sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Querem ressuscitar marsupial extinto

Em 1936, o último lobo da Tasmânia (Thylacinus cynocephalus), um marsupial carnívoro, morreu confinado num zoológico australiano. Ele já era raro quando os primeiros aborígenes habitaram a atual Austrália, e mesmo assim foi considerado uma praga em potencial durante a colonização europeia. Com isso, ele foi caçado até a extinção. 

Atualmente, alguns biólogos querem usar o material genético do animal e também células tronco do "parente" vivo mais próximo, o diabo-da-tasmânia, para trazê-lo de volta à vida, mas a comunidade científica ainda considera isso uma quimera, pois não há células vivas disponíveis e o genoma deste estranho mamífero ainda não está totalmente decodificado. Mesmo assim, a Universidade de Melbourne recebeu um donativo de R$ 5 milhões, de fontes não informadas, para continuar as pesquisas e tentar "ressuscitar" o bicho, que não tem parentesco algum com os lobos, e sim com os cangurus. 

Uma das últimas fotos de um Thylacinus cynocephalus vivo, há quase 100 anos atrás, no zoológico de Hobart, na Austrália (Divulgação)


Há alguns registros do comportamento do lobo da Tasmânia. Ele caçava sozinho ou em pares, atacando roedores, aves, cangurus e, às vezes, animais de criação, e sua mandíbula podia abrir-se largamente. Fazendeiros os acusavam de matar ovelhas, embora haja questionamentos sobre isso, pois estudos indicam que a mandíbula deste predador não era forte o bastante para abater animais grandes. Fora isso, eles eram noturnos, e as fêmeas mantinham os filhotes recém-nascidos em uma bolsa (marsúpio). Sua pelagem marrom-clara e listrada podia oferecer certa camuflagem, e devido às listras ele também foi chamado de tigre da Tasmânia. 

Sua "recriação" poderia ser um grande feito para o conhecimento humano, mas os críticos acham que os investimentos utilizados nesta aparente aventura seriam mais úteis para a preservação das espécies ainda vivas, mas ameaçadas de ter o mesmo triste destino deste curioso marsupial. 

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