Os acontecimentos desta semana foram um duro desmentido para quem tinha a convicção de que Lula iria sair ileso durante a Operação Lava Jato.
Na quinta-feira, houve uma divulgação feita na revista IstoÉ sobre as denúncias de Delcídio do Amaral contra Dilma e Lula. Ele afirmou que a presidente estava envolvida na compra da refinaria em Pasadena e o ex-presidente era beneficiário do mega-esquema de corrupção na Petrobras. Ambos estariam atuantes em tentar atrapalhar as investigações da Lava Jato. Segundo a revista, ele teria fechado um acordo de delação premiada. Delcídio teria negado essa acordo.
Ontem, após a grande repercussão desse assunto, a Polícia Federal foi até a casa de Lula, para forçá-lo a depor, obedecendo a um mandato judicial. Era parte da "Operação Aletheia" (a palavra grega empregada pelo filósofo alemão Martin Heidegger quer dizer "verdade, realidade"), constituída de vários mandatos de busca e apreensão e algumas autorizações para realizar depoimentos coercitivos, contra a vontade dos depoentes.
Lula e sua mulher Marisa já foram convocados para depor duas vezes para explicar as acusações de não declarar a posse de um sítio em Atibaia e um apartamento triplex no Guarujá, mas não compareceram. Na primeira vez, dia 17 de fevereiro, era para eles prestarem depoimento no Fórum da Barra Funda, mas uma liminar suspendeu a ação em cima da hora, deixando manifestantes pró e anti-Lula esperando. Naquele dia, os grupos se engalfinharam, causando tumulto na Av. Dr. Abraão Ribeiro. A segunda vez estava marcada para o dia 3 último, mas a defesa recusou a convocação.
Houve também a divulgação de fotos e depoimentos que confirmavam a presença de Lula e seus familiares no triplex do Guarujá. A Justiça terá de analisar este material.
Uma força-tarefa levou o ex-presidente a depor no Aeroporto de Congonhas, e isso acirrou os ânimos. Nenhum dos familiares dele foi levado, nem mesmo a mulher, Marisa, que não estava na lista das intimações coercitivas. Os simpatizantes de Lula viram isso como uma arbitrariedade e "espetáculo midiático". Movimentos contra o governo comemoraram, apontando a defesa de Lula como autora de artimanhas jurídicas para fazê-lo escapar de dar explicações à Justiça. Juristas se dividiram entre ver na condução coercitiva um exagero da PF e um ato amparado na lei. Mais tarde, depois de três horas de conversa, durante a qual ele não explicou nada a respeito de suas supostas propriedades, Lula voltou para junto de seus acólitos e, bem ao seu jeito, posou de vítima de um "ato arbitrário". Falou que se sentiu "um prisioneiro", e aludiu a uma serpente peçonhenta das nossas matas: "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça".
Agora, os ânimos pró e contra o governo estão mais acirrados. Houve mais um entrevero entre os pró e os anti-governo, com feridos e atos de selvageria, vindos principalmente do lado situacionista. Lula aproveitou para se proclamar candidato à presidência da República. Dilma se conteve na resposta, durante pronunciamento no Planalto que classificava a Operação Aletheia como um exagero, mas não na atitude de se encontrar com o seu mentor em São Bernardo do Campo, sendo muito criticada pela oposição.
De qualquer forma, o PT e seu líder sentiram o "golpe" da Justiça e estão esboçando, de forma confusa, uma reação. Mas eles podem sentir ainda mais, quando empreiteiros e seus executivos, da OAS, Andrade Gutierrez e Odebrecht, exercerem a delação premiada. Neste caso, a sobrevivência do governo ficará ainda mais difícil. E ainda há a possibilidade de haver uma mega-manifestação no próximo dia 13.
Ontem, após a grande repercussão desse assunto, a Polícia Federal foi até a casa de Lula, para forçá-lo a depor, obedecendo a um mandato judicial. Era parte da "Operação Aletheia" (a palavra grega empregada pelo filósofo alemão Martin Heidegger quer dizer "verdade, realidade"), constituída de vários mandatos de busca e apreensão e algumas autorizações para realizar depoimentos coercitivos, contra a vontade dos depoentes.
Lula e sua mulher Marisa já foram convocados para depor duas vezes para explicar as acusações de não declarar a posse de um sítio em Atibaia e um apartamento triplex no Guarujá, mas não compareceram. Na primeira vez, dia 17 de fevereiro, era para eles prestarem depoimento no Fórum da Barra Funda, mas uma liminar suspendeu a ação em cima da hora, deixando manifestantes pró e anti-Lula esperando. Naquele dia, os grupos se engalfinharam, causando tumulto na Av. Dr. Abraão Ribeiro. A segunda vez estava marcada para o dia 3 último, mas a defesa recusou a convocação.
Houve também a divulgação de fotos e depoimentos que confirmavam a presença de Lula e seus familiares no triplex do Guarujá. A Justiça terá de analisar este material.
A Globo mostrou Lula, Roberto Moreira e Léo Pinheiro dentro de um apartamento - no Guarujá, segundo a emissora (Reprodução/Rede Globo)
Uma força-tarefa levou o ex-presidente a depor no Aeroporto de Congonhas, e isso acirrou os ânimos. Nenhum dos familiares dele foi levado, nem mesmo a mulher, Marisa, que não estava na lista das intimações coercitivas. Os simpatizantes de Lula viram isso como uma arbitrariedade e "espetáculo midiático". Movimentos contra o governo comemoraram, apontando a defesa de Lula como autora de artimanhas jurídicas para fazê-lo escapar de dar explicações à Justiça. Juristas se dividiram entre ver na condução coercitiva um exagero da PF e um ato amparado na lei. Mais tarde, depois de três horas de conversa, durante a qual ele não explicou nada a respeito de suas supostas propriedades, Lula voltou para junto de seus acólitos e, bem ao seu jeito, posou de vítima de um "ato arbitrário". Falou que se sentiu "um prisioneiro", e aludiu a uma serpente peçonhenta das nossas matas: "Se tentaram matar a jararaca, não bateram na cabeça".
Carro da Polícia Federal que teria levado o ex-presidente para o Aeroporto de Congonhas (Zanone Fraissat/Folhapress)
Agora, os ânimos pró e contra o governo estão mais acirrados. Houve mais um entrevero entre os pró e os anti-governo, com feridos e atos de selvageria, vindos principalmente do lado situacionista. Lula aproveitou para se proclamar candidato à presidência da República. Dilma se conteve na resposta, durante pronunciamento no Planalto que classificava a Operação Aletheia como um exagero, mas não na atitude de se encontrar com o seu mentor em São Bernardo do Campo, sendo muito criticada pela oposição.
Dilma junto de Lula e Marisa Letícia em São Bernardo do Campo (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)
De qualquer forma, o PT e seu líder sentiram o "golpe" da Justiça e estão esboçando, de forma confusa, uma reação. Mas eles podem sentir ainda mais, quando empreiteiros e seus executivos, da OAS, Andrade Gutierrez e Odebrecht, exercerem a delação premiada. Neste caso, a sobrevivência do governo ficará ainda mais difícil. E ainda há a possibilidade de haver uma mega-manifestação no próximo dia 13.
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