovem Guarda.

Se eu der mole, vou acabar escrevendo mais sobre outras épocas também, mas isso iria virar um blog de História, fugindo definitivamente do foco deste espaço, que procura diversificar os assuntos. Pior ainda: posso acabar falando de gente com saudades da "elegante moda do século XVIII" ou da Idade Média (ecaaa!!). Ou até dos que suspiram pela Pré-História...

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