A Seleção argentina enfrenta um drama pessoal de passar 23 anos sem ganhar um único título. Enquanto isso, aqui no Brasil, aproveitamos para fazer chacota, mesmo com a seleção de nosso país merecedora de críticas bem mais mordazes.
Vejamos os anos mais recentes, quando Messi e companhia tiveram oportunidades de acabar com esta "maldição" e não conseguiram.
Em 2014, chegaram à final da Copa do Mundo, com vontade de conquistar o tricampeonato e satisfazer o prazer de fazer isso bem na casa do maior rival, o Brasil. Encontraram a Alemanha, e foram derrotados na prorrogação, com um único gol de Götze. Messi até se esforçou, mas nada conseguiu. Higuaín teve a oportunidade de evitar isso, mas perdeu a chance. E a Argentina, a Copa.
No ano seguinte, a Argentina foi às finais de novo, na Copa América do Chile, e enfrentaram os anfitriões. O histórico era amplamente favorável ao time azul-e-branco, e com o melhor jogador do mundo seria fácil. Porém, o Chile melhorou muito nos últimos tempos, e contava com um elenco bastante competente: Vidal, Sánchez, Vargas. Seu setor defensivo não era tão badalado, mas funcionou até mesmo contra La Polga, temido pelos zagueiros rivais. O jogo terminou zerado, inclusive nas prorrogações. Messi cobrou o primeiro pênalti na disputa final, e Vidal converteu em seguida. Higuaín foi um dos responsáveis pela derrocada argentina (o outro foi Banega). E os chilenos conseguiram um título inédito em sua história, em casa.
Neste ano, a história repetiu-se. Argentinos e chilenos se enfrentaram de novo. Mais uma vez, o jogo ficou carente de jogos, e para piorar o juiz brasileiro Héber Roberto Lopes atuou de forma desastrosa, prejudicando os dois times com duas expulsões sem fundamento: o chileno Díaz, por um lance normal com Messi, e o argentino Rojo, em lance não tão violento assim envolvendo Vidal, mas que deu o pretexto para o árbitro compensar o erro anterior, errando. Até então o Chile jogava muito mal e parecia ceder terreno para a Argentina quebrar o jejum. Higuaín poderia ter mudado a história, mas desperdiçou a chance, cara a cara com o goleiro chileno Bravo graças à colaboração da zaga. Depois disso, os chilenos passaram a equilibrar o jogo, mas também não conseguiram definí-lo. E mais uma vez o jogo terminou nos pênaltis. Desta vez, Vidal cobrou de forma displicente. E Messi, abalado, bancou o Roberto Baggio e isolou a bola, colocando-a "em órbita". O mundo não perdoou, e nem os chilenos, que não desperdiçaram mais nenhuma cobrança e acabaram de vez com a freguesia para a Argentina, ganhando a Copa América Centenário.
OK, os argentinos e Messi acabaram virando meme (figuras retiradas do portal UOL):
Por outro lado, e os brasileiros nestas três competições?
Em 2014, houve o famoso 8/7, exaustivamente lembrado neste blog, em quantidade maior até que os sete gols feitos pelos alemães contra a Seleção da CBF. Não vou comentar isso de novo.
Em 2015, os amarelões perderam a Copa América do Chile nos pênaltis, após um erro bisonho do experiente e chorão zagueiro Thiago Silva, cometendo aquele pênalti convertido por Derliz González. Na cobrança final, Douglas Costa e Everton Ribeiro desperdiçaram, e o Brasil ficou fora nas quartas-de-final.
Em 2016, houve algo tão ou mais calamitoso do que o ocorrido em 2014: o Brasil perdeu do Peru por 1 a 0 na fase de grupos, e caiu fora da Copa América Centenário da pior forma possível, desencadeando a demissão do técnico Dunga e do coordenador Gilmar.
O fato de Neymar, o mais badalado jogador canarinho, não estar presente nesses episódios não muda nada.
Enquanto isso, os brasileiros esqueceram essa campanha tacanha, rindo da seleção argentina tri-vice. Pelo menos, Messi e companhia chegaram às finais, e a seleção renegada pelo "país do futebol", não.
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