Nesta semana, o governo experimentou várias derrotas no Congresso.
Primeiro, a chamada "PEC da Bengala" aprovada pela Câmara, que permite a aposentadoria de servidores públicos e juízes apenas aos 75 anos. Assim, os ministros do STF, principalmente aqueles mais próximos dos 70 anos, como Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, podem continuar a exercer suas funções, impondo uma séria derrota a Dilma, que irá escolher muito menos do que 5 novos nomes para o Supremo. Não só impedirá o Judiciário de ser ainda mais loteado por aliados de um governo conivente com atos ilegais e criminosos, como também está mais de acordo com a realidade atual: 75 anos não é sinônimo de decrepitude, e os milhões de pessoas com idade superior a esta estão vivendo com saúde e em pleno exercício de suas capacidades mentais.
Ainda há a questão dos escândalos da Petrobras. Os deputados aprovaram a criação de uma comissão para investigar atividades no exterior onde há suspeitas de corrupção na estatal. Visa-se, principalmente, a investigação de propina supostamente paga pela empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da nossa (e NÃO do governo) petrolífera.
Nem o programa Mais Médicos escapou da Câmara. Arthur Chioro, o ministro da Saúde, foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a execução deste programa, acusado de financiar o governo de Cuba ao invés de ajudar a melhorar o sistema de saúde pública em nosso país onde doentes à espera de atendimento médico são tratados de forma pior do que gado de corte. Além de tudo isso, os médicos cubanos, segundo muitos, são tratados como escravos por Havana, com a conivência de Brasília, principalmente na questão das liberdades individuais como a de expressar opiniões e de se deslocarem sem a "necessidade" de vigilância.
Mesmo a apertada vitória do governo no ajuste fiscal, na verdade um programa de arrocho destinado a economizar R$ 18 bilhões sem tocar na questão dos absurdos e contraproducentes gastos do governo com o aparelhamento do Estado por milhares de apadrinhados políticos e comissionados, é de Pirro. Não é só porque a Câmara fez emendas e concessões que praticamente reduziu a economia a metade, como o aumento do Fundo Partidário e, anteriormente, o chamado "orçamento impositivo" para atender os eleitores (ou os "currais eleitorais"...), mas também porque durante a campanha eleitoral Dilma falou sobre aquilo que um hipotético governo Aécio faria: podar benefícios trabalhistas e diminuir investimentos em educação, saúde e segurança pública. Tudo o que o atual governo petista está fazendo.
Estes tropeços foram menos comentados do que os do futebol. Falam muito da derrota ridícula do Corinthians pelo Guarani do Paraguai por 2 a 0 na Libertadores, a do Cruzeiro pelo São Paulo por 1 a 0 no mesmo torneio e até a do Bayern de Munique pelo Barcelona na Champions League por 3 a 0 com dois gols de Messi e um de Neymar (que teve o gosto de ajudar a vencer Müller, Schweinsteiger, Boateng e Neuer, integrantes da turma do 8/7 na famigerada "Copa da Vergonha"). Tudo isso não faz diferença nas nossas vidas. Os revezes do Planalto, sim, pois impedem o Brasil de sofrer maiores danos.
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