quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Lula na mira da Lava Jato

O ex-presidente Lula nunca ficou tão próximo da prisão desde a ditadura militar, quando ele foi preso por crime contra a segurança nacional e ficou 31 dias no Dops. Em 2016, no regime democrático, embora os partidários dele insistam no contrário desde o impeachment da "companheira" Dilma Rousseff, Lula poderá ser condenado por algo bem mais grave: ser o chefe de uma quadrilha que dilapidou a Petrobras e afanou NOSSO DINHEIRO. Por isso, ele vai ficar muito mais do que meros 31 dias na cadeia. 

 O então líder do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, em 1980, quando foi preso pela ditadura

Segundo o Ministério Público Federal, Lula recebeu R$ 3,7 milhões da OAS, em forma de propinas, e o procurador Deltan Dallagnol fez acusações gravíssimas contra ele: o chefão petista seria o "comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava Jato". 


 Os "slides" mostrados pela Procuradoria explicando o envolvimento de Lula no chamado "Petrolão" (divulgação)
Devido à forma da acusação e aos poucos indícios apresentados, sem nada de novo que desse solidez à tese da Procuradoria, a defesa de Lula não tardou em chamar as acusações de Dallagnol de serem políticas, visando destruir as chances do ex-presidente ser candidato em 2018. Por outro lado, juristas já enxergam melhor a possibilidade de Lula sentar no banco dos réus. E não só ele: sua mulher, Marisa da Silva também foi denunciada pela história mal contada do triplex em Atibaia. Léo Pinheiro, já preso, foi denunciado por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Outros nomes, como Paulo Gordilho, ex-executivo da OAS, e o chefe do Instituto Lula, Paulo Okamotto, também foram denunciados por práticas de legalizar o dinheiro adquirido de forma ilícita. 

Por outro lado, o governo Temer, mais uma vez, mostrou um misto de cautela prudente com previsões furadas, ao dizer que o episódio irá enfraquecer os protestos contra os atuais mandatários. Poderemos ver o recrudescimento dos protestos, com desfecho potencialmente perigoso para a vida de alguém. 

A Lava Jato deve aproveitar para não só fundamentar as acusações contra Lula, mas também investigar a fundo os demais participantes do esquema, principalmente aqueles que não tem ou perderam o foro privilegiado, como Eduardo Cunha e sua mulher, Cláudia Cruz. Deputados, senadores, ministros, considerados culpados de terem participado deste megaescândalo que feriu seriamente o nosso país, também não podem ficar a salvo, apesar de seus privilégios jurídicos e do histórico amplamente favorável à impunidade.

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