quinta-feira, 6 de junho de 2013

Da série 'Coisas estranhas do cotidiano', parte 1

Em qualquer Fórum do Brasil, o que se vê dia sim e outro também são filas enormes, para os mais variados fins: buscar certidões cíveis e criminais, documentos de protestos de títulos e papelada para abrir empresas, assistir a julgamentos como ouvinte e outras coisas que só os usuários sabem (às vezes nem eles sabem ao certo). 

Todo esse aglomerado de gente se forma principalmente de manhã, logo antes do horário de funcionamento. Às vezes é preciso esperar até 2 horas para entrar. No Fórum Ministro Mário Guimarães, Barra Funda, abre-se às 11h. Mesmo quando cai uma tempestade de arrastar carros, centenas de pessoas vão para lá. 

Quem nunca precisou ir ao Fórum e vê o tamanho da fila se pergunta: Isso é necessário? A Justiça é tão lenta assim? O julgamento de Fulano que matou Beltrano é assim tão interessante? Será que tem julgamento?

Há quem pense que essa fila é por causa do Bolsa Família, como se a função de uma instituição jurídica fosse essa...

Advogados não precisam submeter-se a essa tortura. Nessas horas é muito bom ter se formado em Direito, mesmo naquelas faculdadezinhas caça-níqueis! Herança de nossa cultura bacharelista. Não adianta ser engenheiro ou médico, ou qualquer outro 'pobre-diabo' que tenha se formado em outra profissão, mesmo na USP, em Harvard, o cac(*). Tem de ser advogado, e ponto final, senão vai para fila sem mi-mi-mi. 

Aliás, quem é estudante de Direito em boas faculdades tem de estagiar. Uma das funções é acompanhar os processos no Fórum. Como ainda não é formado, vai para a fila. Afinal, estagiário ainda não é digno de entrar, por ser da espécie Inutilis rastejantis (como dizem as piadas). 

Este fenômeno estranho tem aumentado bastante nos últimos anos, graças à 'democratização' da Justiça. É o tipo de democracia que os fãs de Fidel ou os saudosistas da ditadura gostam. 

Sim, este é só o primeiro post dessa série. Mais tarde, abordo outras 'esquisitices' consideradas 'normais'. 

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