Nunca se viu um movimento tão grande organizado por cidadãos no sentido estrito da palavra em nosso país, desde as Diretas Já.
Segundo as estimativas, com números muito diversos entre si, foram entre 1 e 6 milhões às ruas. Tudo dentro da ordem, pacificamente. Embora alguns ainda defendam ideias esdrúxulas já expostas em outras passeatas, como a tal intervenção militar, e tenham apoiado certas pessoas que não casam bem com a democracia, como é o caso do deputado Jair Bolsonaro, são minoria perto de uma multidão indignada com a roubalheira e as recorrentes violações à lei e à Constituição por parte de membros do atual governo, do PT e seus aliados.
Mesmo assim, houve quem enxergasse os movimentos de outra forma, como Rui Falcão, líder do governo. Ele disse que as oposições orquestraram o movimento - o que não é verdade - e o fato de muitos oposicionistas como Aécio Neves e Geraldo Alckmin serem hostilizados - como de fato aconteceu - era sinal de descontrole. Citou os "21 anos de ditadura sangrenta", demonstrando estar apavorado com o povo. É praticamente insinuar que a multidão é "fascista", quando os políticos oposicionistas foram vaiados por algumas centenas - enquanto centenas de milhares vaiam o governo.
Rui Falcão e outros petistas parecem aterrorizados com tantos descontentes. Continuam a reagir mal, apressando o processo de colocar Lula num ministério, praticamente expondo galhardamente o seu medo de ver seu grande líder novamente tendo de prestar contas à Justiça, e assumindo mais do que nunca a falta de relevância de Dilma, a presidente que abandonou suas obrigações como governante (algo que, segundo muitos, nunca exerceu efetivamente).
Analistas ainda estão divididos. Uns festejam a manifestação de cidadania e civismo, outros fazem alusão à Operação Mãos Limpas na Itália, para mais tarde colocarem um populista, o milionário Sílvio Berlusconi. São os mesmos que temem a aparição de alguém parecido (como o candidato republicano dos Estados Unidos Donald Trump) por culpa de um "salvacionista" como o juiz Sérgio Moro. A maioria, porém, louva o chefe da Polícia Federal e só o vê como um zeloso cumpridor da lei, embora tivesse cometido alguns excessos contra os réus, empreiteiros e políticos.
Mas agora chega de tanto texto. As imagens mostram melhor o grande acontecimento de ontem:
Rio de Janeiro (Tânia Rego/Ag. Brasil)
São Paulo (Divulgação)
Brasília (Adriano Machado/Época)
Recife (Sumaia Vilela/Ag. Brasil)
Salvador (O Popular/Divulgação)
Belo Horizonte (Divulgação)
Porto Alegre (Lucas Abati/Rádio Gaúcha)
Curitiba (Gazeta do Povo)
Belém - Gil Sóter/G1
Campinas (SP) - Gustavo Magnusson/G1
Garanhuns (PE) - Márcio Bastos/UOL
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