segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Decisões e dilemas: não fuja disso!

Todos precisamos tomar alguma decisão importante na vida. Faz parte do nosso crescimento moral e cognitivo. 

Precisamos decidir sobre a escola para colocar nossos filhos, propostas feitas pelo chefe para atuar em outra área profissional, aceitar ou não os convites dos amigos para sair no fim de semana...

Às vezes o resultado das nossas decisões não afeta somente a nossa vida pessoal e dos nossos amigos, familiares e colegas, mas também pode alterar os rumos da História. 

Júlio César, o general romano, poderia ter cedido e não atravessado o rio Rubicão e nem ter dito aquela frase Alea jacta est (A sorte está lançada) para enfrentar o Senado, vencê-lo e se tornar governante dos amplos domínios de Roma. 

Mahatma Gandhi iria optar por um conflito violento para libertar a Índia, ocupada pelos britânicos? Os resultados poderiam ser catastróficos, ou então a Índia poderia se libertar mais rapidamente, mas à custa de muito mais sangue derramado, e ele não seria conhecido como pacifista. 

Beethoven estava prestes a se matar por causa do agravamento de sua surdez, mas resolveu viver e compor as suas sinfonias, sonatas e quartetos monumentais. 

D. Pedro, o príncipe português, decidiu ficar no Brasil para depois ser protagonista do processo de independência em relação à sua pátria-mãe, Portugal. E se ele resolvesse ceder às pressões das Cortes portuguesas para voltar?

Às vezes, as escolhas são tão ruins que não se fala em tomada de decisão, mas em resolver dilemas. 

Um dos dilemas mais duros são tomados por refugiados: ficarem em seus países e serem perseguidos ou morrerem de fome, ou saírem para tentarem a sorte em outros países, correndo o risco de serem expulsos ou morrerem no caminho. 

Policiais armados podem escolher entre atirar nos criminosos e correrem o risco de serem mortos ou atingirem inocentes, ou não atirar, e serem mortos do mesmo jeito pelos criminosos, ou permitirem sua fuga. 

Ou a velha questão: se estiver na janela de uma casa em chamas, você pula ou espera por socorro?

Pois o dia 28 nos reserva uma decisão difícil. Ou melhor, um dilema. 

Escolher entre o PT e Jair Bolsonaro. E suportar as consequências. Ou não votar em nenhum deles, para sofrer depois, do mesmo jeito...


N. do A.: Não se pode negar a popularidade e a força da figura de Jair Bolsonaro, nas manifestações de ontem, reunindo milhares de pessoas em várias cidades, inclusive São Paulo e Rio de Janeiro. Em pronunciamento transmitido na Av. Paulista, ele teve a explícita intenção de arrancar aplausos da multidão ao dizer que "os marginais vermelhos serão banidos" e "Lula vai apodrecer na cadeia". O PT reagiu às ameaças, dizendo que isso era "pior do que Hitler", nas palavras de Gleisi Hoffmann, como se Bolsonaro já estivesse mobilizando forças para invadir a Venezuela ou massacrar os índios e quilombolas em campos de extermínio. Ainda por cima, Eduardo Bolsonaro veio com uma frase hedionda, dizendo que "basta um soldado e um cabo para fechar o STF". Por outro lado, no Maranhão, Fernando Haddad comparou os Bolsonaro a milicianos, como aqueles que aterrorizam o Rio de Janeiro, enquanto fala em benefícios como segurar o preço do gás de cozinha. Eles querem mesmo melhorar o Brasil?

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