quarta-feira, 10 de maio de 2017

Não foi o que pensavam

Partidários da Lava Jato e do ex-presidente Lula quiseram transformar o depoimento em Curitiba em um ato político ou uma luta maniqueísta. Não aconteceu nada disso. Foi apenas um procedimento normal da Justiça por um juiz de primeira instância contra um réu.

Os militantes pró-Lula se juntaram em Curitiba: foram pouco menos de 7 mil pessoas, bem menos do que se poderia esperar. Partidários da Lava Jato resolveram continuar com os seus afazeres e não foram se manifestar, a não ser alguns grupos pequenos. 

A audiência durou cinco horas, e neste tempo os dois lados mostraram seu repertório. Lula negou ter posse do triplex no Guarujá e disse que não recebeu propina da OAS, e se queixou do "Power Point" feito pelos procuradores com a intenção de apontá-lo como beneficiário do maior esquema de corrupção ocorrido neste século. Continuou a dizer que o Ministério Público não tem provas contra ele. No final de tudo, não houve um "xeque-mate" feito por um dos lados, um ato de desespero do réu ou uma arbitrariedade do juiz, mandando prender o investigado após o interrogatório. 

Lula ainda teve ânimo para se juntar à militância e continuar a sua campanha antecipada para as eleições do ano que vem, provando que Sérgio Moro não lhe tirou o ânimo. Não ainda. A disputa do ex-presidente para voltar ao Planalto ficou ainda mais incerta, e o juiz está pronto para analisar as informações colhidas antes e agora - e também nos próximos dias - para o ato seguinte: a possível sentença. 

Até lá, as opiniões tendem a continuar as mesmas, como foram até ontem: quem apoiou Lula vai continuar "lulista", e quem é partidário da Lava Jato não abre mão de ser "morista". 

A página da Exame.com no Youtube mostra o vídeo do depoimento. A Exame é revista de propriedade da Editora Abril, vista como "inimiga" do petismo. 


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