quarta-feira, 13 de março de 2019

Da série 'Mondo Brasile', parte 10 - O país que foi sem nunca ter sido

Depois do massacre cometido numa escola, em Suzano, repetindo outros atos TERRORISTAS como a chacina de Realengo de 2011, já tratada, infelizmente, neste blog, há um clima de luto e uma incômoda constatação: o Brasil é um país governado pela violência. 

Matamos mais gente do que países em guerra. Isso a imprensa e os sociólogos não se cansam de repetir, e isso é mostrado com frequência. Há dados comprovando isso. 

Achamos até banal matarmos por qualquer coisa. Não só os mais pobres nas favelas, devido às chacinas, tiroteios e execuções extrajudiciais cometidas por bandidos que tiranizam as favelas, e maus policiais que abusam da sua autoridade. Também encaramos com certa apatia um latrocínio, um pai ou mãe de família, de qualquer classe (inclusive os ricos) ser assassinado por um relógio ou um smartphone, uma briga de trânsito acabar em discussão e tiroteio. 

É normal rir das piadas envolvendo fazer violência com petralhas, coxinhas, lulistas, bolsonaristas, esquerdistas, direitistas, liberais, gays, mulheres, negros, brancos, amarelos, vermelhos. É doentio tomar os conteúdos dessas piadas como normais.

Comemorar a morte da Marielle, cujo assassinato está finalmente perto de ser melhor esclarecido, ou ter tripudiado do presidente Bolsonaro quando ele estava usando a bolsa de colostomia por causa do Adélio - outro caso a ser melhor investigado - é coisa de quem encara a política como uma luta sem regras, onde tudo é permitido. 

Fica a impressão que o Brasil pode ser comparado à Inês de Castro, a rainha morta cantada por Camões ou a viúva Porcina, da antiga novela "Roque Santeiro". Foi sem nunca ter sido um país civilizado. 


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