Após o fiasco da reforma política, muitos brasileiros e outros povos terão o que comemorar: cartolas vinculados a Fifa, inclusive o ex-presidente da CBF José Maria Marin, são presos em Zurique, na Suíça, por ordem da Justiça americana.
José Maria Marin, preso hoje, dirigiu a CBF entre 2012 e 2015, substituindo Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo (Divulgação)
Eles foram investigados por um mega-esquema de fraude envolvendo direitos de transmissão de campeonatos regionais, acordos com empresas patrocinadoras e redes de televisão. Fizeram circular mais de US$ 100 bilhões. Outros temas abordados foram as votações dos nomes para as Copas de 2010, 2018 e 2022. Nada foi encontrado, até o momento, algo sobre a Copa 2014, feita aqui no Brasil.
Joseph Blatter, presidente da Fifa, diz que vai colaborar com a polícia suíça e com as autoridades americanas nas investigações. Opositores o acusam, no mínimo, de omissão, e há quem veja nele o grande beneficiário. Ele está terminando a campanha para a reeleição, e seu único adversário é o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, para se ter uma ideia da qualidade dos candidatos numa entidade supostamente democrática.
Jeffrey Webb, vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, também está entre os presos. Outros dirigentes são:
- o presidente da Federação de Futebol da Costa Rica, Eduardo Li;
- o presidente da Federação da Nicarágua, Julio Rocha;
- o presidente da Federação da Venezuela e membro do comitê executivo da Conmebol, Rafael Esquivel;
- o ex-presidente da Conmebol Eugenio Figueiredo;
- o assessor da presidência da Concacaf, Costas Takkas.
Outros nomes também estão na lista de investigados. J. Hawilla, dono da Traffic, é um deles, e fez acordo para pagar multa e não ser preso. Ricardo Teixeira foi citado nas investigações, mas não está pessoalmente na lista. João Havelange (sogro do precedente e ex-presidente da Fifa) e outros dirigentes também acusados de corrupção não estão na mira neste caso. Ainda.
Caso isso for só o começo de uma série de ações judiciais contra membros da Fifa, não é só Blatter que corre perigo de, no mínimo, perder poder e prestígio. Presidentes de clubes, empresários, autoridades e até técnicos e jogadores podem ter de ajustar contas. Mais além: outras federações esportivas podem ter de seguir pelo mesmo processo, inclusive o COI.
Isto pode significar a punição para os corruptos no futebol, esporte que movimenta trilhões de dólares por ano e possui bilhões de torcedores. Os culpados haverão de pagar por seus crimes, ou haverá a sensação de vingança satisfeita, devido à humilhação imposta à gente graúda da Fifa, mas não de Justiça.
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