sexta-feira, 9 de setembro de 2016

O quadro negro da educação brasileira

Nesta semana divulgaram os dados do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Como era de se esperar, infelizmente, os dados não animam. 

Nenhum Estado cumpriu a meta para 2015 de forma integral, que é atingir uma nota mínima média nos quesitos leitura, matemática, taxa de aprovação, desempenho geral e índice de evasão. Para o ensino público, onde as metas são bem menos ambiciosas, apenas os estados do Amazonas e Pernambuco conseguiram superá-las. As metas desses dois estados não chegam a 5,0 (a maior nota é 10,0) nas duas amostras colhidas no ensino fundamental (quarto-quinto e oitavo-nono anos). Para os demais, nem isso foi atingido. No ensino particular, onde as metas ficam entre 6,0 e 7,0 para estas faixas, o que não é nada extraordinário, nenhum dos Estados conseguiu atingir as notas estipuladas. O Ideb ainda liberou as notas para as escolas privadas do fim do ensino médio. A meta média é de 6,3, podendo variar consideravelmente conforme o Estado. Em nenhuma das 27 unidades da federação brasileira os valores foram atingidos.

Existem algumas exceções, como a Escola Emílio Sendim, de Sobral (CE), nota 9,8 no quarto-quinto ano. É um desempenho fantástico, ainda mais vindo do interior de uma Estado pobre como o Ceará. Infelizmente, as escolas com bom desempenho parecem, em termos poéticos, algumas flores que cresceram em imensos depósitos de lixo. 

Quanto ao nosso Estado, São Paulo, com o maior orçamento do país, cerca de R$ 23 bilhões só em Educação segundo o Orçamento de 2014, os números são alarmantes. Em 2015, a nota mínima foi superada apenas na faixa de menor idade (6,2, quando exigiram um mínimo de 5,8). Nas outras faixas, o Estado mais rico do país fracassou vergonhosamente. É o que diz os dados. Para consultar, clique AQUI. É para pensar o que está sendo feito com a verba destinada às escolas paulistas, além de alimentar a "Máfia da Merenda" e outras aberrações. 

Nosso país está condenado sem um esforço mais decisivo para melhorar a nossa educação. Estamos mais do que nunca mantendo um sistema execrável de tão ineficiente. Nossas crianças - e nossa pátria - sentirão os efeitos da nossa atroz negligência. 


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