quarta-feira, 4 de março de 2020

Decidido o destino de R$ 30 bilhões

Após uma longa série de impasses e acordos, o Congresso decidiu a sorte de R$ 30 bilhões disputados entre a casa e o governo. 

Bolsonaro, Maia e Alcolumbre puseram fim à disputa por uma parte bilionária do Orçamento (Marcos Brandão/Senado Federal)

Por 398 votos a 2, a Câmara decidiu por manter boa parte dos vetos ao Orçamento deste ano. O governo estava se queixando de não conseguir suficiente autonomia para usar o NOSSO DINHEIRO para pagar as despesas discricionárias (tudo o que sobra depois de pagar os salários e as aposentadorias). Um dos vetos permitiria ao governo impedir a gestão integral desses R$ 30 bilhões, destinados a reforçar o Orçamento Impositivo e permitir aos deputados e senadores gastarem para atenderem interesses eleitorais, pois neste ano teremos a escolha dos prefeitos e vereadores. 

Um acordo entre os líderes da Câmara, do Senado e o presidente Jair Bolsonaro fez esse montante ser dividido pela metade: R$ 15 bilhões ficariam nas mãos dos parlamentares, mas R$ 15 bilhões passam a reforçar o caixa do governo, às voltas com contingenciamentos em vários ministérios.

Esta questão foi um dos motivos para os bolsonaristas quererem voltar às ruas para protestar contra o Congresso, visto como clientelista e corrupto, e o Judiciário, acusado de dificultar ainda mais a vida de Bolsonaro.  


N. do A. 1: Bolsonaro também teve que manter a sua briga contra outro oponente, a grande imprensa, que tentou questioná-lo a respeito do PIB de mirrados 1,1% em 2019. A resposta do presidente foi com a ajuda do humorista Márvio Lúcio, o "Carioca", que fez uma imitação dele e distribuiu bananas para os jornalistas. Muitos deles se retiraram, diante da cena grotesca. Aproveitou-se para questionar a competência da gestão oficial, mas não se pode esquecer de alguns anos atrás, quando o PIB era NEGATIVO, no governo Dilma Rousseff: o pior ano da década, para a economia, foi 2015, quando ela encolheu 3,8%. Pode-se também argumentar que, na época desse descalabro, o dólar não estava custando R$ 4,58, mas a inflação e o desemprego eram flagelos ainda mais terríveis naquele tempo, sem falar na roubalheira (se o nível atual é insuportável, com o Queiroz e outros, imaginem com o Quadrilhão do PT).

N. do A. 2: A atriz Regina Duarte tomou posse oficialmente como Secretária da Cultura, com grande alarde, e ela prometeu fazer uma administração equilibrada, sem os horrores promovidos pelo antecessor, Roberto Alvim. Porém, quando ela mandou embora alguns funcionários ligados a ele e ao polemista Olavo de Carvalho, este último não gostou e começou uma campanha pedindo a exoneração da intérprete da Viúva Porcina. Seria quase uma reedição do "foi sem nunca ter sido", mas Regina não abrirá mão do seu cargo e diz ter "carta branca" do presidente, embora isso, na prática, não seja uma garantia de fazer o que lhe agradar ou o que achar melhor sem aprovação prévia de Bolsonaro. Paulo Guedes e Sérgio Moro são testemunhas disso.

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