quinta-feira, 17 de julho de 2014

Fizeram piorar de vez o conflito na Ucrânia

A escalada de violência envolvendo os governos russo, ucraniano e as forças rebeldes que desejam a 'independência' da região de Donetsk (em um processo análogo ao da Criméia) está atingindo patamares não alcançados antes. 

Primeiramente, dois aviões militares ucranianos foram abatidos. Provavelmente os autores são separatistas, mas não há certeza disso. 

Depois, um avião da Malaysian Airlines - civil, portanto - que se dirigia para Amsterdam vindo de Kuala Lumpur foi abatido, matando todos os 295 passageiros. Mais uma vez a suspeita recai sobre os rebeldes, que, se forem eles os culpados, devem ser enquadrados como terroristas. Porém, existe a possibilidade de militares russos ou ucranianos terem efetuado os disparos, configurando, no mínimo, uma falha de comando ou de identificação por parte dos atiradores, quando não algo digno das mais severas medidas por parte dos organismos internacionais.

Para o governo russo, a coisa pode se tornar ainda mais grave, porque caso se provem que os assassinos são separatistas, será preciso investigar quem lhes fornece as armas. O governo russo pode não ter nenhuma culpa do ocorrido se as armas dos rebeldes não vierem a mando de Moscou. Caso contrário, estará justificando o aumento das sanções impostas pelo Ocidente.

Por outro lado, caso se provarem que militares ucranianos foram os atacantes, seria um escândalo internacional, pois os EUA e a Europa estariam a apoiar uma tirania de Kiev.

Qualquer dos lados deste conflito é suspeito, e ao mesmo tempo inocente até se provarem o contrário. Para isso, é preciso apurar com rigor para descobrirem os autores. 

Esta escalada de violência está se tornando incontrolável e pode-se esperar de tudo. As partes envolvidas e a comunidade internacional terão de agir com redobrado empenho e boa vontade para ao menos começarem a criar um ambiente favorável à negociação. Não se pode tolerar um ataque injustificado contra civis. A ONU e a Justiça internacional poderão perder ainda mais credibilidade se não adotarem medidas enérgicas contra os responsáveis. 

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