A política externa brasileira está excessivamente contaminada por fatores ideológicos e o protesto diplomático contra Israel, chamando o embaixador do país para consulta, é a prova mais cabal disso, mas não a única.
Dilma tomou a medida considerando somente um dos lados da questão: centenas de palestinos foram mortos pelos ataques de Israel. O outro lado, não menos relevante, é o uso de foguetes e escudos humanos por parte do governo do Hamas em Gaza, criticado até por outras nações árabes notadamente a favor da causa palestina e que não veem Israel com bons olhos, como o Qatar, os Emirados Árabes, a Arábia Saudita e até o regime tirânico radical da Síria, que enfrenta uma guerra civil e também conta com a simpatia do Itamaraty.
Esta postura aparentemente pró-Hamas é uma das medidas tomadas pelo nosso governo, que:
- não condena de forma clara o terrorismo no leste da Ucrânia, apoiado por extremistas que defendem a anexação à Rússia;
- diz que Cuba e Venezuela são regimes de "justiça social";
- critica a pena de morte nos Estados Unidos mas não na China, país cujo Estado aplica muito mais execuções;
- não quer falar com Israel mas sonha em promover um diálogo com a Coréia do Norte;
- perdoa a dívida externa em países africanos acusados de corrupção, como Gabão, Guiné Equatorial, Congo e até o sinistro regime do Sudão dito "do Norte", que promove um genocídio em Darfur já sem atenção da mídia.
Eles julgam ser correto o rumo (?) da nossa política externa. Um novo governo deve corrigi-lo para defender melhor os interesses do Brasil e ajudar no amadurecimento de nossa política internacional, desde que não seja Dilma a eleita.
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