quinta-feira, 14 de maio de 2015

Qual é a derrota mais vergonhosa?

Na Copa Libertadores da América, três brasileiros foram eliminados num só dia. Dois deles perderam a vaga de forma considerada normal: 

- o Atlético Mineiro perdeu de 3 a 1 do Internacional no Beira Rio, mesmo jogando de forma digna: o time gaúcho, muito mais tradicional neste campeonato, mostrou sua força com Valdívia e D'Alessandro, mais Lisandro López, autores dos três gols colorados; isso não desmerece o resto do time, que soube segurar um adversário perigoso como o Galo;

- o São Paulo foi derrotado pelo Cruzeiro por 1 a 0, gol de Leandro Damião, placar extremamente normal e que levou para as disputas de pênaltis: Damião desperdiçou para o Cruzeiro, mas Marquinhos, Arrascaeta, Henrique e Manoel converteram; por sua vez, Rogério Ceni, Ganso e Centurión marcaram, mas Luís Fabiano (sempre ridicularizado pela fama de "pipoqueiro") e Souza foram os responsáveis pela derrocada do São Paulo na competição; 

O problema foi o terceiro jogo: o Corinthians havia comemorado por pegar um time considerado fraco, o Guarani do Paraguai, e se deu muito mal: o time não era tão fraco assim e apostou na retranca e nos contra-ataques para fazer 2 a 0 no jogo de ida em Asunción; na Arena Corinthians, também conhecida por Itaquerão, o time paulista conseguiu fazer um papelão ainda maior: nervoso, pior do que a Seleção na Copa e em desacordo com a postura mostrada em 2012, quando o elenco (bem diferente) tinha preparo para enfrentar e ganhar a Libertadores, o time não conseguiu nada além de cometer faltas violentas que resultaram na expulsão de Fábio Santos e Jadson. Como castigo, o Guarani marcou aos 46 min. do segundo tempo, com Fernando Fernandez. 

 Os corinthianos obviamente não vão querer clicar logo acima

Para comparar com essa derrota humilhante, apelidada pelos rivais de "Itaquerazo", só mesmo o que aconteceu no Congresso, quando a Câmara mudou o cálculo do fator previdenciário, prevendo que as aposentadorias podem ser pagas integralmente se:

- a soma de tempo de contribuição (mínimo de 35 anos para homens e 30 para mulheres) e idade for de 
95 para homens
85 para mulheres

Isso, obviamente, o governo não queria. Dilma já disse que irá vetar esta mudança, mas o Senado pode confirmar a vontade dos deputados, e isso pode agravar a situação na Previdência, cujo rombo é bilionário e piora desde o regime militar (não por culpa dos aposentados, claro, mas devido aos desvios e golpes feitos por décadas por gente dos governos e fora deles). O problema é não haver alternativas para diminuir o estrago, a não ser o fator previdenciário, por mais que isso seja injusto para quem se aposenta e depende do INSS.

Qual será a derrota mais vergonhosa? A diferença é que uma delas não afeta o Brasil, só o moral da maior torcida do nosso Estado.

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