sexta-feira, 29 de maio de 2015

Da série 'Marcas famosas desconhecidas no Brasil', parte 5

Deixando de lado as manifestações de trabalhadores e sindicalistas contra a terceirização para atividades-fim e os cortes trabalhistas previstos pelo ajuste fiscal, e também a esperada (mas infeliz) reeleição de Joseph Blatter na Fifa em meio ao maior escândalo de sua história, vou tratar de um tema mais ameno. 

Alguém já ouviu falar na Mondelez International?


Muita gente vai dizer que nunca ouviu falar na marca. Isso no Brasil, mas nos EUA, sede da empresa, ela é famosíssima. Foi criada em 2012 a partir de uma subdivisão da Kraft Foods para biscoitos e doces, deixando a parte de salgados, molhos, algumas bebidas (o Kool-Aid, conhecido aqui como Ki-Suco) e laticínios com a marca original. Esta parte foi comprada pela Heinz, a gigante controlada por Warren Buffett e pela brasileira 3G Capital, mas a Mondelez ficou de fora do negócio. Sua CEO é Irene Rosenfeld, uma das mulheres mais ricas e poderosas do mundo.

A Kraft tinha uma história bem mais antiga. Fundada em 1903, a partir de 1988 fez parte da Philip Morris, mais conhecida pelos... cigarros, comercializando marcas como a Marlboro e a Galaxy. Em 2003, a Philip Morris mudou de nome para Altria e só em 2007 a Kraft se separou de sua "politicamente incorreta" ex-controladora. Na época da fusão, a empresa de cigarros já detinha os direitos da Kibon (antiga marca da também americana General Foods, comprada pela Morris em 1985 e mais tarde vendida para a britânica Unilever) e, parcialmente, da Lacta, comprando esta última definitivamente em 1996. 

Seu nome, pronunciado como "mondeliz", é derivado dos termos "Monde" (mundo) e "Delez" (delícia), possivelmente da língua rética, falada no leste da Suíça e cuja origem é o latim. 

É a maior fábrica de doces do mundo, dono de várias marcas comerciais famosas: 

- Tang (refresco em pó)
- Lacta (a marca brasileira de chocolates pertencia a Adhemar de Barros filho antes de passar para a Philip Morris)
- Diamante Negro (o chocolate crocante da Lacta que homenageia o craque Leônidas da Silva)
- Sonho de Valsa (o mais famoso bombom do Brasil, também da Lacta)
- Bis (o inconfundível wafer coberto com chocolate da Lacta)
- Laka (o chocolate branco da Lacta)
- Nabisco (marca de biscoitos doces e salgados)
- Trakinas (biscoitos recheados da Nabisco)
- Oreo (outra marca de biscoito recheado da Nabisco)
- Club Social (biscoito salgado também vinculado à Nabisco)
- Royal (a marca mais consumida de gelatinas e fermentos em pó para massas)
- Philadelphia (o "cream cheese" mais famoso do mundo; nos EUA estão nas mãos da Kraft-Heinz; no Brasil é comercializada pela filial da Mondelez)
- Toblerone (o célebre chocolate suíço crocante)
- Milka (marca suíça de chocolate com leite, infelizmente não mais comercializada aqui)
- Halls (os conhecidos 'drops' refrescantes)
- Chiclets (marca responsável por tornar a goma de mascar conhecida como 'chiclete')
- Trident (outra marca de 'chiclete', sem açúcar)
- Bubbaloo (aquele do recheio líquido que desbancou os antigos Ping-Pong e Ploc)


N. do E.: Tanto a Ping Pong quanto a Ploc estavam nas mãos das subsidiárias da General Foods nos anos 80. A Ping Pong era da Kibon, e a Ploc, da Q-Refres-ko. Ainda na época, a Q-Refres-ko e a Kibon se fundiram, e a Lacta já tinha controle parcial dos americanos. Quando concorria com essas marcas, a Bubbaloo pertencia à Adams, nome antigo da Cadbury, empresa britânica adquirida pela Kraft Foods em 2009. 

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Proteger o quê?

Foi aprovada no Senado a MP 668, que aumenta o preço de mercadorias importadas, a pretexto de "proteger a indústria nacional". 

A incidência do PIS-Pasep vai de 1,65% para 2,1%, enquanto a do Cofins aumentou ainda mais: de 7,5% para 9,65%. Os dois tributos, nominalmente, servem para pagamento de direitos trabalhistas e Previdência, respectivamente. 

Além de protecionista, a medida faz parte da "fúria arrecadatória" do governo, que não cumpre a sua parte de cortar gastos de verdade em setores desnecessários. 

Como resultado de tudo isso, veremos os preços dos produtos subirem, e não só os importados, mas os seus congêneres nacionais. 



P.S.: A Câmara continua a votar a reforma política, e houve avanços: o financiamento de empresas passa a ser regulamentado, mas vai ser apenas para partidos políticos e não diretamente para os candidatos, diluindo a ação do poder econômico nas campanhas e diminuindo a necessidade de fazer "caixa dois"; candidatos só podem receber doações de pessoas físicas. O PT foi fragorosamente derrotado, pois defendia o financiamento público. Além disso, a casuística emenda que permitia a reeleição de cargos do Executivo, antes defendida pelo PSDB e aprovada mediante corrupção (pois é, houve, sim, roubalheira no governo FHC, e não foi pouca, mas no PT a situação piorou muito), foi revogada, com a ajuda dos principais beneficiários: tucanos e petistas. Enquanto isso, o presidente da Câmara e seus correligionários continuam com a ideia fixa de construir um "shopping center", como se isso fosse uma prioridade e não uma ideia extravagante cuja verba não virá apenas da iniciativa privada. 

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Depois do vexame em Brasília, algo para o brasileiro (e o resto do mundo) comemorar

Após o fiasco da reforma política, muitos brasileiros e outros povos terão o que comemorar: cartolas vinculados a Fifa, inclusive o ex-presidente da CBF José Maria Marin, são presos em Zurique, na Suíça, por ordem da Justiça americana. 

José Maria Marin, preso hoje, dirigiu a CBF entre 2012 e 2015, substituindo Ricardo Teixeira, que renunciou ao cargo (Divulgação)

Eles foram investigados por um mega-esquema de fraude envolvendo direitos de transmissão de campeonatos regionais, acordos com empresas patrocinadoras e redes de televisão. Fizeram circular mais de US$ 100 bilhões. Outros temas abordados foram as votações dos nomes para as Copas de 2010, 2018 e 2022. Nada foi encontrado, até o momento, algo sobre a Copa 2014, feita aqui no Brasil.

Joseph Blatter, presidente da Fifa, diz que vai colaborar com a polícia suíça e com as autoridades americanas nas investigações. Opositores o acusam, no mínimo, de omissão, e há quem veja nele o grande beneficiário. Ele está terminando a campanha para a reeleição, e seu único adversário é o príncipe jordaniano Ali bin al-Hussein, para se ter uma ideia da qualidade dos candidatos numa entidade supostamente democrática. 

Jeffrey Webb, vice-presidente da Fifa e presidente da Concacaf, também está entre os presos. Outros dirigentes são: 

- o presidente da Federação de Futebol da Costa Rica, Eduardo Li; 
- o presidente da Federação da Nicarágua, Julio Rocha; 
- o presidente da Federação da Venezuela e membro do comitê executivo da Conmebol, Rafael Esquivel; 
- o ex-presidente da Conmebol Eugenio Figueiredo; 
- o assessor da presidência da Concacaf, Costas Takkas. 

Outros nomes também estão na lista de investigados. J. Hawilla, dono da Traffic, é um deles, e fez acordo para pagar multa e não ser preso. Ricardo Teixeira foi citado nas investigações, mas não está pessoalmente na lista. João Havelange (sogro do precedente e ex-presidente da Fifa) e outros dirigentes também acusados de corrupção não estão na mira neste caso. Ainda. 

Caso isso for só o começo de uma série de ações judiciais contra membros da Fifa, não é só Blatter que corre perigo de, no mínimo, perder poder e prestígio. Presidentes de clubes, empresários, autoridades e até técnicos e jogadores podem ter de ajustar contas. Mais além: outras federações esportivas podem ter de seguir pelo mesmo processo, inclusive o COI. 

Isto pode significar a punição para os corruptos no futebol, esporte que movimenta trilhões de dólares por ano e possui bilhões de torcedores. Os culpados haverão de pagar por seus crimes, ou haverá a sensação de vingança satisfeita, devido à humilhação imposta à gente graúda da Fifa, mas não de Justiça. 

Congresso vota para deixar tudo como está

Mais uma vez o Congresso desiludiu aqueles que sonhavam com uma reforma política do sistema eleitoral - do qual eles se beneficiam. 

Havia três propostas para mudar o sistema proporcional de votos, algo que fracassou para o Brasil mas é um sucesso para quem usa a vida pública para se servir do NOSSO DINHEIRO. 

A primeira sugestão é a lista fechada, ou seja, os partidos indicam os nomes em uma ordem fixa, e os eleitores ficam obrigados a votar somente nos candidatos da lista. Ou seja, faz-se a vontade dos partidos políticos, e não, necessariamente, da população, desvirtuando a democracia. Essa proposta não agradou nem a maioria dos petistas: 402 votaram contra contra míseros 21 votos a favor. 

A seguir, algo bem mais palatável: o sistema distrital misto, isto é, os Estados são divididos em distritos e parte dos deputados eleitos virão deles e parte serão eleitos pelos votos no partido. Apenas 99 deputados votaram a favor: boa parte dos deputados do PSDB (não todos), do PV e do PPS, além de parte do PROS e do DEM. 

Em terceiro lugar, veio outra proposta contrária aos interesses do país: o tal 'distritão', onde os Estados são transformados em imensos distritos, nas eleições para deputados federais e senadores; só os mais votados, independente do partido, recebem as vagas, o que favorece os candidatos com maior poder político e enfraquece as legendas, deixando o Brasil mais próximo de uma ditadura do que de uma democracia. Esse sistema só é adotado no Afeganistão e na Jordânia. 268 votaram a favor, entre os quais a maioria do PMDB e do DEM. Eram necessários 308, e por isso a proposta malogrou. 

Eduardo Cunha (PMDB), o Presidente da Câmara, defendia o 'distritão', e foi derrotado (Paulo Whitaker/Reuters)

Votaram também mudanças para regulamentar o financiamento privado de campanha, que hoje é excessivamente permissivo. Recusaram, deixando a decisão para o STF, que estava julgando a inconstitucionalidade de uma empresa financiar a campanha de um político ou de um partido. Corre-se o risco de futuras campanhas serem financiadas apenas com dinheiro público (sem contar as contribuições clandestinas, já que os casos de "caixa dois" podem aumentar). 

Nossos representantes na Câmara deram um recado: estão satisfeitos com o atual sistema eleitoral, deixando a decisão para 2018, quando o povo terá a oportunidade de puni-los, não os reelegendo. Infelizmente, essa oportunidade tem boas chances de também ser desperdiçada, devido às peculiaridades dessa nossa estrutura política. 

terça-feira, 26 de maio de 2015

Livros de colorir para adultos

Estranho fenômeno nas livrarias, os livros para colorir estão em alta, desde o início deste ano. 

Há quem diga que isso é uma mostra da crescente "imbecilização" do brasileiro, particularmente os com renda suficiente para adquirir algo assim. Outros defendem a tese do aumento da angústia frente às crescentes dificuldades para resolver problemas pessoais: pagamento de contas, dificuldades no emprego, mortes ou doença na família. 

Abracemos a segunda hipótese, descartando a tese da demência, que não é exclusiva do Brasil, mas é mundial. Nos Estados Unidos, Europa (principalmente na Grã-Bretanha), Japão, China, Austrália, muitos aderiram. Logo, se o mundo enlouqueceu por causa disso, este post deveria ser incluído na série "Mondo Cane". Mas não é bem assim. 

Parece uma fuga da realidade, ao invés de tentar enfrentá-la. Com o dinheiro gasto nos livros e nos lápis de cor, é possível comprar, na própria livraria, algo mais instrutivo, como os clássicos da literatura e obras de grandes autores. Outras alternativas seriam os livros de auto-ajuda, porém eles estão em baixa, após o grande "boom" do início deste século. Esse tipo de literatura, também muito criticado pelos "intelectuais" e acusado de vender ideias simplistas como se fossem panaceias (a maioria dos livros, mas nem todos), pelo menos eram instrumentos usados para enfrentar a vida. 

Os livros de colorir não fazem isso. 

Eles agem como se fossem as drogas, que também são usadas como válvula de escape para os usuários, com a diferença de não violarem o Código Penal. São alternativas a quem não está interessado em passar o tempo jogando paciência no computador ou Candy Crush no celular. 

Se essa alegada "sub-literatura" é causada pela "dura realidade", algo está muito errado. nem tanto com os consumidores, taxados de "desocupados" ou "mentalmente limitados" por conta da mania. Os representantes eleitos também são co-responsáveis pelo êxito comercial desses livros, ao não cumprirem seus deveres. No caso do Brasil, eles poderiam deixar de ser um entrave para um futuro mais digno, sem tanta violência, corrupção política, privilégios injustos, impostos abusivos e mal gastos, escolas ruins e hospitais insalubres.

Não se pode criticar as pessoas por pintarem flores e passarinhos para matar o tempo. Só resta àqueles que não se dedicam a esse passatempo por dever de ofício torcerem para a mania ser como a maioria das outras - passageira - e procurarem demonstrar, pelo exemplo e não pela coerção, as vantagens de fazer outras atividades. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

De novo falando de uma semana de 2015

2015 continua a nos reservar acontecimentos fortes, para dizer o mínimo. A semana que começa está cheia de possíveis manchetes para os jornais. 

Houve desde o acidente aéreo que feriu o casal Angélica e Luciano Huck, até o acidente de táxi que tirou a vida de um dos maiores matemáticos do século XX, o excêntrico e genial John Nash, estudioso da teoria dos jogos que acabou ganhando o Prêmio Especial de Economia em Memória de Nobel de 1994. 

Lewis Hamilton foi prejudicado pela própria equipe, a Mercedes, que lhe tirou a vitória no tradicional circuito de Mônaco, vencido pelo colega (e rival) Nico Rosberg. Felipe Nasr acumulou dois pontinhos por ficar em nono lugar, e Felipe Massa não conseguiu nada.

Horas antes, Chris Weidman derrotou mais um brasileiro no seu currículo na MMA. Durante a UFC 187, o americano, vitorioso contra Anderson Silva por duas vezes (UFC 162 e 168), derrotou facilmente o veterano Vítor Belfort. 

Professores e juristas protocolaram pedido de impeachment do governador paranaense Beto Richa. A Assembléia Legislativa ainda vai avaliar, e só depois decidirá se aceita o pedido e vota pela manutenção (ou não) do mandato do governador tucano, acusado de mandar usar repressão exagerada contra uma manifestação de professores. 

Na França houve a premiação em Cannes, com a consagração de Dheepan, um filme sobre um guerrilheiro tâmil que entra ilegalmente na Europa, vencedor da Palma de Ouro. O filme Son of Saul, húngaro, ganhou o Grande Prêmio do Festival. Quem levou o prêmio de melhor diretor foi Hou Hsiao-Hsien, chinês de origem taiwanesa que fez um filme complexo de época, The Assassin, ambientado na China feudal do século IX. Rooney Mara levou o prêmio de melhor atriz por Carol, e Vincent Lindon, o de melhor ator por La Loi du Marche

Fora do mundo do cinema, e dentro da realidade brasileira, temos os desdobramentos da Petrobras, que começa a se reerguer após a ação predatória de corruptos e doleiros, e as discussões sobre a reforma política, com o risco de vermos a aprovação de um "distritão", mistura do regime proporcional com o distrital que transforma Estados inteiros em imensos distritos, nas eleições para deputados e senadores. 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Coisas para NÃO se fazer depois de vigorarem os cortes do governo

Com os cortes nas despesas do governo, que incluem aquelas feitas nas pastas da Educação, da Saúde, da Justiça, mas não aparam as "cabides de emprego" representadas pelo excesso de ministérios, e nem afetam o Fundo Partidário para afagar os donos de currais eleitorais, a vida do brasileiro vai ficar mais difícil. 

Equilíbrio emocional e juízo não faz mal a ninguém. Pense duas, três, mil vezes antes de querer...

... se matar...



... cometer algum crime ...



... fazer sexo inseguro ...




... se entregar à bebida ...



... ou às drogas ...



... ou querer fugir do país de qualquer jeito. 



Nada de querer se filiar a um grupo terrorista! Conte até dez e se acalme até passar a raiva!


quinta-feira, 21 de maio de 2015

Da série 'Mentiras que contam na Internet', parte 4 - Eles não disseram isso

A Internet está cheia de informações incorretas, tidas como verdadeiras por muita gente. Existem supostas citações de gente famosa na História que não foram ditas, ou cuja autoria é de outra pessoa. 


1. "Que comam brioches!"

Maria Antonieta, a rainha da França guilhotinada em 1793, não disse essa frase quando disseram que o povo não tinha sequer pão para comer. Provavelmente é de origem mais recente, para satirizar a monarquia francesa. 


2. “Qualquer tolo inteligente pode fazer coisas parecem grandes, complexas e exorbitantes. Andar no caminho oposto exige um toque de sabedoria e coragem”.

Esta frase foi atribuida a Albert Einstein, o físico alemão que formulou a Teoria Geral da Relatividade e o efeito fotoelétrico. Quem disse foi o americano E. F. Schumacher em sua dissertação "Small is beautiful", em 1973, muito tempo após a morte do maior cientista do século XX. 


3. "Posso não concordar com o que você diz, mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo"

São belas palavras, sem dúvida, ditas por alguém que respeita a liberdade de opinião, mas esta frase não é de autoria de Voltaire. Foi escrita, de forma diferente, por uma biógrafa do filósofo francês, Evelyn Beatrice Hall (1868-1956), no início do século XX. Ela teria escrito: "I disapprove of what you say, but I will defend to the death your right to say it". 


4. "O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

Segundo o blog "O fim" (ler mais AQUI) Fernando Pessoa não teria dito essa frase, escrita por Maria Júlia Paes de Oliveira, no livro "Qual o tempo do cuidado". Às vezes, esta citação é atribuída a Fernando Sabino e mesmo a Baudelaire.


5. "You Can Get Much Further with a Kind Word and a Gun than with a Kind Word Alone"

Esta frase quer dizer, em tradução livre, "Você pode ir muito mais longe com uma palavra doce e uma arma do que com uma palavra doce sozinha". Sua autoria não é do criminoso ítalo-americano Al Capone, como muitos pensam. É de autoria desconhecida. 


6. "If you're not a liberal when you're 25, you have no heart. If you're not a conservative by the time you're 35, you have no brain."

Há uma variante, em francês, de Clémenceau. que troca a palavra liberal por socialista e as idades (ser socialista aos 20 e conservador aos 40). Winston Churchill não teria plagiado o seu colega do outro lado do canal da Mancha. 


7. "Nós somos feitos da poeira das estrelas"

Esta poética citação vem do início do século XX, portanto, não é de autoria de Carl Sagan, o famoso astrofísico americano, que viveu em época bem posterior: ele nasceu em 1934 e morreu em 1998. 


8. "Os bons artistas copiam. Os grandes artistas roubam"

Exemplo de frase cínica, não foi dita por Steve Jobs, acusado de plagiar muitas criações tecnológicas, e muito menos por Pablo Picasso, cuja obra está muito longe de ser uma imitação de outra pessoa. 


9. "As classes e as raças fracas demais para conduzir as novas condições de vida devem deixar de existir. Elas devem perecer no holocausto revolucionário"

Pode parecer algo proferido por um celerado seguidor de Hitler, mas não é. Também está longe de ser autoria de Karl Marx, como querem alguns. O pensador e economista alemão pode ter se equivocado em muitas de suas ideias (baseadas nas quais muitas tiranias surgiram, fizeram milhões de vítimas e prisioneiros políticos, e mesmo ainda são admiradas por muitos), mas ele nunca falou em "holocausto". 


10. "O Brasil não é um país sério!"

Lugar-comum usado por críticos da falta de ética e de respeito às leis e ao trabalho organizado, e também por aqueles afetados pelo "vira-latismo", não foi falado por Charles De Gaulle, em visita ao Brasil, mas sim pelo embaixador brasileiro em Paris, Carlos Alves de Souza Filho, durante a contenda entre os dois países pela pesca da lagosta em águas de Pernambuco, em 1962. Este episódio ficou conhecido como "A Guerra da Lagosta". 


Ah, sim. Friedrich Nietzsche disse: "Deus está morto", mas isso é parte de uma ideia bem mais complexa. Um grande filósofo como ele não se prestaria a elaborar slogans anti-clericais. Segundo ele, Deus estaria morto entre os mais ricos e instruídos, menos sujeitos aos ditames da religião. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Greve no metrô anunciada

A vida do paulistano não será fácil com uma greve no metrô, a ser marcada no próximo dia 27. 

Ainda temos uma malha metroviária acanhadíssima, subdimensionada para uma cidade tão grande como a nossa. Se pararem, a cidade ficará ainda mais dependente dos ônibus e o trânsito, sempre difícil, ficará bem pior. 

Pelo menos, eles avisaram com certa antecedência, diferente dos motoristas e cobradores, que fizeram uma greve relâmpago na terça feira da semana passada, pegando muita gente de surpresa. 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Negócio da China (???)

Foi anunciado um esboço de um tratado comercial entre o Brasil e a China, durante visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang. 

Dilma e Li Keqiang se cumprimentam em Brasília (Marcelo Camargo/Ag. Brasil)

U$ 50 bilhões serão investidos em melhorias no sistema de telefonia, principalmente no Rio, e também na construção de uma ferrovia que ligará o Porto de Açu, na costa fluminense, ao porto de Ilo, no Peru.

Outra parte do acordo fala em vender 22 aeronaves, fabricadas pela Embraer. Outras 18 seriam vendidas após 2018.

Também se fala em uma ajuda do governo chinês à Petrobras, mas isso ainda está para ser confirmado. Dilma irá viajar a Pequim no ano que vem.

Outros temas, como o fim do embargo à carne brasileira na China, foram abordados. Vários frigoríficos seriam beneficiados, mas nenhum como a JBS, a gigante do setor e investigada pela Operação Lava-Jato por suas atividades ligadas a uma empresa fantasma vinculada ao esquema financeiro de Alberto Youssef, o doleiro que operou o gigantesco aparato para sangrar a Petrobras.

Analistas veem com interesse, alguns com preocupação, estudando as intenções chinesas nesta parte do mundo, e também as supostas ligações entre os investimentos vindos do gigante asiático com a Petrobras. Por enquanto, só o que se estranha é a construção de uma ferrovia que vai até o Pacífico com retorno duvidoso, lembrando o triste caso da Ferrovia Norte-Sul no tempo do ex-presidente José Sarney. 

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Brasil ainda no labirinto

Muitos tem a sensação que o Brasil está condenado a dar errado. 

Os trabalhos na operação Lava-Jato parecem intermináveis. Muito se avalia, mas estamos ainda muito longe de uma conclusão. Para piorar, a sensação de encarar o mensalão como "dinheiro de pinga" e o Petrolão como "a ponta do iceberg" só aumenta. As falcatruas no Banco do Brasil, na Caixa, no BNDES, ainda estão para ser melhor apuradas. 

Enquanto isso, o ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy está mais parecendo um grande pacote recessivo que não tenta corrigir as distorções do nosso sistema tributário, especializado em punir trabalhadores e empreendedores em benefício de políticos e seus apadrinhados, parasitando vorazmente o NOSSO DINHEIRO. 

Sobram, também, notícias de tiroteios, assaltos, violência de todo tipo.

A opinião pública também está confusa, não faltando pessoas que abraçam panacéias, ignorando as consequências negativas de certas "soluções" como um novo regime militar ou a busca de salvadores da pátria. Nossos problemas são complexos demais para serem curados por estes e outros supostos remédios. 

Quando o Brasil irá sair desse labirinto de acontecimentos nefastos? É provável que isso um dia irá acontecer, mas num prazo bastante longo e indeterminado. No entanto, não há certeza. Também é possível que encontremos com o Minotauro, ou seja, este país acabar como algumas outras nações do passado, sem desenvolver plenamente seu potencial. 

sábado, 16 de maio de 2015

Semana de morte

Quatro fatos acabaram deixando esta semana algo mórbida. 

1. O terrorista russo de origem chechena Dzhokhar Tsarnaev foi condenado a morte por armar as bombas a mando de seu irmão para os atentados de Boston, que mataram três pessoas e feriram outras 176. A defesa tentou alegar que ele era submisso ao irmão mais velho, morto pela polícia, e assim ele permaneceria um bom tempo na cadeia, mas não iria para o corredor da morte. Não adiantou. Tsarnaev ainda tem chance de ser salvo, se aceitarem um pedido de clemência. Ele pode ainda ficar vários anos esperando pela execução. O estado de Massachussets, onde fica Boston, não tem pena de morte, mas a sentença tem base em lei federal, que pune terroristas com a morte, mesmo em estados onde esse tipo de punição não é aplicado para crimes comuns. 

2. Hoje, no Egito, o ex-presidente Mohammed Morsi foi também condenado à morte, e desta vez não vai esperar muito para enfrentar o patíbulo. Organizações de direitos humanos se manifestaram, apontando irregularidades no julgamento. O Egito retornou à tradicional ditadura militar, uma das mais ferozes do mundo, após um breve período de (relativa) democracia, sob o governo eleito da Irmandade Muçulmana, acusado de impor um regime islâmico e apoiar fundamentalistas de outras partes do mundo. 

3. Morreu no dia 14, anteontem, uma das lendas da música no século XX. B. B. King, maior nome do blues, estilo musical derivado das antigas canções religiosas negras (como o jazz e o ragtime) e do qual se originou o rock'n roll. O idoso guitarrista morreu em decorrência de diabetes, quando faltavam quatro meses para ele completar 90 anos.

O "rei do Blues" completaria 90 anos em setembro (divulgação)

4. Durante bombardeio na Síria, os americanos mataram um dos líderes terroristas mais perigosos do mundo, o chefe supremo do Estado Islâmico Abu Sayyaf. Caso isso se confirme, a organização terrorista sairá bastante enfraquecida, mas ainda continuará com suas atrocidades, até a eliminação completa de todos os outros líderes. 

Ainda há um quinto acontecimento, que não teve expressamente a palavra "morte". Torcedores criminosos do Boca Juniors mataram a chance do time avançar na Libertadores graças a uma atitude próxima do terrorismo, jogando uma mistura de ácido com pimenta em jogadores do arquirrival River Plate na última quinta. O prazo para a defesa do time das massas de Buenos Aires, seis vezes campeão e vice-campeão em várias outras vezes (a última foi em 2012, perdendo a final para o Corinthians, outro time das massas), termina hoje, mas nem a mídia argentina acredita em impunidade, neste caso, mesmo com o péssimo hábito da Conmebol de não punir com rigor os clubes (particularmente aqueles que não são do Brasil). O River Plate, outro time muito temido pelos adversários, poderá enfrentar o Cruzeiro na próxima quinta. 

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Qual é a derrota mais vergonhosa?

Na Copa Libertadores da América, três brasileiros foram eliminados num só dia. Dois deles perderam a vaga de forma considerada normal: 

- o Atlético Mineiro perdeu de 3 a 1 do Internacional no Beira Rio, mesmo jogando de forma digna: o time gaúcho, muito mais tradicional neste campeonato, mostrou sua força com Valdívia e D'Alessandro, mais Lisandro López, autores dos três gols colorados; isso não desmerece o resto do time, que soube segurar um adversário perigoso como o Galo;

- o São Paulo foi derrotado pelo Cruzeiro por 1 a 0, gol de Leandro Damião, placar extremamente normal e que levou para as disputas de pênaltis: Damião desperdiçou para o Cruzeiro, mas Marquinhos, Arrascaeta, Henrique e Manoel converteram; por sua vez, Rogério Ceni, Ganso e Centurión marcaram, mas Luís Fabiano (sempre ridicularizado pela fama de "pipoqueiro") e Souza foram os responsáveis pela derrocada do São Paulo na competição; 

O problema foi o terceiro jogo: o Corinthians havia comemorado por pegar um time considerado fraco, o Guarani do Paraguai, e se deu muito mal: o time não era tão fraco assim e apostou na retranca e nos contra-ataques para fazer 2 a 0 no jogo de ida em Asunción; na Arena Corinthians, também conhecida por Itaquerão, o time paulista conseguiu fazer um papelão ainda maior: nervoso, pior do que a Seleção na Copa e em desacordo com a postura mostrada em 2012, quando o elenco (bem diferente) tinha preparo para enfrentar e ganhar a Libertadores, o time não conseguiu nada além de cometer faltas violentas que resultaram na expulsão de Fábio Santos e Jadson. Como castigo, o Guarani marcou aos 46 min. do segundo tempo, com Fernando Fernandez. 

 Os corinthianos obviamente não vão querer clicar logo acima

Para comparar com essa derrota humilhante, apelidada pelos rivais de "Itaquerazo", só mesmo o que aconteceu no Congresso, quando a Câmara mudou o cálculo do fator previdenciário, prevendo que as aposentadorias podem ser pagas integralmente se:

- a soma de tempo de contribuição (mínimo de 35 anos para homens e 30 para mulheres) e idade for de 
95 para homens
85 para mulheres

Isso, obviamente, o governo não queria. Dilma já disse que irá vetar esta mudança, mas o Senado pode confirmar a vontade dos deputados, e isso pode agravar a situação na Previdência, cujo rombo é bilionário e piora desde o regime militar (não por culpa dos aposentados, claro, mas devido aos desvios e golpes feitos por décadas por gente dos governos e fora deles). O problema é não haver alternativas para diminuir o estrago, a não ser o fator previdenciário, por mais que isso seja injusto para quem se aposenta e depende do INSS.

Qual será a derrota mais vergonhosa? A diferença é que uma delas não afeta o Brasil, só o moral da maior torcida do nosso Estado.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

A zebra de Turim vai à final

De novo vou postar sobre futebol por aqui, e mais uma vez sobre o torneio que está atraindo mais torcedores brasileiros, em detrimento da própria Libertadores, cujos jogos também vão ser hoje à noite. 

Ontem, o temido Bayern de Munique, normalmente implacável em seu estádio, teve de se ver com o pior adversário que um time pode ter no momento: o Barcelona. Era o time de Messi, apoiado por um elenco dos mais respeitáveis, enfrentando fora de casa Neuer, Schweinsteiger, Lahm e Müller, também integrantes da Seleção Alemã que fez o massacre de 8/7 e ganhou a Copa. Neymar, integrante do time vítima do Mineiratzen (embora não tivesse participado daquele jogo graças ao colombiano Zuñiga), teve o gosto de fazer dois gols em plena Alemanha, com assistência de Suárez. O Bayern mostrou não ter medo do time catalão e fez três: do zagueiro marroquino Benatia, do polonês Lewandowski e de um dos astros da Copa passada, Müller. Ganhou, mas não levou: precisava de mais dois gols para reverter o humilhante 3 a 0 em Camp Nou, e o time alemão foi eliminado. O brasileiro topetudo, aclamado pela crítica esportiva, não exatamente vingou seus companheiros da Copa, mas ajudou a levar o azul-e-grená para a final, o que era até bem esperado. 

Não esperada era a surpresa do dia seguinte. De um lado, o poderoso Real Madrid, com Cristiano Ronaldo, tido como o "melhor do mundo", e seus asseclas Benzema, James Rodriguez, Isco, Bale, Sérgio Ramos, Casillas e... Marcelo. De outro, um remanescente de um futebol que já teve dias bem melhores, o italiano. O Juventus tem no uniforme número 1 o preto-e-branco listrado, como uma zebra. E era dessa forma que os analistas o tratavam, apesar de terem usado o uniforme 2, azul. 

Como era esperado, em Santiago Bernabéu, os madrilenhos foram para a ofensiva, e a Juve teve de contar com o seu setor defensivo, para aguardar a oportunidade de acionar Pogba, Tevez, Vidal, Pirlo e o ex-merengue Morata. Teoricamente, os donos da casa fizeram tudo certo, mas as tentativas foram inúteis e Buffon trabalhou bem quanto acionado. No primeiro tempo, o juiz viu pênalti quando James Rodriguez se chocou e caiu dentro da área. Cristiano Ronaldo cobrou e abriu o placar, mas o time de Turim, mesmo furioso, não se deixou abalar. No segundo tempo, Morata aproveitou uma bola lançada por Pogba e empatou. Mesmo com o apoio maciço da torcida, o Real não conseguiu fazer um gol para compensar o 2 a 1 no jogo de ida, em Turim. Receberam o castigo. 

Quem esperava uma final espanhola na Champions League se surpreendeu (Dani Pozo/AFP)

A azarã italiana, a "Vecchia Signora", vai para a final da Champions League pela primeira vez desde 2003, quando enfrentou o Milan (hoje uma caricatura do que foi em passado recente) e perdeu. Irá enfrentar de novo um time favorito para o titulo, com a genialidade de Messi e seus companheiros Suárez e Neymar (o trio "MSN"). Tévez poderá estragar a festa de seu compatriota. 

terça-feira, 12 de maio de 2015

Fachin, o mais contestado nome do STF, é sabatinado

Parece que, finalmente, teremos um novo membro do Supremo, mas o nome está bem longe de agradar a muitos: é o advogado e juiz Luiz Fachin, indicado recentemente por Dilma. 

Luiz Fachin atraiu a desconfiança de boa parte da opinião pública (OAB-PR)

Desde julho de 2014 a vaga de Joaquim Barbosa estava vaga, deixando o STF com 10 membros. Havia a chance de Dilma escolher um nome gabaritado para fazer a instância maior do Judiciário voltar a funcionar normalmente, já que, com um número par de componentes, as chances de haver empates em votações e suspensões de julgamentos por falta de quorum aumentam enormemente. Já houve alguns impasses, como a validade dos títulos de capitalização em Minas Gerais e, ainda mais que isso, atrapalhou o julgamento do caso Celso Daniel, ex-prefeito petista de Santo André, torturado e assassinado em 2002. 

Muitos consideram Luiz Fachin inadequado para suceder a Joaquim Barbosa, pois ele foi acusado de defender os movimentos sociais, vistos como uma massa de manobra do governo e que não hesitam em usar a violência para fazerem suas reivindicações. Ele já teria, explicitamente, recomendado voto em Dilma na campanha eleitoral de 2010, o que põe em xeque a sua independência como membro do Judiciário. 

Os senadores fizeram uma dura sabatina, perguntando sobre temas como o MST, a maioridade penal, o financiamento público das campanhas eleitorais, os julgamentos de partidos políticos de situação ou de oposição. Fachin chegou a protagonizar cenas melodramáticas, ao se considerar um "sobrevivente" e chorar, mas respondeu sem medo (e por vezes sem convicção) as questões. Disse condenar o uso da violência por manifestantes e que o financiamento das campanhas deveria ser julgado pelo Legislativo e não pelo Judiciário. Aparentemente, ele procurava mostrar uma postura independente e de acordo com as prerrogativas do Supremo, algo que não teria demonstrado no passado. 

Esta sabatina ainda está em curso e o processo de aprovação ainda depende dos votos dos senadores, que não será hoje mas em data a ser marcada pelo presidente da casa, Renan Calheiros. A tendência, bastante forte, é pela aprovação do nome de Fachin. Espera-se que, caso ele consiga a vaga, ao menos demonstre coerência com as ideias expostas hoje, em seu trabalho no Supremo. Quanto ao governo, é salutar para ele próprio não deixar uma vaga desocupada por tanto tempo na instância maior da Justiça. 

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Da série 'Oitentolatria', parte 20

Existem algumas empresas que ainda existem mas pouca gente se lembra disso. Faziam muitas propagandas no passado, mas vou destacar aquelas que atuavam naquela década tão estranha. Falarei um pouco sobre oito marcas famosas da época, quatro da área têxtil e quatro serviços de dedetização/desentupimento. 

1. Jotapetes. Esta loja de tapetes na Zona Sul paulistana fazia muitas propagandas na década de 1980, mas está praticamente sumida ultimamente. Ainda existe, vendendo "tapetes, carpetes e cortinas", principalmente os produtos de uma outra empresa muito badalada naquela época, a...

2. Tabacow. Continua sendo uma das maiores produtoras de tapetes do Brasil, mas o produto já teve maior aceitação no mercado. Sofreu bastante com a vinda dos importados, a partir da década de 1990, principalmente produtos que não vieram do Irã ou da Turquia, países famosos pela qualidade de seus tapetes, mas de outros lugares menos badalados e com qualidade inferior.

3. Eucatex. A empresa de Paulo Maluf fazia muita propaganda de seus forros, mas, como boa parte do espólio do político, sofreu com a Justiça. Existia uma propaganda de 1987 onde um funcionário de um museu sofria para fazerem os visitantes prestarem atenção em um quadro, e não no forro. Em outro, mais antigo (1984), o folclórico pugilista Maguila, uma das celebridades mais típicas dos anos 80, anunciava a qualidade da porta feita pela empresa.

Maguila tenta esmurrar a porta da Eucatex

4. Tecelagem Vânia. Existia também em Moema, mas agora suas atividades estão concentradas na Vila Prudente, em uma loja próxima ao metrô. Era conhecida no começo da década de 1980 por causa de seu logotipo: uma fadinha.

5. Higitec. Deixando de lado os têxteis, especialidade das quatro marcas acima, temos a Higitec, presente nos comerciais da época por causa da toupeirinha que falava rápido, mostrando sua agilidade para desentupir tubulações. Também ficou conhecido pelo telefone: 290-9000. Também oferecia, e ainda oferece, serviços de dedetização.

6. Insetisan. Também conhecida pelo telefone 269-6969, também é uma empresa de dedetização. Ainda é conhecida no Rio de Janeiro, mas não tem a mesma repercussão da época. Até 1985 tinha outro telefone, mas o comercial era o mesmo: um monte de insetos doidos sendo exterminados por uma pantera, o animal símbolo da dedetizadora.

7. D.D.Drin. Outra dedetizadora famosa na época foi a D.D.Drin, principalmente por causa da animação de Ely Barbosa mostrando insetos e outras pestes fazendo uma "festa" dentro de uma casa, com direito a uma bateria tocada por uma aranha amalucada (atualmente, as aranhas não são tão vistas como pragas). Esse comercial era de 1976, mas foi passado por muitos anos. Até hoje muitos se lembram da musiquinha.

O clássico comercial das décadas de 1970 e 1980 da D.D.Drin

8. Roto-Rooter. Até a década de 1980 havia um comercial em estilo bem antigo, com um slogan também clássico: "Não se preocupe, não demora! Chame Roto-Rooter! (...) Roto-Rooter este é o nome, e a sujeira descerá pelo cano.". É uma multinacional americana ainda atuante, mas que já teve seus dias de glória no passado.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Vem aí o Android M

O sistema operacional mais usado dos aparelhos mais badalados desta nossa época - os smartphones - é batizado com nomes de doces começados por letras sequenciais do alfabeto. Isso não é segredo para os usuários dos celulares "inteligentes". 

Segredo mesmo é uma nova versão chamada de "Android M". O problema é que ainda existem aparelhos vendidos sem sequer o Android Lollipop, usando o já manjado KitKat ou o ultrapassado Jelly Bean. Muitos deles nem irão atualizar, condenando seus donos a conviverem com gadgets considerados obsoletos. 

Este Android M acabou de sair do papel e ainda não tem nem um nome oficial de batismo. Há especulações quanto ao nome da gulodice: "marshmallow", "maple", "muffin", ou qualquer outro doce começado com a letra inicial da palavra "Motorola". Há quem diga que a Google irá desafiar novamente a indústria alimentícia e batizar seu sistema com o nome de uma marca comercial ("Mentos", "M & M") assim como fez em relação à Nestlé, dona da marca "Kit Kat". 

Fala-se em possibilitar a comunicação entre dois aparelhos com este sistema instalado, por meio da função "nearby", que seria mais sofisticada e rápida do que o Bluetooth. Outra função interessante é o "Voice access", democratizando (em termos) os comandos por voz, presentes apenas em certos smartphones topo de linha. 

São rumores, por enquanto, para serem melhor esclarecidos na conferência marcada para o final do mês, em São Francisco: o Google I/O. 

Até o lançamento desta misteriosa versão, muitas novidades virão num mercado extremamente dinâmico como o de telefonia móvel. A Samsung já terá lançado outras dezenas de modelos, assim como a arquirrival LG, em um ritmo um pouco menor. A Motorola poderá lançar uma terceira versão do seu best-seller Moto G, a Asus lançará o Zenfone 2, e outras marcas também irão encher as prateleiras de artefatos com Android. Para compensar, muitos smartphones obsoletos, principalmente os de entrada que utilizam o velho Jelly Bean, serão tirados de linha. E isto não é uma profecia deste blog

quinta-feira, 7 de maio de 2015

O governo derrotado

Nesta semana, o governo experimentou várias derrotas no Congresso. 

Primeiro, a chamada "PEC da Bengala" aprovada pela Câmara, que permite a aposentadoria de servidores públicos e juízes apenas aos 75 anos. Assim, os ministros do STF, principalmente aqueles mais próximos dos 70 anos, como Celso de Mello e Marco Aurélio Mello, podem continuar a exercer suas funções, impondo uma séria derrota a Dilma, que irá escolher muito menos do que 5 novos nomes para o Supremo. Não só impedirá o Judiciário de ser ainda mais loteado por aliados de um governo conivente com atos ilegais e criminosos, como também está mais de acordo com a realidade atual: 75 anos não é sinônimo de decrepitude, e os milhões de pessoas com idade superior a esta estão vivendo com saúde e em pleno exercício de suas capacidades mentais. 

Ainda há a questão dos escândalos da Petrobras. Os deputados aprovaram a criação de uma comissão para investigar atividades no exterior onde há suspeitas de corrupção na estatal. Visa-se, principalmente, a investigação de propina supostamente paga pela empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da nossa (e NÃO do governo) petrolífera. 

Nem o programa Mais Médicos escapou da Câmara. Arthur Chioro, o ministro da Saúde, foi convocado para prestar esclarecimentos sobre a execução deste programa, acusado de financiar o governo de Cuba ao invés de ajudar a melhorar o sistema de saúde pública em nosso país onde doentes à espera de atendimento médico são tratados de forma pior do que gado de corte. Além de tudo isso, os médicos cubanos, segundo muitos, são tratados como escravos por Havana, com a conivência de Brasília, principalmente na questão das liberdades individuais como a de expressar opiniões e de se deslocarem sem a "necessidade" de vigilância. 

Mesmo a apertada vitória do governo no ajuste fiscal, na verdade um programa de arrocho destinado a economizar R$ 18 bilhões sem tocar na questão dos absurdos e contraproducentes gastos do governo com o aparelhamento do Estado por milhares de apadrinhados políticos e comissionados, é de Pirro. Não é só porque a Câmara fez emendas e concessões que praticamente reduziu a economia a metade, como o aumento do Fundo Partidário e, anteriormente, o chamado "orçamento impositivo" para atender os eleitores (ou os "currais eleitorais"...), mas também porque durante a campanha eleitoral Dilma falou sobre aquilo que um hipotético governo Aécio faria: podar benefícios trabalhistas e diminuir investimentos em educação, saúde e segurança pública. Tudo o que o atual governo petista está fazendo.

Estes tropeços foram menos comentados do que os do futebol. Falam muito da derrota ridícula do Corinthians pelo Guarani do Paraguai por 2 a 0 na Libertadores, a do Cruzeiro pelo São Paulo por 1 a 0 no mesmo torneio e até a do Bayern de Munique pelo Barcelona na Champions League por 3 a 0 com dois gols de Messi e um de Neymar (que teve o gosto de ajudar a vencer Müller, Schweinsteiger, Boateng e Neuer, integrantes da turma do 8/7 na famigerada "Copa da Vergonha"). Tudo isso não faz diferença nas nossas vidas. Os revezes do Planalto, sim, pois impedem o Brasil de sofrer maiores danos.

terça-feira, 5 de maio de 2015

Da série 'Mondo Cane', parte 38 - Os bolos de Annabel

O que bolos teria a ver com esta série de bizarrices, que mostra fatos escandalosos ou simplesmente estranhos?

Não são bolos comuns. A artista e doceira inglesa Annabel de Vetten, conhecida como "Annabel Lecter", disponibilizou seu site Conjurer's Kitchen (clique AQUI) na Internet, com formatos inusitados de bolos que justificam a inclusão. 











Ficaram com água na boca? Pois é só o formato mesmo. Nada de sangue, vísceras, cianeto, peçonha de cobra, cicuta, asas de morcego ou unhas de lagartixa, e sim chocolate, ovos, farinha de trigo, marshmallow, açúcar e outros ingredientes normais para bolos.

A doceira também faz chocolates incríveis, em formatos de caveiras humanas ou de animais. 

Obs.: A página também dedicou um espaço para bolos menos macabros, mas também muito artísticos, no link dos "miscellaneous cakes". 


segunda-feira, 4 de maio de 2015

Os assuntos em alta no feriadão que passou

Neste feriado prolongado, eis os seis assuntos mais relevantes:


1. A crise no governo: o PMDB, que está tomando conta, em parte, do poder, está rachado em três facções: a de Michel Temer, mais favorável a Dilma, a de Renan Calheiros, crítica de Dilma mas com respaldo de Lula, e a de Eduardo Cunha, que mais parece oposição do que base aliada. Enquanto isso, a reforma política está em discussão, e isso é bom. O problema é ter várias propostas, sendo duas ainda piores do que o sistema vigente: o proporcional com lista fechada e sem financiamento privado, defendido pelo PT, e o tal "distritão", onde os Estados são tratados como distritos e os partidos pequenos perdem representatividade, sistema defendido por Cunha e Temer. 

2. A terceirização das atividades-fim, combatida pela maioria das centrais sindicais, mas defendida pelos empresários. Este foi um dos temas que tomaram conta de quem participou das festas do Dia do Trabalhador. Dilma, que não apareceu em público no dia, mostrando seu crescente afastamento do perfil de uma chefe de Estado e de governo, já se pronunciou contra a transferência de mais setores de empresas para outras, a serem contratadas. 

3. Os efeitos da repressão da Polícia paranaense contra professores que protestavam contra mudanças na aposentadoria deles. O governador Beto Richa (PSDB) agiu com grande falta de habilidade política ao permitir que a polícia agisse daquela forma. Ele alega que os "black blocs" estavam infiltrados entre os manifestantes. De qualquer forma, o governo do Paraná ficou com mais fama ainda de ser contra os professores, uma categoria que deveria ser tratada com mais zelo pelas autoridades e vista como formada por profissionais dignos e não como coitadinhos. O Brasil está ainda mais próximo de ser uma "Pátria Deseducadora". 

4. O fim dos famigerados campeonatos estaduais, muito criticados por analistas do futebol. Entre surpresas como o gol salvador de Jô (satirizado não só em Minas como o atacante que não faz gols) para o Atlético-MG contra a Caldense e a vitória maiúscula do Operário de Ponta Grossa sobre o Coritiba em pleno Couto Pereira, no Paranaense, destaque para as atitudes de Eurico Miranda, o histriônico chefão do Vasco, que comemorou à sua maneira a conquista do seu clube sobre o Botafogo, e a sina do Palmeiras em não conseguir conquistar títulos (o último importante foi o da Copa do Brasil de 2012). O alviverde sucumbiu ao nervosismo, perdeu o campeonato para o Santos na Vila Belmiro, nos pênaltis, e viu Dudu, um de seus destaques, comportar-se de maneira lamentável, ser expulso, agredir o juiz (que desagradou todo mundo, aliás), e correr o risco de ficar até seis meses sem jogar. 

5. O terremoto no Nepal no mês passado ainda gera muita repercussão, devido ao número de mortes que não para de subir. Mais corpos são encontrados, e a chance de encontrar sobreviventes é mínima, mas houve o milagre de terem encontrado um homem ancião de alegados 101 anos com vida e somente algumas escoriações depois de uma semana debaixo dos escombros. 

6. Por fim, o nascimento de Charlotte Elizabeth Diana, a filha do príncipe William e de Kate Middleton, respectivamente duque e duquesa de Cambridge. A menina nasceu um pouco após o esperado (estava aguardada para o final do mês passado), e já é a quarta na linha de sucessão da coroa britânica, atrás apenas: 
- do príncipe Charles, seu avô; 
- do príncipe William, seu pai; 
- do príncipe George, seu irmão. 
Isso se a monarquia sobreviver à rainha Elizabeth II, que ainda não dá mostras de fraqueza apesar dos seus quase 89 anos.