terça-feira, 24 de março de 2020

O vírus arruinou de vez o calendário esportivo

Para não expor atletas, organizadores, dirigentes e, principalmente, espectadores a se tornarem vítimas do COVID-19, e notando que o medo de contraí-lo atrapalhou seriamente a preparação de boa parte dos atletas, a prefeitura de Tóquio e o COI anunciaram o adiamento das Olimpíadas, para uma data incerta, provavelmente o verão de 2021. 

O inimigo invisível conseguiu um feito só obtido pelas guerras mundiais (adaptado de foto da Reuters)


O parasita atrapalhou o calendário esportivo em geral, fazendo torneios de atletismo, basquete, vôlei, futebol, tênis e outros serem adiados ou cancelados. GPs da Fórmula 1 como Mônaco não ocorrerão neste ano. O tradicional torneio de Roland Garros, marcado para maio, foi adiado para setembro. A Eurocopa e a Copa América foram transferidas para 2021. 

Nada disso impacta tanto quanto o adiamento dos Jogos Olímpicos. Somente as guerras mundiais perturbaram o calendário do evento esportivo mais importante do mundo. Não tivemos Olimpíadas apenas em 1916, 1940 (que seriam também em Tóquio) e 1944. 

É uma vitória decisiva do parasita contra a humanidade. Mas a epidemia vai passar, e nós continuamos. Este é um acontecimento extraordinário, que não voltará a se repetir. Os Jogos, portanto, ficam para 2021. Veremos. 


N. do A.: É particularmente desarmônica a relação do presidente Jair Bolsonaro com os governadores, acusados de serem "exterminadores" e "enganarem" o povo, junto com a imprensa. Em pronunciamento recente, ele voltou a chamar o COVID-19 de "gripezinha" e, pior, de "resfriadinho", afrontando a inteligência dos brasileiros e referindo-se a uma frase infeliz do dr. Dráuzio Varella quando ele desconhecia a gravidade da doença. Bolsonaro, eleito para governar o Brasil e não apenas uma legião de seguidores, precisará reunir argumentos mais convincentes e menos descaradamente inverídicos para tentar honrar a dignidade do cargo e fazer o país voltar ao normal o mais rápido possível. Nem Donald Trump está conseguindo nos Estados Unidos, onde a epidemia está ainda crescendo em ritmo avassalador. Aliás, nem o ditador Xi Jinping em relação à China, onde os números de vítimas pararam de aumentar (pelo menos de acordo com os dados oficiais), mas a economia não voltou ao normal (e não voltará tão cedo, pois vai enfrentar um período de recessão, inédito em mais de meio século). 

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