O presidente russo Vladimir Putin, aqui desde domingo, não veio aqui só para acompanhar o final da Copa no Brasil e participar dos protocolos para a Rússia vir a ser a nova sede do maior torneio de futebol do Brasil - que foi um grande sucesso apesar da desorganização, atrasos e dos gastos muito além do planejado.
Ele quer diminuir o isolamento internacional, causado pela intervenção na Ucrânia, aumentando as relações comerciais com o Brasil e os países do Mercosul. Por conta disso, a reunião dos Brics, em Fortaleza, conta não só com os representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mas também com a Argentina, segundo maior mercado da América do Sul e atualmente em gravíssima crise econômica, agravada pela guerra entre o governo de Cristina Kirchner e os credores chamados de "abutres", que entraram na Justiça americana para cobrar sua parte na imensa dívida do país.
Putin já havia visitado a Argentina no sábado, antes de vir para o Brasil.
A VI Reunião dos Brics, em Fortaleza (Roberto Stuckert Filho/PR)
Além do possível estreitamento de relações entre o gigante russo e os países desta parte do continente, outros temas passaram a ser abordados, como a criação de um banco em comum, sediado provavelmente em Shanghai, na China (Johannesburg, Moscou e Nova Delhi também estão na disputa), uma alternativa ao Banco Mundial, com sede na capital americana, Washington. Eles querem confrontar o poderio econômico dos EUA e dos países mais ricos. O aporte inicial será de US$ 10 bilhões, mais US$ 40 bilhões em garantias desembolsadas pelos cinco países membros.
Enquanto isso, entidades de defesa dos direitos humanos protestam contra Putin e seu colega Xi Jinping, secretário-geral do PC chinês, acusados de vilipendiarem a liberdade de imprensa, oprimirem seus cidadãos e utilizarem-se de todos os meios, inclusive torturas e assassinatos, contra os opositores.
A reunião dos Brics terminará amanhã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário