quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Frutas brasileiras que os brasileiros conhecem pouco

Entre as PANCs (plantas alimentícias não convencionais), tema de uma das postagens recentes do blog, há também as frutas brasileiras, ainda mal exploradas por desconhecimento e falta de divulgação. Elas ficam fora da mídia, que prefere falar sobre a banana e a laranja, amplamente cultivadas porém não nativas do Brasil. Outras "estrangeiras" são associadas ao nosso país, como o coco, a jaca e a carambola, de origem asiática. Nossas frutas, em geral, não tiveram a "sorte" de serem comercializadas em maior escala, embora tenhamos exceções, como o maracujá, o caju, o abacaxi, a goiaba, o cacau, a castanha-do-pará, a pitanga, o pequi, a jabuticaba, o guaraná, o açaí e o cupuaçu. 

Eis as representantes da fruticultura brasileira: 

- Abiú (Pouteria caimito), presente na Amazônia; é um fruto amarelo e adocicado, com poucas e grandes sementes: 


- Bacupari (Garcinia gardneriana), fruto alaranjado encontrado no Cerrado e na Amazônia, usado na medicina popular por suas propriedades antioxidantes: 


- Bacuri (Platonia insignis), outro fruto amazônico, relativamente grande (15 cm) e com polpa branca, usado em doces: 

(Ernesto Souza)

- Buriti (Mauritia flexuosa), extraído da palmeira buritizeiro, encontrada na Amazônia e no Meio-Norte, com frutas rugosas características, ricas em ômega-3 e vitamina A: 


- Cagaita (Stenocalyx dysentericus), cujo nomes, tanto popular quanto o científico, alertam para o problema de se comer em excesso, pois tem forte efeito laxante; é rico em vitaminas do complexo B: 


- Camapu (Physalis spp.), uma solanácea parecida com um tomate, usado para fazer sorvetes e sucos; é encontrada na Amazônia, e a Colômbia é a maior exportadora mundial da fruta: 


- Cambuci (Campomanesia phaea), encontrado na Mata Atlântica, tem gosto azedo e está sendo redescoberto na produção de bebidas e doces; batiza um bairro paulistano: 


- Camu-camu (Myrciaria dubia), encontrado na Amazônia e também tem gosto azedo, devido à altíssima concentração de vitamina C; é usado em doces: 


- Feijoa (Acca selowiana), também chamada de goiaba-serrana, encontrada no sul do Brasil; possui a polpa amarelada, doce e rica em vitaminas A e C: 


- Gabiroba (Campomanesia xanthocarpa), fruta alaranjada do cerrado, consumida ao natural, ou em sucos, licores e doces: 


- Grumixama (Eugenia brasiliensis), fruta muito difícil de encontrar em seu habitat natural, a Mata Atlântica; é quase preta, arroxeada, e lembra a jabuticaba: 


- Ingá-cipó (Inga edulis), uma leguminosa, parecida com uma vagem porém com sabor doce, usada como remédio por suas propriedades terapênticas: 


- Jatobá (Hyemenaea courbaril), outra leguminosa, com polpa bem doce, porém cheiro não muito agradável; é usado em sucos, compotas e até para fazer farinha: 


- Jenipapo (Genipa americana), encontrado na América tropical e usado no sertão para fazer licor; consumido in natura, possui sabor azedo característico: 


- Juá (Ziziphus joazeiro), fruto do juazeiro, que vive na Caatinga; é pequeno, alaranjado e usado em licores e compotas: 


- Mandacaru (Cereus jamacaru), mais conhecido como um cacto que cresce no sertão nordestino; o fruto é vermelho com polpa branca e sementes minúsculas e crocantes; infelizmente, não se tornou tão procurada quanto a pitaya, originária da América Central, que é parecida com ele: 


- Pitomba (Talisia esculenta), encontradiça em quase todo o Brasil, com sabor agridoce, casca marrom-clara e polpa gelstinosa, lembrando a asiática lichia, muito mais conhecida nos centros urbanos: 


- Uvaia (Eugenia pyriformis e outras), uma drupa (fruta com caroço) alaranjada e com sabor agridoce; seu nome, em tupi, significa "fruto azedo"; quem conhece esse fruto, costuma usá-lo em sucos: 


Já foi falado sobre o baru, no artigo sobre as PANCs. 

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