O furacão Milton está se aproximando da costa da Flórida e, ao invés de perder força, está aumentando seu potencial destrutivo. Suas características pouco comuns o tornaram difícil de ser avaliado pelos meteorologistas americanos, que já o classificaram como de categoria 5, a mais destrutiva. Embora sua categoria seja, na verdade, de categoria 3, seu comportamento imprevisível e a grande extensão o torna ainda mais perigoso, a ponto das autoridades alertarem, sem eufemismos, sobre o risco de morrer em decorrência dos ventos de mais de 200 km/h.
A Flórida já começa a sentir os efeitos do furacão Milton (Reuters) |
Mesmo com o Brasil fora das rotas dos furacões, muitos brasileiros acompanham as notícias sobre eles. Isso também aconteceu com outros desastres naturais não registrados aqui, como o terremoto no Japão e os vulcões, mostrados como terríveis mesmo quando se tratam dos havaianos, muito ativos e com pouco potencial para causar estrago.
Esta preocupação é natural se houvesse algum amigo ou familiar nos locais de desastre, mas a maioria dos interessados nas forças da natureza não estão nesse caso. A curiosidade, vez ou outra classificada como mórbida, explicaria isso em parte, pois somos chegados a uma catástrofe, e os filmes com essa temática são tão populares, mesmo sendo verdadeiros caça-níqueis na maioria das vezes. Sofrer quando outra pessoa sofre, mesmo se ela for desconhecida para ela, também é um fator importante, pois somos também espécies sociais, e a empatia é um elemento agregador entre os indivíduos.
Aliás, o país não está, de fato, tão isento de sofrer com isso. O Catarina, de 2004, atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Tinha categoria 2, e destruiu milhares de residências, causando perdas estimadas em R$ 400 milhões. E ele pode não ser o último, devido à crise climática. Estamos, também, sujeitos a experimentar a fúria dos ventos, e por isso estudar os furacões pode ser algo valioso.
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