Entre as PANCs (plantas alimentícias não convencionais), tema de uma das postagens recentes do blog, há também as frutas brasileiras, ainda mal exploradas por desconhecimento e falta de divulgação. Elas ficam fora da mídia, que prefere falar sobre a banana e a laranja, amplamente cultivadas porém não nativas do Brasil. Outras "estrangeiras" são associadas ao nosso país, como o coco, a jaca e a carambola, de origem asiática. Nossas frutas, em geral, não tiveram a "sorte" de serem comercializadas em maior escala, embora tenhamos exceções, como o maracujá, o caju, o abacaxi, a goiaba, o cacau, a castanha-do-pará, a pitanga, o pequi, a jabuticaba, o guaraná, o açaí e o cupuaçu.
Eis as representantes da fruticultura brasileira:
- Abiú (Pouteria caimito), presente na Amazônia; é um fruto amarelo e adocicado, com poucas e grandes sementes:
- Bacupari (Garcinia gardneriana), fruto alaranjado encontrado no Cerrado e na Amazônia, usado na medicina popular por suas propriedades antioxidantes:
- Bacuri (Platonia insignis), outro fruto amazônico, relativamente grande (15 cm) e com polpa branca, usado em doces:
(Ernesto Souza) |
- Buriti (Mauritia flexuosa), extraído da palmeira buritizeiro, encontrada na Amazônia e no Meio-Norte, com frutas rugosas características, ricas em ômega-3 e vitamina A:
- Cagaita (Stenocalyx dysentericus), cujo nomes, tanto popular quanto o científico, alertam para o problema de se comer em excesso, pois tem forte efeito laxante; é rico em vitaminas do complexo B:
- Camapu (Physalis spp.), uma solanácea parecida com um tomate, usado para fazer sorvetes e sucos; é encontrada na Amazônia, e a Colômbia é a maior exportadora mundial da fruta:
- Cambuci (Campomanesia phaea), encontrado na Mata Atlântica, tem gosto azedo e está sendo redescoberto na produção de bebidas e doces; batiza um bairro paulistano:
- Camu-camu (Myrciaria dubia), encontrado na Amazônia e também tem gosto azedo, devido à altíssima concentração de vitamina C; é usado em doces:
- Feijoa (Acca selowiana), também chamada de goiaba-serrana, encontrada no sul do Brasil; possui a polpa amarelada, doce e rica em vitaminas A e C:
- Gabiroba (Campomanesia xanthocarpa), fruta alaranjada do cerrado, consumida ao natural, ou em sucos, licores e doces:
- Grumixama (Eugenia brasiliensis), fruta muito difícil de encontrar em seu habitat natural, a Mata Atlântica; é quase preta, arroxeada, e lembra a jabuticaba:
- Ingá-cipó (Inga edulis), uma leguminosa, parecida com uma vagem porém com sabor doce, usada como remédio por suas propriedades terapênticas:
- Jatobá (Hyemenaea courbaril), outra leguminosa, com polpa bem doce, porém cheiro não muito agradável; é usado em sucos, compotas e até para fazer farinha:
- Jenipapo (Genipa americana), encontrado na América tropical e usado no sertão para fazer licor; consumido in natura, possui sabor azedo característico:
- Juá (Ziziphus joazeiro), fruto do juazeiro, que vive na Caatinga; é pequeno, alaranjado e usado em licores e compotas:
- Mandacaru (Cereus jamacaru), mais conhecido como um cacto que cresce no sertão nordestino; o fruto é vermelho com polpa branca e sementes minúsculas e crocantes; infelizmente, não se tornou tão procurada quanto a pitaya, originária da América Central, que é parecida com ele:
- Pitomba (Talisia esculenta), encontradiça em quase todo o Brasil, com sabor agridoce, casca marrom-clara e polpa gelstinosa, lembrando a asiática lichia, muito mais conhecida nos centros urbanos:
- Uvaia (Eugenia pyriformis e outras), uma drupa (fruta com caroço) alaranjada e com sabor agridoce; seu nome, em tupi, significa "fruto azedo"; quem conhece esse fruto, costuma usá-lo em sucos:
Já foi falado sobre o baru, no artigo sobre as PANCs.
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