terça-feira, 1 de julho de 2014

20 anos de Real, e os desafios a superar

Desde o dia primeiro de julho de 1994, portanto há exatos 20 anos, o Real é a moeda do Brasil. Desde então, o descontrole na deterioração do poder de compra, vigente desde o início da década de 1980, tornou-se coisa do passado. Passamos a conviver com níveis de inflação de menos de 1% ao mês e não 1% ao dia, como foi, por exemplo, em 1988. 

Os brasileiros passaram a ter maior noção do dinheiro, e se desacostumaram com as remarcações constantes. Ficou muito mais fácil planejar o orçamento. 

Já o governo teve de organizar metas de superávit, a fim de controlar os gastos públicos. Fez aprovar a Lei de Responsabilidade Fiscal, durante o governo FHC. Com isso criaram-se fundamentos para a estabilidade da moeda. Porém, houve a crise mundial de 1998, e o governo teve de fazer ajustes para não correr o risco de perder todo o trabalho, que estava apenas no começo. No ano seguinte, foram instituídas metas de inflação, possibilitando a redução maior dos índices. O problema é que essas metas só foram cumpridas em 2000. Em 2001 houve o problema da desvalorização cambial vigente desde 1998, agravado pelo excessivo gasto com as importações. Em 2002 havia o temor causado pelo PT, levando à disparada do dólar e ao aumento da inflação, que ficou em 12%, quando a meta era de 3,5%. 

Mais tarde, o governo Lula manteve esses pilares do combate à inflação, que permaneceu baixa. Porém, o loteamento do governo exigiu o constante aumento dos impostos. Com o governo Dilma, houve afrouxamento do controle sobre a inflação, que sempre esteve perto do topo da meta. 

Outro problema econômico não devidamente combatido é o baixo crescimento do PIB. O Brasil não consegue crescer desde o fim daquela ilusão chamada "milagre econômico", feito durante o regime militar. Isso limita a capacidade do país de combater a miséria. Ficamos muito atrelados à exportação de produtos primários, como minérios e soja. A falta de dinamismo na nossa economia é estimulada pela burocracia e baixa qualidade do ensino, já que os setores industriais e de serviços requerem capacitação cada vez maior. Informática e inglês são pré-requisitos fundamentais. Além disso, o país não consegue produzir soluções tecnológicas próprias, ficando dependente de conhecimento vindo de fora. Mais uma vez isso é reflexo da baixa qualidade da educação, e também ao nosso vício de esperar tudo do governo. 

O Brasil, portanto, precisa fazer reformas. Faz-se necessário ter mais critérios nos gastos do governo, que sempre gastou muito e mal, gerando péssimos resultados nos serviços públicos, saúde e educação. Para isso, uma reforma no Estado é fundamental, para aumentar sua eficiência e diminuir seu apetite pelo NOSSO DINHEIRO. Infelizmente, um segundo mandato da Dilma não é garantia alguma de que isso irá ocorrer. Com isso, o Plano Real continuará a não funcionar satisfatoriamente. Felizmente, no entanto, o país amadureceu neste ponto, e não vai querer a volta da inflação descontrolada. 

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