quarta-feira, 31 de julho de 2019

Orgulho e vergonha de julho

Este blog resolveu antecipar a "premiação" dos dois selos para hoje, pois houve menor dificuldade para as escolhas. Normalmente, isso só acontece no final do ano. 

Como já foi escrito, toda a delegação do Brasil nos Jogos Panamericanos de Lima merece os parabéns, e a Seleção Brasileira da CBF, de certa forma, também, por vencer a Copa América (e sem Neymar, enquanto a Argentina tinha Messi, o Uruguai tinha Cavani e Suárez, e mesmo assim eles fracassaram). 

Todavia, quem vai receber o selo é a Ana Marcela, da maratona aquática, por ganhar duas medalhas de ouro, uma na prova de 5 km e outra na de 25 km.

A maratonista aquática Ana Marcela é a maior medalhista brasileira da atualidade

Por outro lado, o outro selo teve alguns ilustres candidatos, dentre os quais os mais cotados foram:
 - Deltan Dallagnol e seus planos para enriquecer às custas do NOSSO DINHEIRO (vazados de forma criminosa, é verdade, mas o conteúdo dos vazamentos mostrou ser verídico) enquanto posa de reformador da justiça e dos costumes, acima do bem e do mal;
- o candidato ao embaixador em Washington e filho do presidente Bolsonaro, cuja maior credencial para o cargo em questão é fritar hambúrguer. 

Mas eles perderam o selo para o responsável pelo roubo de informações das autoridades federais, o senhor Walter Delgatti Neto, um dos tais "hackers de Araraquara". Ele confessou sua participação nos crimes (os demais são pobres-diabos, e não merecem ser taxados de "vergonha nacional" porque suas atuações nem foram elucidadas ainda). Celulares não podem ter conteúdo roubado por ninguém, seja ele um hacker ou um membro da Polícia Federal (que não tenha autorização judicial para isso), ainda mais para obter vantagem financeira. Alguns dos alvos, como o ministro da Justiça, também revelaram seu lado execrável, mas são altas autoridades, e não podem ser seladas.

Sorria, "hacker". Você ganhou o selo da "Vergonha Nacional" de julho.  Não teve para o Deltan e nem para o Moro, que não pôde concorrer porque é hors concours


N. do A.: Jair Bolsonaro é o presidente da República, e a mais alta autoridade do país não pode nem pensar em ser "premiada" com o selo da "Vergonha", mas suas atitudes e opiniões em flagrante violação do decoro, das liberdades e direitos conquistados pelo fim do regime militar e garantidos pela Constituição podem ser lembradas em setembro, como algo a não se fazer por nenhum governante. Informalmente, Bolsonaro é exposto pela mídia como "vergonha mundial". 

terça-feira, 30 de julho de 2019

Diagrama de Venn

Os diagramas de Venn são conjuntos de círculos ou outras figuras geométricas que representam características. Quando elas se cruzam e fazem intersecções (representadas pelo símbolo Ç), estas representam as características em comum.

Funciona, tecnicamente, da seguinte maneira:

A, B, C, ... = conjuntos de características
A Ç B = características comuns a A e a B
B Ç C = características comuns a B e a C

A Ç B Ç C = características comuns a A, B e C

e assim por diante


Geralmente, são empregadas para fins didáticos, como no exemplo abaixo:




mas às vezes servem para fins humorísticos, como os exemplos abaixo:

Adaptado do site "Graphjam.com"


Adaptado do site "Piadas nerds"



É a pura verdade!
Se rir disso, vai para o inferno!

O conjunto rosa do último diagrama lembra alguns políticos, como aquele preso em Curitiba e aquele que está ocupando o Planalto. 

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Atletas brasileiros se destacam nos Jogos Panamericanos de Lima

Em Lima, capital do Peru, os atletas brasileiros se empenham nos Jogos Panamericanos, infelizmente com pouca repercussão da mídia. 

Embora seja tarde demais para corrigir esse erro, vale registrar o desempenho da delegação: até agora são 10 medalhas de bronze, quatro de prata e seis de ouro. Naturalmente, os Estados Unidos lideram o quadro de medalhas, com o México em segundo e a Colômbia em terceiro. Ou seja, até mesmo os canadenses estão sofrendo mais para conquistar medalhas. 

Isaquias Queiroz, um dos mais destacados atletas do Brasil, ganhou o ouro na categoria C1 1.000 m. Não existem no continente concorrentes à altura do baiano, só mesmo na Europa. Uma pena não ter concorrido nas finais do C2 1.000 m, para duplas, porque o seu parceiro, Erlon de Souza, passou mal e desmaiou, antes da prova individual. 

Isaquias Queiroz mostrou sua capacidade, mas se frustrou nos Jogos Panamericanos por só disputar uma prova, a C1 1.000 m (Paulo Florido)

Arthur Zanetti é outro atleta entre os melhores do mundo, e ele ajudou a equipe de ginástica artística masculina a ganhar o ouro por equipes, juntamente com Caio Souza, Luís Porto, Francisco Barreto e Arthur Nory. Conseguiram 250,450 pontos nas seis provas, incluindo as argolas e as barras fixas, deixando americanos e canadenses para trás. Flávia Saraiva, outro nome conhecido deste esporte, conquistou o bronze.

Edival Pontes conquistou a sua medalha dourada no taekwondo, derrotando o dominicano Bernardo Pie na final, por 17 a 14.

Luísa Baptista, do triatlo, foi a primeira a ganhar o ouro, fazendo dobradinha com a compatriota Vittoria Lopes. Manoel Messias também competiu na modalidade, ganhando a prata. Hoje, ele se juntou à equipe masculina no revezamento, e eles subiram no alto do pódio.

A veterana Jaqueline Mourão competiu na prova de mountain bike e foi premiada com a medalha de bronze. Henrique Avancini sofreu com um pneu furado no ciclismo, e por pouco não conquistou a histórica medalha de ouro, terminando a prova em segundo lugar.

Todos os esportistas de Lima são candidatos ao selo de "Orgulho Nacional", ao contrário de muita gente com a qual eles disputam espaço na mídia. Alguns deles não podem ser selados, por serem altas autoridades (inclusive o presidente Bolsonaro), e mesmo assim não se esforçam para merecer a admiração dos brasileiros, muito pelo contrário. Que dizer, então, dos responsáveis pelo assassinato do cacique Emyrá, da tribo Wajapi do Amapá, e pelo massacre no presídio de Altamira?

sexta-feira, 26 de julho de 2019

Brasil chega lá

Rumo para se tornar a maior espelunca deste planeta!

Chegamos ao cúmulo de ver as mais altas autoridades do país sendo hackeadas, graças à descoberta de um esquema que não visava apenas Sérgio Moro e Deltan Dallagnol. Raquel Dodge, Davi Alcolumbre, Rodrigo Maia, Alexandre de Moraes (ministro do STF), João Otávio de Noronha (presidente do STJ), todos eles foram vítimas de gravações clandestinas. Até mesmo o presidente Jair Bolsonaro foi alvo. Ele até minimizou, dizendo que não costuma usar o Telegram e os hackers não achariam nada de valor. Mas tudo isso é muito grave. 

É o pior caso desse tipo de delito na História do Brasil!

Walter Delgatti Neto, um dos presos por suspeita de hackear membros do governo, acabou de depor hoje (Divulgação)

Aparentemente, os hackers não usaram nada de sofisticado para xeretar o conteúdo dos telefones das autoridades, e conseguiram seu intento! Sem nenhum equipamento especial, próprio da CIA ou da KGB. 

O governo comemora, dizendo que pegaram os suspeitos de um crime contra a soberania nacional, e um deles, Walter Delgatti Neto, ainda aponta para Manuela d'Avila, a candidata do PT à vice-presidência em 2018, como intermediária entre os criminosos e o The Intercept Brasil. Por outro lado, a oposição também comemora, pois o mesmo sujeito disse que não editou nada, e ainda não provaram que o site de Gleen Greenwald obteve o conteúdo de forma ilegal. 

Isso mancha ainda mais a imagem dos envolvidos, vistos como atuantes numa guerra suja pelo poder. É uma sensação incômoda. Os partidários de Bolsonaro e Moro se dizem vítimas de um esquema conspiratório dos membros do Quadrilhão do PT, ávidos por soltarem o ex-presidente Lula e voltarem ao poder. Por outro lado, os adversários da Lava Jato querem denunciar violações à lei feitas por Sérgio Moro, ao se envolver com a Força Tarefa e dizer o que eles podem e não podem fazer (algo estranho a um juiz), e por Deltan Dallagnol, considerado um arrivista ganancioso, além de ativista barulhento pela "guerra santa" contra a corrupção, à custa de corroer ainda mais as instituições, enquanto enche os bolsos de dinheiro.

E o roubo milionário de 720 kg de ouro em Guarulhos? Teria algo a ver com este entrevero? Este é outro crime gravíssimo à espera de uma solução.

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Impasse

Criou-se um impasse no Porto de Paranaguá, envolvendo a Petrobras, o governo Bolsonaro, o agronegócio, dois navios atracados, necessitando de combustível -  Bavand e Termeh - e o governo americano. 

Os dois navios vieram do Irã, e trouxeram ureia, matéria-prima para fertilizantes, e deveriam receber milho para exportação ao seu país de origem. Mas a Petrobras alega que eles estão na lista de embarcações sujeitas a sanções pelo governo americano e se recusa a abastecê-los, alegando temor de punições. 

Por um lado, o Executivo respalda a versão da Petrobras, mantendo a coerência ideológica e o alinhamento com os americanos. Por outro, o Judiciário e o agronegócio brasileiro. O Irã é o maior exportador de milho do Brasil e os produtores rurais querem efetivar o negócio - para eles, os lucros são prioridade sobre a ideologia. E o presidente do STF, dizendo que os navios iranianos não são uma ameaça à soberania nacional, por não serem embarcações hostis, e informados sobre as dificuldades enfrentadas pelos exportadores do cereal, mandou a Petrobras fazer o abastecimento. 

No entanto, o ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo se manifestou, aparentemente para defender a Petrobras, mas também para reafirmar o compromisso de Bolsonaro de não quebrar o alinhamento ideológico. Os navios continuam em Paranaguá. Os exportadores e os produtores perdem dinheiro. E o governo brasileiro põe a soberania em xeque, sendo taxado de subserviente aos americanos.

Acontece que a Petrobras tem a União como seu patrão, ou seja, deve obediência não apenas ao Executivo, mas também aos outros dois Poderes. E, sendo de economia mista, os outros acionistas também podem e devem exercer as suas prerrogativas. 

Cabe aos atores desse imbroglio terminarem logo com isso, da melhor maneira possível, porque o Brasil é um país soberano, onde o Judiciário não pode dizer amém ao Executivo como nas ditaduras (o contrário é inaceitável também, mas não costuma ocorrer), e brasileiros querem exercer o direito de comercializar seus produtos. Ao mesmo tempo, o Brasil não pode ignorar os acordos internacionais, precisa avaliar os prós e os contras de atender embarcações sancionadas por governos com os quais o nosso faz alianças, e deve, sim, ficar atento aos conflitos e ao risco de haver uma guerra em escala global, motivada pela violação iraniana do acordo nuclear e à disposição dos Estados Unidos em ajudar os seus aliados, principalmente os sauditas, inimigos do Irã. Seja lá qual for a decisão final da Petrobras, ela deve ser feita com firmeza e altivez, com todo o respeito devido à parte contrariada, principalmente se esta envolver algum dos Três Poderes constituintes da União. 

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Suspeitos de serem 'hackers' são presos

Para aparente alívio dos envolvidos no escândalo do The Intercept, os suspeitos de serem hackers que supostamente teriam fornecido material para o site de Gleen Greenwald foram presos. Um deles, Walter Delgatti Neto, confessou ter grampeado o procurador Deltan Dallagnol, uma das principais vítimas do crime. 

O episódio mostrou uma presteza não comum no Brasil, onde costuma haver um intervalo de tempo intoleravelmente grande entre o crime e a prisão do(s) autor(es). Neste caso específico, apenas um deles confessou e os outros ainda estão para serem investigados, antes de saber se realmente são hackers ou não. 

Isto, no entanto, não alivia muito a situação de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, pois o conteúdo, ainda que extraído de forma ilegal, os compromete de forma irremediável. Também pode representar uma complicação para o The Intercept, veículo de informação assumidamente opositor a Bolsonaro e à Lava Jato, e defensor dos chamados "progressistas", inclusive o ex-presidente Lula.

De qualquer forma, há muitos interesses visando prejudicar a imagem da Lava Jato e do governo Bolsonaro, e tudo isso, mais os rumores de envolvimento da Rússia ou de quadrilhas internacionais, devem ser investigados, por mais parecidos que sejam com "teorias de conspiração", roteiros de novelas e tramas da pior literatura possível.



N. do A.: Não é preciso nenhum hacker para comprometer Jair Bolsonaro de forma severa. Suas declarações sobre os governadores nordestinos, os tais "xiitas ambientais" e a "repulsa a quem não é brasileiro", não são, definitivamente, aceitáveis. Até se pode entender que os "xiitas ambientais" são, em boa parte, estrangeiros sem contato com a realidade brasileira, e o termo "não é brasileiro" deva ser interpretado como "contra o brasileiro", mas isso tudo é uma ótima munição para aqueles que não são devotos da ideologia oficial poderem fazer críticas, fundamentadas ou não. Os termos excessivamente informais empregados pelo chefe de Estado da nossa nação estão em desacordo com a liturgia do cargo, em grau até maior do que o palavreado chulo de Lula ou os discursos sem nexo de Dilma. E, sim, ofendem os ambientalistas, os nordestinos, os estrangeiros. Mas o Brasil é grande e complexo demais para ser destruído por palavras, e o governo não se limita a isso: existem decisões tomadas de forma mais séria, como a venda de parte das ações da BR Distribuidora para a quebra do monopólio no setor de distribuição de combustíveis e outros derivados do petróleo, ou a liberação do FGTS (limitada a R$ 500,00 por ano). 

terça-feira, 23 de julho de 2019

Boris Johnson governará o Reino Unido. E agora?

Boris Johnson é considerado o Trump britânico  (Toby Melville/Reuters)

Como era esperado, de certa forma, o líder do Brexit Boris Johnson foi eleito pelos tories como substituto de Theresa May, e hoje ele assume o posto de primeiro-ministro.

Ele é comparado a Donald Trump pela cabeleira loira, temperamento expansivo e sem freios. Por aqui o comparam ao presidente Bolsonaro. Os três são os paladinos do conservadorismo populista no Ocidente.

Johnson não fará nenhuma loucura como governante britânico. Muitos dizem que conduzir o processo do Brexit já é suficientemente insano, devido ao alto risco de um prejuízo na economia e na imagem do país. Mas, apesar de ser conhecido pelo seu comportamento excêntrico e pouco previsível, ele saberá conduzir os rumos de seu governo. Ou, pelo menos, tentará. 

segunda-feira, 22 de julho de 2019

"Porcarias" musicais de ontem e hoje

Este blog, vez ou outra, lamenta o nível da produção musical do nosso tempo, com celebridades e subcelebridades se dando ao direito de violentar ouvidos alheios enquanto privilegiam outros aspectos, como a (necessária) presença de palco e o gestual para impressionar as plateias nos shows. A música é um aspecto secundário quando se é bonitinho(a) e apresenta certo magnetismo pessoal. 

Em termos de qualidade artística, o século XXI é um caso perdido. Mas o passado não foi uma maravilha constante. 

Os compositores tidos como os maiores de todos os tempos também fizeram "porcarias", pelo menos se comparadas às obras-primas produzidas pelas suas geniais cabeças. 

Johann Sebastian Bach, considerado o maior músico da História, autor da Paixão Segundo São Mateus, o Cravo Bem Temperado, a Oferenda Musical, os concertos de Brandenburgo e a famosa tocata e fuga em ré menor, ousou escrever uma "Cantata do Café" (BWV 211), onde uma jovem dizia que "se eu não beber o meu café as minhas curvas vão secar, as minhas pernas vão murchar, e ninguém irá comigo se casar". Comparada com as outras obras, é uma "droga", embora não deixe de ser um primor da música no século XVIII.

No século XVIII não eram permitidas beldades cantando obras cômicas, e sim homens castrados travestidos

Wolfgang Amadeus Mozart se permitiu fazer algumas baixezas com mais frequência. O autor dos grandes concertos para piano, das óperas Le Nozze di Figaro, Don Giovanni e A Flauta Mágica fez uma coisa chamada "Lech mich im m Arsch" (K 231), onde se referia às nádegas (Arsch) e uma bufonaria chamada "Brincadeira Musical" (K 522), onde ele imita um músico ridículo que colocava notas erradas, fazia dissonâncias e uma série de notas grotescas no final.

Acreditem ou não, isso foi feito pelo mesmo autor da Sinfonia N. 40 e da Pequena Serenata Noturna


Porém, Ludwig van Beethoven produziu verdadeiras "porcarias", se comparadas às suas poderosas sinfonias, quartetos para cordas e sonatas. Em algumas obras não numeradas (WoO), ele ousou insultar de forma grosseira o seu amigo Ignat Schuppanzigh, tratando-o como se fosse um gordo salafrário e lorpa ("Schuppanzigh ist ein Lump"; WoO 100). Mesmo em trabalhos catalogados, houve alguns "problemas". Ele criou uma série de "bagatelas", consideradas obras sem valor (para ele), uma das quais era uma série de trinados que acabaria por "botar tudo abaixo", fazendo a música "desabar" (Op. 119, n. 7). Pior, para o gênio surdo alemão, é ter feito um grande sucesso com uma "cacofonia" chamada "A vitória de Wellington" (Op. 91), onde eram empregadas armas de fogo para simular a batalha contra Napoleão e seus soldados, burlescamente representados pela marcha "Marlborough s'en va-t-en guerre" (Marlborough foi para a guerra), que usava a mesma melodia de "Fulano é um bom companheiro".

A bagatela Op. 119 n. 7 seria algo considerado coisa de louco na época de Beethoven


Beethoven ganhou mais dinheiro com essa "coisa" chamada "A Batalha de Wellington" do que com a Nona Sinfonia. 

Para esses três, considerados da "Santíssima Trindade da música", essas obras são "diarreias mentais". No entanto, o que dizer do que se produz agora, quando tudo parece ser uma coisa produzida por intestinos mal regulados e não por cérebros?

sexta-feira, 19 de julho de 2019

Os 50 anos do pouso da Apollo 11

That's a small step for a man, one giant leap for mankind!

(Isso é um pequeno passo para um homem, e um gigantesco salto para a humanidade!)

Com estas palavras, o chefe da missão Apollo 11, Neil Armstrong, definiu a missão realizada no dia 20 de julho de 1969, a serviço da Nasa, a agência espacial americana, durante a grande corrida espacial entre as duas superpotências da Guerra Fria. 
Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins entraram para a História como os primeiros seres humanos a pisarem na Lua. Apesar das teorias de conspiração tentando provar o contrário, dizendo que o homem nunca pousou lá, existe um farto material sobre o feito, os problemas para aterrissar na Lua, os contatos entre o trio e os membros da base, as orientações do projetista da missão (o engenheiro alemão e antigo colaborador do nazismo, Werner von Braun), as análises do solo lunar, as fotos tiradas do local, os registros de Armstrong e depois Aldrin na superfície do satélite (Collins permaneceu na cápsula), a viagem de retorno e o resgate do trio de volta à Terra no dia 24. 

Armstrong, Collins e Aldrin, os pioneiros na viagem à Lua (Nasa)




Depois de um período de isolamento, onde eles foram mantidos incomunicáveis após serem recolhidos da cápsula que foi resgatada no Oceano Atlântico, eles pouco tocaram no assunto, alimentando os rumores de quem não acreditava nos registros da viagem. E pouco progresso foi obtido nas viagens espaciais, apesar do enorme avanço tecnológico. 

Armstrong e Aldrin fincam a bandeira americana na superfície da Lua

Muitos produtos atuais estavam engatinhando naquela época. Os computadores, sensores, processadores, equipamentos de comunicação, materiais para isolamento térmico e contra os efeitos da radioatividade (os chamados "raios cósmicos"), tudo isso foi utilizado e desenvolvido para a missão, e depois aperfeiçoado para uso pelos cidadãos comuns impossibilitados sequer de pensar em repetir o feito do trio de astronautas. 

Neil Armstrong morreu em 2012. Os demais foram hoje à Casa Branca, para um encontro com o presidente Donald Trump. acompanhados do chefe da Nasa, Kim Brindenstine. Trump quer retomar os programas de viagens espaciais. E ele não é o único: o polêmico Elon Musk quer financiar viagens para a Lua e para Marte, com a SpaceX. 

50 anos depois do primeiro pouso à Lua, será que conseguiremos realizar o sonho de colonizá-la?

quinta-feira, 18 de julho de 2019

Duas ótimas notícias no esporte

Primeiro, a maratona aquática em Gwagju, na Coréia do Sul, onde Ana Marcela Cunha conseguiu completar a prova e ganhar a medalha de ouro com a marca de 57min56s, um segundo a menos do que a francesa Aurielle Muller, uma das maiores vencedoras deste esporte. A prova foi feita anteontem.

Ana Marcela é ouro no Mundial de Esportes Aquático, na Coréia do Sul (Evgenia Novozhenina/Reuters)


Depois, a esgrimista Nathalie Moellhausen, nascida na Itália mas naturalizada brasileira, conseguiu derrotar a chinesa Sheng Lin por 13/12 na final individual da categoria espada no Mundial de Esgrima em Budapeste. Foi o primeiro pódio da história do esporte em torneios mundiais.

Nathalie Moellhausen beija a medalha de ouro e se torna forte candidata a destaque na Olimpíada de Tóquio (Globo Esporte)

Estas duas representantes do esporte brasileiro são fortes candidatas a receberem o selo de "Orgulho Nacional" deste mês.


N. do A.: Por outro lado, uma candidata ao selo de "Vergonha Nacional" é a influencer Belle Silva, mulher do zagueiro Thiago Silva, pertencente ao elenco de campeões da Copa América terminada recentemente. Nesta semana, ela gravou um vídeo com comentários infelizes opinando sobre o suicídio da youtuber Alinne Araújo, vítima de depressão e abandonada pelo noivo antes da festa de casamento. Ela, então, resolveu se casar "consigo mesma", aparentemente tentando assimilar o golpe, antes de pular do nono andar de um prédio. Belle, entre outros comentários, disse que Alinne iria para o "mármore do inferno", pois segundo os evangélicos (incluindo a autora dessas opiniões e seu marido famoso) o fogo eterno é o destino de quem tira a própria vida - mas nem todo evangélico ofende os outros dessa forma. Ela precisou se retratar por causa disso, mas o vídeo ainda está no ar para todos verem. A sorte de Belle é que existem candidatos ao selo ainda mais fortes, motivos de comentários e ofensas no Brasil, como o procurador Deltan Dallagnol e, de novo, Eduardo Bolsonaro (o "futuro embaixador em Washington" quase ganhou o selo referente a outubro de 2018, mas perdeu para o assassino do jogador Daniel, que ainda está sob julgamento). 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Future-se

Hoje, o ministro da Educação Abraham Weintraub lançou o projeto Future-se, para estimular a parceria das empresas privadas nas universidades federais. 

Segundo o MEC, é uma maneira de diminuir a dependência do NOSSO DINHEIRO para custear o ensino público, além de melhorar o acesso dos estudantes ao mercado de trabalho.

As medidas propostas incluem a autorização para naming rights de prédios públicos, algo contraverso. Para darem certo, precisam de ajustes para se adequarem à legislação, além da colaboração ativa da sociedade. A íntegra pode ser lida AQUI

Naturalmente, os reitores das universidades estão reticentes, pois o programa requer mais detalhamento. Ao menos, a adesão é voluntária. Já a UNE e os sindicatos ligados às universidades, assim como parte da mídia, denunciam o risco desse plano vir a degenerar em um processo de privatização das universidades federais. O MEC garante que isso não irá ocorrer, e nega, inclusive, uma futura cobrança de mensalidade para os estudantes. 

Caso o Future-se vingar, a educação superior brasileira estará acompanhando a tendência mundial, mas o processo certamente não será tão tranquilo quanto o MEC e o resto do governo esperam, pois haverá resistência, e não só ideológica, por parte dos agentes envolvidos.

terça-feira, 16 de julho de 2019

O filtro da velhice

Depois do "filtro de bebê", febre há algum tempo atrás, os usuários das redes sociais estão adotando o "filtro da velhice", o FaceApp. 

Com isso, gera-se o efeito oposto: ao invés das "criancinhas", agora temos os "velhinhos" produzidos artificialmente a partir de alguns retratos. Não deixa de ser engraçado, principalmente se envolver os rostos de gente famosa. 

A Xuxa, à direita, está até uma velhinha "classuda", mas o youtuber Whinderson Nunes parece uma bruxa om o filtro da velhice!

Este blog atreveu-se a usar o "filtro" no rosto da "nova política", após o anúncio do presidente em nomear seu filho Eduardo para ser embaixador em Washington. A iniciativa não tem apoio nem mesmo do "guru" da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho, mas nem isso faz o "Mito" recuar, pois é pelo bem da inovação nos costumes políticos e administrativos no nosso Brasil. 

A face da "nova política" brasileira ficou linda de morrer, adotando o filtro da velhice. Ela mantém a face jovial e serena de alguém que dita o ritmo da mudança no país.
Vale lembrar que o nepotismo é uma prática secular tradicional da "velha política", adotada pela "nova" assumidamente. 

segunda-feira, 15 de julho de 2019

Absurdo!

Não se pode tolerar certos comportamentos, mesmo motivados por transtorno de personalidade, como a mulher que empurrou o padre Marcelo Rossi. 

Sofrer de transtorno do tipo "borderline" não torna a pessoa inimputável. Caso houvesse lesão corporal ou morte decorrente da agressão provocada pela mulher, ela seria presa e condenada. Felizmente, não aconteceu nada de grave ao sacerdote. 

Pessoas com transtorno de personalidade precisam levar a sério o tratamento e estar acompanhadas por outras que não tenham o distúrbio, para evitar acontecimentos desagradáveis. Caso contrário, torna-se mais um motivo de perturbação ou de escândalo para os outros. Ou pode, também, sofrer acidentes.

sexta-feira, 12 de julho de 2019

Da série 'Mondo Brasile', parte 13

Um evento cultural como a Flip, tendo como participante o presidente da Companhia das Letras, Luiz Schwarcz, só poderia ser de alto nível. Pois não foi bem assim. 

Luis Schwarcz, presidente da Companhia das Letras (Gnews)
O executivo, chefe de uma das maiores editoras do país, estava esperando o início do evento quando foi insultado por um homem desconhecido, que o chamou por termos impublicáveis neste blog, além de espezinhá-lo por causa de um transtorno bipolar leve. Schwarcz o empurrou para tentar afastá-lo, mas o homem insistiu nas agressões e, em resposta, levou um soco. 

Diante de outros participantes como a cantora Zélia Duncan e a atriz Renata Sorrah, o editor se viu obrigado a se retratar pelo comportamento. 

Muitos acham que isso é um sinal do embrutecimento do país, onde até a elite pensante está perdendo a capacidade de raciocinar como ser humano, mas outros consideram um fato isolado, mesmo porque é extremamente incomum. 

Este é um episódio que mostra o perigo de se perder o controle emocional, ao qual todos estamos sujeitos. E mais um caso de agressão injustificada vindo de um indivíduo despreparado para conviver de forma minimamente civilizada, agredindo verbalmente os outros dentro de um evento público. 

quinta-feira, 11 de julho de 2019

Por que os seres humanos não podem regenerar dentes?

Algumas pessoas, principalmente com problemas dentários, podem se perguntar o porquê dos seres humanos não poderem regenerar dentes danificados ou quebrados. 

Todos os mamíferos com dentes, aliás, sofrem do mesmo problema. Eles só desenvolvem duas dentições, a de "leite", em indivíduos juvenis, e a permanente. Isto se chama de difiodontia. 

Este fenômeno já começou a ocorrer na linhagem direta dos mamíferos, quando um animal chamado de Morganucodon, há 210 milhões de anos, no período chamado de Triássico, se tornou o primeiro a só trocar a dentição uma vez, enquanto que os répteis, inclusive os antepassados desse bichinho do tamanho e aspecto de um rato, trocavam os dentes quando estes se estragavam. O Morganucodon ainda não era considerado um mamífero, por ter ainda mais de um osso na mandíbula inferior (nos mamíferos verdadeiros, os ossos a mais se transformaram nos ossículos do ouvido interno), mas, além de ter só duas dentições ao longo da vida, foi provavelmente um dos primeiros animais a alimentar as crias com leite, uma característica comum a todos os atuais mamíferos, desde os humanos e as vacas até os estranhos ornitorrincos. Aliás, os filhotes dessa criatura nasciam de ovos, como era regra entre os animais chamados de "terapsídeos", vulgarmente chamados de "répteis mamiferoides" ou formas de transição entre répteis e mamíferos. 

O Morganucodon, parecido com um rato, é classificado como um "sinapsídeo terapsídeo"; estes termos complicados significam que ele é uma forma de transição entre animais semelhantes a répteis e os mamíferos

Para se ter uma ideia da antiguidade de um animal que tinha o "azar" de não trocar os dentes como os répteis, ele viveu na época dos primeiros dinossauros, quando estes começavam a dominar a Terra. Em comparação, o famoso tiranossauro viveu há 66 milhões de anos atrás. 

Se alguém está precisando fazer um tratamento de canal ou uma extração, pode "culpar" o Morganucodon por não trocar os dentes estragados por falta de cuidado. Por isso, é sempre bom escovar os dentes e usar o fio dental todos os dias. 

quarta-feira, 10 de julho de 2019

Aprovada Nova Previdência no primeiro turno

Em um placar até folgado, o governo saiu vitorioso na primeira votação em plenário da Nova Previdência: 379 a 131.

Ainda será necessária mais uma votação em segundo turno, e até o texto passar para o Senado poderão colocar emendas para tornar a proposta ainda mais parecida com uma colcha de retalhos.

Para aprovar a reforma foi necessário ceder na questão das aposentadorias dos policiais. Eles aparentemente ficaram com uma mudança bem mais suave do que os trabalhadores comuns e os servidores civis. 

Isso mostra que a oposição a Bolsonaro é frágil e o governo, apesar da retórica contra o "toma lá dá cá", soube o que fazer, em termos: liberou R$ 178 milhões em verbas para emendas parlamentares. 

terça-feira, 9 de julho de 2019

Polêmicas ou não?

1. No desfile do dia 9 de Julho, algumas crianças acompanhadas dos pais desfilaram, portando armas de brinquedo na mão. Para a mídia, como a Folha de S. Paulo, que denunciou a suposta irregularidade, isso é contra a lei, pois armas de brinquedo são de uso proibido. Há quem diga que isso não tem a importância dada pela imprensa, vista como "esquerdista", por se opor à mudança nos portes e posses de armas (de verdade). De qualquer forma, vale a lei atual e os regulamentos vigentes nos desfiles militares. 

2. Continuam as sequelas da Copa América, vista como uma das mais influenciadas pelos erros de arbitragem, ainda por cima respaldados pelo famigerado VAR, alvo de questionamentos nesta parte do mundo. Messi e Gabriel Jesus, ameaçados de punição por contestarem a arbitragem, serão punidos por isso ou eles estão certos? Isto colocou a Conmebol em uma situação muito ruim. Ela defende a decisão dos árbitros, mas eventual suspensão do astro argentino poderia arruinar a edição de 2020 do torneio (quanto a Gabriel Jesus, haverá menos prejuízo para a imagem da entidade, mas afetará o desempenho da Seleção comandada por Tite). 

3. A cultuada série Stranger Things foi motivo de questionamentos por causa de Will Byers, o adolescente paranormal vivido por Noah Schnapp, ter dito que não gostava de garotas ao amigo Mike Wheeler. O menino teve a sexualidade questionada, enquanto os amigos já curtiam as primeiros amores. Muitos afirmam que o menino é "gay". Ou a afirmação decorresse de Will ainda não estar amadurecido para relacionamentos, por ter 13 anos, preferindo jogar o jogo "Dungeons & Dragons", coisa comum nos anos 1980, a época da série. 

segunda-feira, 8 de julho de 2019

A Gradiente recusa-se a morrer

Este blog já escreveu muito sobre a Gradiente, veterana da indústria eletrônica nacional, e recentemente ela anunciou a produção de inversores para conversão de energia fotovoltaica em energia solar. 

Recentemente, ela acabou, na prática, saindo do mercado de celulares, onde tentou emplacar o seu "Iphone" (a grafia do produto da Apple é iPhone). Já não se fala de mais nada da marca, nem mesmo o "meu primeiro Gradiente" (aliás, ele continua à venda, mas obviamente não é aquela "traquitana" de 1989, que gravava em uma fita cassete, e sim um produto parecido com conexão Bluetooth e funções totalmente diferentes: agora é um aparelho de karaokê para crianças). 

Agora, ela arrisca-se num nicho de mercado pouquíssimo explorado por fabricantes brasileiras, embora bastante promissor, devido ao crescente interesse da energia solar fotovoltaica. 

domingo, 7 de julho de 2019

Fim de semana inesquecível

O Brasil ficou menor, mais cacofônico e inculto com a morte de João Gilberto, um dos "pais" da Bossa Nova, o samba intimista com elementos de jazz que ganhou o resto do mundo nos anos 1950 e 1960. João Gilberto foi, ao lado de Tom e Vinícius, um engrandecedor da cultura brasileira, agora vilipendiada com essa profusão de funks e neo-sertanejos onde a presença do palco, as atitudes de astro (ou diva) e a aparência física são importantes a ponto de relativizar a ignorância supina em termos de música. Certo, não vamos bancar os passadistas e passar a vida considerando o passado uma maravilha e o futuro uma distopia, mesmo porque ele ainda não chegou. Além disso, o músico baiano já estava com 88 anos. Mas dá para ser otimista num cenário cultural, não apenas musical, tão árido? No momento, só resta lamentar a morte de um ícone da cultura popular brasileira.



Após a morte de João Gilberto, só restava torcer pelas Seleções no domingo. No plural, porque as guerreiras do vôlei feminino disputaram o ouro na Liga das Nações com as americanas e, infelizmente, perderam de virada no tie-break. O time de José Roberto Guimarães está ainda em fase de renovação, e este torneio, sem a importância de um Mundial, serve para avaliar o desempenho das jogadoras, como Natália, Bia e Macris. Em 2020, elas vão jogar a Olimpíada de Tóquio. 

Já a Seleção de Tite teve certa dificuldade para vencer o Peru no Maracanã, pela grande final da Copa América, apesar do placar elástico de 3 a 1, às custas de levar um gol de pênalti (cobrado por Paolo Guerrero, ex-comandado de Tite no Corinthians), destruindo a meta de terminar a Copa América sem bolas no canto de Alisson em tempo normal (ele já havia tomado gols nos pênaltis contra a Venezuela, mas foi só isso) e ver um dos protagonistas do time, Gabriel Jesus, ser expulso de forma inaceitável e ainda ter uma série de faniquitos a la Neymar, xingando o juiz e ameaçando quebrar a máquina do VAR. O próprio Jesus fez um dos gols, depois do destaque do jogo e surpresa do torneio, Everton Cebolinha, e antes de Richarlison cobrar um pênalti duvidoso e acabar com o sonho dos rivais. 

Jair Bolsonaro, aliás, roubou a cena ao distribuir as medalhas e ficar com uma delas, e ainda posar com os canarinhos junto com a taça do título, sem temer as vaias, mais audíveis que os aplausos, no estádio lotado, apesar do preço assustador dos ingressos (em média, R$ 655). Sérgio Moro também estava assistindo ao jogo. E Neymar, também. O astro viu o treinador e seus companheiros ganharem um título sem ele e colocarem por terra a fama de "neymardependentes", ainda por cima num torneio onde o ex-santista nunca ganhou, mesmo participando das edições de 2011 e 2015, e em ambas não foi decisivo. 

Bolsonaro não perdeu a oportunidade de tirar proveito do título conquistado pela Seleção em um Maracanã lotado

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Brasileiros podem mudar história da humanidade

Arqueólogos brasileiros fazem parte de uma equipe que encontrou vestígios de ferramentas utilizadas por homens primitivos da espécie Homo habilis há cerca de 2,4 milhões de anos, no vale do rio Zarqa, na Jordânia, país da Ásia Ocidental próximo do limite com a África, continente de origem dos hominídeos. 

Esta datação mostra que os antepassados do homem saíram do continente africano 500 mil anos antes do estipulado anteriormente. 

Isto esclarece a aparição de outros sinais de hominídios bastante antigos, embora não tanto quanto os encontrados na Jordânia. Em Dmanisi, na Geórgia (região do Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, não muito longe da Jordânia), foram encontrados restos de possíveis Homo erectus, uma espécie mais avançada, há 1,8 milhão de anos. Todavia, na China, muito mais longe da África, foram encontrados fósseis mais antigos, de 2,1 milhão de anos atrás, de uma espécie que também poderia ser o Homo habilis

A equipe, formada tanto por brasileiros quanto por italianos, realizou quatro viagens entre 2013 e 2016 para colher dados. Os dados serão publicados na revista Quaternary Science Reviews no sábado, em artigo assinado pelo renomado professor Walter Neves (USP) e pelos pesquisadores Astolfo Araújo (USP), Giancarlo Scardia (Unesp/Rio Claro) e Fábio Parenti (UFPR). 

Equipe recolhe fragmentos no vale do Rio Zarqa, Jordânia (Astolfo Araújo)


quinta-feira, 4 de julho de 2019

O fim da revista MAD

Adeus, revista MAD, uma das referências de humor americano que fizeram sucesso também no resto do mundo!

Não veremos edições inéditas com o garoto mais irreverentemente imbeciloide do mundo, Alfred E. Neumann!

Nada de sátira ao american way of life, à cultura de massas, ao capitalismo, ao comunismo, ao liberalismo, ao conservadorismo e outros ismos!

Uma das últimas capas da revista MAD, que deixará de publicar material inédito a partir de agosto. Na prática, virou uma ex-revista, usando uma acepção de outro ícone do humor, o Monty Python


Encerrarão mesmo uma história onde participaram humoristas e cartunistas afiados como Sérgio Aragonés, Don Martin e Antonio Prohias?

É uma pena, também, que a edição brasileira da MAD, adaptada ao gosto brasileiro por "culpa" do Ota, tenha se encerrado bem antes, em 2017. E o fim da versão brazuca não foi culpa (sem aspas) do Ota, mas da crise editorial que f***u com boa parte das revistas. 

A Internet, em última análise, foi a responsável por essa crise, tanto aqui como lá. Cada vez menos gente compra revistas. Não estamos mais no final do século XX, cultuado por oitentólatras, noventólatras e outros malucos. É uma pena!

Adeus, velha e louca revista MAD... 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

As participações de Bolsonaro

Bolsonaro foi protagonista em duas ocasiões, e em ambas ele não agradou a plateia como ele esperava. 

Hoje, ele tentou ajudar a categoria dos policiais federais a terem uma idade mínima menor para a categoria. A proposta original era de 55 anos para ambos os sexos, mas depois de protestos da categoria e até acusações de traição, houve uma mudança para colocar 53 anos para homens e 52 para mulheres. Mesmo assim, os policiais não aceitaram. E o texto para ser votado não prevê nenhuma alteração na idade mínima fixada em fevereiro. Rodrigo Maia, presidente da Câmara, não gostou da movimentação e afirmou que todos precisam colaborar. Afinal, a reforma é ou não para corrigir distorções?

Antes disso, o presidente foi assistir à Copa América e viu a Seleção fazer 2 a 0 na Argentina com Messi e tudo, com gols de Gabriel Jesus (Aleluia! Ele voltou a fazer gols no tempo normal de jogo e salvou o Brasil!) e Roberto Firmino. Bolsonaro teve a brilhante ideia de participar da "volta olímpica". Boa parte do estádio do Mineirão o vaiou, embora não falte ainda quem o aplaudisse e o chamasse de "mito". Isso é uma indicação de que ele vai precisar fazer mais do que isso, muito mais, para ser realmente estimado pelo povo.


N. do A.: O ministro Sérgio Moro voltou a ser interpelado, desta vez pelos deputados, e não mudou a sua versão dos vazamentos. Continuou a dizer que os grampos eram ilegais e o The Intercept fez a edição do conteúdo, visando desacreditá-lo e tentar soltar Lula. Enfrentou gente menos elegante do que os senadores, ouviu insultos dos oposicionistas e elogios dos situacionistas, e ainda precisou lidar com as acusações contra a Força-Tarefa, pois ela teria acionado o Coaf para investigar as contas de Gleen Greenwald, o que caracterizaria violação da liberdade de imprensa. O americano, estranhamente (ou nem tanto), não foi procurar seus direitos na Justiça, limitando-se a escrever nas redes sociais, elogiando os oposicionistas mais duros contra Moro, inclusive Glauber Braga (PSOL-RJ), autor do "juiz ladrão", numa acusação tipicamente ad hominem em forma de insulto pessoal contra o ministro, visto como inimigo do "preso político" Lula. Braga é correligionário do namorado de Greenwald, David Miranda. 

terça-feira, 2 de julho de 2019

Orgulho e vergonha nacional de junho - e a vergonha mundial do trimestre

No mês passado este blog teve dificuldade para separar grandes exemplos para marcá-los com o selo "Orgulho Nacional". Em compensação, este país ficou cheio de gente merecedora do outro selo. E ainda há o "prêmio máximo" dado a cada trimestre do ano. 

Em primeiro lugar, como é de praxe, o grande destaque positivo de junho, para um empreendedor que ganhou o prêmio Rolex por seus esforços pelo aproveitamento racional de um recurso natural valioso, o pirarucu, maior peixe de escamas do Brasil. Graças ao seu trabalho de ensino às comunidades amazônicas para o manejo desta espécie, outrora quase ameaçado de desaparecer, muita gente às margens do rio Juruá pôde melhorar de vida. O prêmio ajudará outras comunidades da região e isso contribuirá para o pirarucu deixar definitivamente de ser uma espécie ameaçada.

O biólogo recebeu o prêmio Rolex de empreendedorismo no dia 14 de junho, sendo um dos cinco contemplados


Por outro lado, o prêmio da "Vergonha Nacional" sairia para a Najila Trindade, a mulher que tentou extorquir Neymar acusando o jogador de estuprá-la. Sua história não convenceu ninguém, e ela está prestes a ser "convidada" a fazer um exame psicológico. Decerto não será considerada inimputável quando enfrentar a sua sentença. Vale lembrar que Neymar, considerado um caso perdido em termos de comportamento, já foi "premiado" com o selo da "Vergonha". 

Houve quem conseguiu superar Najila: o sargento da FAB Manoel Silva Rodrigues, preso em flagrante na Espanha com 39 kg de pasta de cocaína. Ele contribuiu negativamente para a imagem do governo e do Brasil, e irá ser tratado severamente por isso. E vai levar o selo.

O sargento da FAB preso com pasta de cocaína bem que podia ser considerado uma vergonha mundial, pois o caso repercutiu no planeta, mas aquele selo não vai para pessoas e sim para atitudes feias.

Pelo menos ele não matou ninguém (diretamente), como fizeram as assassinas do menino Rhuan, de apenas 9 anos, decapitado e esquartejado pela própria mãe e pela amante desta, e o sujeito que estuprou e trucidou o próprio enteado, um bebê de 9 meses, em Conceição do Macabu (RJ), sem falar no assassino do ator Rafael Miguel, Paulo Cupertino Matias, ainda foragido da Justiça. Todos eles são parte de uma estatística horrenda: no Brasil, se mata mais do que países em guerra, não só em números absolutos (65.602 pelos dados do Ipea, relativos ao ano de 2017), mas também por grupo de 100.000 habitantes: 31,6 (mais que Afeganistão e Iraque, entre outros países). A maior parte das vítimas é negra, em casos muito longe de terem repercussão na mídia. É preciso haver mais justiça, fazer a lei ser cumprida, para o nosso país deixar de ser considerado uma VERGONHA MUNDIAL.

As assassinas do pequeno Rhuan e todos os responsáveis pelo altíssimo índice de assassinatos no país são um flagelo para a humanidade; o Brasil é uma autêntica vergonha para o mundo no quesito violência. 

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Moro tem menos apoio em novas manifestações

Em novas manifestações, ocorridas em várias cidades ontem, o ministro Sérgio Moro ainda tem seus adeptos, mas eles compareceram em menor número. 

Na Paulista, a multidão deu para encher quatro quarteirões, comparável às manifestações contra o governo, e bem menos do que na última manifestação a favor, quando sete quarteirões foram ocupados. 

Em Brasília, ainda encheram os bonecos do "Pixuleco" e do "Privileco", além de, novamente, mostrar o ministro da Justiça como se fosse o Superman. Depois dos vazamentos do The Intercept, muitos passaram a achar esta homenagem uma mistificação. De fato, pobre do país que clama por heróis! Há quem diga que Moro está mais anti-herói, como o Justiceiro, por querer punir os criminosos a qualquer custo (anti-heróis são bem mais fáceis de achar na Marvel do que na DC...). 

No Rio de Janeiro, novamente o boneco do César Maia com um saco de dinheiro, aludindo à corrupção da chamada "velha política". Isso também pode ser interpretado como um ataque ao Congresso, visto como um empecilho às ações do presidente e de seus ministros, como Moro. 

Também muitos defenderam a chamada "Lava Toga", para investigar os ministros "petistas" do STF. Obviamente, um ataque ao Judiciário, também. Gilmar Mendes foi o mais atacado, tendo um boneco inflável em Brasília mostrando-o como protetor de José Dirceu e de Lula.

Bonecos presentes nas manifestações de ontem (divulgação)

Boa parte dos manifestantes era a favor de Bolsonaro, visto como alguém que poderia fazer mais se governasse como um autocrata, pois o Congresso e o Judiciário atrapalham... E, estranhamente, não lembram os resultados efetivos deste governo, como a assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que promete aumentar consideravelmente as exportações brasileiras. Isso certamente seria interpretado como triunfo de Bolsonaro, embora fosse fruto de um longo processo de 20 anos. Talvez por ser um acordo fechado muito recentemente, mas sempre haveria alguém para lembrar (e não houve). Eles chegaram a brigar com o MBL e o Vem Pra Rua, que também compareceram, mas não viam Bolsonaro como um messias. Ou seja, também um cenário pior para os situacionistas: menos participação e mais conflito, como havia sido a última manifestação das centrais sindicais e estudantes contra o governo.