Londres cumpriu sua missão com louvor e foi palco de uma das Olimpíadas mais inesquecíveis da História. Na cerimônia de encerramento, que chegou à proeza de ser melhor do que a abertura, o prefeito Eduardo Paes, do Rio, recebeu a bandeira olímpica, para assumir a enorme responsabilidade de fazer os "melhores Jogos Olímpicos da História", como chegou a proclamar a presidentA Dilma (quando as obras para as Olimpíadas ainda estão patinando).
A tarefa não vai ser nada fácil: superar Londres em matéria de organizar os Jogos (AP)
Já chegou a hora do Rio de Janeiro começar a acelerar as obras. Mas como a prioridade, no momento, é a Copa do Mundo, há motivos sérios para preocupação, ainda mais se considerarmos os atrasos nas obras da própria Copa.
Com razão, muitos vão achar que tanto a Copa quanto as Olimpíadas terão impacto devastador nas finanças do país, acostumado a fazer obras muitíssimo mais caras do que as previstas. Superfaturamento é pouco para definir o que se faz aqui. O termo mais adequado é roubalheira.
Não vai adiantar o COB querer fazer do Brasil uma potência olímpica, ainda mais com um prazo tão curto, se a organização dos Jogos não for decente. O Rio jamais vai alcançar a pontualidade de Londres, e tampouco o sistema de transportes e alojamentos será tão eficiente quanto o da capital inglesa. Rezar para São Judas Tadeu, Santa Edwiges ou Santa Rita de Cássia também será inútil. A tarefa é demais até para eles.
E a questão das festas de abertura e encerramento? Nesse quesito também o Rio vai ter de se esforçar muito. Na cerimônia que põs fim aos Jogos, Londres investiu na cultura pop, com The Who, Liam Gallagher, Queen, Spice Girls, Stomp, Muse, Eric Idle (dos mestres do humor Monty Python), e "trouxe" John Lennon para cantar, 32 anos depois de seu assassinato por um fã enlouquecido. Freddie Mercury também "apareceu" após morrer de AIDS em 1991. O Rio até trouxe uma amostra do que pode fazer, na cerimônia de encerramento, e como era até esperado trouxe um Brasil literalmente para inglês ver. Samba, índios, Iemanjá, Carnaval. Bonito, sim, mas bem estereotipado. Ah, e o rei Pelé, representante do esporte que nunca trouxe ouro para o Brasil, apareceu, para ser ovacionado no estádio olímpico.
Eduardo Paes e seu sucessor na prefeitura do Rio, assim como o COB, terão muito o que fazer a partir daí. Enquanto isso, o mundo e o Brasil voltam à realidade. The dream is over, como disse John Lennon.
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