No último dia das competições, o Brasil conquistou duas medalhas. Isso recai na velha história da notícia boa e da ruim.
E como é costume, primeiro vou contar a ruim: o time de Bernardinho perdeu o ouro, a cor esperada, e veio a prata. O resultado contra a fortíssima seleção russa não seria lamentável, se o Brasil não estivesse a ponto de fechar o jogo: 23 a 20 no terceiro set; os russos estavam desesperados, mas não entregues. Era deles a pressão, pois a Rússia não ganhava ouro desde que se tornou um país separado das outras repúblicas ex-soviéticas. E enquanto Bernardinho colocava o já rodado Giba para tentar administrar o resultado, a mudança de postura dos gigantes (o craque Dmitri Muserskly, por exemplo, tem 2,18 m) surtiu efeito e eles salvaram o set perdido. A partir daí, quem se deu mal foi o Brasil, que chegou a ficar atrás em 7 pontos (22 a 15), conseguiu esboçar uma reação mas ela era muito difícil: 25 a 22. O quinto set foi relativamente fácil para os russos, que estavam animados enquanto os brasileiros estavam apáticos: 15 a 9 no tie-break, e uma medalha de prata que ninguém queria. Pelo menos não tem gosto de ferro enferrujado pois o adversário não era o México ou qualquer outro país sem muita tradição esportiva.
Os russos não facilitaram e eles vingaram as compatriotas, eliminadas pelas brasileiras nas quartas-de-final; enquanto isso, o time de Giba, Bruninho e Ricardinho lamenta mais um ouro perdido (AFP)
A notícia boa veio depois: Yane Marques salvou o atletismo brasileiro do vazio ao conquistar medalha de bronze numa das modalidades esportivas mais difíceis, o pentatlo moderno, uma combinação de esgrima, natação, hipismo, tiro e corrida. Essa é uma modalidade pouco conhecida por aqui. O fato dela só perder da número 1, a lituana Laura Asadauskaite, e da representante local Samantha Murray, é muito significativo para um país que precisa valorizar mais os esportes e não só o futebol e o vôlei.
Até a suada apresentação de Yane Marques, o Brasil não sabia o que era ganhar alguma coisa no pentatlo moderno (Darren Staples/Reuters)
Com essas duas medalhas, o Brasil passou a ter 17, o maior número da história olímpica. Mas o fato de apenas 3 serem de ouro confirma a fama do maior país do Hemisfério Sul ser um anão olímpico. Muito se cobra e pouco se faz para isso mudar. As Olimpíadas do Rio não serão um prodígio para o Brasil e parecem ser mais uma fonte de problemas e aborrecimentos do que de medalhas. Mas só veremos isso se confirmar (ou ser desmentido) em 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário