Ricardo Nunes (MDB) continuará a ser o prefeito de São Paulo, de acordo com o resultado das urnas. Ele foi eleito com quase 60% dos votos válidos, em um pleito onde nada menos que 3,6 milhões de eleitores paulistanos decidiram não voltar em nenhum deles. Isso é mais do que o total de votos ganhos pelo vencedor, eleito com menos de 3,4 milhões.
Isso mostra o grau de insatisfação com a política atual, e se isso continuar a persistir todo o sistema político-eleitoral poderá enfrentar uma crise comparável à de 1964. Muita gente vê os atuais representantes do povo como de medíocres para baixo, merecedores dos piores adjetivos, inclusive os impublicáveis. Isso também vale para os ilustres juízes do STF e do TSE.
Ricardo Nunes não deu chance para Guilherme Boulos no segundo turno ( |
Enquanto Nunes teve o apoio da máquina pública estadual, Guilherme Boulos (PSOL) contava com o apoio ostensivo do governo federal. E fracassou, sendo mais votado em apenas três regiões eleitorais. O fato do governador Tarcísio de Freitas ter afirmado que lideranças do PCC teriam escrito cartas para exigir o voto no psolista - uma atitude temerária, imprudente e impudente, mas longe de merecer a cassação de direitos políticos, como quer Boulos - não iria mudar muito o resultado, e teria efeito limitado nas pretensões do governador de se reeleger ou mesmo concorrer à Presidência em 2026.
O ex-vice de Bruno Covas, devastado por um câncer em 2021, só pode cumprir este mandato, e tem mais quatro anos para aumentar o seu legado. A vantagem sobre o deputado e ex-líder dos sem-teto é bem signficativa, mas o número de votos inválidos é muito alto, indicando que a gestão precisa melhorar em vários aspectos, como segurança, habitação, mobilidaee urbana e a ainda terrível situação da "Cracolândia".
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