sábado, 16 de maio de 2015

Semana de morte

Quatro fatos acabaram deixando esta semana algo mórbida. 

1. O terrorista russo de origem chechena Dzhokhar Tsarnaev foi condenado a morte por armar as bombas a mando de seu irmão para os atentados de Boston, que mataram três pessoas e feriram outras 176. A defesa tentou alegar que ele era submisso ao irmão mais velho, morto pela polícia, e assim ele permaneceria um bom tempo na cadeia, mas não iria para o corredor da morte. Não adiantou. Tsarnaev ainda tem chance de ser salvo, se aceitarem um pedido de clemência. Ele pode ainda ficar vários anos esperando pela execução. O estado de Massachussets, onde fica Boston, não tem pena de morte, mas a sentença tem base em lei federal, que pune terroristas com a morte, mesmo em estados onde esse tipo de punição não é aplicado para crimes comuns. 

2. Hoje, no Egito, o ex-presidente Mohammed Morsi foi também condenado à morte, e desta vez não vai esperar muito para enfrentar o patíbulo. Organizações de direitos humanos se manifestaram, apontando irregularidades no julgamento. O Egito retornou à tradicional ditadura militar, uma das mais ferozes do mundo, após um breve período de (relativa) democracia, sob o governo eleito da Irmandade Muçulmana, acusado de impor um regime islâmico e apoiar fundamentalistas de outras partes do mundo. 

3. Morreu no dia 14, anteontem, uma das lendas da música no século XX. B. B. King, maior nome do blues, estilo musical derivado das antigas canções religiosas negras (como o jazz e o ragtime) e do qual se originou o rock'n roll. O idoso guitarrista morreu em decorrência de diabetes, quando faltavam quatro meses para ele completar 90 anos.

O "rei do Blues" completaria 90 anos em setembro (divulgação)

4. Durante bombardeio na Síria, os americanos mataram um dos líderes terroristas mais perigosos do mundo, o chefe supremo do Estado Islâmico Abu Sayyaf. Caso isso se confirme, a organização terrorista sairá bastante enfraquecida, mas ainda continuará com suas atrocidades, até a eliminação completa de todos os outros líderes. 

Ainda há um quinto acontecimento, que não teve expressamente a palavra "morte". Torcedores criminosos do Boca Juniors mataram a chance do time avançar na Libertadores graças a uma atitude próxima do terrorismo, jogando uma mistura de ácido com pimenta em jogadores do arquirrival River Plate na última quinta. O prazo para a defesa do time das massas de Buenos Aires, seis vezes campeão e vice-campeão em várias outras vezes (a última foi em 2012, perdendo a final para o Corinthians, outro time das massas), termina hoje, mas nem a mídia argentina acredita em impunidade, neste caso, mesmo com o péssimo hábito da Conmebol de não punir com rigor os clubes (particularmente aqueles que não são do Brasil). O River Plate, outro time muito temido pelos adversários, poderá enfrentar o Cruzeiro na próxima quinta. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário