sexta-feira, 31 de março de 2017

Calma! 2017 está só no começo!

Passaram-se três meses de 2017 e já houve muitos acontecimentos pouco recomendáveis para cardíacos ou pessoas com problemas nervosos. Ainda faltam nove meses inteiros para serem desfrutados. Só na última semana, aconteceram vários fatos. Entre aqueles que não foram abordados foram: 

1. A baixíssima popularidade do nosso presidente Michel Temer, com míseros 10% de ótimo ou bom. Mesmo assim, as chances de ser atingido por uma eventual impugnação da chapa são pequenas. É mais provável que sejamos obrigados a aturar este governo até o dia 31 de dezembro de 2018.

2. Os adeptos do antigo governo que perderam a "boquinha" (MTST, MST, sindicatos) ensaiaram uma paralisação, contra a reforma da Previdência, uma das causas da impopularidade de Temer. A adesão foi pequena e não pôde nem ser comparada à dos protestos do dia 26.

3. Outra fonte de insatisfação contra o governo, a lei de terceirização acaba de ser sancionada pelo presidente, mas as salvaguardas aos trabalhadores, para garantir os mesmos direitos dos "convencionais", ficaram para depois.

4. É triste constatar que o legado olímpico é uma miséria, com cortes no patrocínio dos esportistas, até mesmo dos medalhistas de ouro, como o "cara da vara" Thiago Braz e a judoca Rafaela Silva. A premiação dos melhores da Rio-2016, que entregou os troféus para a judoca e o canoísta Isaquias Queiroz, único brasileiro a ganhar três medalhas numa única edição dos Jogos, não conseguiu disfarçar a preocupação e a apreensão. Isaquias ainda tentou animar a festa, fazendo uma declaração inusitada de casamento para a namorada grávida.

5. Na incessante retomada de território, surrupiado pelos terroristas do Daesh, as forças lideradas pelos Estados Unidos e pela Rússia mataram vários dos facínoras que queriam sonhar com um Estado Islâmico, mas ainda fazem pesadas baixas entre os civis na Síria e no Iraque. Num deles, em Mossul, 200 foram vítimas de um ataque, cuja responsabilidade é dos terroristas e seus hábitos de usarem reféns como escudos humanos, embora os americanos fossem acusados de atingirem um carro-bomba com um míssil.

6. Justin Bieber está no Brasil e já mostra seu comportamento egocêntrico, mais do que seu talento como cantor. Ele vai se apresentar amanhã, no dia da mentira, no Allianz Parque.

7. Na Globo, terminou uma das piores novelas de todos os tempos, a remendada e confusa A Lei do Amor, que deveria ter recebido o título de A Lei do Ódio, pois trocas de rancores e agressões entre os personagens não faltavam. O gênero realmente está desgastado e não vai durar muito mais tempo se não houver mais criatividade no setor.

Menção especial para esse ano horroroso: o busto do Cristiano Ronaldo comparável ao Jesus restaurado na cidade de Borja, na Espanha. Muito "fixe", como se diz em Portugal.


O escultor do português devia ser fã do Messi (Divulgação, pelo site da revista Pontos de Vista)

quinta-feira, 30 de março de 2017

A democracia segundo Maduro

Nicolas Maduro ama o seu país (Str/Reuters)

Segundo o presidente venezuelano Nicolas Maduro, a democracia:

- é algo que os países seguidores do imperialismo não tem; 

- não necessita ouvir os anseios da população; 

- é um regime onde os poderes não precisam ser independentes; 

- pressupõe calar um dos poderes considerados anti-democráticos (o Legislativo); 

- significa o mesmo que o seu "bolivarianismo" adaptado ao século XXI; 

- é um sistema de governo não reconhecido pela OEA;

- admite ter presos políticos;

- tolera a censura oficial;

- não significa liberdade para o povo, principalmente para aqueles considerados inimigos deste mesmo povo; 

- só existe na Venezuela, portanto.

Para ele, cabe defender a democracia a qualquer custo, mesmo que o seu amado povo morra de fome, esperando por liberdade. 

quarta-feira, 29 de março de 2017

Fim da TV analógica em São Paulo

Depois de um longo período de transição, a TV analógica não existirá mais em São Paulo. Já não era sem tempo. 

Muitos já descobriram as vantagens da digitalização, menor possibilidade de interferência de fantasmas e chuviscos na imagem, perdas de transmissão, falhas no som. 

Por outro lado, boa parte das casas ainda conserva os antigos aparelhos de TV, de tubo, capazes apenas de transmitir imagens analógicas e em baixa resolução (480p). Muitas famílias acham caro instalar uma antena e um conversor digital, e a televisão ainda é uma forma de entretenimento importante num país onde a carência de educação, cultura e lazer ainda atinge a maioria da população. 

Havia uma tendência de barateamento dos aparelhos de TV com base na tecnologia LED, já preparados para receber sinais digitais com resolução HD 720p ou full HD 1080p, pois a grande maioria já vem com conversor embutido, mas desde 2013 os preços pararam de cair e voltaram a subir, mas de forma desigual. Atualmente, há uma distorção grande no mercado de televisores, com modelos de tamanhos diferentes com o mesmo preço, principalmente entre a faixa de até R$ 1.000,00, onde se concentram as telas pequenas, inferiores a 32 polegadas. Os recursos tecnológicos, como tipo de painel, presença de USB, resolução, quantidade de entradas HDMI para acessórios digitais, diferem consideravelmente entre os fabricantes, e influem também no preço. 

Devido a isso, muita gente resolveu manter a velha TV de tubo, mesmo aqui na Grande São Paulo. Porém, houve tempo suficiente para comprar os conversores, com o estímulo das emissoras, que usaram maciçamente a propaganda, principalmente a Globo. 

Enquanto isso, a TV por assinatura está enfrentando uma crise, com perda acentuada no número de assinantes, devido à queda no poder aquisitivo nos últimos quatro anos. Recentemente, está perdendo os direitos sobre as transmissões de três canais abertos - SBT, Record e Rede TV! - que brigaram para aumentar os repasses financeiros e, não sendo atendidos, passaram a só transmitir pelo atual sistema convencional, com transmissão "grátis". 

Passados alguns meses, esse imbroglio irá se resolver - é bom que seja o quanto antes - e todo o Brasil irá enterrar um passado não muito distante, com antenas cheias de "bombril" e telas com chiado e chuvisco na imagem. 


N. do A.: Até a Copa de 2018, na Rússia, apenas as cidades menores do interior e algumas capitais do Centro-Oeste e Norte do país não serão "obrigadas" a acompanhar a Seleção Brasileira pelo sinal digital. O time comandado por Tite já conseguiu matematicamente a vaga, ao derrotar o Paraguai por 3 a 0 com "show" de Neymar e gols de Philippe Coutinho e o irregular Marcelo. Mesmo assim, a equipe está longe de estar totalmente ajustada, e falta ver como se comportarão num jogo oficial diante de equipes europeias fortes, como a Alemanha que impôs o 7 a 1 no 8/7. Não será, infelizmente, na Copa das Confederações deste ano, pois os canarinhos não conseguiram o título na Copa América de 2015, requisito para conquistar uma vaga no torneio. Enquanto isso, na cúpula da CBF a corrupção e os desmandos continuem.

terça-feira, 28 de março de 2017

Trump diz que encerrou a "guerra ao carvão"

O presidente norte-americano Donald Trump, fiel ao seu estilo, editou mais um decreto para tentar minimizar o legado do antecessor, Barack Obama. Desta vez ele deu mais motivos para recrudescer a aversão dos ambientalistas contra ele. 

Sob alegação de ter havido uma "guerra ao carvão" feita por Obama, quando ele assinou o Tratado de Paris para conter o avanço do aquecimento global, ele fez uma revisão do Plano de Energia Limpa, elaborado no governo anterior para cumprir as metas estabelecidas naquele acordo, e revogou as medidas contra a mineração do carvão. 

Assim, a "guerra ao carvão", segundo os críticos, virou a "guerra contra o meio ambiente", embora os republicanos, correligionários de Trump, sempre vejam no aquecimento global um exagero baseado em meras suposições motivado por "inimigos" da indústria e abraçado por "oportunistas", como o democrata Al Gore, ex-vice presidente no governo Clinton e prêmio Nobel da paz por seus trabalhos sobre o clima.

Isso não significa fazer os Estados Unidos voltarem a ser o maior poluidor do mundo, ultrapassando a China, de forma automática. A indústria já investiu muito na diminuição das emissões, e a maioria dos americanos não quer sacrificar a qualidade do ar e da água como contrapartida a uma maior pujança econômica. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Salada de pautas afugentou o pessoal

Depois do impeachment de Dilma Roussef, muitos manifestantes continuam insatisfeitos com os desmandos e a corrupção ainda restantes no Brasil. 

Aliás, os problemas do Brasil são muitos e graves, e é fácil cair na armadilha de querer protestar contra a existência do foro privilegiado, ou melhor, o foro especial por prerrogativa de função, quando outros querem protestar contra a anistia ao caixa 2, e o grupo do lado se indigna com a ideia esdrúxula do voto em lista fechada, enquanto um grupo vizinha briga pela reforma da Previdência para todos sem exceção, ou qualquer outras pauta justa, que exclui besteiras como a intervenção militar, ou atos inviáveis como eleições diretas agora para presidente (a Constituição determina a periodicidade dos mandatos). 

Muito disso foi visto nas manifestações, em maior ou menor grau. Parece a reedição de 2013, quando a indignação tinha vários alvos, começando pelos aumentos nas passagens dos ônibus, passando pela gastança nas obras da Copa do Mundo (aquela "da vergonha") e terminando na incapacidade da então presidente Dilma administrar o país, quando a Lava Jato nem existia e o impeachment estava nos planos de grupelhos isolados, pois não havia como acusá-la por crimes de responsabilidade.

A mistura não atraiu o público. Mesmo assim, os grupos organizados como o MBL e o Vem pra Rua se empenharam como podiam, sem ter a ilusão de atrair um público que seja comparável às grandes manifestações contra o governo Dilma.

Pois bem, ela sofreu o impeachment e os assaltos contra NOSSO DINHEIRO continuam.

Em Brasília, "enterraram" os políticos acusados de corrupção (Vem pra Rua/Divulgação)

Mote otimista no protesto de Brasília (Vem pra Rua/Divulgação)

Em São Paulo, Kim Kataguiri discursa para uma multidão não tão numerosa (MBL/Divulgação)

Em Salvador, tomaram as ruas, mas não houve a multidão espantosa dos protestos de 2016 (MBL/Divulgação)

Em Copacabana, uma mistura eclética de temas (Eduardo Arizelli/Folhapress)
A mesma mistura é vista nos cartazes dos principais movimentos (Divulgação)

Enquanto isso a maioria do povo está sofrendo com o desemprego, a recessão e o aumento da pobreza, que mal entraram nos protestos. Parecem desiludidos, pois os efeitos pós-impeachment ainda não surgiram - e isso só vai acontecer num prazo relativamente longo, não dá para esperar nada diferente a respeito.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Os assuntos mais impactantes da semana

1. A péssima repercussão do escândalo envolvendo os frigoríficos e a Polícia Federal, já citado aqui. 

2. A aprovação pela Câmara de regras para terceirizar qualquer atividade, inclusive as atividades-fim. Países desenvolvidos como Alemanha e Japão já terceirizam boa parte da cadeia produtiva, mas para os sindicatos e os defensores da atual lei trabalhista, isso significa diminuição ou mesmo anulação dos direitos trabalhistas, gerando precarização. Para os empresários, significa menor custo e maior facilidade para contratar. 

3. Os conflitos entre o TSE, presidido por Gilmar Mendes, ministro do STF, e a Procuradoria-Geral da República, com trocas de acusações pesadas. Mendes disse que vazamentos são crime; Rodrigo Janot falou em "decrepitude moral" (em uma indireta, mas direcionada claramente ao ministro) ao defender os procuradores acusados de vazamento. 

4. A repercussão da prisão temporária de um blogueiro, Eduardo Guimarães, a mando de Sérgio Moro, que o acusou de "vazar dados sobre a condução coercitiva de Lula" em 2016. É certo que Guimarães, partidário do ex-presidente, é um defensor da teoria gasta do "golpe", mas ele tem direito de se expressar, e ninguém, nem mesmo Moro, deve violar essa prerrogativa. Fazendo isso, o magistrado dá novo pretexto para os inimigos da Lava Jato, por questões ideológicas ou pura má fé, tentarem mostrá-la como movimento de "justiceiros" e "fascistas".

5. A morte de Chuck Berry, um dos "monstros" do rock'n roll e mestre inspirador dos Beatles e Rolling Stones. Seria até esperado, considerando a idade avançada do cantor e compositor (90 anos), mas perder um nome assim da música popular é sempre digno de lamentação, ainda mais neste tempos cacofônicos.

6. O atentado em Londres não foi com bomba, mas com atropelamento e facadas por parte de um cidadão britânico convertido ao extremismo islâmico e filiado ao Daesh, vulgo "Estado Islâmico", Khalid Masood. Vários feridos ainda continuam a correr risco de morrer, e até agora cinco pereceram, inclusive o criminoso. 

Isso tudo sem falar nas novas falas de Lula (em tom de pré-candidato), defendendo limites para a Lava Jato e chamando o Deltan Dallagnol de moleque, as novas revelações de Marcelo Odebrecht incriminando a campanha eleitoral de Dilma (e Temer) e a já citada, neste blog, vitória da Seleção Brasileira sobre o Uruguai por 4 a 1 ocorrida enquanto a CBF mudava sua regra para as eleições presidenciais da entidade. Merece menção, também, as correções de cálculos da Nasa feitas por um estudante inglês de 17 anos, algo digno de destaque (leia AQUI). 

quinta-feira, 23 de março de 2017

Ia falar do Chico Anysio

Faz 5 anos que o Chico Anysio morreu. O inventor de centenas de personagens como Professor Raimundo, Pantaleão, Tavares, Haroldo o Hétero, Bozó, Bento Carneiro, Popó, Nazareno (CAALADA!) e outros ainda faz falta, principalmente quando faz tipos corruptos e comparáveis com os políticos de agora como Valfrido Canavieira (irmão do honesto professor Raimundo) e Justo Veríssimo. 

Mas agora vou voltar ao assunto Seleção Brasileira, por um bom motivo: o time canarinho GOLEOU o Uruguai em pleno Estádio Centenário. 

Os uruguaios não tinham Suárez, de longe o seu maior astro, mas tinham Cavani, outro goleador, que fez mais um gol, para abrir o placar, cobrando pênalti cometido bisonhamente por Alisson (e por culpa de Marcelo). Paulinho resolveu brilhar, fazendo os espectadores esquecerem que se tratava de um jogador atuando na China e pertencente à famigerada equipe de 2014, a da "Copa da Vergonha". Fez o gol de empate e, no segundo tempo, mais dois, fazendo seu hat-trick em solo uruguaio. Neymar fez um golaço, também, aproveitando falha da zaga. E a Seleção estava sem Gabriel Jesus, ainda se recuperando de uma lesão no pé direito. 

Paulinho foi o maior responsável pela goleada do Brasil sobre o Uruguai, garantindo a vaga para a próxima Copa (Pedro Martins/Mowa Press)

É o bastante para garantir a vaga para a Copa na Rússia, sem precisar fazer milagres, sabendo utilizar o elenco. Neymar continua a ser o único craque, e seu comportamento ainda lhe rende críticas, mas parece haver melhor solidez psicológica no time, algo que não havia em 2014. Isso pode ajudar no sonho do hexa, que talvez vá se tornar realidade em Moscou, embora não apague as lembranças do 8/7 e não redima a CBF, cujo presidente nem foi ao Uruguai para não ser preso por corrupção e, pior ainda, alterou as regras da sucessão em 2018, dando ainda mais poder para as federações em detrimento dos clubes: peso três para o voto das 27 federações, peso dois para 20 clubes da série A e peso um para 20 clubes da série B, enquanto o sistema anterior, que já era discricionário, não tinha distinção de peso e os clubes da série B não votavam. 

quarta-feira, 22 de março de 2017

Perda total?

Segundo dados do governo, a exportação de carne, devido à Operação Carne Fraca, que não é um braço da Lava Jato como este blog chegou a afirmar, foi de US$ 63 milhões para US$ 74 mil. 

Caso os números forem verdadeiros, a queda foi violentíssima: 99,9%.

A força-tarefa da PF, embora tenha defendido a operação, foi criticada até dentro da entidade pela forma açodada com que ela foi feita. Afinal, a intenção era investigar a corrupção no setor, e não provocar mais um golpe na economia brasileira. Pior é a divulgação dos dados, como se eles fossem conteúdo de salsicha. Induziram a mídia internacional a divulgar inverdades, como se fosse prática sistêmica vender carne vencida e usar cabeça de porco onde não se deve. E apenas 21 frigoríficos foram abordados pela Operação, num total de mais de 4.800.

Enquanto isso, o governo continua agindo para os países exportadores continuarem comprando a carne brasileira, na esperança da crise terminar o mais rápido possível. Empregos estão em jogo. Porém, não devem negligenciar o mercado brasileiro, destino de 80% dos produtos animais processados nos frigoríficos, que já não aceita consumir produto estragado. E nem achar que estará tudo bem depois que tudo voltar como antes, se os responsáveis pelas fraudes no setor e os fiscais corruptos não forem devidamente punidos. 

terça-feira, 21 de março de 2017

Dia Internacional da Síndrome de Down

Dia 21 de março foi escolhido para lembrarmos dos portadores da Síndrome de Down, doença caracterizada pela presença de um cromossomo a mais e causadora de dificuldades na fala e nos movimentos, além de problemas de visão e má formação cardíaca.

A escolha do dia 21, no ano de 2006, é devido à chamada "trissomia" do cromossomo 21, onde existem três desses elementos genéticos, e não dois. O ser humano costuma nascer com 23 pares de cromossomos. 

Visualmente, o portador de Down apresenta olhos amendoados, rosto arredondado e algumas extremidades curtas, como orelhas e dedos. Os olhos fizeram com que a síndrome fosse conhecida como "mongolismo". Atualmente, esse termo é inaceitável, por duplo preconceito: contra os portadores e os povos do leste, norte e centro do continente asiático (chineses, japoneses, mongóis, filipinos, malaios, túrquicos, etc.), antigamente chamados de "mongolóides". 

Existe um paradigma a respeito dos que sofrem de Down: eles são estigmatizados e vistos como retardados mentais, o que não é correto. Eventuais dificuldades de aprendizado se devem à formação dos músculos da fala, levando-os a terem uma voz arrastada, e aos problemas de visão, como blefarite, estrabismo, astigmatismo e catarata precoce. 

Também é sabido que os portadores, devido às más formações cardíacas, têm expectativa de vida em geral menor, mas o acúmulo de conhecimentos sobre esta síndrome e a melhoria nas oportunidades dadas aos pacientes, com melhor alimentação e acesso aos tratamentos e cirurgias cardíacas, resultaram em uma vida mais longa, de 30 para mais de 60 anos. 

Ainda assim, os portadores e seus familiares ainda sofrem com as limitações físicas e o preconceito. Isso foi bastante amenizado nos últimos anos, com a atuação de órgãos como a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e melhor orientação nas escolas. 

Cartaz da APAE para o Dia Internacional (dos portadores) da Síndrome de Down (Divulgação)

As pessoas com um cromossomo a mais são cidadãs como quaisquer outras, com os mesmos deveres e direitos. Devemos respeitá-las, e não só no dia 21 de março. 

segunda-feira, 20 de março de 2017

Ainda sobre a podridão

Por causa da repercussão extremamente negativa da Operação Carne Fraca, que revelou procedimentos inaceitáveis, como a adulteração de carne, o uso de produto em decomposição e as fraudes fiscais, cometidas por funcionários de empresas frigoríficas, o presidente Michel Temer foi obrigado a agir logo. 

No domingo, ele tentou tranquilizar o mercado consumidor brasileiro e no resto do mundo, dizendo que as fraudes são cometidas por uma pequena parte de funcionários e executivos, e não é uma prática corriqueira nos frigoríficos. O ministro Blairo Maggi, da Agricultura, criticou a Polícia Federal pois, para ele, do jeito que ela agiu, "a narrativa nos leva até a criar fantasias", usando até termos que não podem ser ditos para não agravar ainda mais a irritação contra o governo ("idiotice", "insanidade"), e defendeu os frigoríficos, como fez o seu chefe, Temer. E houve promessas para aumentar o rigor na fiscalização. 

Em Brasília, o Planalto ainda ofereceu carne aos embaixadores de países consumidores da carne brasileira, para reforçar a ideia segundo a qual não há problema de qualidade na carne exportada. De fato, o controle de qualidade dos produtos vendidos ao exterior passam por um controle de qualidade bastante rigoroso, para atender aos requisitos dos importadores. 

Mesmo assim, o estrago foi grande: China e Chile vão suspender a compra de carnes vindas do Brasil temporariamente, enquanto Europa, Estados Unidos, Japão e Coréia do Sul já estão tomando providências a respeito. 

Salienta-se que a Polícia Federal fez o trabalho que lhes cabia, embora o sigilo das investigações e a má prática de se fazer vazamentos seletivos induzissem a imprensa a divulgar informações erradas, não dando "os nomes aos bois", para fazer um trocadilho infame sobre o tema, como se papelão no frango e carne estragada fossem problema de todos os frigoríficos investigados.

O papelão usado foi por conta de alguns funcionários da BRF Foods, para embalagem de frango; além disso, seria facilmente descoberto se fosse usado para fraudar o conteúdo. 

Carne de cabeça de porco e uso de produto vencido mascarado com vitamina C (ácido ascórbico) ou ácido sórbico (a informação é confusa: usaram um ou outro) foram práticas cometidas dentro de uma só empresa, a Peccin Agroindustrial - não confundir com a Peccin Alimentos, fabricante de doces totalmente isenta de qualquer irregularidade apontada pela Polícia Federal - e é também atos de funcionários corruptos e irresponsáveis, sendo obrigação dos investigadores terem provas que incriminem a empresa por supostamente autorizar uma prática tão abjeta. Enquanto isso, a Peccin Agroindustrial exerce seu direito de defesa.

A presença de salmonela (do tipo Saint-Paul) em um lote de carne da BRF é um fato isolado, embora grave, pois veio de uma das unidades sob risco de interdição, em Mineiros (Goiás), ainda em funcionamento por motivos suspeitos. Necessita de investigação cuidadosa. Outros lotes não foram considerados pela PF. 

Propinas e favorecimento de políticos precisam ser melhor esclarecidos. Quanto foi investido nessas práticas, quais os nomes, quem está realmente envolvido? Quem tem obrigação de responder é a PF, após apurar o caso. 

Eventuais problemas na qualidade de carne em supermercados e açougues, procedentes das empresas investigadas, NÃO estão no inquérito da Operação Carne Fraca. Isso é fruto de má conservação ou refrigeração, ou tentativa de vender produto encalhado. 

O problema de tudo isso não está no agronegócio, uma das bases mais importantes da economia brasileiro, e sim na rapinagem e desrespeito com os consumidores, dentro e fora do Brasil, cometidos por quem trabalha neste ou qualquer outro ramo. Não interessa a nenhum país digno de ser considerado fechar empresas, e sim coibir as malfeitorias que prejudicam a imagem delas e da economia local.  

sexta-feira, 17 de março de 2017

Da série 'Mondo Brasile', parte 3, ou os três anos da Lava Jato

A Operação Lava Jato, que descobriu um dos maiores esquemas de corrupção e abuso de poder já registrados na história da humanidade, tinha a intenção de ser rápida e incisiva, daí o nome dado pela Polícia Federal. Incisiva, de certa forma, realmente foi. Porém, já dura três anos e está bem longe de terminar. 

Hoje, ela descobriu mais um aspecto literalmente podre do esquema, por meio de um de seus ramos, a Operação "Carne Fraca": frigoríficos associados às empresas BRF Foods (Sadia e Perdigão), JBS (Friboi e Seara), Piccin, Argus, Jaraguá, Frigomax, Unifrango, Dagranja e outras foram envolvidos em um esquema de corrupção beneficiando políticos do PP, PMDB e PT, cujos nomes não foram revelados, e tendo como líder Daniel Gonçalves Filho, ex-superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná, aliado político do atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio. Funcionários das empresas citadas foram acusados de subornar fiscais, adulterar produtos com ingredientes estranhos (frango em salsichas de peru é um dos elementos mais inofensivos, mas também cabeça de porco e papelão) e, pior, utilizar peças de carne em decomposição e ainda acrescentar ácido sórbico, substância cancerígena em altas doses, para rechear linguiças, como no caso da Italli, marca da Peccin. 

Além de participarem de atos contra o NOSSO DINHEIRO, ainda atentam contra a saúde pública!

Dezenas de executivos e funcionários da JBS e da BRF foram presos, assim como agentes fiscais que aceitaram suborno. As prisões e o escândalo fizeram as ações das empresas envolvidas despencarem quase 9%, e o agronegócio, até então pouco afetado pelas investigações, foi atingido de forma contundente, além da imagem do país. O ex-presidente Lula e seus aliados queriam vender o Brasil como potência e acabaram por torná-lo uma espécie de Bananistão. 

E, finalmente, encerrando um texto pesado, registro as piadas. Muita gente diz que vai se tornar vegetariano depois dessa bomba causada por seres de moral putrefata. Os presuntos todos ficaram com cara de "Luiz Augusto" (aquele do comercial da Sadia). Sobrou também para o Roberto Carlos (ex-vegetariano), o Tony Ramos e a Fátima Bernardes (garotos-propaganda da Friboi e da Seara, respectivamente). 


quinta-feira, 16 de março de 2017

Perguntas breves

Até que ponto podemos confiar nas versões conflitantes?

Podemos confiar num governo que está tentando recuperar a economia mas está loteado com gente suspeita? Ou em um pessoal que aponta o dedo para os suspeitos mas defende o ex-presidente Lula, visto como um incentivador da economia?

A reforma da Previdência vai quebrar o Brasil de acordo com os seguidores das chamadas "esquerdas"? Ou é a falta de reformas que irá fazer isso, condenando os idosos a ficarem sem aposentadoria no futuro, como dizem os governistas?

A Europa é um continente islamofóbico que vê os ataques na França como atos de islâmicos? Ou o mundo islâmico merece mesmo temor e irá criar uma guerra santa em território europeu, como diz o presidente turco Rayyip Erdogan, visto como um ditador?

Donald Trump está certo em querer desmontar a herança deixada por Barack Obama, marcada por vários erros principalmente na política externa e na guerra ao terror? Ou ele está errado e desvirtuando o modo americano de fazer política ao usar muito as redes sociais e governar por decretos?

Poderemos ver instabilidade na Coréia do Sul após o impeachment da "presidenta" Park Geun-hye? Ou um período de calmaria após depor uma corrupta envolvida com uma personalidade sinistra como a "Rasputina" Choi Soon-sil?

Aquela estátua gigante encontrada em um bairro pobre do Cairo é ou não de Ramsés II?

Temos que saber pensar neste mundo atual, mas não a ponto de rachar a cabeça. Acima, parte da cabeça de Ramsés II, ou de Psamtek I, como defendem vários egiptólogos (AP/Amr Nabil)

quarta-feira, 15 de março de 2017

Dia tenso 2

Como anunciado, os dois assuntos de ontem.

Primeiro, as manifestações, que de fato aconteceram. O transporte público parou, lesando milhões de pessoas. Algumas agências de Correios e uma porcentagem (mínima) de escolas permaneceram fechadas. Certas faculdades, como é o caso da USP, também tiveram alteração na rotina, e como acontece todos os anos o acesso principal (a Portaria 1) foi bloqueado. À tarde, manifestações contra as reformas da Previdência e trabalhista, que motivaram o cruzar de braços. 

A Avenida Paulista foi tomada por manifestantes, principalmente sindicalistas e opositores das reformas promovidas pelo atual governo "golpista" (Ricardo Stuckert)

Na Av. Paulista, milhares de pessoas, com bandeiras da CUT, do PT e dos outros partidos "vermelhos" (a cor do socialismo), além de diversas centrais sindicais, pararam em nome dos direitos do trabalhador. Na verdade, eles escondem que as reformas afetam muito mais os funcionários públicos do que os trabalhadores do setor privado, cujos direitos são bem mais limitados e vencimentos no INSS, em geral bem mais modestos. 

Em Copacabana, milhares também foram às ruas contra as reformas, para, no entender deles, defender os direitos dos trabalhadores. Em Brasília, a Praça dos Três Poderes foram tomadas pelos descontentes. Salvador também parou com as manifestações. Outras cidades também foram afetadas, tanto capitais como Recife, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Belém e Goiânia, quanto grandes cidades como Olinda, Petrópolis, Juiz de Fora, Guarulhos, Campinas e outras.  

Fora os bloqueios nas estradas, atitude lamentável de gente pouco afeita ao direito alheio de ir e vir, os protestos foram feitos sem grandes incidentes. 

Lá, o ex-presidente Lula aproveitou para discursar entre os seus simpatizantes. Disse que irá concorrer à Presidência em 2018, a despeito de haver muitas evidências sobre seu papel de liderança no processo de apropriação indevida do patrimônio público por uma agremiação, no caso o PT, utilizando-se avidamente de males seculares como a corrupção e o patrimonialismo. 

Ele também foi o tema de outro assunto, pois depôs na Polícia Federal em Brasília, sendo interrogado pelo juiz da décima Vara Federal Ricardo Augusto Soares Leite. Aproveitou para se fazer de vítima, reclamando de "perseguição política" feita, segundo ele, pela imprensa e pela Operação Lava Jato. Negou obstruir os trabalhos de investigação e voltou a afirmar sua inocência diante das denúncias feitas por seu ex-correligionário Delcídio do Amaral. Confessou ter "medo de ser preso em casa", tentando convencer que o governo atual, eleito pela mesma chapa de sua discípula Dilma Rousseff em 2014, é "golpista". Se ele não teve com que se preocupar após o depoimento de ontem, estamos cada vez mais perto do dia 3 de maio, quando ele terá um interrogador bem mais incisivo: nada menos que Sérgio Moro, em Curitiba. 

terça-feira, 14 de março de 2017

Dia tenso

Voltando à nossa época após um artigo "noventólatra", quatro assuntos mexem com os brasileiros. Aqui, para começar, dois deles: as regras para viagens de avião e a nova lista elaborada pelo procurador-geral Rodrigo Janot. Os dois restantes são o anúncio de greve no transporte nas grandes cidades e o depoimento de Lula na sede da PF em Brasília. Isso vou tratar amanhã, quando houver tempo.

O primeiro, e menos traumático, é o conjunto das novas regras para a aviação de passageiros: 

Antes do voo:

- As empresas aéreas deverão informar o valor total a ser pago pelo consumidor no anúncio da passagem, já incluídas as taxas aeroportuárias e tarifas de embarque.
- O consumidor deve ser informado sobre as principais regras de alteração do contrato, o valor do reembolso, tempos de voo e conexão e regras de bagagem, como valor de excesso e franquia praticada pela empresa.
- Na hora da venda da passagem, serviços e produtos adicionais não podem estar pré-selecionados, para evitar que o consumidor acabe comprando sem querer um serviço.
- As empresas devem oferecer passagens com regras mais flexíveis para alterações. Pelo menos uma das opções de passagem deve garantir 95% de reembolso ao passageiro no caso de mudanças.
- As multas para alteração da passagem ou reembolso não podem ultrapassar o valor pago pela passagem.
- As empresas deverão corrigir erros na grafia do nome do passageiro sem ônus, para evitar problemas de embarque e cobranças indevidas.
- O consumidor terá 24 horas para desistir da compra da passagem sem ônus, no caso de passagens compradas com mais de sete dias antes da data do voo.
- As mudanças de horário, itinerário ou conexão no voo pela companhia devem ser avisadas com antecedência mínima de 72 horas ao passageiro. Se a alteração for superior a 30 minutos, o passageiro tem direito a desistir do voo.
- As empresas aéreas não são mais obrigadas a oferecer franquia de bagagens aos passageiros. As companhias poderão decidir a franquia de bagagem oferecer, e o consumidor poderá escolher o serviço.
- A franquia da bagagem de mão passa de 5 para 10 quilos, observado o limite de volume e as regras de segurança da Anac.
- As empresas deverão oferecer informações mais claras sobre o pagamento de excesso de bagagem, para evitar o “fator surpresa” no despacho. Atualmente, o preço do excesso depende da tarifa comercializada em cada voo. Com a mudança, o passageiro deverá saber quanto vai pagar pelo excesso na hora da compra da passagem.
- As empresas devem apresentar regras mais claras sobre procedimentos e documentação para embarque.
- Os passageiros devem cumprir requisitos para embarque, como documentos, vistos e vacinas e devem atender a instruções e avisos


Durante o voo:

- O passageiro deve informar à empresa aérea se carrega na bagagem bens de valor superior a R$ 5,2 mil. O objetivo é evitar conflitos em casos de extravio de bagagem e facilitar eventuais indenizações
- As empresas não poderão cancelar automaticamente o trecho de retorno quando o passageiro avisar que não fará uso do trecho de ida. Ou seja, se o passageiro perder o trecho de ida, ele pode utilizar o trecho de volta, mediante aviso à companhia aérea. A regra vale para voos domésticos
- Caso a empresa deixe de embarcar o passageiro, por overbooking por exemplo, ele deve ser indenizado em cerca de R$ 1 mil para voos domésticos e R$ 2 mil para internacionais
- A Anac decidiu manter os direitos dos passageiros no caso de atrasos ou cancelamentos de voos, como comunicação, alimentação, transporte e hospedagem. No entanto, houve alteração na regra: a hospedagem em hotel deve ser oferecida pela empresa apenas em caso de necessidade de pernoite.
- Em outros casos, a acomodação pode ser feita em outros locais, como nas salas VIP dos aeroportos.


Depois do voo:

- As bagagens extraviadas devem ser restituídas em até sete dias para voos domésticos. Atualmente, o prazo é de 30 dias. Para voos internacionais, o prazo permanece em 21 dias.
- As despesas do passageiro em função do extravio de bagagem, como compra de roupas e itens necessários, devem ser ressarcidas, no caso de passageiros que estejam fora de seu domicílio. O passageiro deve ser indenizado em até sete dias após o registro do extravio.

As filas para despachar as malas podem diminuir com a cobrança, que ainda não entrou em vigor (Marcelo Justo/FolhaPress)

Essas regras já estão valendo, embora as companhias aéreas estejam com dificuldade para cumpri-las, causando transtornos aos seus clientes. As regras para quantidade de bagagem de mão e cobrança de malas despachadas ainda não entraram em vigor, devido a uma liminar da Justiça Federal de São Paulo.


O segundo assunto é bem mais digno de atenção, particularmente para quem não costuma viajar de avião, e também mais apavorante para a classe política. A temível lista dos 83 nomes prometidos por Rodrigo Janot foi enviada ao STF com indicações de quem será julgado pelo próprio Supremo ou pelas instâncias inferiores, de acordo com as acusações e a proteção (ou não) do foro privilegiado. Apenas para constatar: NENHUM DELES foi considerado culpado ainda, ainda que muitos deles sejam réus em algum processo referente à Lava Jato. Assim, a lista, por si só, não é sinônimo de linchamento político, embora mostre um pouco mais da gravidade do crime cometido contra o nosso país em nome do enriquecimento de uns poucos e a sede de poder dos mesmos ou de outros, principalmente nos últimos 15 anos. 

Por enquanto, o público terá de esperar até a próxima sexta-feira para ter acesso ao rol completo. Alguns deles já são conhecidos, como Lula, Dilma, Eunício Oliveira, Renan Calheiros, Eliseu Padilha, Moreira Franco, Aloysio Nunes Ferreira, Aécio Neves, José Serra, Romero Jucá e Edison Lobão.

Ainda há outros nomes citados, mas eles não serão submetidos a julgamento agora. Janot fala em arquivar processos contra uns poucos (quais?).

O presidente Temer NÃO está na lista, segundo as informações preliminares. 

Da série 'Noventolatria', parte 6



De vez em quanto estou com surtos de 'passadismo', relembrando acontecimentos e características da infância, nos anos 80, e preparação para a maturidade, nos anos 90. 

Por aqui no Brasil existem muitas pessoas com essas características, oitentólatras e noventólatras assumidos (ou não), com saudade principalmente do que comeram na infância, principalmente porcarias guloseimas. 

Abaixo, os doces, salgadinhos e outros atentados aos orçamentos dos pais nos anos 90 (dos sites rebobine.com limaocomalecrim.com.br). Este artigo pode ser considerado uma continuação de um outro, mas para a série "Oitentolatria", escrito há seis anos atrás (ler AQUI). 


Skate, uma coqueluche da época para a petizada - basicamente, um caramelo grudento e meio melequento

Outro doce da época, o "Push Pop", uma coisa que precisava empurrar por baixo para chupar

Uma das marcas registradas da época, o Fofy, da Nabisco. Muitos "noventólatras" suspiram por estes biscoitinhos até hoje
Outro biscoito adorado pelas crianças, embora não tanto quanto o precedente: o Passatempo

As pastilhas "Pez" já existiam há muito tempo, mas também faziam sucesso nos anos 90 - e desapareceram neste século


Um dos chicletes adorados da época, quando o Brasil se abria aos produtos importados


O indefectível Kinder Ovo, que existe até hoje e foi lançado no Brasil nos anos 90

Outro chocolate muito apreciado, o M&M's, que teve seu auge no final do século passado

As Tortuguitas da Arcor ficaram marcadas pelas tartaruguinhas sarcásticas nos comerciais


As moedinhas de chocolate da Pan

Quanto aos salgadinhos, a Elma Chips tentava se impor no mercado, principalmente com os "Tazos"...

... figurinhas colecionáveis e redondas, correspondentes às figurinhas autocolantes da década anterior...

... mas muitas crianças, adolescentes e marmanjos queriam mesmo os Pringles, novidade num mercado que se abria para o mundo.
A Turma da Mônica invadia as prateleiras. Alguns produtos como o chocolate da Nestlé fizeram sucesso...



...e outros nem tanto, como os refrigerantes (não tive o prazer ou o desprazer de beber nenhum deles)

Por falar em refrigerantes, outro lançamento bombástico (mas efêmero) foi o Cherry Coke, com gosto (??) de cereja

A criançada gostava do Pitchula, refrigerantes em garrafinhas de 250 ml (parecia menos...)

O famoso sorvete Frutilly, picolé de frutas ou chocolate com creme no meio da Kibon

A Yopa, marca da Nestlé que logo desapareceu, lançou o Squizz, outro sucesso da década

sexta-feira, 10 de março de 2017

Não há motivo para achar que está tudo bem!

Não mesmo!

Ainda há muito para ser investigado na Lava Jato, e parecem existir entre os militantes políticos duas facções atuantes: os que responsabilizam o movimento pela crise econômica e os defensores de uma Lava Jato onipresente e onipotente. Ambos os grupos tratam as investigações como luta política, e isso é nefasto: um lado, defensor do ex-presidente Lula, quer atribuir à Lava Jato um prejuízo causado por anos de rapinagem e atos vis cometidos para dilapidar NOSSO DINHEIRO, e o outro parece conhecer mais a vingança do que a justiça, e a Lava Jato não existe para ser uma entidade vingadora, e sim como um movimento para punir os culpados, cumprir e fazer cumprir a lei. Se dependesse dessas formas de pensamento, a frágil flor da democracia estaria morta, aniquilada pelo autoritarismo e intolerância à liberdade de todos, até mesmo de quem tem o pensamento contrário ao de um desses movimentos. 

Enquanto isso, o governo Temer é um apanhado de pessoas de todos os tipos: uns têm plena consciência de seus deveres e pelo menos procuram cumprir com as responsabilidades exigidas pelos seus cargos, outros parecem não ter muita ideia do que fazem, e outros têm a temerária determinação de querer apagar incêndios com álcool. 

No primeiro caso, é o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, que está utilizando sua experiência para controlar a inflação e fazer a retomada do crescimento e, de certo modo, o presidente, usando sua capacidade de negociação para fazer aprovar as reformas necessárias; é sofrer agora para não sofrer muito mais depois com as mudanças na Previdência, no sistema tributário, nas leis trabalhistas; só não podem é utilizar-se da velha máxima atribuída a Maquiavel de usar meios ilícitos, imorais ou corporativistas para alcançar esses fins. Temer, em particular, não pode querer ser muito "maquiavélico", ainda mais porque não faltam detratores, suas falas sobre mulheres e a transposição do rio São Francisco foram muito visadas e criticadas, e ele é citado pela Odebrecht. 

O segundo caso parece ser o de alguns ministros indicados por políticos sem terem credenciais suficientes para estarem nos cargos que ocupam, como é o caso do ministro da Saúde Ricardo Barros - que julga diminuir as imensas filas no SUS sugerindo às empresas de saúde fazerem "planos de saúde populares", uma ideia aparentemente boa mas na verdade desastrosa até para os usuários de planos mais caros se não houver fiscalização e regras claras para serem obedecidas pelos convênios. 

Existe o terceiro caso, e isso é preocupante, como os novos ministros das Relações Exteriores e da Justiça. Aloísio Nunes Ferreira, político enérgico e tarimbado, mas de temperamento muito explosivo, dizendo verdades inconvenientes em um tom fora do recomendado para a diplomacia, principalmente em relação aos governos americano e venezuelano, merecedores de pesadas críticas mas que precisam ser tratados com respeito e cautela por quem representa o país no exterior. O titular da Justiça, Osmar Serraglio, escolhido entre muitos nomes, em entrevista à Folha defendeu Temer das acusações (o que é normal) e declarou que a corrupção é praticada por todos os partidos e pela sociedade, pois faz parte de uma "moral nacional", afirmando algo que não pode ser dito por uma autoridade sem um justo direito de resposta. Para piorar, Serraglio ainda comprou briga com os indígenas, dizendo uma frase desprovida de sentido para criticar as demarcações defendidas por eles: "terra não enche barriga de ninguém", quando os produtores rurais, aliados do ministro, mostram o contrário, e acusa ONGs ligados aos índios de desviarem dinheiro e tratar os nativos "como animais" - e isso é para ser apurado e não pré-julgado.

Mesmo desconsiderando o governo, não dá para engolir a lentidão da Justiça em apurar todos os crimes atribuídos a gente poderosa como o próprio Lula, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarney, Aécio Neves e outros políticos, e nem o fato de pessoas como o goleiro Bruno (o Boa Esporte, clube da série B, o contratou?!) estarem soltas enquanto sentenças não forem devidamente confirmadas.

Isso tudo sem citar os problemas crônicos de analfabetismo, violência contra mulheres, homens e animais, tráfico de drogas, desmatamentos e outras chagas onde não é possível vislumbrar soluções fáceis e imediatas. 

quarta-feira, 8 de março de 2017

Notícias do Dia Internacional da Mulher de 2017

O Dia Internacional da Mulher teve notícias sobre tudo, até sobre as comemorações da data. 

Carmen Lúcia, a mulher mais poderosa do Brasil, por ser presidente do STF e, portanto, chefe do Judiciário, pronunciou-se a respeito da data, dizendo que os homens tem todos os outros dias, ao refutar o colega Luís Roberto Barroso, que a saudou hoje. O tom é de uma jurista, mas o teor ficou parecendo ser o de uma líder feminista. 

Michel Temer também lembrou-se do dia, mas veio com pérolas como "tenho convicção do que a mulher faz pela casa". Como suas falas costumam ser interpretadas pelo lado negativo, isso foi transformado numa frase de um machista das antigas, principalmente para os adeptos da teoria do golpismo. O fato de ele ser casado com uma beldade considerada "do lar", Marcela, reforça esse sofisma. Deliberadamente, não falam sobre outros trechos do discurso do presidente, como "(elas) devem ocupar o primeiro grau em todas as sociedades". 

Houve a condenação a mais 11 anos de cadeia para José Dirceu, sendo castigado pela Justiça, cuja representação é uma mulher sábia com uma venda nos olhos segurando uma balança. Ele foi considerado culpado por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, por envolvimento em compra irregular de tubos para a Petrobras, ao lado de outros réus também condenados, como Renato Duque, ex-diretor da empresa (mais seis anos e oito meses em regime fechado).

O Congresso começou a analisar os termos da reforma trabalhista, que pode, entre outras coisas, diminuir a distorção salarial entre os homens e as mulheres, ainda determinada por questões culturais vindas do passado. Por outro lado, muitos temem que tanto elas quanto eles possam perder direitos adquiridos, em nome de uma melhor competitividade das empresas. Isso merece uma análise mais aprofundada em outra postagem.

Dentre as homenagens feitas por aqui, a Gol Linhas Aéreas e outras empresas de transporte aéreo concordaram em batizar, por dez dias, até o próximo dia 18, o Aeroporto do Galeão, como Aeroporto Maria da Penha, em homenagem à mulher vítima de violência que inspirou a lei homônima.

Se o Paris Saint-Germain, na Liga dos Campeões da Europa, fosse representado por uma mulher brasileira e não francesa, ela poderia ter recorrido à lei pois levou uma violenta surra. Do Barcelona, por 6 a 1. O brutamontes catalão devolveu a goleada sofrida em Paris com direito a pênaltis duvidosos e erros de arbitragem decisivos para a vitória no Camp Nou, somados ao equívoco do técnico do PSG, Unai Emery, em apostar na retranca e jogar no regulamento para garantir o resultado. Neymar fez 2 dos 6 gols e ajudou o seu time a espancar a "mulher" e roubar a vaga para as quartas-de-final, um "delito" duplo. Outro time europeu também apanhou feito a Geni da música do Chico Buarque, o Benfica, na Alemanha, goleado pelo Borussia Dortmund na mesma competição por 4 a 0.

Aqui no Brasil, onde o futebol é visto como esporte machista e as jogadoras só são lembradas em época de Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos, houve a Copa Libertadores. Destaque para o Flamengo, que parecia um malandro que batia na mulher ao golear o San Lorenzo, o time do papa, no Maracanã, por 4 a 0.

Por falar em Maria da Penha, Geni e mulher de malandro, houve alguns protestos no mundo, chamados de "Nem uma a menos", para lembrar a situação de muitas mulheres vítimas de abusos e crimes cometidos por homens. Por aqui, algumas delas se pautaram mais em questões políticas, como o "Fora Temer" e eleições diretas, e contra a reforma da Previdência, que iguala o limite mínimo de idade para a aposentadoria para 65 anos, obrigando as trabalhadoras a ficarem por mais tempo na ativa, em relação às leis atuais, que estabelecem uma idade de 60 anos para elas. 

terça-feira, 7 de março de 2017

Da série Noventolatria, parte 5

No final dos anos 90, os celulares, ainda conhecidos como "tijolões", ficaram menores e com funções mais interessantes (para a época), como mensagens SMS, modo vibração e alguns joguinhos. 

Um deles é o famoso "Snake", aqui conhecido como o "jogo da cobrinha". Tornou-se mania entre os usuários de celular a partir de 1998, com a popularização da telefonia móvel. Muita gente gastava bastante tempo controlando uma série de pontos móveis (a cobrinha) "comendo" pontos fixos que aparecem numa telinha monocromática, até a serpente ficar indecentemente grande (ou encostar nos cantos da tela e melar o jogo, o que era mais provável).

A cobrinha podia crescer até se tornar uma "sucuri virtual" nas telas de baixíssima resolução dos celulares nos anos 1990 e 2000 (Divulgação)
Os modernos aparelhos com Android podem ter o ofídio virtual na "telona", mas nem de longe com o mesmo "charme".

Recentemente, um clássico foi relançado pela Nokia, agora livre da Microsoft e disposta a voltar ao mercado de celulares, como se pôde notar na MWC 2017. O modelo já era de 2000, ou seja, ano de transição entre o século XX e o XXI, e já não pertencente aos "anos 90", mas grande beneficiado pela popularização da tecnologia no Brasil. Graças ao Nokia 3310, o jogo da cobrinha se estendeu por um bom tempo na década seguinte. Agora, relançado, está fazendo a alegria dos saudosistas: nada de Android, 4G, tela full HD, nem mesmo touchscreen, mas com o estilo consagrado, a fama de resistente e com "bateria eterna" e algumas concessões à modernidade: tela colorida de LED (resolução QVGA 320x240, tecnologia TFT TN, bem melhor do que os 84x48 da antiga tela), câmera de 2 Mb (um número algo ridículo para 2017) com "flash" de LED e gravação de vídeo em resolução VGA 640x480, bateria de lítio de 1.200 mAh, micro-USB e entrada para cartão de memória de até 32 Gb, um latifúndio se comparado à memória interna do aparelho (16 Mb em 2017 e quase nada em 2000).

E, sim, tem o jogo da cobrinha.

Infelizmente, este aparelho não vem para o Brasil tão cedo, e nem para a maioria dos países - apenas onde o número de hipsters, adoradores de vintage e outros "malucos" constitua um mercado suficientemente compensador para a fábrica finlandesa.

O modelo antigo e o novo, ambos com a cobrinha (Divulgação)

N. do A.: Estou postando demais sobre telefonia móvel no item "Tecnologia". Na próxima postagem, passarei longe tanto dos smartphones e dumbphones (como foi o caso do Nokia 3310) quanto de qualquer aparelho capaz de navegar na Internet. 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Acabou a folia

Para muitos, principalmente aqueles que acreditam no mito do "ano só começar depois do Carnaval", este é o primeiro dia útil do ano. Na prática, 2017 está em curso, e continua a reservar surpresas desagradáveis: 

1. Temer não consegue achar alternativas para Romero Jucá como líder do governo no Senado, apesar dele ser um dos "pára-raios" para as críticas ao Planalto, por ser o "Caju" na delação da Odebrecht, principal financiadora do Petrolão. Ele alega que é preciso ter alguém com habilidade para negociar com o Congresso e fazer as reformas, principalmente a da Previdência, e neutralizar os críticos, principalmente os pertencentes à própria base governista. A própria reforma da Previdência é algo difícil de engolir, ainda mais com a idade mínima de 65 anos, mas este é um remédio necessário, embora amaríssimo, para tentar cobrir o rombo. 

2. Donald Trump continua a insistir em barrar os cidadãos de alguns países, em caráter excepcional, gerando ainda mais burburinho; ele continua a dar pitacos pelo Twitter, e uma de suas vítimas é o ator e correligionário Arnold Schwarzenegger, que não irá mais apresentar O Aprendiz. Por outro lado, bem mais psicótico do que Trump é o ditador da Coréia do Norte, responsável por mais quatro lançamentos de mísseis em direção ao Japão, e por praticamente romper relações diplomáticas com a Malásia por causa do assassinato do meio-irmão com a arma química VX, provocado supostamente por ordens de Pyongyang. 

3. A crise hídrica não passa e a Aneel já fala sobre o risco de termos bandeira vermelha no segundo semestre, devido à falta de chuva nas hidrelétricas e a necessidade de ativar as termelétricas, cujo custo para gerar energia é bem mais alto. 

4. Continuam os casos de polícia, como o assassinato do presidente da torcida palmeirense Mancha Verde e o fato do goleiro Bruno estar solto, beneficiado por um habeas corpus. Essas notícias chegam a ofuscar a comemoração do Fluminense como campeão da Taça Guanabara, principalmente fora do Rio. A disputa pela taça foi o clássico mais famoso do país, o Fla-Flu, com vitória do Tricolor carioca nos pênaltis após empate de 3 a 3, calando os que apostavam no favoritismo do rival, com nomes como Diego e Paolo Guerrero. O Flu não tem nenhuma estrela no elenco, desde a saída de Fred, agora no Atlético-MG. Pelo menos o clássico terminou bem, com torcida dividida e tudo, após a liminar que revogava uma decisão da Justiça, que impôs a torcida única e depois o jogo em portões fechados, a pretexto de coibir a violência no estádio Nilton Santos, o Engenhão. 

sexta-feira, 3 de março de 2017

Tentando combater a praga

Depois do depoimento de Marcelo Odebrecht, cujo conteúdo acabou vazando parcialmente para colocar o governo em alerta e deixar Dilma e Aécio em situação ainda pior, a Operação Lava Jato está investigando mais e mais vertentes dessa imensa praga que esteve ameaçando o futuro do Brasil.

A PF decidiu tornar réu o empresário Mariano Marcondes Ferraz, acusado de pagar propina a um dos cabeças do Petrolão, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, no valor de 868 mil dólares. Ele já fora preso em outubro do ano passado, mas pagou fiança de R$ 3 milhões após ficar apenas um mês na cadeia.

Finalmente, o juiz Sérgio Moro marcou um depoimento para Lula, para o dia 3 de maio. Ele será interrogado em Curitiba, para tentar desmentir a fama de ser o grande chefão do esquema. Ao mesmo tempo, corrigiu-se uma das distorções no trabalho: até agora a mulher de Lula, Marisa Letícia, era considerada passível de punição, mas ela morreu há cerca de um mês, e não faz sentido sentenciar alguém já morto.

E, devido às investigações da PF, a Justiça francesa resolveu apurar a propina para subornar membros do COI que votaram para a sede das Olimpíadas de 2016. Os Jogos foram realmente um grande acontecimento, mas isso não apaga a devastação financeira decorrente das obras superfaturadas para os estádios, arenas, alojamentos e toda a infraestrutura necessária, que deveriam servir de legado para a cidade. E, pelo que mostrou o jornal Le Monde, um dos principais da França, uma soma considerável do NOSSO DINHEIRO foi usada por Arthur César Meneses Soares Filho, ligado ao ex-governador e agora presidiário Sérgio Cabral, para pagar Papa Diack, filho de Lamine Diack, da delegação senegalesa e um dos membros do COI que votou pelo Rio.

Isto foi apenas o primeiro dia de trabalho após a revelação de Marcelo Odebrecht, o auto-intitulado "bobo da corte do governo", por ser "obrigado" a fazer obras que mais ninguém queria, para agradar o governo petista, como a Arena Corinthians, e também gastar milhões em "caixa 2" para financiar a chapa Dilma-Temer de 2014 e engordar os cofres do PT e seus aliados, enquanto fornecia dinheiro suspeito à chapa oposicionista de Aécio Neves.

Enquanto isso, o grosso do depoimento e mais os nomes da lista daquele que de bobo não tem nada estão postos sob sigilo, mas vulneráveis a vazamentos ocasionais que só contribuem para aumentar a instabilidade política, enquanto o STF não resolve revelar tudo ou apurar o conteúdo, que elucida parte dos estragos causados pelo gigantesco flagelo da corrupção brasileira. 

quarta-feira, 1 de março de 2017

Carnaval, Oscar e Framboesa de Ouro

Voltando a postar após o Carnaval, aproveitarei os principais assuntos vigentes nesses dias de folia, cogitando quem merecia o Oscar por seu bom desempenho ou a Framboesa de Ouro por fazer papelão. As duas premiações foram feitas no último fim de semana. 


Quem merece Oscar: 

1. A Acadêmicos do Tatuapé, por seu brilhante desfile no Sambódromo do Anhembi, sexta-feira, abordando a cultura africana. Foi o primeiro título da escola.

2. A Portela, ganhando um título após 33 anos, desde a época da inauguração da Marquês de Sapucaí; merecidamente, pois fez um desfile grandioso sobre os rios, aproveitando também para lembrar o maior crime ambiental do país: a tragédia no Rio Doce. 

A Portela deu fim a 33 anos de jejum (Divulgação/Riotur)

3. A maioria dos foliões durante os dias de folia, tanto no Rio quanto em Olinda, Recife e Salvador. Nas três cidades do Nordeste, com a ressalva abaixo envolvendo o difamado Galo da Madrugada, mais uma vez o Carnaval foi grandioso, sem grandes incidentes.



Quem merece o Framboesa: 

1. A Liesa, Liga das Escolas de Samba do Rio, cuja fiscalização deficiente resultou em dois acidentes graves nos carros da Paraíso do Tuiuti e da Unidos da Tijuca, resultando em 33 feridos; uma mulher ainda está em estado preocupante. 

2. O aspecto tosco do Galo da Madrugada deste ano no Carnaval de Recife, e isso não impediu que milhares de foliões o acompanhassem. 

O Carnaval de Recife está de parabéns, mas o Galo, desta vez, merece o Framboesa por sua feiura (Divulgação)

3. A organização do Oscar, ao falar de uma produtora viva entre os homenageados que morreram em 2016, e, pior, anunciar La La Land como filme vencedor, quando o Oscar foi para Moonlight, único concorrente à altura do musical naquela noite de domingo.


Há contravérsias... 

Menção honrosa para o discurso de Donald Trump no Capitólio, tentando ser mais moderado e adequado ao cargo de presidente; os republicanos aplaudiram quando ele falou do Daesh, expôs novamente sua intenção de abolir o Obamacare (o plano de saúde criado na gestão anterior), prometeu melhorar a infraestrutura e criar empregos, e voltou com aquela história do muro na fronteira. Para os adeptos de Trump, ele merece o Oscar pelo brilhantismo. Para alguns democratas presentes, ele merecia foi o Framboesa de Ouro, por enxergar nele um verdadeiro canastrão na Casa Branca. Por falar isso, Trump aproveitou para zombar da Academia, vista como preocupada demais em criticá-lo enquanto cometia todas aquelas gafes durante as premiações dos melhores filmes. 



N. do A.: Outro assunto que merece a Framboesa de Ouro é a trama mal contada envolvendo o cantor sertanejo Victor, da dupla Victor e Léo, e a sua mulher Poliana Chaves. Primeiro, ela teria acusado o marido de derrubá-la no chão e lhe dar chutes e socos mesmo sabendo que ela estava grávida. Depois, nas redes sociais, ela supostamente desmentiu a história. O cantor disse que jamais iria maltratar a própria esposa, enquanto a mãe e a irmã foram acusadas de ameaçar Poliana. Há poucos dias, enquanto a mídia cobria o Carnaval, ela fez exame de corpo de delito para comprovar (ou desmentir) as agressões.