quarta-feira, 27 de maio de 2015

Depois do vexame em Brasília, algo para o brasileiro (e o resto do mundo) comemorar

Após o fiasco da reforma política, muitos brasileiros e outros povos terão o que comemorar: cartolas vinculados a Fifa, inclusive o ex-presidente da CBF José Maria Marin, são presos em Zurique, na Suíça, por ordem da Justiça americana. 

José Maria Marin, preso hoje, dirigiu a CBF entre 2012 e 2015, substituindo Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo (Divulgação)

Eles foram investigados por um mega-esquema de fraude envolvendo direitos de transmissão de campeonatos regionais, acordos com empresas patrocinadoras e redes de televisão. Fizeram circular mais de US$ 100 bilhões. Outros temas abordados foram as votações dos nomes para as Copas de 2010, 2018 e 2022. Nada foi encontrado, até o momento, algo sobre a Copa 2014, feita aqui no Brasil.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, diz que vai colaborar com a polícia suíça e com as autoridades americanas nas investigações. Opositores o acusam, no mínimo, de omissão, e há quem veja nele o grande beneficiário. Ele está terminando a campanha para a reeleição, e seu único adversário é o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, para se ter uma ideia da qualidade dos candidatos numa entidade supostamente democrática. 

Jeffrey Webb, vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, também está entre os presos. Outros dirigentes são: 

- o presidente da Federação de Futebol da Costa Rica, Eduardo Li; 
- o presidente da Federação da Nicarágua, Julio Rocha; 
- o presidente da Federação da Venezuela e membro do comitê executivo da Conmebol, Rafael Esquivel; 
- o ex-presidente da Conmebol Eugenio Figueiredo; 
- o assessor da presidência da Concacaf, Costas Takkas. 

Outros nomes também estão na lista de investigados. J. Hawilla, dono da Traffic, é um deles, e fez acordo para pagar multa e não ser preso. Ricardo Teixeira foi citado nas investigações, mas não está pessoalmente na lista. João Havelange (sogro do precedente e ex-presidente da Fifa) e outros dirigentes também acusados de corrupção não estão na mira neste caso. Ainda. 

Caso isso for só o começo de uma série de ações judiciais contra membros da Fifa, não é só Blatter que corre perigo de, no mínimo, perder poder e prestígio. Presidentes de clubes, empresários, autoridades e até técnicos e jogadores podem ter de ajustar contas. Mais além: outras federações esportivas podem ter de seguir pelo mesmo processo, inclusive o COI. 

Isto pode significar a punição para os corruptos no futebol, esporte que movimenta trilhões de dólares por ano e possui bilhões de torcedores. Os culpados haverão de pagar por seus crimes, ou haverá a sensação de vingança satisfeita, devido à humilhação imposta à gente graúda da Fifa, mas não de Justiça. 

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