Com a morte de Johan Cruyff (Cruijff, na grafia neerlandesa), um dos maiores jogadores de futebol da História, responsável pela grande campanha da Holanda na Copa do Mundo de 1974, ídolo do Barcelona, defensor do futebol como espetáculo e torcedor apaixonado, desaparece mais um representante de uma época saudosa.
A morte de Cruyff é uma grande perda para o futebol (Divulgação)
Ele foi o inspirador de jogadores que sabem atuar em mais de uma posição. Foi meia-atacante, atuando como armador e como goleador, mais ou menos como Messi atualmente. Esse mérito não foi só dele, mas também de Rinus Michels, o grande treinador da seleção holandesa.
Quando a Holanda atuou na Copa de 1974, chamada de "A Laranja Mecânica", Cruyff e seus companheiros eram temidos pelos adversários, e fizeram vítimas, como a Argentina, goleada, e o Brasil de Zagallo, que sofreu um belo baque após a euforia de ganhar a Copa passada. Foi a Alemanha de Beckenbauer que acabou com o sonho dos neerlandeses, e até agora eles sofrem por não terem ganho aquela Copa e os torneios seguintes.
Cruyff, derrotado por um câncer, viu o câncer da corrupção arruinar a imagem da Fifa e do futebol mundial, enquanto a qualidade dos jogadores é cada vez mais posta em dúvida, deixando poucos talentos como Messi e Cristiano Ronaldo entre colegas com altos salários e rendimentos nem tanto. Ele não deve ter se sentido vingado ao ver um dos responsáveis pela perda do título em 1974 - Franz Beckenbauer - ser processado por corrupção e acusado de participar da escolha supostamente fraudulenta da Alemanha como sede da Copa de 2006.
Talvez Beckenbauer tivesse se adaptado melhor aos novos tempos, onde não há lugar para o romantismo, como na época quando eles eram jogadores. Mas ele continuou admirando seu rival, tanto que ele declarou, quando soube da morte do holandês: "Perdi um irmão!"
N. do A.: Enquanto o futebol perdia um grande nome, por aqui no Brasil temos o desgosto de ver times tradicionais passando vergonhas em competições, como o São Paulo e o Palmeiras, e os clubes em geral falidos e mal administrados, vendo seus melhores jogadores irem para mercados mais atraentes - agora, até a China está neste caso - e não produzindo mais grandes talentos.
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