sábado, 12 de julho de 2014

Da série 'Copa no Brasil, parte 29' - O final da tragicomédia

Mais uma vez a Seleção de Luiz Felipe Scolari mostrou a que veio: dar "alegria" ao povo, que se "divertiu" com sua "atuação". A Holanda, que estava triste por mais um fracasso na tentativa de ganhar um Mundial, conseguiu se animar mas não muito. Estava bastante deprimida, ainda mais com jogadores como Van Persie e Robben, que sonhavam com algo mais. 

A arbitragem também fez a sua parte. Convocaram um argelino, Djamel Haimoudi, definitivamente não o mais adequado para apitar um clássico (se é que podemos chamar assim uma partida entre nossa Seleção e um eterno postulante ao título de uma Copa). 

Já aos 3 minutos, o juiz deu pênalti a uma falta fora de área de Thiago Silva. O capitão não era um dos mais criticados, mesmo porque não atuou contra a Alemanha, mas desta vez ele contribuiu. Van Persie converteu o pênalti, e a ladainha ameaçou se repetir. Porém, o time dos Países Baixos não estava com muita fome de gols. No primeiro tempo, só fez mais um, e de Blind (em posição de impedimento, mas o argelino não viu), aproveitando o espaço deixado pela nossa zaga. Os ataques e o meio-de-campo não estavam muito melhor. Jô, substituindo Fred, mostrou que pode haver sim jogadores piores do que o atacante do Fluminense.

No segundo tempo, o jogo parecia menos ruim para o Brasil, mas a desorganização tática continuava. Cada um queria fazer a diferença, mas todos estavam igualmente ruins. Fernandinho, no intervalo, entrou no lugar de Luís Gustavo, mas não fez diferença em relação ao colega. Depois, foi a vez de Hernanes, apenas esforçado, para o lugar de um apagado Paulinho. Houve discreta melhora com a entrada de Hulk, que não jogou o primeiro tempo, no lugar de Ramires, mas nada de gol. Nenhum jogador brasileiro, no fundo, se salvou. Só Oscar se destacou, sendo o menos ruim, mas mereceu ser cornetado quando disse: "o time até que jogou bem" (sic). 

Felipão parecia um rei de cartas de baralho, somente se manifestando de vez em quando, para pedir calma. O indefectível Flávio Murtosa nem se manifestou, mas não saía do lado do "chefe". Neymar, no banco, virou o "coronel" do time, dando instruções aos colegas, até mesmo a Thiago Silva. 

A Holanda não queria "humilhar" um time já completamente desmoralizado. Mesmo assim, ela fez, com facilidade, o terceiro e último gol, com Wijnaldum. Júlio César aceitou seu último gol sofrido na carreira como membro dos canarinhos. O técnico Van Gaal aproveitou para colocar seu último homem, o goleiro reserva Vorm, que só cobrou tiros de meta, bem no final do jogo. Assim, todos no time holandês tiveram sua participação na Copa.

Termina melancolicamente a participação... da Holanda, que vai ter de passar pelas Eliminatórias européias para ver se tentam novamente conquistar um campeonato. Este é um suplício de Tântalo para o "carrossel laranja". Ganharam o terceiro lugar, mas o clima não era muito alegre.

Holanda de Van Persie e Robben teve de se contentar com o terceiro lugar. Já o Brasil... (Reuters)

Quanto ao time da casa, a despedida não foi apenas melancólica. O clima era mais para algo sombrio e ao mesmo tempo grotesco, como os retratos do Hieronymus Bosch, o pintor holandês (como Rembrandt, Vermeer e Van Gogh) que pintava um cenário escuro e infernal com monstros esquisitos. Pois grotesco é um termo adequado para definir o time do Brasil, ridículo e feio, uma caricatura disforme e patética do que foi um dia. 

Chegarão à Copa de 2018?

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