O autor deste blog jamais pensou em escrever sobre uma ópera causadora de internações hospitalares, mas estamos vivendo tempos grotescos.
Fizeram uma adaptação "contemporânea" da ópera Sancta Susanna, de Paul Hindemith (1895-1963), Originalmente composto em 1921, era mais um trabalho relativamente convencional, dentro dos padrões da música da época, longe das ousadias de uma obra de Igor Stravinsky (1882-1971) ou Béla Bartok (1881-1945). Não havia sequer um traço da música serial criada por Arnold Schönberg (1874-1951) e seus discípulos. A versão original só ficou conhecida pela abordagem anticatólica de um convento.
Resolveram "modernizar" a ópera, colocando elementos cênicos capazes de deixar a música totalmente em segundo plano. Sangue falso usado aos montes. E verdadeiro, também, de procedência duvidosa, dando margem a especulações Relações sexuais explícitas, com mulheres se esfregando na frente da plateia. E o uso de piercing pelas freiras, personagens do trabalho.
Segundo a coreógrafa Florentina Holzinger, esta versão de Hindemith tinha a intenção de provocar debates sobre sexualidade feminina e espiritualidade. Como efeito colateral, gerou 18 casos de atendimento médico, pois muitos espectadores passaram mal.
Uma das cenas mais "comportadas" da ópera encenada em Stuttgart, Alemanha. As mais fortes não podem ser exibidas neste espaço (Staatsoper Stuttgart/Youtube) |
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