segunda-feira, 16 de março de 2020

Manifestações pró-presidente foram contra ele

Houve novas manifestações a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra a corrupção - e também contra Lula, Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre, os governadores Wilson Witzel (no Rio) e João Dória (em São Paulo). Mas eles, ao invés de ajudarem na imagem de Bolsonaro, acabaram manchando-a.

Na Paulista, chamaram o coronavírus de "comunavírus", e houve um incidente isolado de violência, quando um manifestante atirou em uma mulher que o provocou (Bruno Santos/Folhapress)
Em Brasília, compararam o STF e o Congresso com o coronavírus (Edson Sardinha/Congresso em Foco)
Em Curitiba, terra onde Sérgio Moro projetou-se, também houve protestos contra o Congresso e apoio ao presidente (Henry Milleo)

Vários fatores contribuíram para o resultado adverso, que pode comprometer ainda mais a governabilidade: 

- Em geral, os protestos tinham menos adesão do que antes e não tiveram força suficiente para intimidar o Congresso e o STF, vistos como contaminados pela corrupção e pelo "esquerdismo"; 

- Uma parte dos manifestantes repetiu novamente as velhas ladainhas anti-constitucionais e golpistas: intervenção militar, volta do AI-5, fechamento do Congresso e do STF, e outros delírios impensáveis em países sérios, como os Estados Unidos, tão admirados e elogiados pelos apoiadores de Bolsonaro; 

- A pandemia de coronavírus foi menosprezada galhardamente, chamada, por exemplo, de "comunavírus" por gente que parece estar contaminada com outro vírus, este muito mais perigoso e antigo: o da imbecilidade; 

- Muitos auto-intitulados patriotas não foram por medo do coronavírus e pelo bom senso de não formarem aglomerações, algo favorável ao contágio; 

- O presidente Bolsonaro, suspeito de estar infectado, foi cumprimentar e tirou selfies com quem disse apoiá-lo; esse gesto foi visto por outras autoridades como inconsequente. 


N. do A. 1: Enquanto isso, Lula acabou de voltar de uma viagem à Europa, onde alardeou a sua inocência, apesar dos vários processos pelos quais responde por corrupção, lavagem de dinheiro, abuso de poder e outros crimes, e encenou o papel de estadista preocupado com os rumos do país, embora passando por nações assoladas pelo COVID-19 e correndo o risco de se contaminar; os resultados deram negativo.

N. do A. 2: O ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta é o encarregado de exercer o papel de conscientizar a população, e está fazendo isso com competência, apesar do próprio presidente não cooperar; o ministro da Economia Paulo Guedes também está tomando providências práticas, embora limitadas, para combater os efeitos da epidemia, liberando R$ 147 bilhões nos próximos três meses, isentando do Simples as pequenas empresas, liberando o FGTS, adiantando o décimo terceiro para os aposentados e reforçando o Bolsa-Família. 

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