quinta-feira, 3 de julho de 2014

O que virá depois

Aprovaram um novo sistema para os ônibus interestaduais, acabando com o teto de preços e aumentando a liberdade para as empresas escolherem as cidades servidas. Este novo sistema é, em tese, melhor, mas precisaria haver mais concorrência no setor, com mais de uma empresa atuando num mesmo trajeto (isso ocorre apenas em poucos casos, como a linha Rio-São Paulo). As cidades pequenas e médias temem esta medida, pois se a economia local não crescer, a tendência é aumentar o êxodo populacional para cidades maiores. 

Também irá vigorar um aumento na conta de luz na região metropolitana paulista. O aumento seria justificável, se ele não fosse de monstruosos 18,06% para os consumidores e 19,93% para as indústrias. A gestão errática do setor elétrico no governo federal, com falta de planejamento diante de um previsível cenário de falta de chuvas e aumento de consumo de energia, foi em boa parte responsável. Outras concessionárias de energia também fizeram reajustes assim. A medida pode causar forte retração no consumo e na atividade industrial, causando a volta de uma aberração econômica chamada de recessão, que pode atacar agora, no segundo semestre. 

Outra medida é o previsível aumento dos pedágios. Desta vez o governo estadual não temeu possíveis pressões contra e autorizou os reajustes pedidos pelas concessionárias. Esses reajustes, na maior parte, estão abaixo da inflação e não assustam tanto, mas fazem os pedágios como o do sistema Anchieta-Imigrantes irem a valores ainda mais salgados: agora estão em R$ 22,00. Não há como contestar isso, pois os reajustes fazem parte dos contratos feitos nas licitações. Além disso, devido aos protestos no ano passado, os preços eram os vigentes desde julho de 2012. 

Essas medidas estão vindo de forma decidida, ao contrário das melhorias. Para não falar das reformas econômica, tributária e política, que devem esperar até o risco de mofarem em algum arquivo na Câmara ou no Senado, este blog vai abordar algumas melhorias previstas que não tem um prazo muito definido, apesar dos pronunciamentos oficiais: 

- o monotrilho ligando a Vila Prudente à Cidade Tiradentes prometido para maio só vai ficar pronto em setembro, mas não há uma data muito precisa; 

- outras obras do metrô estão também com o cronograma atrasado, como a linha Lilás cuja extensão entre as estações Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin não tem prazo ainda para ser concluída; 

- o trecho leste do Rodoanel vai ser entregue incompleto amanhã, sem ligação para a Dutra (apenas para a Ayrton Senna, Jacu Pêssego e trecho sul), e não há uma previsão para terminar a obra; por outro lado, o trecho norte, para ligar a Dutra à Bandeirantes, mal começou a ser feito; 

- obras prometidas para a Copa só vão ficar prontas depois do término das Olimpíadas, ou nem serão iniciadas, como é o caso da ideia abortada do "trem-bala" (neste caso, seria uma espécie de Transamazônica do século XXI se isso fosse levado adiante, devido à relação custo-benefício do projeto). 




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