terça-feira, 29 de março de 2016

Só algo sobrenatural vai salvar Dilma agora

O PMDB sai do governo, com direito aos gritos de "Fora PT!" (Divulgação/PMDB)

O PMDB, percebendo o agravamento da crise no governo, resolveu sair da base aliada nesta tarde. 

Era um dos principais sustentáculos de todos os governos civis após o regime militar. De uma sigla oposicionista, tornou-se adesista, recebendo sempre muitos cargos e influência nos governos Sarney (como o partido no poder), Collor, Itamar, FHC, Lula e Dilma. 

Muitos acusam o partido de oportunismo e mesmo de parasitismo, e não ter ideologia definida. Foram criticados e ridicularizados, comparados a um balaio de gatos, mas eles nunca deram importância, devido às suas relações de intimidade com o Executivo federal. Costumam abandonar o governo apenas quando a situação se torna irreversível e há a chance de se beneficiar de um governo futuro. 

Foi assim com Collor, cassado em 1992 por corrupção no governo, para apoiarem Itamar. Está sendo com Dilma, por enquanto ainda presidente, mas envolvida em um esquema de corrupção de fazer o caso Collor-PC Farias, por si só muito grave, parecer um enredo de teatro infantil. O PMDB terá a chance de governar diretamente o país, com Michel Temer. 

Terão muito trabalho para serem aceitos pela opinião pública, majoritariamente anti-Dilma, pois boa parte dos membros do partido está envolvida com o escândalo investigado pela Operação Lava Jato, inclusive os principais líderes, como os presidentes da Câmara e do Senado. O próprio Temer foi citado como beneficiário do mega-assalto ao NOSSO DINHEIRO. Porém, o maior consumidor de recursos vindos dos desvios, de longe, continua a ser o PT. 

Agora, Dilma está bem mais próxima de perder o mandato, num processo de impeachment, e só pode contar com os petistas, alguns pequenos partidos aliados e lideranças dos movimentos sociais para tentar ao menos atrasar o processo na Câmara, ou, caso ele for adiante, no Senado, considerado mais fiel a Dilma (que não poderá exercer a presidência enquanto os senadores não votarem). Muitos não se conformam com este ritual, mas ele é necessário para se adequar à lei. O consolo para eles é saber que tudo ficará muito mais fácil com o PMDB fora do governo, e ainda mais se eles votarem em massa com a oposição. 

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