quinta-feira, 9 de junho de 2016

Peru finalmente decide seu presidente

Após uma apuração extremamente vagarosa, devido às dificuldades de computar votos nos locais mais isolados, como a Amazônia e os vilarejos da Cordilheira dos Andes, o Peru finalmente define seu presidente. 

No primeiro turno, os socialistas e "bolivarianos" foram derrotados, restando duas opções bem distintas, apesar de serem tachadas de "direitistas": o economista liberal e defensor das liberdades individuais, e a filha de um ditador que afirma ser muito diferente do pai - embora defenda ideias conservadoras, a pena de morte e até mesmo a restrição dos direitos em prol dos valores tradicionais. 

Pedro Pablo Kaczynski, a primeira figura, estava atrás nas pesquisas e teve de contar com o apoio dos "bolivarianos" para vencer a filha de Alberto Fujimori, Keiko, por uma margem estreitíssima de votos Foram 50,12% contra 49,88%. 
 Pedro Pablo Kazynscki pôde comemorar a vitória apertadíssima só hoje (Divulgação)

Com o economista descendente de poloneses, cujo nome é abreviado para PPK para ficar mais fácil de escrever, o Peru se alinha com o liberalismo e a economia de mercado, sem abrir mão das conquistas sociais e dos direitos civis. No entanto, ainda falta muito para o país sul-americano, nuestro vecino, ser considerado justo para com seu povo: a miséria ainda é muito grande, apesar de ter despencado nos últimos anos, e ainda há o problema da excessiva dependência das matérias-primas, da ainda fragilidade no setor industrial, do tráfico de drogas e da devastação ambiental, principalmente na Amazônia. 
O modelo econômico misto de socialista e "neoliberal" adotado pelo antecessor Olanta Humala ainda parecia dar certo, pois a economia cresceu 3,26% no ano passado, mas os peruanos estavam cansados da ambiguidade do governo na política, que oscilava entre os discípulos de Hugo Chávez (oficialmente o partido do ex-presidente peruano é integrante do mal-falado "Foro de São Paulo") e os seguidores de ideias mais liberais. 

Com Kaczynski, os caminhos parecem mais coerentes: política de "centro-direita" com a economia de mercado. Resta saber como ele irá implantar seu plano de governo, pois o Legislativo está tomado pelos fujimoristas e, em menor número, pelos socialistas. Os aliados do presidente eleito estão em franca minoria, e há necessidade de negociar com a oposição. Um esquema do tipo "mensalão" está totalmente descartado: o Peru não está entre as nações mais corruptas do subcontinente. 

Outro problema, bem menos sério, é a sua identificação aqui no Brasil: o som lembra uma palavra de baixo calão, dos vários nomes populares da vulva. 

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