Muita gente não filiada a determinada corrente de pensamento acaba vendo na reforma do ensino médio proposta pelo governo como uma espécie de dilema. Afinal, o que é pior? Um projeto feito por uma medida provisória que torna educação física e artes meras disciplinas optativas, ou deixar tudo como está?
Este é um dilema falso: não mexer no ensino médio é manter uma estrutura fracassada, com altíssima evasão escolar, má formação e desinteresse dos estudantes.
Qualquer coisa para mudar isso é melhor, mesmo que a iniciativa seja por uma medida provisória e não por um projeto de lei vindo do Congresso. Isso, porém, mostra o grau de interesse do Legislativo no assunto, o que é lastimável. Colocar apenas português, matemática e inglês como matérias obrigatórias, enquanto a carga horária diária aumenta para 7 horas, parece um contrassenso com a intenção de criar um "admirável mundo (no caso, Brasil) novo", onde os alunos são vistos como mera força de trabalho para as indústrias, gerando uma sociedade alienada e mecanizada. Ao mesmo tempo, os tigres asiáticos fizeram algo parecido e se tornaram economias pujantes - é certo que este é só um dos vários fatores para isso.
Outra questão em aberto é a má formação e a desvalorização dos professores. O projeto nada fala sobre isso. É necessário discutir isso também, pois sem professores qualificados e motivados o novo sistema não vai funcionar satisfatoriamente.
Outra questão em aberto é a má formação e a desvalorização dos professores. O projeto nada fala sobre isso. É necessário discutir isso também, pois sem professores qualificados e motivados o novo sistema não vai funcionar satisfatoriamente.
Há na iniciativa do governo Temer o mérito de forçar o debate sobre o hediondo sistema educacional brasileiro. Deve ser aperfeiçoado, e muito, para entrar em vigor em 2018. Não é a opção ideal, mas é bem melhor do que deixar o ensino médio como está.
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