segunda-feira, 30 de março de 2020

Daniel Azulay (1947-2020)

Uma das referências de infância para muita gente, inclusive o autor deste blog, é o programa da Turma do Lambe Lambe, reunindo atores fantasiados de bonecos e um simpático desenhista de aparência meio "nerd" e habilidoso na arte do pincel. Seu bordão era "Algodão doce pra vocês!"

O artista que aparecia no programa foi Daniel Azulay, agora a mais ilustre vítima da COVID-19 neste país. Ele estava internado por duas semanas com leucemia, quando o vírus abreviou seu sofrimento, aos 72 anos. 

A Turma do Lambe-Lambe foi uma daquelas criações bem sucedidas para mostrar que não só Maurício de Souza fazia sucesso entre os criadores brasileiros. Reunia crianças humanas (apesar de duas delas, o menino Pita e a menina Damiana, serem negros bem caricaturizados, algo pouco aceitável atualmente) e adultos como animais antropomórficos, como a galinha Xicória, o inventor Professor Pirajá (uma coruja) e a vaca Gilda, que cantava mal. Esses personagens também foram aparecer numa revista da Editora Abril entre 1982 e 1984, com histórias criadas pelo "mago" dos quadrinhos Disney brasileiros, Ivan Saidenberg (1940-2009), entre outros autores. 

Daniel Azulay e seus personagens da Turma do Lambe Lambe. 


Ele também foi o autor de um herói estranho, o agora pouco conhecido Capitão Cipó, cujo maior poder era um "supercuspe" para apagar incêndios. Esse personagem apareceu em algumas tiras do jornal Correio da Manhã, a partir de 1968, e fazia sátiras à situação política, mostrando vilões tiranos bem parecidos com os governantes da época. 

Perdemos um artista brilhante para esta pandemia. Ficamos a imaginar quem será a próxima celebridade a perder a vida para o coronavírus. Mas, para os fãs de Daniel Azulay e da Turma do Lambe Lambe, isso não importa no momento. 

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